354 resultados para Esquistossomose
Resumo:
Caramujos Biomphalaria glabrata vetor da esquistossomose mansônica, utilizados em experiências de campo, nas quais se faz necessário sua identificação e/ou localização, devem ser marcados com radioestrôncio 85,89 ou 90. Sua marcação em laboratório deve ser procedida em aquários de vidro sem fundo de areia, temperatura de 26,5 ± 1ºC, pH ajustado ao valor encontrado no "habitat", aeração artificial, alimentação diária com pequenas porções de alface fresca e 25 ml de água desionizada por caramujo. O nível de atividade no caramujo pode ser estimado sabendo-se que para o tempo de marcação de 5 dias e atividades iniciais de 0,036 a 0,362 µCi/ml, a captação global para grupos de 10 caramujos está em torno de 84 ± 2% e que a marcação em água contendo cálcio, praticamente não se altera até concentrações de 50ppm. A sobrevida ao longo de nove semanas não foi influenciada pela presença de radioestrôncio no caramujo.
Resumo:
Caramujos da espécie Biomphalaria glabrata, vetora da esquistossomose mansônica, podem ser marcados com atividades variáveis de Sr-85 e localizados através dos absorvedores ar, água e reia e de suas várias associações. A atividade a ser incorporada no caramujo será função da espessura, do(s) absorvedor(es), conforme diagramas apresentados, tornando o processo simples, rápido e ecônomico.
Resumo:
Caramujos Biomphalaria tenagophila descendentes de exemplares coletados no lago da Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, foram expostos a miracídios de quatro cepas de Schistosoma mansoni: LE e HK de origem local, Belo Horizonte, AL do Estado de Alagoas e SJ, de São José dos Campos, SP. As cepas LE, AL e SJ são mantidas em laboratório e HK foi obtida de fezes de paciente que reside próximo à Pampulha. As taxas de infecção experimental foram de 4% (LE), 6% (HK), 30% (SJ) e 40% (AL). Esses indícios de infecção foram semelhantes aos obtidos por vários autores para populações de B. tenagophila de Minas Gerais. Caramujos infectados experimentalmente eliminaram número de cercárias comparável ao de B. glabrata do controle e de B. tenagophila capturada no lago, com infecção natural (cerca de 2.000 cercárias/molusco). Devido à alta densidade planorbídica atual em alguns pontos do lago, número de cercárias eliminadas por exemplares naturalmente infectados, afluxo de pessoas para pesca e lazer, contaminação das águas por dejetos humanos, os autores alertam para o risco de crescimento do foco de esquistossomose no local.
Resumo:
Foram estudados fatores que afetam a produção em massa de cercárias do Schistosoma mansoni. Rotíferos e ostracodos causaram diminuição de produção em nossa colônia. Os rotíferos foram erradicados facilmente lavando-se os aquários e a alface com ácido acético diluído. Já o ostracodo foi de difícil erradicação, produzindo mortalidade nos caramujos infectados, que alcançou níveis de 50-60% por mês. Moluscos infectados mantidos na incubadora a temperatura constante e em total escuridão apresentaram maior eliminação quando iluminados, a aproximadamente 30ºC. A eliminação de cercárias foi praticamente a mesma entre os pHs 5-7. Traços de metais pesados adicionados à água destilada afetaram negativamente a eliminação. Finalmente, a manutenção em incubadora, embora apresenta-se maior mortalidade de moluscos, foi mais simples e eficiente para a produção em massa de cercárias que o sistema convencional com água corrente.
Resumo:
O extrato butílico da Phytolacca dodecandra (tipo 44) obtido de frutos procedentes da Etiópia, foi testado como moluscicida em nosso laboratório e no campo. As concentrações letais, CL90, com 24 horas de exposição, para Biomphalaria glabrata adulta, recém-eclodidas e desovadas foram de 4,5, 23,0 e 102,0 ppm, respectivamente. Para peixes, Lebistes reticulatus, a CL90 foi de 2,0 ppm. Esses resultados foram semelhantes aos obtidos por Lemma em 1984, na Etiópia. Em dois criadouros com água parada, tratados com 10ppm de estrato butílico e 3ppm de niclosamida, ocorreu 84,0 e 100,0% de mortalidade B. glabrata, respectivamente. Os dois produtos foram tóxicos para peixes (L. reticulatus) no campo. É discutida a possibilidade do uso de moluscidas de origem vegetal, como alternativa para o combate a focos de esquistossomose no Brasil.
