324 resultados para Vértebras cervicais
Resumo:
OBJETIVO: Descrever os achados gerais do linfoma em pacientes abaixo de 20 anos de idade e por subtipo histológico. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo do arquivo digital de tomografia computadorizada do Centro de Controle do Câncer do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no período de março de 2003 a julho de 2005. Dos 22 casos - 16 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, com média de idade de 11,5 anos -, 12 eram do subtipo Hodgkin e 10 eram não-Hodgkin. RESULTADOS: Dos achados gerais, verificamos as linfonodomegalias mediastinais como o mais freqüente (59%), com predomínio no grupo Hodgkin (75%), seguido por hepatoesplenomegalia (50%) e linfonodomegalias cervicais e retroperitoneais (27,3%). No subtipo Hodgkin houve predomínio do acometimento linfonodal, em sucessivas cadeias, seguido pela hepatoesplenomegalia (50%). Verificamos um caso de massa tonsilar unilateral, opacidade pulmonar em "vidro-fosco" e nódulos renais. No subtipo não-Hodgkin houve predomínio extranodal caracterizado por hepatoesplenomegalia (50%), espessamento de alça intestinal (40%), derrame pleural (30%), nódulo pulmonar (20%), ascite (10%), derrame pericárdico (10%) e lesões ósseas mistas (10%). CONCLUSÃO: A tomografia computadorizada é de grande valia no diagnóstico, estadiamento e seguimento do linfoma, com achados de alerta como massa linfonodal, notadamente mediastinal, hepatoesplenomegalia, massa unilateral na tonsila e espessamento parietal de alça intestinal.
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OBJETIVO: Estudar a intercambiabilidade dos resultados de densidade mineral óssea entre máquinas de absortimetria de raios-x em duas energias (DEXA) Hologic® e de absortimetria computadorizada de raios-x convencionais em duas energias (CDEXA) Cromox®. MATERIAIS E MÉTODOS: Para 38 casos de quadril e 31 casos de coluna lombar avaliados em 43 pacientes atendidos em um centro de diagnóstico por imagem, medidas de densidade mineral óssea foram realizadas em ambas as máquinas. A máquina Cromox® foi calibrada usando-se o phantom Cromox® de referência para absortimetria óssea. RESULTADOS: Forte correlação entre os resultados obtidos nas duas máquinas foi encontrada para cada sítio do esqueleto. O coeficiente de correlação linear medido para o colo femoral direito foi r = 0,920, p < 0,0001, e r = 0,923, p < 0,0001 para as vértebras L2-L4 da coluna lombar. Como o resultado expresso em Tscore é importante na prática clínica em densitometria óssea, a diferença média em Tscore entre as máquinas foi calculada, resultando em média aritmética de DTscore = 0,191 para o quadril e média aritmética de DTscore = 0,228 para a coluna. Estado esquelético é estabelecido de acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde como normal, osteopenia ou osteoporose. A concordância de estado esquelético entre as máquinas foi superior a 76% para o quadril e superior a 77% para a coluna, e superior a 96% quando se considerou concordância em ao menos um dos dois sítios. CONCLUSÃO: Os coeficientes de correlação linear obtidos são muito próximos das referências internacionais entre máquinas padrão-ouro, reportados como r > 0,95. Para ambos os sítios, a diferença média aritmética em Tscore entre as máquinas é pequena, menor que a menor variação significativa.
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OBJETIVO: Desenvolver e testar a similaridade de modelo de coluna lombar tipo manequim para treinamento de punção transpedicular em vertebroplastia percutânea. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram confeccionadas 30 vértebras lombares à base, principalmente, de metacrilato, gesso e etil-vinil-acetato, a partir de molde de borracha baseado em vértebra humana. Os discos intervertebrais foram feitos com silicone para que houvesse similaridade anatômica e fusão de cinco vértebras. O segmento da coluna foi acondicionado no interior de um manequim coberto por tela de etil-vinil-acetato para que não fosse possível a visualização direta. Foi realizado curso teórico para seis especializandos de radiologia e neurorradiologia, que testaram o modelo para vários parâmetros de similaridade com a realidade, realizando 30 punções transpediculares, em três sessões de dez procedimentos por dia, com intervalo de uma semana entre cada sessão. RESULTADOS: Cada aluno realizou 30 punções transpediculares, porém oito punções foram desconsideradas, pois se observaram problemas de manufatura dos modelos durante estes procedimentos. Após a realização das punções, todos os participantes preencheram o formulário de similaridade, com 100% de respostas positivas em relação à similaridade do modelo. CONCLUSÃO: Foi possível o desenvolvimento de modelo para punção transpedicular com similaridade satisfatória com o ser humano, configurando um instrumento de treinamento de vertebroplastia.
