346 resultados para Mycobacterium kansasii
Resumo:
A sorologia utilizando o antígeno espécie-específico do Mycobacterium leprae, PGL-I, pode ser um marcador de carga bacteriana em pacientes com hanseníase. Estudos identificaram potencial de uso da sorologia na classificação de pacientes para fins de tratamento, monitoramento de terapia, risco de recidiva e na seleção dos contatos com maior risco de adoecer. Foi realizada uma revisão sistemática e 26 artigos foram incluídos na análise comparativa. Avaliamos os resultados do uso da sorologia PGL-I em diferentes situações, suas limitações e possíveis aplicações. Estudos mostraram eficácia da sorologia PGL-I na classificação de pacientes, monitoramento da terapia, e nas reações hansênicas como teste preditivo. Para diagnóstico precoce e seguimento de população de alto risco, as metodologias utilizadas ainda não demonstraram custo-benefício favorável, porém estudos indicam que a utilização do teste poderá influenciar positivamente nos programas de controle da hanseníase. Com técnicas simples e robustas, o uso da sorologia PGL-I é viável.
Resumo:
O ML Flow e o ELISA PGL-I são testes sorológicos que detectam anticorpos IgM contra o glicolipídio fenólico I específico do Mycobacterium leprae. Para avaliar o comportamento destes testes em áreas endêmica e não endêmica para hanseníase foram estudados 351 voluntários no Brasil e no Chile, incluindo pacientes com hanseníase, controles sadios, portadores de outras doenças infecciosas, não infecciosas e dermatoses que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase. O ponto de corte do ELISA foi estabelecido pelo método da Curva ROC (> 0,157). Em área endêmica, o ML Flow apresentou resultados positivos em 70% dos pacientes com hanseníase; o ELISA foi positivo em 53,3%. Em área não endêmica, o ML Flow foi negativo em todos os voluntários testados; o ELISA foi positivo em 4 voluntários. O ML Flow é um ensaio mais rápido, facilmente aplicável e, portanto, mais adequado para ser utilizado na Atenção Básica; o ELISA necessita, alem de uma infra-estrutura de laboratório adequada, pessoal treinado e especializado em sua execução.
Resumo:
As reações hansênicas são fenômenos imuno inflamatórios que ocorrem durante a evolução da hanseníase. Atualmente com os critérios de finalização de tratamento esta intercorrência pode ser observada após a alta da poliquimioterapia. Trata-se de um estudo caso-controle onde foram comparados, laboratorialmente, os casos de reação hansênica após alta da poliquimioterapia multibacilar (PQT/MB) com o grupo controle para analisar a possível associação entre a reação hansênica após alta e a carga bacilar, utilizando o ML Flow, teste sorológico para detecção de anticorpos contra o Mycobacterium leprae, e os resultados das baciloscopias cutâneas. O estudo foi realizado em dois serviços de referência na cidade de Recife - Pernambuco - Brasil, onde participaram 208 pacientes. Os resultados encontrados indicam que a reação após alta está estatisticamente associada à carga bacilar através da positividade do teste sorológico após alta. Conclui-se que existem fatores de riscos comuns entre a recidiva e a reação após alta.
Resumo:
Tatus têm sido envolvidos na transmissão da hanseníase e considerados como fonte de Mycobacterium leprae em muitas publicações. Médicos de partes dos EUA consideram o contato com tatus um fator de risco para hanseníase. Entretanto, há um desafio associado ao papel do tatu na perpetuação da hanseníase no Continente Americano. Foi pesquisada a presença de anticorpos anti-PGL-I em tatus selvagens de áreas endêmicas em hanseníase do Estado do Espírito Santo, Brasil, através de ELISA realizado em amostras de soro de 47 animais. Elisa positivo foi encontrado em 5 (10.6%) tatus. Tatus infectados podem ter algum papel na transmissão da hanseníase disseminando bacilos no meio ambiente, talvez tornando mais difícil a interrupção da cadeia de transmissão e redução do número de casos novos de hanseníase. A técnica de ELISA é um eficiente método para investigação soroepidemiológica da presença do Mycobacterium leprae em tatus.
