395 resultados para ISQUEMIA MIOCÁRDICA
Resumo:
Seiscentos e setenta e dois pacientes, classificados em 4 estratos de 168 cada um, foram avaliados no quarto mês após revascularização miocárdica, por cirurgia de ponte de safena e/ou implantação de artéria mamária e angioplastia transluminal coronária com o intuito de verificar se retornaram ou não ao trabalho, e em que condições o fizeram. Os quatro estratos foram compostos segundo a ocupação/qualificação da seguinte forma: I- executivos; II-profissionais de nível universitário; III- técnicos de nível médio; IV- profissionais não ou semi qualificados. Objetivou-se verificar como as variáveis demográficas, educacionais, ocupacionais, procedimentos e suporte pós-operatório interferiram no retomo ao trabalho. Os resultados mostraram que o não-retorno aconteceu, em média, em 20,8% dos casos. Em cada um dos estratos, a proporção de não-retorno foi a seguinte: I = 11,9%; II= 15,5%; III= 26,2% e IV= 29,8%. Verificou-se naqueles submetidos à angioplastia que a proporção de não-retorno foi significativamente menor.
Resumo:
Objetivou-se testar a associação do diabetes mellitus com a doença isquêmica do coração, procedendo-se ao ajustamento simultâneo para possíveis variáveis de confusão e/ou modificadoras de efeito. O estudo foi planejado sob a forma de um desenho tipo caso-controle, a coleta de dados estendeu-se de março de 1993 a fevereiro de 1994. Utilizou-se a estratégia de compor três bancos de dados que permitiram a realização do estudo em duas bases populacionais: uma base primária e uma base secundária. A amostra total foi composta por 833 indivíduos de ambos os sexos, na faixa etária de 30 a 69 anos completos, sendo todos residentes no município de São Paulo. A técnica estatística utilizada para a análise dos dados foi a regressão logística multivariada. Os resultados permitiram identificar que o diabetes mellitus não se constituiu em fator de risco independente para a doença isquêmica do coração, nas duas bases populacionais estudadas. Por outro lado, foi possível identificar, de forma consistente, um efeito independente para as variáveis hipertensão arterial, hipercolesterolemia, hábito de fumar e antecedentes familiares de cardiopatia. As interações consideradas de interesse, combinando-se história positiva de diabetes com as categorias de exposição de outras variáveis, não apresentaram significância estatística. São apresentadas algumas razões de ordem metodológica que exerceriam influência sobre a magnitude das medidas de efeito em diferentes bases populacionais. Conclui-se que o desaparecimento da associação diabetes x doença isquêmica do coração foi decorrente da presença, nos modelos, de potentes fatores de risco.
Resumo:
El objetivo de este trabajo fue comprobar si una de las variables medio-ambientales, la reinfección, puede modificar el comportamiento observado en un modelo de rata a nivel de parasitemia, anticuerpos séricos, manifestaciones electrocardiográficas y/o lesión miocárdica. Los grupos experimentales fueron: GI: ratas infectadas al destete con 1 x 10(6) T. cruzi; GR: igual a GI más reinfecciones cada 30 días hasta los 150 días post-infección inicial (p.i.i.); GI1 ratas de 51 días infectadas; GT: testigos. Se detectó parasitemia alta en GI y GR hasta los 20 días p.i.i. tendiendo a negativizarse al día 30. En GR no se observaron parásitos despúes del primer reinóculo, resistencia que no es debida sólo a la mayor edad del huésped pués hubo parasitemia en GI1. Los xenodiagnósticos fueron negativos en los tres grupos. Los anticuerpos séricos no se modificaron significativamente en GR respecto de GI, salvo en los anticuerpos 7S, pues los del GR presentaron títulos superiores en algunos de los días estudiados. Los ECG basales no mostraron cambios distintivos en las ratas infectadas. La prueba de ajmalina mostró una disminución de la FC independiente del tratamiento; el PR, QaT y QRS se prolongaron significativamente en todos los grupos respecto del basal (p < 0.05), salvo el QaT en el GT; además, el cambio de PR y QaT fue mayor en los infectados (p < 0.05). En los grupos infectados hubo también una amplia variación en la orientación del eje eléctrico respecto del valor basal, acompañado de cambios morfológicos más manifiestos en GR. La proporción de lesión cardíaca detectada histológicamente en los grupos infectados, fue significativamente superior a la del GT (p < 0.01). Se concluye que la reinfección no reproduce el cuadro agudo inicial y no modifica el tipo y grado de lesión cardíaca observada histológicamete. La prueba de ajmalina muestra cambios electrocardiográficos compatibles con daño miocárdico incipiente en las ratas infectadas y sugieren mayor compromiso en el grupo reinfectado.