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Laringoceles são lesões relativamente raras definidas como dilatações anômalas dos sáculos dos ventrículos laríngeos. A classificação usual divide a laringocele em interna, externa e combinada ou mista. Laringoceles internas são as que se localizam medialmente à cartilagem tireóidea e geralmente causam compressão nas bandas ventriculares levando a rouquidão e sintomas compressivos na via aérea. As externas se estendem através da membrana tireóidea, apresentando-se como massas cervicais, e as mistas são as que ocupam as duas regiões, podendo causar ambos os sintomas. O diagnóstico é geralmente feito por tomografia computadorizada e/ou laringoscopia. Apresentamos um caso de laringocele mista em que o diagnóstico foi sugerido no exame de ultra-sonografia, num paciente encaminhado com história de massa cervical.
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OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade de o exame radiológico da coluna lombar determinar a identificação correta dos indivíduos, apesar das alterações evolutivas do envelhecimento. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi constituída amostra com 60 pares de radiografias de coluna lombar, feitas em épocas distintas, com intervalo mínimo de três anos, de pacientes de ambos os sexos, adultos e com idades diversas. Os pares foram misturados para que dois experientes radiologistas os reconstituíssem. As vértebras de cada par foram comparadas em relação a semelhanças e diferenças de detalhes anatômicos, sendo estabelecido, como critério de pareamento, o encontro de uma variação anatômica ou de uma particularidade específica, ou o encontro de duas ou mais igualdades entre os detalhes anatômicos, sem pontos de divergência. RESULTADOS: O correto pareamento de todas as radiografias foi alcançado por ambos os observadores, os quais apresentaram inúmeros pontos de coincidência em suas análises. O estudo estatístico demonstrou que a concordância entre os dois observadores foi considerada de boa a perfeita. CONCLUSÃO: A comparação radiográfica da coluna lombar é capaz de determinar a correta identificação dos indivíduos, apesar das alterações evolutivas do envelhecimento. Dessa forma, as radiografias representam potencial instrumento para uso em perícias de identificação forense.
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Relata-se, aqui, caso de uma adolescente de 14 anos de idade que apresentou episódio isolado de síncope, sem outros sintomas. No exame de ressonância magnética observou-se, nos cortes nos planos axial e coronal ponderados em T2, ausência do flow void da artéria carótida interna direita na sua porção intracavernosa. Realizou-se, então, angiorressonância magnética técnica time-of-flight, que mostrou ausência da artéria carótida interna direita, o que foi comprovado com a angiorressonância magnética de vasos cervicais e com angiotomografia computadorizada, que mostrou, nos cortes axiais, agenesia do canal carotídeo direito. Tal achado é relatado na literatura, em associação com outras anomalias, como encefaloceles transesfenoidais e aneurismas do polígono de Willis. No presente caso, não foram observadas tais associações. A paciente permaneceu assintomática.
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DWI é uma técnica totalmente não invasiva que tem sido utilizada com sucesso por muitos anos em imagens do cérebro e recentemente incluída como parte da avaliação de outros sistemas, por exemplo, no abdome e pelve e na cabeça e pescoço. Apesar de a DWI e a medida dos valores de ADC serem capazes de fornecer informações de tipos histológicos específicos de tumores, a maioria dos centros de imagem ainda não os adotaram como parte da rotina na avaliação da cabeça e pescoço. A medida de ADC demonstrou ser útil para discriminar tipos específicos de tumores histológicos, especialmente para diferenciar lesões benignas sólidas de massas malignas, importante na avaliação de linfonodos cervicais, principalmente para diferenciar processos nodais benignos de malignos, para diferenciar as alterações pós-radioterapia de tumor residual e ter uso potencial para predizer sucesso terapêutico. Além disso, DWI/ADC parece ser um método mais seguro e mais acessível, considerando a ausência de radiação ionizante e ao maior custo do FDG-PET na localização de tumores e diferenciar massas benignas de malignas. Com todas essas vantagens e potencialidades, DWI/ADC certamente fará parte da rotina na avaliação por imagem da cabeça e pescoço.