Resumo:
Os autores determinaram o diâmetro médio dos granulomas de fígado de camundongos infectados com cercárias de duas cepas geográficas bem definidas do, Schistosoma mansoni (LE, Belo Horizonte e SJ, São Paulo). No total foram medidos 1.170 granulomas. Os granulomas com 60 dias eram de dimensões maiores do que os de 90 dias. A modulação da resposta imunopatológica foi significativamente mais eficiente na cepa LE e os granulomas, tanto aos 60 como aos 90 dias, da cepa SJ eram significativamente maiores. Os dados obtidos indicam uma maior patogenicidade da cepa SJ. Especula-se se o significado destes achados poderiam, em parte, explicar a ocorrência das variações regionais das formas anatomo-clínicas da esquistossomose.
Resumo:
No município baiano de Planalto, 47% dos roedores silvestres capturados (Nectomys) estavam infectados pelo Schistosoma mansoni, enquanto a prevalência desta infecção na população humana da área era de 3,26%. Os roedores habitam zonas peridomiciliares, têm hábitos aquáticos e eliminam ovos viáveis do S. mansoni. Albergam número variável de vermes e formam granulomas periovulares pequenos, principalmente no fígado e intestinos, sem fibrose hepática importante ou sinais de hipertensão porta. A deposição maior de ovos se faz a nível do intestino, sobretudo do jejuno, com passagem de grande número de ovos para as fezes. Miracídios isolados a partir dos ovos retirados dos roedores infectaram normalmente a Biomphalaria glabrata, com eliminação de cercárias, com as quais se provocou infecção no camundongo branco, em tudo semelhante aquelas causadas por outras cepas de origem humana. Também camundongos que foram deixados em contacto com as águas infestadas pelos roedores silvestres se infectaram facilmente, atestando o alto grau de transmissibilidade da área. Conclui-se que os roedores silvestres de planalto toleram bem a infecção esquistossomótica natural, são bons eliminadores de ovos viáveis do S. mansoni, estão infectados por uma cepa semelhante a que infecta o homem e podem ter um papel na manutenção do ciclo vital do S. mansoni na área estudada.
Resumo:
No presente trabalho, realizado no Estado de Sergipe, procurou-se determinar a distribuição geográfica e as interrelações entre populações naturais de duas espécies do gênero Biomphalaria, os caramujos vetores do Schistosoma mansoni no nordeste do Brasil. Dados coletados em 1969 mostraram que B. straminea, com uma única exceção, estava limitada à região semi-árida, enquanto B. glabrata habitava a região litoral/mata, ambas no Estado de Sergipe. Esta distribuição espacial parecia indicar que as espécies acima denominavam territórios exclusivos. Coletas de caramujos feitas em 1988, nas mesmas 37 localidades pesquisadas anteriormente (1969), evidenciaram que B. straminea havia invadido territórios previamente ocupados por B. glabrata. Estes resultados sugerem que as duas espécies estão interagindo em processo de deslocamento competitivo. Foram ainda determinadas as taxas de infecção natural dos caramujos, assim como foram registrados alguns aspectos ecológicos de seus criadouros.
