59 resultados para Desenvolvimento das crianças
Resumo:
FUNDAMENTO: O agrupamento de fatores de risco cardiovasculares, chamado de síndrome metabólica, ocorre em crianças e adultos. A resistência à insulina e a obesidade são partes usuais do quadro, mas seu efeito conjunto no aparecimento da síndrome permanece algo controverso. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi examinar a relação do índice de massa corporal (IMC) e resistência à insulina com a síndrome metabólica (SM) em crianças. MÉTODOS: Estudamos 109 crianças, 55 meninos e 54 meninas, entre 7 e 11 anos de idade (55 obesos, 23 com sobrepeso e 31 controles). A classificação do peso de cada criança foi baseada na razão IMC/idade. Glicose, HDL, triglicérides e insulina foram medidos em amostras de jejum. A pressão arterial foi medida duas vezes. A síndrome metabólica foi definida conforme os critérios do NCEP ATP III. RESULTADOS: O diagnóstico de SM foi encontrado somente em crianças obesas. A maior frequência de SM e de muitos de seus componentes foi encontrada em crianças classificadas acima do terceiro quartil do índice HOMA-IR, que é consistente com uma associação entre resistência à insulina e fatores de risco cardiovascular em crianças brasileiras. CONCLUSÃO: O presente estudo mostra que a obesidade e a resistência à insulina provavelmente têm um papel no desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular em crianças, considerando que a prevalência dos fatores de risco clássicos era maior nos percentis mais altos de IMC e HOMA-IR.
Resumo:
FUNDAMENTO: A obesidade tem sido identificada como importante fator de risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, porém outros fatores exercem influência, combinados ou não à obesidade, e devem ser considerados na estratificação de risco cardiovascular em pediatria. OBJETIVO: Analisar a associação entre medidas antropométricas e fatores de risco cardiovascular, investigar os determinantes para as mudanças da pressão arterial (PA) e propor uma equação de predição para circunferência de cintura (CC) em crianças e adolescentes. MÉTODOS: Foram avaliadas 1.950 crianças e adolescentes, com idade entre 7-18 anos. Foi investigada a gordura visceral pela CC e a relação cintura-quadril, PA e índice de massa corporal (IMC). Em uma subamostra selecionada aleatoriamente desses voluntários (n = 578), foram medidos o colesterol total, a glicemia e os triglicerídeos. RESULTADOS: A CC se correlacionou positivamente com o IMC (r = 0,85; p < 0,001) e a PA (PAS r = 0,45 e PAD = 0,37; p < 0,001). A glicemia e os triglicerídeos apresentaram correlação fraca com a CC (r = 0,110; p = 0,008 e r = 0,201; p < 0,001, respectivamente). O colesterol total não se correlacionou com nenhuma variável. Idade, IMC e CC foram preditores significativos nos modelos de regressão para PA (p < 0,001). Propõe-se uma equação de predição da CC para crianças e adolescentes: meninos: y = 17,243 + 0,316 (altura em cm); meninas: y = 25,197 + 0,256 (altura em cm). CONCLUSÃO: A CC está associada com fatores de risco cardiovascular e apresenta-se como fator preditor de risco para hipertensão em crianças e adolescentes. A equação de predição para CC proposta em nosso estudo deve ser testada em futuros trabalhos.
Resumo:
Este estudo é descritivo exploratório e teve por objetivo caracterizar os relatos maternos sobre o cuidado à saúde de crianças de baixo peso ao nascer no primeiro e segundo ano de vida, através de entrevistas domiciliares com um grupo de onze mães de crianças procedentes de Ribeirão Preto - SR De modo geral, as mães apontam dificuldades no cuidado de amamentar o bebê, alimentação e uso de medicação, referem preocupações com as intercorrências, reinternações e desenvolvimento psicomotor, implicando na necessidade de suporte profissional para avaliar e acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento infantil no cotidiano das famílias.
Resumo:
A hospitalização pode ter efeitos negativos sobre o desenvolvimento e comportamento infantil. Assim, objetivou-se avaliar, neste trabalho, o comportamento de crianças com idade de 7 a 10 anos internadas, antes e após intervenção de arteterapia. Utilizou-se, para esse fim, um esquema quasi-experimental com grupo controle (n=10) e um grupo experimental (n=10). Os resultados mostraram que as intervenções de arteterapia foram eficazes, por promoverem a melhoria das respostas comportamentais de seus participantes. Conclui-se, então, que os hospitais podem ser ambientes estimulantes para a criança, implementando práticas de cuidados para além da doença.
