166 resultados para Saúde da mulher.
Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivos identificar as representações sociais de mulheres sobre o câncer do colo do útero, e descrever a relação dessas representações sociais para o cuidado preventivo. A abordagem utilizada foi do tipo qualitativo-exploratório, adotando a teoria das representações sociais como suporte teórico-conceitual. Duas técnicas de coleta foram utilizadas para obtenção dos dados: a livre associação de palavras e a entrevista semidirigida com perguntas abertas. Para a interpretação dos dados foi utilizada a técnica de análise temática. A pesquisa teve como resultado duas unidades temáticas: câncer cérvico-uterino - uma ferida tratável e o preventivo - o fazer por temer. Observou-se que as mulheres temem muito o câncer cérvico-uterino e, por esse motivo, admitem a importância da realização do exame preventivo, considerando-o como um ato de cuidado com a própria saúde.
Resumo:
O objetivo deste estudo descritivo e transversal foi avaliar a autoestima de 127 gestantes atendidas em programa de pré-natal de um hospital público de ensino. Os dados foram colhidos usando-se a Escala de Autoestima de Rosenberg; a autoestima insatisfatória foi relacionada a variáveis sócio-demográficas, de saúde da gestante e da presença ou não de sistemas de apoio. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e análise univariada, buscando possíveis associações. As gestantes com autoestima insatisfatória totalizaram 60% da amostra. Em relação aos dados sócio-demográficos, as mulheres com menor escolaridade apresentaram maior frequência de escores de autoestima insatisfatória, divergindo de resultados de outros estudos. As gestantes que referiram gestação não planejada apresentaram maior prevalência de autoestima insatisfatória do que aquelas que referiram tê-la planejado. A ausência de apoio do parceiro para cuidar do filho após seu nascimento também esteve associada a menor autoestima nas grávidas. Não foram encontradas relações estatisticamente significativas para as demais variáveis estudadas.
Resumo:
O objetivo desta pesquisa é identificar a freqüência com que é realizado o diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo uterino no município de Guarapuava, Paraná. Realizou-se estudo transversal de base populacional, incluindo 885 mulheres com idade mínima de 18 anos, no período de outubro a dezembro de 2006. Considerou-se nível de confiança de 95% e margem de erro de 3% para cálculo amostral. Utilizou-se o software Statistica versão 7.1 para a análise dos dados, considerando nível de significância de 5%. O auto-exame das mamas foi realizado por 63% das entrevistadas e o exame clínico em 49%. A mamografia foi realizada por menos de um quarto da amostra. A prevenção do câncer de colo uterino foi praticada pela maioria das mulheres (80%). Conclui-se que as mulheres da amostra estudada realizam exames preventivos de câncer de mama com menos freqüência, se comparado ao exame preventivo de colo de útero.
Resumo:
O modelo de assistência ao parto e nascimento no Brasil tem sido tema de muitas discussões e estudos sobre a incorporação de práticas obstétricas que considerem a autonomia da mulher no processo de parturição. O modelo proposto pelas Casas de Parto configura-se como um cenário para esses cuidados. Este estudo voltou-se para a compreensão da vivência da mulher parturiente no contexto de uma Casa de Parto situada em São Paulo. Os dados foram coletados no período de março a outubro de 2007 e analisados à luz do referencial da Fenomenologia Social de Alfred Schütz. Sete mulheres participaram da pesquisa. Os resultados evidenciaram que a mulher que escolhe a Casa de Parto para dar à luz busca pelo cuidado humanizado e que nesse contexto ela passa por experiências positivas e negativas. Faz-se necessário discutir as políticas públicas de assistência ao parto, sua implementação e seu impacto sobre os indicadores de saúde perinatal.
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Este estudo busca entender as justificativas dos trabalhadores de um Centro Obstétrico do Sul do Brasil para a utilização de práticas do parto normal consideradas prejudiciais pela Organização Mundial da Saúde. A pesquisa é do tipo exploratória, desenvolvida em julho de 2009, por meio de entrevista com 23 trabalhadores. Na análise, houve a conformação de três núcleos temáticos: Ações e condutas na dependência do trabalhador de saúde; Práticas rotineiras como facilitadoras do trabalho e Restrição da participação da parturiente no processo decisório. Algumas justificativas para o emprego das práticas: perpetuação de modelos inadequados, facilitação para a assistência no momento do parto e autoritarismo que alguns trabalhadores exercem sobre a parturiente por acreditarem serem detentores do conhecimento.