Resumo:
OBJETIVO: Determinar a freqüência de visualização dos segmentos da circulação hepatomesentérica pela angiografia por ressonância magnética (angio-RM) com contraste e comparar o valor do método, utilizando-se duas diferentes dosagens de gadolínio (doses simples e dupla). MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo de 36 pacientes esquistossomóticos submetidos a angio-RM. Os exames foram realizados em equipamento de RM de 1,5 T, usando-se bobina de corpo e bomba injetora para a administração endovenosa do contraste. Foram utilizadas, de maneira randomizada, dose dupla do contraste paramagnético (0,2 mmol/kg de Gd-DTPA) em 21 pacientes e dose simples (0,1 mmol/kg) em outros 15 pacientes. Os exames foram interpretados por dois observadores em consenso, que classificaram o grau de visualização de 25 segmentos vasculares estabelecidos para análise, sem conhecimento da dose de gadolínio utilizada. RESULTADOS: Os segmentos vasculares proximais e de maior calibre foram as estruturas com melhor grau de visualização na maioria da amostra em estudo. O tronco celíaco, a artéria hepática comum, a artéria esplênica, a croça e terço médio da artéria mesentérica superior, a veia porta, a veia esplênica e a veia mesentérica superior apresentaram grau 2 de visualização em mais de 70% da amostra. Quanto à comparação das diferentes dosagens, não houve diferença significante (p < 0,05) no grau de visualização das diversas estruturas analisadas entre os grupos dose simples e dose dupla, com uma exceção isolada: na avaliação da artéria hepática direita (p = 0,008), o grupo dose simples apresentou maior freqüência de visualização grau 2, com valor significante. CONCLUSÃO: O grau de visualização dos segmentos vasculares hepatomesentéricos pela angio-RM com contraste é elevado, sendo maior nos segmentos proximais e de maior calibre. A comparação entre os grupos que utilizaram dose simples e dupla de contraste demonstrou resultados semelhantes.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a reprodutibilidade da ressonância magnética e a concordância entre a ultra-sonografia e a ressonância magnética na classificação da fibrose periportal em pacientes esquistossomóticos, segundo os critérios qualitativos de Niamey. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo e duplo-cego, entre fevereiro de 2005 e junho de 2006, em 20 pacientes (10 homens e 10 mulheres, idades entre 24 e 60 anos, média de 42,75 anos) com diagnóstico de esquistossomose mansônica. As imagens de ultra-sonografia e de ressonância magnética foram avaliadas por dois examinadores experientes de forma independente. Foi medida a concordância interobservador para a ressonância magnética e entre a ressonância magnética e a ultra-sonografia. RESULTADOS: A ressonância magnética apresentou resultados concordantes entre os observadores em 14 pacientes (70%). Quando comparamos a ressonância magnética com a ultra-sonografia, obtivemos concordância em apenas seis pacientes pelo observador 1 (30%) e em oito pacientes pelo observador 2 (40%). CONCLUSÃO: A ressonância magnética tem boa reprodutibilidade na avaliação de fibrose periportal em pacientes com esquistossomose avançada, porém sua concordância com a ultra-sonografia é fraca.
Resumo:
OBJETIVO: Medir a sensibilidade e a reprodutibilidade da ultra-sonografia na detecção de nódulos sideróticos esplênicos em pacientes esquistossomóticos, tendo a ressonância magnética como padrão de referência. MATERIAIS E MÉTODOS: Na primeira fase do trabalho, 21 pacientes portadores de esquistossomose na forma hepatoesplênica com diagnóstico de nódulos sideróticos à ressonância magnética foram submetidos a avaliação ultra-sonográfica para a determinação da sensibilidade do método. Na segunda fase, com o objetivo de avaliar a reprodutibilidade da ultra-sonografia na detecção e na quantificação de nódulos sideróticos (A: 1-5 nódulos; B: 6-20 nódulos; C: mais de 20 nódulos), outros 30 pacientes esquistossomóticos foram submetidos a avaliação ultra-sonográfica de forma cega e independente por dois observadores. A reprodutibilidade foi medida por meio da concordância entre os observadores e do teste kappa. RESULTADOS: A sensibilidade da ultra-sonografia foi de 95,2% (intervalo de confiança a 95% [77,3%; 99,2%]). A concordância entre ultra-sonografia e ressonância magnética para a detecção de nódulos sideróticos foi de 96,7% (intervalo de confiança a 95% [82,8%; 99,9%]). Para a classificação dos nódulos conforme a sua quantificação, o índice kappa demonstrou concordância interobservador substancial (kappa = 0,67). CONCLUSÃO: A ultra-sonografia é um método que apresenta elevada sensibilidade e boa precisão para a avaliação de nódulos sideróticos esplênicos.