Resumo:
O estudo, sob uma abordagem qualitativa, utilizou o método de Observação Simples. Foi realizado com oito crianças internadas em duas unidades pediátricas de um hospital-escola do município de São Paulo. Seu objetivo foi identificar elementos estimuladores ao desenvolvimento da criança em um ambiente hospitalar. O estudo teve o propósito de motivar o profissional de enfermagem a adequar o ambiente hospitalar às necessidades da criança. Após análise dos dados coletados, as categorias desvelaram-se em: objetos e situações estimuladoras, procedimentos e inter-relacionamentos. Concluímos que a pessoa que compõe uma equipe de enfermagem desempenha importante função como um dos elementos estimuladores na assistência à criança hospitalizada, se for consciente desse papel.
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A hospitalização pode ser uma experiência traumática para as crianças e seus familiares. O objetivo deste estudo foi explorar a experiência da utilização da arte do teatro clown no cuidado as crianças hospitalizadas, a partir de uma atividade desenvolvida por alunos de cursos de graduação da área da saúde. Os dados foram obtidos mediante observação de 20 crianças e 11 alunos, personagens do teatro clown em interação na clínica pediátrica de um hospital-escola do interior do estado de São Paulo. Os dados empíricos foram analisados segundo a análise temática de conteúdo, os quais foram agrupados ao redor dos seguintes temas: expressões artísticas como forma de comunicação, participação do binômio criança e acompanhante e o clown como recurso terapêutico. Os resultados indicaram que esta experiência constituiu-se em uma intervenção concreta que valoriza o processo de desenvolvimento infantil, pois abre espaço para a fantasia, o riso, a alegria e a apropriação do cotidiano hospitalar; é um exemplo de ampliação do processo diagnóstico e terapêutico com a incorporação de intervenções que privilegiem as necessidades afetivas, emocionais e culturais da criança e sua família, na busca do cuidado atraumático.
Resumo:
A sociedade brasileira vivencia, além da desnutrição e fome, problemas relacionados à obesidade - a transição nutricional. Este trabalho é um estudo transversal com amostra de 1322 crianças menores de 10 anos, residentes no município de Ferros, Minas Gerais, e cadastradas no SISVAN. Observou-se que 20,7% das crianças apresentaram alguma alteração nutricional (10,1% risco nutricional, 3,8% desnutrição e 6,7% sobrepeso). Fatores de risco para o desenvolvimento de desnutrição foram pesquisados: baixo peso ao nascer, RP=3,57, IC 95% (1,96-6,52); baixa estatura RP=19,36, IC 95% (11,53-32,52); aleitamento materno ausente RP=2,23, IC 95% (1,19-4,18); renda familiar de até R$ 95, RP = 2,39, IC 95% (1,10-5,16). Destaca-se maior prevalência de sobrepeso em relação à desnutrição. Enquanto a população rural apresentou maior prevalência de desnutrição e risco nutricional, a urbana destacou-se pelo sobrepeso. Esses resultados são importantes para mostrar que intervenções nutricionais são necessárias e devem considerar os problemas específicos apontados.
Resumo:
Contínuas mudanças econômicas e culturais estão causando transformações no funcionamento das famílias e na educação das crianças pequenas em todas as camadas sociais. Essas transformações têm contribuído para o aumento da demanda e implementação de políticas de educação/cuidado infantil. Avanços políticos e legais têm ocorrido em vários países, nas últimas décadas. Esse processo configura-se sob formas diversas nos países desenvolvidos e nos em desenvolvimento. Naqueles e, em especial, nos países da Comunidade Européia, as justificativas para essas políticas fundamentam-se em um discurso pelos direitos da criança quanto ao acesso à educação e aos bens culturais, e pela igualdade de direitos e oportunidades de homens e mulheres. Já nos países em desenvolvimento, o discurso para ricos e pobres é bastante diferenciado, particularmente quando estabelece políticas para expansão do atendimento. Quando o alvo é a população pobre, negra e de zona rural, essas políticas se pautam por um discurso da necessidade de atender pobremente a pobreza, que transparece de maneira clara nos documentos do Banco Mundial. Neste artigo, propomo-nos a fazer uma reflexão crítica sobre as políticas para a infância nos países em desenvolvimento, tomando a América Latina como estudo de caso.
