404 resultados para Pensamento Publicitário Brasileiro
Resumo:
As obras de Sade procuram retratar as prticas corruptas e libertinas presentes no regime desptico de Lus XV, apontando invariavelmente a "alcova" como lugar privilegiado de transformao do corpo e da mente e, ao mesmo tempo, de produo filosfica. A atualidade do pensamento de Sade revela-se no fato de colocar como tendencia da modernidade, a constituio narcsica da subjetividade que, em sua variante poltico-social, aparece sob a forma do conformismo poltico. Este artigo pretende apresentar o pensamento de Sade como urna crtica aos liames sociais, o que conduz ruptura da idia de pacto social formulada por Rousseau. A doutrina sem compaixo de Sade torna-se filosofia negativa na medida em que fornece os fundamentos da crtica razo instrumental. Sendo pessimista quanto aos rumos do existente, a teoria sadiana aponta a "animalidade" humana como possibilidade de transcendencia da artificialidade dos laos sociais.
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Este artigo trata do relacionamento entre pensamento e ao na obra final de Hannah Arendt, A vida do esprito, que se encontra, segundo ela, na origem do conflito entre filosofia e poltica e teve influncia sobre toda a tradio filosfica. Arendt pretende mostrar que essas duas atividades no so por si prprias incompatveis entre si, como a tradio se esforou por fazer crer, mas apenas assim se tornaram pelo uso "profissional" que o filsofo faz do pensamento.
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Plato tem uma viso negativa da arte e da tragdia. A "irracionalidade" da prtica artstica est na base dessa negao. Sua viso contrria ao perspectivismo humanista de Eurpedes e dos sofistas. Na filosofia renascentista, o sujeito observador (temporal e racional) pressupe o mltiplo e o infinito. O perspectivismo est na base dessa orientao e Shakespeare a melhor expresso artstica desse pressuposto defendido na filosofia por Giordano Bruno.
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O conceito de "acontecimento" foi desenvolvido para o domnio epistemolgico da histria por P. Veyne, no intuito de ativar determinados problemas foucaultianos que indicavam a estrita ligao entre o trabalho historiogrfico e o trabalho filosfico. A definio deste conceito poderia ser aprofundada se fosse extrado do domnio epistemolgico para o qual fora elaborado e levado a uma dimenso mais abrangente. Vislumbra-se tal possibilidade a partir da articulao do referido conceito a determinadas injunes do pensamento de Deleuze, particularmente tendo em vista o conceito deleuzeano de "acontecimento", em suas implicaes ontolgicas e ticas.
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Este artigo pretende avaliar a relao que Foucault estabelece com a modernidade, tendo como fio condutor seu vnculo com o pensamento de Kant. Aborda-se, num primeiro momento, a leitura que Foucault faz de Kant na poca em que estava escrevendo As Palavras e as Coisas, observando uma tenso entre o projeto crtico e o antropologismo kantiano e, num segundo momento, interroga-se sua relao com Kant a partir de alguns de seus ltimos textos, nos quais Foucault procura uma "ontologia do presente".
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Ao ler o Contrato social de Rousseau, tendemos a nos concentrar em seu objetivo explcito, que o de investigar e estabelecer uma regra de administrao legtima e segura para uma comunidade poltica individual. Em conformidade com o prprio carter abstrato da obra, somos levados a ver essa comunidade como alguma coisa pr-existente e isolada, sem perguntar o que j havia inicialmente de comum a esses indivduos que decidem submeter-se regra de sua vontade geral, e como esse corpo poltico assim constitudo se relaciona com os que no so eles mesmos, mas "os outros", isto , com as demais sociedades com as quais ter inevitavelmente de conviver. Tais questes tinham grande importncia para Rousseau, e s o carter fragmentrio e inconcluso do Contrato social explica por que no receberam o tratamento aprofundado que lhes seria devido. Pretendo, em minha exposio, explorar alguns aspectos das solues que Rousseau deixou esboadas em outras obras, especialmente no Emlio e em seu Extrato e Julgamento, do projeto de paz perptua do Abb de Saint-Pierre, e que apontam para uma compreenso muito lcida do problema das relaes entre as naes, e para uma soluo que tem, surpreendentemente, muito em comum com a que props, no Contrato social, para a questo das relaes entre indivduos. Pretendo mostrar que h, em Rousseau, o grmen de uma concepo das relaes internacionais que no as reduz ao mero jogo de foras proposto pelo "realismo" hobbesiano e, ao mesmo tempo, viabiliza a convivncia civilizada e regulada, sem impor a uniformidade de valores e perspectivas caracterstica do cosmopolitismo kantiano.
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O objetivo deste artigo discutir a aproximao terica entre duas vertentes distintas de pensamento que, inicialmente, pode parecer improvvel: a psicanlise e o marxismo. O texto discorre sobre a reflexo da gnesis do problema poltico, interpretando sociedade e indivduo como inter-relao da natureza humana, conectando, a partir desse princpio, o problema poltico e o problema psicolgico, este se situando como base original daquele. Portanto, no entrecruzamento de sociedade, poder poltico e natureza humana, expande-se um campo de investigao que se abre a diversas possibilidades, inclusive aproximao terica entre as ideias de Marx e Freud. Dentre diversos autores que discutem o freudomarxismo e o posicionamento de Sigmund Freud, diante das ideias de Karl Marx, ser dada exclusividade a Wilhelm Reich, Herbert Marcuse e a Ludwig Marcuse. Para uma crtica s ideias de Herbert Marcuse e anlise da inter-relao entre marxismo e psicanlise, por sua vez, recorre-se ao filsofo marxista Louis Althusser e a outros analistas e crticos dessas mesmas ideias.