Resumo:
O diagnóstico da hanseníase se baseia em manifestações clínicas e não existe teste laboratorial para diagnosticar casos assintomáticos ou para prever progressão da doença entre indivíduos expostos. Novas análises genômicas comparativas in silico e ferramentas de biologia molecular têm sido empregadas para revelar proteínas exclusivas do Mycobacterium leprae que apresentem potencial aplicação diagnóstica. A hanseníase tuberculóide paucibacilar (PB) apresenta baixo nível de anticorpos e forte resposta imune celular (RIC) tipo Th1/interferon gamma (IFN-γ). A doença lepromatosa multibacilar (MB) apresenta sorologia positiva e fraca RIC. Portanto, testes laboratoriais para diagnosticar hanseníase PB e MB devem contemplar testes de RIC e sorologia. Proteínas recombinantes do Mycobacterium leprae sorologicamente reativas podem ser incorporadas ao antígeno PGLI para melhorar o diagnóstico sorológico de pacientes MB. Proteínas recombinantes e peptídeos sintéticos do Mycobacterium leprae têm sido testados em ensaios de RIC/IFN-γ para diagnosticar casos PB. Sorologia anti-PGLI modificada incorporando novos antígenos do Mycobacterium leprae e ensaios baseados na RIC/produção de IFN-γ devem permitir a detecção precoce de casos MB e PB em países endêmicos.
Resumo:
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa espectral que acompanha-se por uma série de eventos imunológicos desencadeados pela resposta do hospedeiro frente ao agente etiológico, o Mycobacterium leprae. Evidências sugerem que a indução e manutenção da resposta imune/inflamatória na hanseníase estão vinculadas a interações de múltiplas células e fatores solúveis, particularmente através da ação de citocinas. Nesse estudo, foram mensurados níveis de IL-1β e IL-1Ra de 37 casos novos de hanseníase acompanhados ao longo do tratamento e 30 controles sadios pelo teste ELISA. A coleta de sangue periférico foi realizada em quatro tempos para os casos de hanseníase (pré-tratamento com PQT, 2ª dose, 6ª dose e pós-PQT) e em único momento para os controles. Na comparação dos níveis das moléculas de casos no pré-PQT e controles, houve diferença estatisticamente significativa somente para IL-1β. Nossos resultados sugerem a participação dessa citocina no processo imune/inflamatório.
Resumo:
Foram analisados retrospectivamente os registros (2000 a 2004) do Laboratório de Microbiologia do Instituto Adolfo Lutz de Santos, SP referentes a pacientes infectados pelo virus da imunodeficiência humana com suspeita de tuberculose pulmonar. Foram encaminhadas 1.321 amostras com finalidade de diagnóstico, correspondendo a 880 casos suspeitos de tuberculose em 693 pacientes. Cento e trinta e quatro baciloscopias foram positivas e em 188 culturas houve crescimento de micobactérias, correspondendo a 161 casos confirmados. Houve identificação de Mycobacterium tuberculosis em 126 (78,3%) e micobactérias não tuberculosas em 39 (24,2%). Em quatro casos, houve concomitância de Mycobacterium tuberculosis e micobactérias não tuberculosas (porém em amostras distintas). O perfil de sensibilidade às drogas antituberculose revelou 18 (14,3%) casos de resistência a pelo menos um medicamento. Estes resultados reforçam a necessidade de submeter à rotina laboratorial completa - baciloscopia, cultura com identificação e testes de sensibilidade às drogas - as amostras respiratórias de pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana com suspeita de tuberculose para direcionamento terapêutico adequado.
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O trabalho visou à otimização de um método baseado na reação em cadeia da polimerase multiplex - para diferenciação de micobactérias de interesse para a saúde pública. A PCR Multiplex baseou-se na amplificação simultânea do genehsp65, presente em todo gênero Mycobacterium, do gene dnaJ, presente apenas em Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium avium e da sequência de inserção IS6110 presente no complexo Mycobacterium tuberculosis, gerando amplicons de 165pb, 365pb e 541pb, respectivamente. O limite de detecção foi de 1fg para o alvo hsp65, 100pg para o dnaJ e 0,1fg para o IS6110. A PCR multiplex detectou até 100pg de DNA de Mycobacterium tuberculosis. O sistema demonstrou ser específico e sensível na detecção de Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium bovis, Mycobacterium avium e Mycobacterium smegmatis. Os resultados obtidos utilizando cepas de referência demonstraram que a PCR multiplex pode ser uma ferramenta rápida, sensível e específica na diferenciação de micobactérias.