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivos estimar a freqüência das formas músculo-cutánea e visceral da cisticercose em exames anátomo-patológicos e necrópsias realizados em Brasilia, Distrito Federal (estudo retrospectivo) e diagnosticar a cisticercose músculo-cutânea em pacientes residentes na mesma região geográfica (estudo prospectivo). Em 64.911 protocolos de exames anátomo-patológicos, o diagnóstico de cisticercose foi observado em 30 (0,05%), sendo que em 27 (90,0%) os cistos estavam nos tecidos músculo-cutâneo-mucoso, em 1 (3,3%) em gânglio e em 2 (6,7%) no sistema nervoso central. Entre aqueles com cistos nos tecidos músculo-cutâneo-mucoso 2 (7,4%) tinham cisticercos em língua. Em 1520 protocolos de necrópsia, encontraram-se 25 (1,6%) com diagnóstico de cisticercose, sendo: 24(96,0%) com neurocisticercose, seja isolada ou associada a outras formas da doença; e 2 (8,0%) com cisticercos em coração, 2 (8,0%) em músculo esquelético e 1 (4,0%) em fígado, seja isolados ou associados a outras localizações do parasito. Foram também examinados 1122 indivíduos, realizando-se em todos eles as reações sorológicas de imunofluorescência indireta e ELISA para cisticercose e a investigação radiológica de partes moles e crânio. Encontraram-se 59 (5,3%) com ambas reações sorológicas reagentes (10 entre eles com o diagnóstico de cisticercose confirmado por biópsias); e 32 (2,8%) com calcificações nas radiografias de partes moles e/ou crânio, mas apresentando ambas reações sorológicas não-reagentes. Entre os pacientes com os testes imunológicos reagentes, a neurocisticercose foi diagnosticada em 39 (66,1%), a cisticercose muscular em 25 (42,4%); a cutânea em 12 (20,3%); e a visceral em 2 (3,4%), sendo em 1 (1,7%) ovariana e em 1 (1,7%) miocárdica, pleural e renal. Os resultados permitem concluir que a forma músculo-cutânea é observada freqüentemente entre pacientes com cisticercose residentes em Brasília. A forma visceral também foi encontrada, com os cisticercos localizados em diferentes órgãos, sendo que os pacientes afetados não apresentavam as manifestações clínicas.
Resumo:
Os autores realizaram a prova do esforço sub-máximo em 30 portadores da forma indeterminada da doença de Chagas e em 30 normais, a fim de avaliar a capacidade física e a função miocárdica. Os resultados não mostraram diferenciação do grupo positivo e do controle negativo, quanto a queixas, freqüência cardíaca ou respiratória, tensão arterial, consumo de oxigênio e alterações eletrocardiográficas.
Resumo:
O estudo de 724 pacientes chagásicos crônicos mostrou que a insuficiência cardíaca congestiva é mais freqüente e de aparecimento mais precoce nos pacientes de raça negra do que nos brancos. A ocorrência de "megas" foi ligeiramente inferior nos chagásicos negros não sendo estatisticamente significativa a diferença observada. A maior freqüência de insuficiência cardíaca nos pretos parece estar relacionada a características biológicas do tecido conjuntivo que condicionam uma resposta fibrosante mais acentuada no miocârdio agredido pela Tripanossomose. Estas observações estariam de acordo com outros estudos sobre a doença de Chagas que admitem ser a denervação o fator mais importante para o aparecimento dos "megas" e a inflamação com fibrose miocârdica acentuada um elemento básico para explicar a insuficiência cardíaca.
Resumo:
O trabalho analisa 4.758 correlações sorológicas eletrocardiográficas feitas em populações rurais não selecionadas de 17 municípios da Zona Sul do Rio Grande do Sul. A sorologia baseou-se na reação de fixação de complemento para doença de Chagas e os ECG foram interpretados segundo critérios da American Heart Association. 330 ECG alterados pertenciam aos 803 indivíduos soropositivos (41,1%) e 1.287 aos 3.955 soronegativos (32,5%). O gradiente de 8,5% a favor dos positivos mostrou-se significativo a nível de p < 0,001. As alterações acompanhadas por diferenças significativas entre positivos e negativos foram justamente aquelas consideradas características de miocardiopatia chagásica (BCRD, HBDAE, extrassistolia ventricular, alterações de ST eTe áreas de necrose e/ou fibrose. Estes fatos permitem concluir que a infecção pelo Trypanosoma cruzi é fator importante de agressão miocárdica numa parcela significativa da população rural da área endêmica de doença de Chagas no Rio Grande do Sul.