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O objetivo do estudo foi analisar os óbitos maternos ocorridos em uma Maternidade Pública de Fortaleza-CE e identificar a existência de associações entre o momento do óbito e as causas do óbito. Foram revisados prontuários, declarações de óbito e fichas de notificação referentes aos 96 óbitos maternos ocorridos entre 2000 e 2008. O tipo de parto mais prevalente foi o cesáreo (45;46,8%) e as causas de óbitos mais evidenciadas foram: síndrome hipertensiva (27;28,1%); infecção (17;17,7%); e hemorragia (16;16,7%). Houve associação estatística significante entre: cesariana e as causas de óbito síndrome hipertensiva e infecção (x²:14,40, p:0,00; x²:4,02, p:0,04); mortes ocorridas no puerpério e síndrome hipertensiva (x²:6,13, p:0,01) e infecção (x²:7,65, p:0,00). A caracterização desses óbitos auxilia no reconhecimento dos grupos de risco e na elaboração de medidas preventivas.
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Este estudo transversal teve como objetivo caracterizar as manifestações de incontinência urinária autorreferida no pós-parto. Foram entrevistadas 288 mulheres atendidas em um Centro de Saúde Escola do município de São Paulo, entre janeiro e agosto de 2009. Os dados indicaram que, dentre as 71 mulheres incontinentes (24,6%), 44 destas (62%) referiram incontinência urinária aos esforços, 65 (91,5%) sentiam a urina escoar, 33 mulheres (46,5%) apresentavam perdas por mais de uma vez na semana e 24 (33,8%) acusaram perda urinária persistente no momento da entrevista. A gravidade, classificada como incontinência urinária moderada, foi constatada em 53 mulheres (74,7%). Os achados realçam a importância de investigações sobre incontinência urinária no período pós-parto, assim como sua abordagem no ensino e na assistência à mulher no período reprodutivo.
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O artigo visa descrever o processo de tradução e adaptação para a cultura brasileira do Gaudenz-Fragebogen, instrumento de origem alemã, utilizado no diagnóstico da incontinência urinária feminina. Seguiram-se, nesse intuito, as etapas recomendadas pela literatura internacional: tradução, síntese das traduções, retrotradução, avaliação pelo comitê de especialistas e pré-teste. Os processos de tradução e adaptação foram realizados a contento e o instrumento demonstrou ser de fácil compreensão. Entretanto, este é um estudo que antecede o processo de validação e será premente o emprego do instrumento em novas pesquisas para que sejam avaliadas suas propriedades de medida.
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Este estudo teve como objetivo descrever a população de profissionais do sexo, considerando características sociodemográficas, antecedentes gineco-obstétricos e comportamentais, e verificar a associação com a presença de doença sexualmente transmissível. Trata-se de estudo epidemiológico e transversal, realizado com 102 mulheres profissionais do sexo. Os dados foram obtidos por meio de entrevista e exames padrão-ouro para diagnóstico das doenças de interesse. A média de idade das mulheres foi de 26,1 anos, sendo que a maioria tinha nove ou mais anos de aprovação escolar, era solteira e teve coitarca antes dos 15 anos. A prática de sexo oral nos parceiros foi citada por 90,2% das mulheres, 99% delas relataram fazer uso de preservativo no trabalho, apenas 26,3% com parceiros fixos e 42,2% usavam drogas ilícitas. Não houve associação entre fatores sociodemográficos, antecedentes gineco-obstétricos e fatores comportamentais com presença de doença sexualmente transmissível e isso pode ser decorrente da escolaridade e do fato da população estudada possuir características muito semelhantes, dificultando o aparecimento de tais associações.
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Estudo qualitativo com abordagem da fenomenologia social que objetivou a compreensão da vivência da mulher idosa, suas necessidades de cuidado e expectativas nesse período da vida. Participaram nove mulheres, cujos depoimentos foram obtidos de fevereiro a maio de 2011, por meio de entrevista semiestruturada. A mulher idosa refere limitações de ordem física, mental e social, e valoriza a preservação de sua autonomia nas atividades diárias e no cuidado consigo mesma. Refere a família como suporte fundamental e tem expectativas e necessidades de se manter saudável, da busca pelo lazer e de ter melhor acesso aos serviços de saúde para receber informações e atendimento qualificado. Nessa fase, a ausência de perspectivas relaciona-se à perda de pessoas significativas e da saúde. Este estudo revelou facetas da vivência da mulher idosa, suscitando novas investigações e a adequação do ensino, prática e gestão às reais necessidades dessa mulher.