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Leprosy and human T cell lymphotropic virus type 1 infection are prevalent in Brazil. Coinfection by Mycobacterium leprae and HTLV-1 is reviewed and a case is reported. A 59 year-old woman was followed and HTLV-1 associated myelopathy was diagnosed during leprosy treatment. The clinical and neurological aspects of this unusual association were initially reviewed. Immunological markers and the possible prognoses due to the association of the diseases were discussed. The unexpected association of leprosy and HTLV-1 associated myelopathy may occur in endemic areas and causes difficulties in determining the correct diagnosis and adequate management of the neurological manifestations.
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INTRODUÇÃO: Entre os Suruí de Rondônia foram registradas incidências médias de TB > 2.500/100.000 habitantes, entre 1991-2002. Aproximadamente 50% desses casos foram notificados em < 15 anos. MÉTODOS: Trata-se de um estudo clínico-epidemiológico que teve como objetivo descrever as características clínico-radiológicas em crianças e adolescentes identificados como contatos de doentes de TB. Além disto, aplicar o sistema de pontuação para o diagnóstico de TB na infância e verificar se as condutas adotadas no nível local foram concordantes com as diretrizes nacionais. RESULTADOS: Foram analisados 52 Rx de 37 indígenas. Deste conjunto, 48,1% foram normais e 51,9% anormais. Alguns dos Rx apresentaram duas ou mais alterações, totalizando 36 eventos independentes. Observou-se infiltrados (38,9%), calcificações (38,9%), cavitações (11,1%) e atelectasias/derrame pleural (11,1%). Nas imagens anormais, 22,2% eram TB provavelmente ativa e 33,3% sequelas. A confrontação com as diretrizes constatou 52,6% de condutas discordantes. CONCLUSÕES: A presença da infecção tuberculosa latente (ITBL) e TB ativa, entre crianças e adolescentes, são indicadores de transmissão ativa e continuada do Mycobacterium tuberculosis. Os Rx mostrando alta frequência de infiltrados e calcificações é compatível com primo-infecção em idade precoce. Entretanto, essas alterações não são diferentes daquelas observadas entre outros grupos, não sugerindo comprometimento imunológico. As discordâncias apontadas indicam que o momento ideal para o tratamento da ITBL passou despercebido. Conclui-se que é fundamental a utilização do sistema de pontuação para o correto diagnóstico de TB na infância, assim como a realização de baciloscopia e cultura de escarro em adolescentes capazes de expectorar.
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INTRODUCTION: The present study was designed to investigate a possible role of HLA (histocompatibility leucocyte antigen) class-I alleles (HLA-A, -B, and -C) in leprosy patients from Southern Brazil. METHODS: Two hundred and twenty-five patients with leprosy and 450 individuals for the control group were involved in this research. HLA genotyping was performed through PCR-SSO protocols (One Lambda, USA); the frequency of these alleles was calculated in each group by direct counting, and the frequencies were then compared. RESULTS: There was an association between HLA-A*11 (6.9% vs 4.1%, p=0.0345, OR=1.72, 95% CI=1.05-2.81), HLA-B*38 (2.7% vs. 1.1%, p=0.0402, OR=2.44, 95% CI=1.05-5.69), HLA-C*12 (9.4% vs. 5.4%, p=0.01, OR=1.82, 95% CI=1.17-2.82), and HLA-C*16 (3.1% vs. 6.5%, p=0.0124, OR=0.47, 95% CI=0.26-0.85) and leprosy per se. In addition, HLA-B*35, HLA-C*04, and HLA-C*07 frequencies were different between lepromatous (LL) and tuberculoid (TT) patients. However, after adjusting for the number of alleles compared, Pc values became nonsignificant. CONCLUSIONS: Although our results do not support the previous findings that HLA class-I alleles play a role in leprosy pathogenesis, we suggest new studies because of the importance of the association between the HLA and KIR in the innate immune response to leprosy.