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O tratamento dos ferimentos de hipofaringe ainda é controvertido na literatura. A maior parte dos autores acredita que o tratamento preferencial consiste na exploração cirúrgica imediata, com reparo primário da lesão e drenagem ou somente a drenagem, e que o tratamento conservador estaria indicado em casos selecionados. Entre 157 ferimentos cervicais penetrantes, num período de quatro anos, encontramos sete (4,4%) casos de perfuração de hipofaringe. Destes, seis (85,7%) foram tratados cirurgicamente, cinco (71 ,4%) com sutura primária e drenagem. A taxa de mortalidade foi nula e a morbidade foi de 28,6%, sendo de 11,2 dias o tempo médio de internação.
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O câncer cérvico-uterino é muito comum em vários países da América Latina. As estatísticas de mortalidade e as taxas de incidência demonstram a sua real importância. O cânver cérvico-uterino freqüentemente é uma doença progressiva iniciada com mudanças intra-epiteliais, que podem se transformar em um processo invasivo, sendo o nosso objetivo tratar precocemente estas lesões quando ainda é possível a cura de 100%. Em nosso estudo prospectivo foram selecionadas 21 pacientes com neoplasia cervical intra-epitelial reatreadas pela citplogia e diagnosticadas pela histopatologia após biópsia dirigida pela colposcopia. O método terapêutico empregado foi a vaporização a laser com o CO2. Tiveram como pré-requisito os seguintes critérios: informação segura pela colposcopia da zona de transformação e afastar a presença de câncer invasivo; a neoplasia epitelial cervical deve ocupar a ectocervix sem nenhuma extensão para o canal cervical e correlação positiva entre a citologia, colposcopia e histologia. O uso de laser CO2 com microscópio permitiu precisão na aplicação e com vantagens de ser um procedimento ambulatorial diminuindo estresse cirúrgico das pacientes. Foi realizado sem anestesia e com duração média de 15 minutos. A cicatrização completou-se em torno de três semanas e com cuidados operatórios mínimos. Somente dois casos tiveram sangramento vaginal discreto no quinto e décimo dia de pós-operatório, resolvido com tamponamento vaginal por 24 horas. A colposcopia, cirurgia e o seguimento foram feitos pelo autor, tendo uma paciente sido submetida a uma segunda vaporização no quinto mês de controle. Somente uma paciente teve recidiva no 26° mês de seguimento e complementará o tratamento. As vinte outras restantes estão em controle sem recidiva de doença. Em vista dos resultados obtivemos um percentual de cura de 95%, que coincide com a literatura. O uso de laser CO2 no tratamento das neoplasias cervicais intra-epiteliais (NIC) ou virais tem sido estimulado como uma alternativa digna de ser seguida pelas seguintes razões: cirurgia de não contato, tratamento rápido e indolor, diminuição das custas da internação; complicações mínimas e sem efeito subseqüente sobre a fertilidade e competência cervical, menor necrose térmica, e possibilidade de novo tratamento ambulatorial. Por estas razões e pelo alto percentual de cura podemos concluir que a cirurgia proposta foi vantajosa para o tratamento da neoplasia cervical intra-epitelial, quando comparada com outros métodos de tratamento.
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Revisamos nossa experiência com carcinoma epidermóide metastático (CEM) para o pescoço com tumor primário desconhecido com a intenção de evidenciar quando o tratamento radioterápico exclusivo ou o tratamento cirúrgico seguido de radioterapia teriam impacto positivo sobre a sobrevida. Este é um estudo retrospectivo de 54 pacientes com CEM tratados na Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital do Câncer/INCa entre 1986 e 1992. Quarenta e oito pacientes (89%) eram do sexo masculino, a idade média foi de 54 anos. Quarenta pacientes tinham metástase para linfonodos cervicais da cadeia jugular interna alta (nível 2). Utilizamos a classificação TNM da UICC de 1992 para estagiar os pacientes, onde oito pacientes foram classificados como N1, vinte como N2, 22 como N3, sendo que quatro pacientes permaneceram não classificados. Todos foram submetidos a endoscopia do trato aerodigestivo superior e raio X de tórax. Trinta e cinco pacientes foram submetidos a biópsia de aspiração com agulha fina. Trinta e oito pacientes tiveram tratamento com intenção curativa e 1.6 tiveram tratamento paliativo com radioterapia. Dos pacientes tratados com intenção curativa, dez foram submetidos a esvaziamento cervical e 28 tiveram tratamento exclusivo com radioterapia. Os 16 pacientes tratados com intenção paliativa foram excluídos dos cálculos de sobrevida e análise das recidivas. As recidivas cervicais foram analisadas usando o método do qui-quadrado, e as curvas de sobrevida foram comparadas usando-se o teste de Wilcoxon. A biópsia aspirativa com agulha fina alcançou o diagnóstico em 85% dos casos. Oito pacientes (15%) apresentaram metástase à distância. O tumor primário foi identificado subseqüentemente em 9% dos pacientes. Dezoito pacientes (64%) tratados com radioterapia exclusiva tiveram recidivas no pescoço, e três pacientes (33%) tratados com cirurgia + radioterapia tiveram recidivas no pescoço. (p=0,05) Os pacientes classificados como N2/N3 tratados com cirurgia + radioterapia tiveram melhores resultados do que os tratados com radioterapia exclusiva (respectivamente p=0,05 e p=0,09). Os pacientes Nl tiveram melhor sobrevida livre de doença do que os pacientes N2/N3 (respectivamente p=0,007 e p=0,OO7). A sobrevida livre de doença em cinco anos foi de 69% para os pacientes Nl, 11 % para os pacientes N2 e 15% para os pacientes N3. A sobrevida livre de doença para todos os estágios foi de 28%. A biópsia aspirativa com agulha fina é um bom meio para diagnóstico e deve ser usada rotineiramente.