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a reprodutibilidade do ultra-som Doppler na quantificação do volume de fluxo portal em pacientes esquistossomóticos. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo, transversal, observacional e autopareado, avaliando 21 pacientes portadores de esquistossomose hepatoesplênica, submetidos a mensuração do fluxo portal pelo ultra-som Doppler por três observadores, de forma independente, sendo calculada a concordância entre estes, dois a dois, pelo coeficiente de correlação intraclasse, teste t-pareado e grau de linearidade de Pearson. RESULTADOS: A concordância interobservador foi excelente. O coeficiente de correlação intraclasse variou entre 80,6% e 93,0% (IC a 95% [65,3% ; 95,8%]), com coeficiente de correlação de Pearson variando entre 81,6% e 92,7% e sem diferença estatisticamente significante entre os observadores quanto à média do fluxo portal mensurado pelo ultra-som Doppler (p = 0,954 / 0,758 / 0,749). CONCLUSÃO: O ultra-som Doppler é um método confiável para quantificar o fluxo portal em pacientes portadores de hipertensão porta de origem esquistossomótica, apresentando boa concordância interobservador.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a concordância entre o ultrassom Doppler e a ressonância magnética e a reprodutibilidade interobservador desses métodos na quantificação do volume de fluxo portal em indivíduos esquistossomóticos. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado estudo transversal, observacional e autopareado, avaliando 21 pacientes portadores de esquistossomose hepatoesplênica submetidos a mensuração do fluxo portal por meio de ressonância magnética (utilizando-se a técnica phase-contrast) e ultrassom Doppler. RESULTADOS: Observou-se baixa concordância entre os métodos (coeficiente de correlação intraclasse: 34,5% [IC 95%]). A reprodutibilidade interobservador na avaliação pela ressonância magnética (coeficiente de correlação intraclasse: 99,2% [IC 95%] / coeficiente de correlação de Pearson: 99,2% / média do fluxo portal = 0,806) e pelo ultrassom Doppler (coeficiente de correlação intraclasse: 80,6% a 93,0% [IC 95%] / coeficiente de correlação de Pearson: 81,6% a 92,7% / média do fluxo portal = 0,954, 0,758 e 0,749) foi excelente. CONCLUSÃO: Há uma baixa concordância entre o ultrassom Doppler e a ressonância magnética na mensuração do volume de fluxo na veia porta. A ressonância magnética e o ultrassom Doppler são métodos reprodutíveis na quantificação do fluxo portal em pacientes portadores de hipertensão porta de origem esquistossomótica, apresentando boa concordância interobservador
Resumo:
O cone medular é frequentemente acometido por lesões de etiologia inflamatória e infecciosa, muitas vezes de difícil diferenciação devido a história clínica e exame físico semelhantes entre as diversas entidades. A ressonância magnética apresenta alta sensibilidade na detecção de lesões no cone medular e tem importante papel no diagnóstico e controle evolutivo. Este ensaio iconográfico com casos selecionados dos arquivos do nosso serviço tem como objetivo demonstrar achados de imagem que possam auxiliar no diagnóstico de uma etiologia específica entre as doenças inflamatórias e infecciosas e na diferenciação com doenças de outras etiologias como neoplasias e causas vasculares. Características como padrão de realce, presença de cistos, edema, além do acometimento de outras regiões do sistema nervoso central são importantes para esta diferenciação, podendo definir uma etiologia específica quando associadas ao quadro clínico e laboratorial.
Resumo:
Foram estudados, no período de 1987 a 1991, trinta doentes esquistossomóticos submetidos anteriormente a operações não descompressivas para tratamento da hemorragia digestiva alta, e que apresentaram recidiva hemorrágica. Através de endoscopia digestiva alta, ultra-sonografia abdominal e estudo angiográfico, procurou-se determinar o local do novo sangramento e quais os possíveis fatores de recidiva hemorrágica presentes. Procurou-se também determinar a influência da cirurgia anterior no intervalo de tempo decorrido entre esta e o primeiro episódio de recidiva hemorrágica. Os autores concluem que as varizes esofágicas foram significativamente o local mais freqüente do sangramento nas recidivas hemorrágicas (86,7%); que a úlcera péptica gástrica (13,3%), a não desvascularização gastroesofágica (30%), a desvascularização incompleta (16,7%) ou a trombose da veia porta (26,7%) estão presentes na maioria dos casos de recidiva hemorrágica; e que a associação da desvascularização gastroesofágica à esplenectomia não alterou o intervalo médio de tempo decorrido entre a cirurgia anterior e o primeiro episódio de recidiva do sangramento.