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INTRODUCTION: Leprosy is an infectious disease caused by Mycobacterium leprae. The aim of this study was to describe the epidemiological, clinical, and operational aspects of leprosy carriers. METHODS: A cross-sectional study leprosy patients assisted in São Luis, MA, was performed. RESULTS: Of the 85 cases analyzed, 51.7% were male participants, and 60% were brown. Concerning the age, 54.8% of women were between 35 and 49 years, and 57.6% of men were between 20 and 34 years. Lepromatous leprosy was found in 42.3% of cases, and the multibacillary form was found in 72.9%. The skin smear was positive in 42.3%. The occurrence of reaction was found in 43.5% of cases, and 83.5% had no Bacillus Calmette-Guérin scar. Leprosy in the family was reported by 44.7% of the patients. Most of the individuals (96.4%) lived in houses made of brick with more than three rooms (72.6%) and two persons per room (65.1%). Concerning the level of education, 41.4% of women and 34.1% of men had more than one to three years of education. The most evaluated age group in the beginning of the treatment was that of 35 to 49 years with a Grade 0 incapability (64.5%), and that in the end was the age group of 20 to 34 (29.9%) with Grade 0, 30.7% Grade 1, and 11.5% Grade 2. CONCLUSIONS: The frequency of multibacillary forms found in this study and the cases in family members point out delayed diagnoses. Thus, early diagnosis and appropriate treatment are important in decreasing the outcome of disabilities.
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Interleukin 8 (CXCL8) is an autocrine chemokine specific for the chemoattraction and activation of granulocytes, NKT cells and T lymphocytes. Patients with tuberculosis and latent Mycobacterium tuberculosis infection were assessed for the spontaneous expression of CXCR1 (CD128) and CXCR2 on lymphocytes and monocytes. Compared with ex vivo profiles, increased spontaneous CXCR2 expression and normal CXCR1 expression were found on lymphocytes in two out of 59 individuals. Monocytes showed normal ex vivo profiles for both receptors. After stimulation with purified protein derivative, the in vitro levels of CXCL8 were below the median levels of all patients with prior tuberculosis. Spontaneous CXCR2 modulation did not cause notable variation in the in vitro levels of CXCL8.
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INTRODUCTION: Tuberculosis (TB) control is linked to the availability of qualified methods for microbiological diagnostics; however, microscopy with limited sensitivity is the only method available in many locations. The objective of this study was to evaluate the introduction of culture, drug susceptibility testing (DST), and genotyping in the routine of a Municipal Program of Tuberculosis Control. METHODS: Direct microscopy of sputum and culture in Ogawa-Kudoh were performed on 1,636 samples from 787 patients. DST of positive cultures was performed by resazurin microtiter assay and genotyping by mycobacterial interspersed repetitive units-variable number tandem repeat. RESULTS: A total 91 patients with TB were identified. The culture increased case detection by 32% compared with the microscopy; acquired resistance was 3.3% and the genotyping showed high genetic diversity. CONCLUSIONS: Ogawa-Kudoh contributed significantly to the increase in case detection and is suitable for implementation in poor-resource locations. The acquired resistance rate was lower than that reported in a recent Brazilian survey. The high genetic diversity is possibly related to the high TB prevalence in the population, as well as to early detection and suitable treatment of patients. The interaction between research and health care is important for reorienting the practice, transferring technology, and improving TB control.
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INTRODUCTION: This study evaluated the intracellular profile of interleukin-2 (IL-2), interleukin-4 (IL-4), interleukin-10 (IL-10) and interferon-γ (IFN-γ) in peripheral blood mononuclear cells (PBMCs) from leprosy patients based on oral infections presence to determine whether these coinfections could be associated with pro-inflammatory activity in leprosy. METHODS: Leprosy patients regardless of clinical form and specific leprosy treatment (n=38) were divided into two groups: Group I - leprosy patients with oral infections (n=19), and Group II - leprosy patients without oral infections (n=19). Non-leprosy patients presenting oral infections were assigned to the control Group (n=10). Intracellular IL-2, IL-4, IL-10 and IFN-γ production was evaluated by flow cytometry (FACS) before and 7 days after controlling the oral infection in the Group I, before and 7 days after dental prophylaxis in the Group II, and during oral infection process in control Group. RESULTS: Low percentages of CD3+ lymphocytes bearing IL-2, IL-10 and IFN-γ were observed in the Group I and Group II at baseline and 7 days after therapy or prophylaxis compared to controls. Group I showed reduced percentages of IL-4 at baseline and 7 days after therapy compared to controls, or at baseline of Group II, and the Group II showed reduced percentages of CD3+ cells bearing IL-4 compared to control. An increase of the percentages of CD3+cells bearing IL-4 was observed in the Group I after the oral infections treatment. CONCLUSIONS: The occurrence of oral infections favors the intracellular cytokines expression and, probably, the inflammatory reaction operating as a stimulatory signal triggering the leprosy reactions.