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Meu objetivo mostrar que as teses externalistas "os significados no esto na cabea" e "os pensamentos no esto na cabea" no implicam, necessariamente, a tese mais radical "a mente no est na cabea". Trato dessa questo no mbito do Externalismo Social de Tyler Burge e Lynne Baker, argumentando que a importncia que esses pensadores atribuem linguagem nas questes relativas mente no significa, como uma leitura apressada poderia sugerir, a reduo da mente linguagem e, muito menos, a eliminao da mente. A minha concluso que o externalismo social lingustico no se constitui como uma estratgia eficaz de enfrentamento dos problemas da natureza da mente e de sua relao com o corpo.
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O problema de fundo da especulao eckhartiana a verdade do ser uno enquanto Deus e divino ligada questo do seu conhecimento. Operando uma sntese da tradio neoplatnico-agostiniana e do pensamento do Pseudo-Dionsio Areopagita, o mestre dominicano funda os alicerces da sua teologia unitiva na teoria do ser.
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O pensamento de Karl Marx sobre a subjetividade humana pouco conhecido e divulgado na lngua portuguesa, e, no Brasil, particularmente, carece ainda de um estudo amplo, explcito e sistemtico. Meu artigo pretende esboar uma reflexo mais completa de sua filosofia sobre a subjetividade humana, insistindo no somente na crtica, mas tambm, e especialmente, na compreenso da referida questo, a partir de uma leitura imanente e estrutural de suas obras, no original. Vale ainda ressaltar que minha investigao se apoia na conexo entre subjetividade e objetividade, entre sujeito e objeto, inquirindo se h um determinismo da objetividade sobre a subjetividade, ou seja, se essas duas determinaes so contraditrias no interior do pensamento marxiano, comprometendo, pois, as suas reflexes acerca da crtica filosofia especulativa de Hegel e ao empirismo da economia clssica, ou se, na verdade, tal conexo o segredo recndito de sua filosofia sobre a subjetividade humana.
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Este artigo pretende, por meio da anlise literria e da leitura de Freud (2011), investigar a concepo de progresso em Sade, tomando como objeto de estudo o romance A filosofia na alcova (2008b). Defende-se que a fico sadeana resulta de um conflito entre indivduo e sociedade, de cujo resultado depende a felicidade humana. Esta seria alcanada com a superao dos obstculos impostos pela educao, pela cultura e pela abertura da sociedade para a satisfao de todos os prazeres do sentido.
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Fazendo a leitura cruzada de um tardio ensaio de Kant – Anncio da prxima assinatura de um tratado para a paz perptua em filosofia (1796) – e da segunda seco do primeiro captulo da Teoria Transcendental do Mtodo da Crtica da Razo Pura, que leva o ttulo "Disciplina da razo pura em relao ao seu uso polmico", tenta-se identificar e compreender a aparente contradio do programa da crtica kantiana da razo, o qual, se, por um lado, se anuncia com a inteno de resolver os interminveis conflitos que tm lugar na arena da razo pura, superando o escndalo das aparentes contradies da razo consigo mesma e estabelecendo, enfim, a "paz perptua em filosofia", por outro, conduz-se mediante um procedimento dialctico inspirado na retrica judicial, fazendo apelo a um "uso polmico da razo pura", como sendo a forma mais adequada e, na verdade, segundo o filsofo crtico, a nica disponvel, para neutralizar, seja as pretenses do dogmatismo, seja as do cepticismo a propsito das questes metafsicas. Ao mesmo tempo que a nossa reflexo nos leva a caracterizar a pax philosophica kantiana e as pressupostas homologias entre a soluo dos conflitos polticos e a dos conflitos especulativos, chega-se por ela tambm a reconhecer que toda a filosofia kantiana est originariamente determinada por uma concepo agnica da vida, da sociedade humana, do cosmos, da prpria razo.
Resumo:
RESUMO:Fazer uma abordagem sobre a anlise de Nagel sobre o materialismo eliminativo no mbito da filosofia da mente e, com base nisso, refletir sobre a relao entre cincia e filosofia constituem o objetivo fundamental desse artigo. A nossa abordagem encontra-se organizada a partir de dois momentos. Em primeiro lugar, pretendemos discorrer sobre o materialismo eliminativo, visto que essa corrente de pensamento, no contexto da filosofia da mente, condensa e circunscreve de modo mais explcito as discusses acerca dos problemas da relao mente e crebro, sob o vis de uma tica cientificista. Em segundo lugar, tendo em vista os pressupostos tericos do pensamento de Nagel, o nosso propsito consiste em apontar possveis problemas, lacunas e limites subjacentes s teses defendidas pelos adeptos do eliminativismo. Ainda, a ttulo de concluso, pretendemos evidenciar quais as principais implicaes para a filosofia, uma vez que esse reducionismo cientificista tende a conceder cincia ou explicao cientfica a ltima palavra.