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Este estudo discute a construção do discurso especializado, a partir do verbalizado por médicos após dois anos de residência médica em Obstetrícia/Ginecologia no Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa foi operacionalizada em duas etapas: observação participante de reuniões clínicas da Obstetrícia e da Ginecologia e construção de fontes orais. Foi realizada análise semiótica das notas de campo e do material transcrito das entrevistas. Os resultados giram em torno de dois eixos: a caracterização do perfil do médico obstetra/ginecologista e a convivência com o normal e o estranho no contato com as pacientes, como integrantes da construção do discurso especializado, no ambiente escolhido para a pesquisa. Conclui-se que a residência conduz ao discurso especializado, escudado, principalmente, na utilização de exames complementares, como os que fornecem imagens, visto que tais exames são percebidos como revelando objetivamente o corpo real. Tal fato infunde segurança nos residentes, mas, por outro lado, afasta-os da atenção à escuta da história da paciente e da composição da narrativa médica, fragmentando o processo de exercício da semiologia clínica
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O aborto faz parte da realidade brasileira e deve ser abordado pelos programas públicos de saúde e enfatizado na formação dos profissionais da área. Este trabalhou buscou identificar e comparar o conhecimento da legislação brasileira relativa ao aborto entre estudantes de curso médico, verificar entre os concluintes as abordagens recebidas com relação ao aborto durante o curso e discutir possíveis implicações para o desempenho profissional. A pesquisa foi realizada mediante a aplicação de um questionário estruturado a todos os estudantes do 1º e 6º ano do curso médico (90 alunos em cada turma) de uma Universidade pública do estado de São Paulo, e os dados foram analisados com o pacote estatístico SPSS, versão 17. Verificou-se que não há diferença entre o conhecimento dos alunos do 1º e 6º ano com relação aos casos previstos na legislação brasileira para a prática do aborto. Embora 87% dos concluintes mencionem ter recebido algum conteúdo a respeito do tema aborto, 72,7% não consideravam que esse conteúdo era suficiente para o conhecimento que deveriam ter na formação médica. Considera-se fundamental revisitar a formação médica que, além do conhecimento técnico, deve incorporar questões do direito sexual e reprodutivo na saúde da mulher.
Resumo:
Este trabalho investiga, com base em uma pesquisa de campo, as expectativas e anseios de médicos residentes em desenvolver outras atividades de aprimoramento profissional. Foram coletadas as opiniões de médicos residentes de um hospital de referência para saúde da mulher, criança e adolescente, e de seus supervisores, a fim de avaliar o interesse e a viabilidade de alguma proposta relativa à introdução de outros cursos, como parte ou desdobramento da residência. Na construção da pesquisa, decidiu-se não inquirir diretamente os residentes acerca de seu interesse por um curso específico, mas contornar o viés que tal indagação fomentaria e, aproveitando este contorno, ampliar o horizonte em pauta. Chegou-se, assim, ao questionário que foi aplicado, amplo o suficiente para abarcar o horizonte de expectativas de residentes e supervisores, específico o bastante para situar pontos de dificuldade, impasse, resistências. O movimento introduzido a partir da sua aplicação e os dados obtidos apontam a perspectiva da qual o grupo pesquisado encara estas questões, permitindo empreender uma análise e extrair inferências que podem ajudar a esclarecer o campo investigado.
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Os divertículos de uretra feminina são incomuns e são mais freqüentes entre a terceira e a quinta décadas de vida. Geralmente é diagnosticado tardiamente. A maioria dos divertículos de uretra está relacionada à infecções recorrentes das glândulas periuretrais ou ao traumatismo uretral. . A uretrocistografia e a ressonância magnética são os métodos de imagem de maior valor no diagnóstico desta doença. O tratamento de eleição e a ressecção do divertículo.
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Objetivo: investigar alguns aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos dos vários graus de neoplasia intra-epitelial vilvar (NIV) e sua relação com o papilomavírus humano (HPV). Métodos: foram analisados os prontuários de 46 mulheres atendidas no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas de janeiro de 1986 a dezembro de 1997. Para análise estatística foram utilizados os testes do chi2, com correção de Yates quando necessário, e exato de Fisher. Em relação à gravidade da lesão vulvar, seis mulheres apresentavam NIV 1, seis NIV 2 e 34 NIV 3. Resultados: A idade, estado menstrual e idade da atividade sexual não estiveram relacionados com a gravidade da NIV, porém, as mulheres com mais de um parceiro sexual mostraram uma tendência maior a apresentar NIV 3 (p=0,090). O tabagismo esteve significativamente associado à gravidade da lesão vulvar (p= 0,031). O HPV foi mais freqüente nas mulheres com idade inferior a 35 anos (p=0,005) e naquelas com múltiplas lesões (p=0,089). Embora o número não tenha mostrado relação com a gravidade da NIV (p=0,703), lesões maiores que 2 cm estiveram significativamente associadas com NIV 3 (p=0,009). O tratamento mais utilizado para NIV 3 foi cirúrgico, com exérese ou vulvectomia simples. Entre as oito mulheres que apresentaram recidiva, apenas uma era portadora de NIV 2. Conclusões: Entre as mulheres com NIV, as fumantes e com mais de um parceiro sexual apresentaram lesões mais graves. A presença de HPV foi maior nas pacientes jovens com múltiplas lesões. Mulheres com NIV 3 apresentaram lesões maiores que 2 cm e uma alta taxa de recidiva, independentemente do tratamento utilizado.