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Foram avaliados retrospectivamente 107 pacientes com metástases cervicais de tumor primário oculto, atendidos entre 1977 e 1995 no Hospital Heliópolis. Considerou-se a influência de fatores epidemiológicos e características clínicas na recorrência da doença e sobrevida. O carcinoma epidermóide foi o tipo histológico mais freqüente, acometendo predominantemente as cadeias júgulo-carotídeas alta e média (níveis II e III). Noventa e três por cento dos pacientes apresentavam doença avançada (estadiamento N2 ou N3). A sobrevida livre de doença (SLD) aos 5 anos foi de 24%, sendo 40% para os pacientes com 55 anos ou menos e 8% para aqueles com mais de 55 anos (p = 0,01). Todos os pacientes com doença na cadeia júgulo-carotídea baixa (nível IV) apresentaram recidiva nos primeiros 12 meses após o tratamento. Os tumores indiferenciados apresentaram recidiva mais precocemente. Na análise multivariada os fatores idade, tipo de tratamento e estadiamento foram significativos (p<0,05).
Resumo:
Caracteristicamente os estágios avançados (III e IV) do câncer da laringe são tratados inicialmente por cirurgia, seguida de radioterapia complementar. Esta tem sido a combinação terapêutica que tem obtido os melhores resultados, com relação à maior sobrevida e ao maior tempo livre de doença, nestes pacientes. Porém, como freqüentemente a cirurgia a ser adotada nestes casos representa uma mutilação, perda da voz laríngea, nem sempre esta opção de tratamento é aceita pelos pacientes. Por outro lado, pacientes portadores de doença em estágio avançado podem encontrar-se com suas condições clínicas bastante comprometidas, o que impossibilita a realização de uma cirurgia de grande porte. A associação de quimioterapia e radioterapia tem tido pouca utilidade neste tipo de pacientes, pois geralmente apresentam estado clínico geral comprometido e não suportam a alta toxicidade dos esquemas terapêuticos empregados. Nestes casos a indicação de radioterapia exclusiva, como forma de tentar controlar a doença, tem sido a única arma terapêutica que nos resta, e cujos resultados sempre foram uma incógnita no nosso meio. Foram estudados 62 pacientes portadores de carcinoma epidermóide avançado (estágios III e IV) da laringe, tratados por radioterapia exclusiva, no Hospital do Câncer (INCa), durante os anos de 1992 e 1993. Foi realizado tratamento radioterápico com intenção curativa, sendo empregada a dose clássica de 50cGy em cinco semanas. Estes pacientes foram retrospectivamente analisados quanto à sobrevida, ao estágio da doença, à presença de linfonodos cervicais metastáticos, à idade e à necessidade de traqueostomia prévia. Além da constatação da total ineficácia da radioterapia no controle da doença laríngea estágio IV, detectou-se que a sobrevida de três anos igual a 54% para os pacientes do estágio III e a preservação da função da laringe em 2/3 dos pacientes, poderão representar, dependendo de estudos mais abrangentes, uma alternativa terapêutica para pacientes selecionados.