Resumo:
Este artigo analisa a emergência e o desenvolvimento das políticas sociais de atendimento infanto-juvenil concomitante ao processo de desenvolvimento do sistema de proteção social nacional, focalizando algumas das principais representações atribuídas à infância, de acordo com o período histórico e político de cada época. Busca-se apresentar a noção de infância instituída sob a constituição do aparato do Estado de Bem-Estar brasileiro, de forma a situá-la em um contexto mais amplo de transformações históricas e políticas que envolveram a emergência e consolidação das políticas sociais destinadas ao atendimento à criança e ao adolescente no Brasil ao longo do século XX e início do século XXI.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a incidência e os aspectos de imagem do linfoma pós-transplante hepático em crianças. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram revisados os prontuários e exames de imagem de crianças submetidas a transplante hepático entre 2000 e 2008 em uma única instituição. RESULTADOS: De 241 crianças submetidas a transplante hepático, com seguimento médio de 41,4 ± 26,4 meses, 16 (6,6%) tiveram linfoma. A média de idade no transplante hepático das crianças que desenvolveram linfoma foi inferior à das crianças que não desenvolveram (23,9 ± 18,9 vs. 38,0 ± 48,9 meses; p = 0,02). O tempo entre o transplante e o desenvolvimento do linfoma variou de 6 a 103 meses. A apresentação clínica e radiológica foi variável e a localização mais comum do tumor foi no abdome (n = 13; 81,3%), seguida de tórax e cabeça e pescoço (n = 4; 25,0% cada). Os achados de imagem incluíram: linfonodomegalias, massas mediastinais, pulmonares e mesentéricas, espessamento parietal de alças intestinais e nódulos hepáticos e renais. Quatro crianças (25,0%) faleceram devido a complicações do linfoma. CONCLUSÃO: Linfomas são complicações relativamente incomuns e potencialmente fatais que podem acontecer a qualquer momento após o transplante hepático em crianças, e que têm diversas apresentações clínicas e de imagem.
Resumo:
OBJETIVO: Pesquisar a presença de fibras de músculo liso (FML) nos sacos peritoneais das hérnias indiretas, diretas, recidivadas e encarceradas e estudar a influência do sexo, cor e idade dos pacientes, bem como a região do saco herniário, largura, comprimento e espessura da biópsia coletada. MÉTODO: Foram obtidos 252 sacos herniários no período de fevereiro de 1999 a dezembro de 2000 e encaminhados para o estudo histopatológico através da coloração por hematoxilina-eosina e tricrômico de Gomori. A idade variou entre um mês a 87 anos com média de 42,3 anos e desvio-padrão de 22,5 anos. RESULTADOS: Foi utilizado o teste do Qui-quadrado e observada FML em 76,5% dos pacientes com hérnia indireta, 55,9% direta, 46,4% encarcerada e 68,7% recidivada. No estudo global foram encontradas FML em 67,9% dos espécimes com maior incidência na porção proximal do saco herniário (53,2%) e em pacientes melanodérmicos (75%). As FML estiveram presentes em maior freqüência no lado direito (67,7%) e no sexo feminino (73,3%). Do total de 252 amostras de sacos herniários examinados, foi encontrada FML em 171 biópsias, e esse achado foi menos freqüente nas hérnias diretas e encarceradas quando comparadas com as indiretas e recidivadas. CONCLUSÕES: Como hipótese, a presença de FML na parede do saco herniário pode representar um reforço tecidual no sentido de dificultar o crescimento do saco peritoneal, comportando-se como fator de resistência elástica e dinâmica à expansão da hérnia. Por outro lado, pode também significar uma formação aberrante ou a persistência de uma estrutura que deveria regredir ou mesmo desaparecer durante o desenvolvimento normal.