Resumo:
Dois experimentos foram realizados para estudar o efeito da intoxicação crônica com o etanol (solução a 7% como única fonte de líquido) sobre a evolução da infecção pelo T. cruzi em camundongos: (1) animais após 60 dias de infecção com cepa miotrópica do T. cruzi foram submetidos à intoxicação crônica com o etanol durante 6 meses; (2) animais cronicamente intoxicados com etanol durante 5 meses foram infectados com a mesma cepa do T. cruzi e, continuando a ingestão do etanol, foram acompanhados até 45 dias após a infecção. Os animais infectados e tratados com etanol apresentaram, em relação aos que não ingeriram álcool etílico: (a) mortalidade semelhante nos dois experimentos; (b) parasitemia mais alta na fase aguda e parasitemia patente mais freqüente na fase crônica; (b) miocardite com exsudato inflamatório menos intenso e fibrose miocárdica mais extensa na fase crônica; (c) no músculo esquelético, miosite menos intensa e arterite com trombose hialina menos freqüente.
Resumo:
Foi feito o estudo quantitativo de mastócitos e de granulócitos eosinófilos no miocárdio de 40 ratos albinos Wistar. Trinta animais encontravam-se nafase tardia da infecção (8º mês) produzida pelas cepas São Felipe, Y e Colombiana do Trypanosoma cruzi, e apresentavam graus variáveis de miocardite crônica; 10 ratos serviram como controles. Miocardite crônica fibrosante (fibrose) ocorreu em 40% dos animais infectados e detectou-se aumento do número de mastócitos nos animais, chagásicos, o qual se associou à infecção mas não à fibrose miocárdica. Não se constatou aumento do número de eosinófilos.
Resumo:
Relata-se caso de hanseníase virchowiana diagnosticada à necropsia, com alterações cardíacas causadas diretamente por micobactérias, em homem de 34 anos portador de miocardiopatia crônica chagásica. Enfatiza-se o possível papel de mediadores inflamatórios na gênese da disfunção miocárdica; bem como a possibilidade de que fatores associados à insuficiência cardíaca, como esplenomegalia congestiva e infartos esplênicos, possam causar imunodepressão, predispondo à infecção generalizada.
Resumo:
No Estado do Ceará (1992 a 2002), 16 casos de envenenamento com o Thalassophyne nattereri ocorreram no litoral, a maioria (87,5%) em praias de Fortaleza e 12,5% do interior. Noventa e quatro por cento eram do sexo masculino e 6% feminino. Com relação à idade, 75% estavam na faixa etária de 21 a 40 anos, 19% entre 41 e 60 anos e 6% entre 1 a 10 anos. O tempo de exposição foi de 1 a 5 horas (4), 6 a 12 (3), mais de 12 horas (4), 5 pacientes não informaram o tempo decorrido entre o acidente e o atendimento. Manifestações clínicas observadas foram dor, edema local, isquemia transitória, parestesia, equimose e sensação de queimação local. O tratamento consistiu de antiinflamatórios e analgésicos. Em alguns casos, foram usados anestésicos, água morna, debridamento cirúrgico e anti-histamínicos. Em 75% dos casos, observou-se cura confirmada e em 12% a cura não foi confirmada, em dois a evolução foi ignorada. Provavelmente, o número de acidentes ocorridos é maior do que o encontrado devido a subnotificação.
Resumo:
Estudos mostram que anticorpos IgG agonistas muscarínicos, de pacientes chagásicos, alteram a atividade elétrica de células cardíacas in vitro. Outros consideram sua presença, e a da síndrome do nódulo sinusal, conseqüências da lesão cardíaca progressiva. Objetivou-se avaliar a relação entre os anticorpos e as disfunções nodal e ventricular esquerda, em 65 pacientes chagásicos crônicos divididos em grupo I, composto de 31 pacientes portadores da síndrome do nódulo sinusal, e grupo II, de não portadores. A análise dos dados, pelo modelo log linear, mostrou uma interdependência entre a disfunção do nódulo sinusal e os anticorpos (p=0,0021) e entre a disfunção nodal e a ventricular (p=0,0005), mas não houve relação entre esta última e os anticorpos. Idade e sexo não tiveram influência sobre as outras variáveis. Chagásicos crônicos com a síndrome do nódulo sinusal têm maior prevalência de anticorpos agonistas muscarínicos, independentemente da presença de disfunção miocárdica.