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OBJETIVO: Caracterizar os doentes operados de carcinoma diferenciado da tireóide no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF); avaliar a divisão destes doentes em alto e baixo riscos e a validade da cirurgia conservadora nos pacientes com carcinoma diferenciado de baixo risco. MÉTODO: Foram analisados 169 pacientes operados no HUCFF por carcinoma diferenciado da tireóide. Cento e cinqüenta e dois (90%) eram mulheres e 17 (10%) homens. A idade variou entre 13 e 85 anos com mediana de 39 anos. Cento e onze tumores (65,7%) eram papilíferos e 58 (34,3%) foliculares. RESULTADOS: Vinte e um por cento apresentaram metástases linfonodais cervicais quando vistos pela primeira vez e 1,7% metástases a distância. Houve 75 cirurgias unilaterais (lobectomia subtotal ou total) e 94 bilaterais (tireoidectomia subtotal, lobectomia total + lobectomia subtotal ou tireoidectomia total). 127 casos (75,2%) foram considerados pacientes de baixo risco e 42 casos (24,8%) de alto risco. O seguimento pós-operatório foi conseguido em 155 pacientes: 116 entre os de baixo risco, com seguimento médio de 8,4 anos (extremos: um ano a 21 anos) e 39 entre os de alto risco (seguimento médio cinco anos, extremos um ano e 17 anos). Foram encontrados 13 recidivas tumorais (8,3%) e cinco óbitos pelo tumor (3,2%) em toda a série: 10 (8,6% recidivas e nenhum óbito nos pacientes de baixo risco e três recidivas (7,5%) e cinco óbitos (12,5%) nos de alto risco. Nos pacientes de baixo risco submetidos à tireoidectomia parcial houve 7,5% de recidivas e nos pacientes com tireoidectomia total a ocorrência de recidivas foi de 10%. Não houve óbitos pelo tumor em nenhum dos grupos. CONCLUSÕES: Os pacientes com tumores de baixo risco apresentam evolução mais favorável: número igual de recidivas (relativamente aos tumores de alto risco), porém menos graves, e nenhum faleceu pelo tumor. Nos pacientes de baixo risco a cirurgia unilateral mostrou resultados idênticos aos da bilateral.
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OBJETIVO: Avaliar a reatividade linfonodal em pacientes com metástase cervical de tumor primário oculto. MÉTODO: Foram avaliados retrospectivamente 24 pacientes submetidos a esvaziamento cervical entre 1983 e 1995 devido à metástase de tumor primário oculto. Os cortes histológicos dos 601 linfonodos resultantes foram corados pela hematoxilina-eosina e avaliados à microscopia óptica. A reatividade linfonodal considerou a presença de hiperplasia paracortical, hiperplasia de centro germinativo e hiperplasia sinusal. Foram avaliadas a relação da reatividade linfonodal, ruptura capsular, necrose e desmoplasia com a recidiva da doença. A análise estatística foi feita com Teste de Fisher com erro inferior a 5%. RESULTADOS: Setenta e sete por cento (77%) dos linfonodos se mostraram reativos. Cinqüenta e cinco por cento (55%) dos pacientes com hiperplasia paracortical ou mista e dezesseis por cento (16%) dos pacientes com hiperplasia de centro germinativo ou linfonodos não reativos estavam assintomáticos por ocasião do último retorno ambulatorial (p=0,11). A presença de necrose tumoral mostrou associação significativa com a presença de desmoplasia (p=0,02). CONCLUSÕES: A reatividade linfonodal é freqüente na maioria das metástases cervicais em tumor primário oculto e a necrose tumoral está diretamente ligada à presença de desmoplasia.
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OBJETIVO: Foram estudados 25 pacientes portadores de neoplasias malignas da cabeça e pescoço (20 de vias aerodigestivas superiores e cinco da glândula tireóide), submetidos a esvaziamentos cervicais uni ou bilaterais (33 procedimentos), sendo 15 supra-omohióideos, 11 funcionais e sete em campos alargados. MÉTODO: Através da eletroneuromiografia (ENM), foram avaliados funcionalmente o músculo trapézio e o nervo espinhal após os diferentes procedimentos, aos 30 e 180 dias. RESULTADOS: Foram aferidos para as três formas de linfadenectomia 94% de desnervação do músculo trapézio, severa em 68% e moderada 32% (p = 0,001), portanto valores significativos. Quanto à avaliação do tipo de lesão do nervo espinhal, após 30 dias observou-se lesão de axônio (axonotmese) em 31 dos 33 procedimentos. Com relação à reinervação, esta foi detectada após 180 dias, sendo boa (21%), moderada (72%) e ruim (7%) para valores de p = 0,001 de significância estatística. CONCLUSÕES: A eletroneuromiografia foi um método efetivo na avaliação da unidade neuromuscular e o tipo de esvaziamento cervical conservador não foi determinante de alterações destas estruturas.