67 resultados para Linguagem e línguas Estilo
Resumo:
O trabalho pretende expor, em suas linhas gerais, a ligao, presente na teoria da conscincia desenvolvida por Hegel, na Filosofia do Esprito de Jena, entre a formao da conscincia, compreendida no bojo dos processos de individualizao e desenvolvimento das capacidades prtico-cognitivas, e a pr-articulao lingustica da cognio. Para isso, o ponto de partida a exposio dos aspectos gerais da teoria hegeliana da conscincia, nessa fase. Em seguida, interpreta-se essa teoria da conscincia, relacionando-a a processos societrios de desenvolvimento de capacidades prtico-cognitivas. A partir disso, procura-se ento delinear os aspectos fundamentais da relao entre razo terica e linguagem. Finalmente, discute-se a recuperao da considerao sobre a linguagem, no processo de formao da conscincia.
Resumo:
Meu objetivo mostrar que as teses externalistas "os significados no esto na cabea" e "os pensamentos no esto na cabea" no implicam, necessariamente, a tese mais radical "a mente no est na cabea". Trato dessa questo no mbito do Externalismo Social de Tyler Burge e Lynne Baker, argumentando que a importncia que esses pensadores atribuem linguagem nas questes relativas mente no significa, como uma leitura apressada poderia sugerir, a reduo da mente linguagem e, muito menos, a eliminao da mente. A minha concluso que o externalismo social lingustico no se constitui como uma estratgia eficaz de enfrentamento dos problemas da natureza da mente e de sua relao com o corpo.
Resumo:
O presente artigo pressupe que contextos cientficos se reduzem a contextos lingusticos e que, assumindo uma tese wittgensteiniana, portanto, "o mistrio no est nas coisas; est no confuso modo que adotamos para falar delas". Os pressupostos epistemolgicos de tal tese fundamentam-se em quatro caractersticas da razo mesma, a saber, que: o exerccio racional se faz mediante conceitos, at certo ponto inexatos e vagos; os conceitos elaborados pela atividade racional constituem-se em categorias para o pensamento; a atividade racional discursiva, isto , fixa-se, expressa-se e comunica-se por meio da linguagem; e, por final, o produto final da atividade racional so os contextos racionais ou contextos cientficos que so, na verdade, contextos lingusticos.
Resumo:
Este ensaio aplica o conceito de grandeza negativa, de Kant e Fichte, filosofia da linguagem de Merleau-Ponty, reabrindo o dilogo com Saussure a partir da descoberta, em 1996, dos crits de Linguistique Generale, em uma Orangerie de Genebra. Valendo-se do ltimo curso de Merleau-Ponty em vida, sobre A Origem da Geometria, de Husserl, trata-se de realar o trabalho do negativo na linguagem, iluminado a partir de um refinado cruzamento: Merleau-Ponty (filosofia) e Saussure (lingustica).
Resumo:
Partimos da afirmao de K.-O. Apel, repetida por Joo Maria Andr (1986, p. 400), de que "[...] na ‘mstica' do ‘logos' e na teologia negativa do Pseudo-Dionsio que, de modo determinante, Nicolau de Cusa ir beber os traos fundamentais da sua filosofia da linguagem". Com base no De filiatione Dei (1450) propomo-nos refletir sobre a relao fundamental e constitutiva entre o verbo mental humano e o Verbo ou Logos eterno. A importncia desse texto, no mbito do problema da linguagem em Nicolau de Cusa, reconhecida por Casarella (1992) justamente por sua inflexo cristolgica em relao aos primeiros sermes, pois, em oposio reflexo intratrinitria dos sermes, a imagem humanamente visvel de Cristo torna-se o espelho da linguagem, ou seja, em Cristo, vemos de modo perfeito o que pode ser expresso por meio da linguagem. O texto cusano uma meditao sobre Jo, I, 12: "Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus: aos que creem em seu nome". Interessa-nos principalmente a meditao sobre os exemplos aduzidos por Nicolau de Cusa para explicitar de que modo colhemos a unidade divina intelectualmente, pois sero nesses exemplos ou enigmas que o autor pensar a relao constitutiva entre o verbo mental humano e o verbo mental inefvel.
Resumo:
Este trabalho procura analisar criticamente a relao entre a surdez, a linguagem e a cultura, a partir de trs referenciais tericos bsicos: a histria, a abordagem multiculturalista e a relao normalidade-patologia, no sentido de questionar a integrao social do indivduo surdo, buscando superar a viso dicotmica e a-histrica que centra toda sua anlise na diviso do meio social entre "sociedade ouvinte" e "comunidade surda".
Resumo:
O presente estudo tem como objetivo problematizar a prxis pedaggica de ensino bilnge para surdos com base na concepo bakhtiniana de linguagem. Assumir tal perspectiva pressupor a construo da subjetividade como resultado de um processo no qual o "outro" possui papel ativo e constitutivo. No processo de construo dialtica do objeto lingstico o sujeito entra no fluxo dinmico de uma cadeia de enunciados j tecidos histrica e socialmente. Minha contribuio nesta apresentao busca resgatar o papel desse "outro" no processo recproco de ensino e aprendizagem da criana surda, no contexto de seu trabalho com duas línguas: a de sinais e o portugus.