Resumo:
Homem de 36 anos, com quadro de estenose aórtica crítica e choque cardiogênico refratário, foi submetido a valvuloplastia aórtica por balão como procedimento de salvamento, seguindo-se compensação clínica, o que possibilitou a realização de cirurgia de troca valvar aórtica no 48º dia após esse procedimento. O acompanhamento clínico e ecocardiográfico demonstrou melhora funcional significativa até o presente, oito meses após a cirurgia. A valvuloplastia aórtica por balão constitui opção terapêutica de salvamento em pacientes com estenose aórtica grave e elevado risco cirúrgico, servindo como ponte para a cirurgia de troca aórtica ou transplante cardíaco. A cirurgia de troca aórtica deve ser considerada, mesmo em pacientes com disfunção ventricular grave, reservando-se o transplante cardíaco aos pacientes em que se supõe depressão muito acentuada e irreversível da contratilidade miocárdica.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a estrutura e função do ventrículo esquerdo (VE) e a rigidez arterial em portadores de diabetes mellitus tipo II. MÉTODOS: Foram estudados 13 doentes diabéticos de ambos os sexos (55±8 anos) sem outras doenças. A estrutura e função do VE foram avaliadas por meio de ecodopplercardiografia associada à monitorização não invasiva da pressão arterial (PA). Os resultados foram comparados aos obtidos em grupo de indivíduos normais de mesma idade (n=12). RESULTADOS: Não houve diferenças entre os grupos quanto a PA diastólica, dimensões das câmaras esquerdas e índices de função sistólica e diastólica. Os pacientes diabéticos apresentaram índice de massa do VE (101±10 vs 80±14g/m²; p<0,001) e índice de rigidez arterial sistêmica (0,86±0,26 vs 0,69±0,19mmHg/mL; p<0,05) significantemente maiores que os controles. CONCLUSÃO: O diabetes mellitus está associado a aumento da rigidez arterial sistêmica e esse fator poderia contribuir para seus efeitos adversos sobre o VE.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar o papel da doença arterial coronária (DAC) com comprometimento da artéria descendente anterior (ADA) na cardiomiopatia hipertrófica (CMH) e sua repercussão na evolução, visto ser controverso o significado da necrose e fibrose do septo interventricular (SIV) nesta cardiomiopatia. MÉTODOS: Entre 158 pacientes com CMH, selecionamos 6 (3,79%) com CMH e DAC com lesão obrigatória de ADA, sendo 4 homens, entre 52 e 70 (x= 65,16) nos, 4 com a forma obstrutiva da CMH. O tempo de diagnóstico da CMH foi de 78 a 182 (x=141) meses e da DAC de 1 dia a 106 (x= 42) meses. Os pacientes foram acompanhados com avaliações clínicas e exames complementares periódicos. RESULTADOS: A forma de apresentação da DAC foi em 5 com angina instável e um com infarto do miocárdio. A ADA estava comprometida entre 60 a 100%, sendo em um lesão única e nos 5 restantes com lesão em 2 ou mais vasos. Na evolução, 3 foram submetidos a revascularização miocárdica (RM), um associada a miomectomia septal, um a angioplastia e 2 somente a tratamento clínico. No período de observação de 76 a 124 meses após o diagnóstico da DAC, ocorreu um óbito. No fim do estudo observamos redução nos valores médios do SIV de 1,53 para 1,40cm, gradiente de pressão entre o corpo e a via de saída do ventrículo esquerdo (VE) de 56 para 15,75mmHg, com discreto aumento no diâmetro diastólico do VE de 4,55 para 4,85cm e do diâmetro sistólico de 2,83 para 3,13cm, sem alterar a dimensão do átrio esquerdo (4,13cm). CONCLUSÃO: A DAC da ADA é bem tolerada na CMH septal assimétrica, participando do processo fibrótico septal e melhorando o desempenho cardíaco, não representando problema adverso na evolução da CMH.