Resumo:
OBJETIVOS: Analisar o desfecho perinatal e pediátrico de fetos que apresentaram translucência nucal (TN) acima do percentil 95 (P95) e cariótipo normal a fim de obter dados que permitam um melhor aconselhamento materno pré-natal. METÓDOS: Análise de fetos em um serviço terciário de obstetrícia apresentaram TN acima do P95 e cariótipo normal entre os anos 2005 e 2011. Analisamos o seguimento ultrassonográfico gestacional, ecocardiografia (ECO) fetal e pós-natal, peso, comprimento e escore de Apgar ao nascimento, além do desenvolvimento neuropsicomotor por meio do Ages and Stages Questionnaire (ASQ) até julho de 2012. RESULTADOS: Durante esse período, foram 116 casos de translucência nucal acima do P95, sendo que em 79 (68%) foi realizado cariótipo fetal. Das análises, 43 foram normais (54,4%) e 36, alteradas (45,6%). Nos fetos com cariótipo normal, houve um abortamento na 15ª semana gestacional com pentalogia de Cantrel, um óbito na 24ª semana com diversas anomalias estruturais, um óbito neonatal sem causa definida e dois casos de comunicação intraventricular (CIV) detectados no ECO fetal. Na avaliação ecocardiográfica pós-natal, persistiu um caso de CIV e foi diagnosticado um caso de comunicação interatrial (CIA) e persistência do canal arterial (PCA). Entre os 40 casos sobreviventes, apenas 1 criança apresentou atraso no desenvolvimento da fala e outra apresentou quadro de autismo. Os demais casos resultaram em desenvolvimento neuropsicomotor normal. CONCLUSÃO: No acompanhamento dos fetos com TN aumentada e cariótipo normal, os pais podem ser mais bem aconselhados de que, frente a um exame morfológico-ecocardiográfico do 2º trimestre sem alterações, a probabilidade de a criança nascer viva e bem é alta (93,5%).
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo desenvolver formulações de biscoitos tipo cookie contendo café. Desenvolveram-se três formulações com inserção de café como: bebida tipo expresso, café solúvel e café torrado e moído, utilizando como base uma formulação americana adaptada aos ingredientes brasileiros e à inserção de café. A composição centésimal média (base seca) foi: 7% umidade, 70% carboidratos, 8% proteínas, 21% gorduras e 1% minerais, com valor calórico médio de 499 kcal.100 g -1. A composição centesimal e o valor calórico observados foram similares a valores reportados para biscoitos cookie comercialmente disponíveis. A forma de inserção de café afetou as características sensoriais dos produtos, avaliados por metodologia descritiva de perfil de sabor e de textura. A Formulação 1 (bebida tipo expresso) apresentou valores inferiores para a intensidade dos atributos referentes à presença de rachaduras, fragmentação, presença de pontos escuros, aroma de café e queimado. A Formulação 2 (café solúvel) apresentou notas superiores de intensidade dos atributos de cor marrom, brilho, sabor amargo e de queimado, sabor residual de açúcar mascavo e crocância da borda e inferiores para concavidade. A Formulação 3 (café torrado e moído) apresentou valores superiores para a presença de pontos escuros. As três formulações apresentaram notas satisfatórias e equivalentes de aceitação por crianças.
Resumo:
Com o objetivo de avaliar a frequência de fatores de risco para doença renal e suas correlações, foi realizado estudo transversal de base populacional em seis escolas municipais de Goiânia (GO). Nós investigamos a história de baixo peso ao nascer, enurese, incontinência urinária, urgência miccional, antecedente familiar de doença renal, diabete, hipertensão arterial, percentil de pressão arterial, perímetro da cintura e índice de massa corporal (IMC). Foram avaliadas 274 crianças, das quais 139 (50,7%) eram meninas, com idade de 8,06 ± 1,33 anos. Observou-se enurese em 50 (18,2%), incontinência urinária em 34 (12,4%) e urgência em 49 (17,9%). O IMC apresentava-se, em 18,8% (45), acima de P85. Perímetro de cintura acima do percentil 90 em 6,9% (17). Pressão arterial foi detectada acima do P95, em 7,1% (17). Também notamos a presença de correlação da pressão arterial com a obesidade e aumento da circunferência da cintura (p < 0,05). O estudo demonstrou elevada frequência de alterações do hábito miccional e aumento do IMC na população estudada.