456 resultados para Filosofia das Ciências da Natureza
Resumo:
Pensador dos mais instigantes da atualidade, Giorgio Agamben explora, em boa parte de seus ensaios filosóficos, a significação excepcional que apresenta Auschwitz para a compreensão de nossa modernidade esclarecida, significação esta que Adorno foi um dos primeiros a acusar. Sob o pano de fundo dessa convergência temática existente entre os dois pensadores, empreende-se aqui uma apreciação das críticas que Agamben endereça à filosofia de Adorno. Seria justo recriminar a dialética negativa adorniana por não ter sido capaz de se libertar do pendor idealista da dialética hegeliana? Seria justo censurá-la por ter sucumbido a uma espécie de estetização do messianismo, como sentencia Agamben? Essas questões são respondidas em defesa de Adorno.
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O presente artigo versará sobre as articulações entre verdade e história no pensamento de Michel Foucault, e seu distanciamento da concepção originária e universalista de verdade. Acontecimento e diferença constituem conceitos decisivos para situar sua demarcação no domínio de estudo das ciências humanas, especialmente em seu primeiro grande livro, História da loucura na idade clássica.
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Para Hugo Grotius a propriedade era originalmente coletiva, e os homens tinham, de comum acordo, decidido dividi-la, o que havia feito nascer a propriedade privada. Como a propriedade privada devia ser garantida pelo governo, ela só podia ser uma emanação deste. O problema dessa análise, para John Locke, era que ela era perfeitamente compatível com o absolutismo, pois um monarca podia garantir essa propriedade. Como Locke funda a propriedade sobre a lei natural, sua teoria da prioridade refuta, ao mesmo tempo, as teorias de Sir Robert Filmer e de Grotius e Samuel Pufendorf. A teoria da propriedade de Locke garante, por fim, a liberdade dos indivíduos.
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O artigo comenta a presença do ceticismo na obra de Joaquim Maria Machado de Assis a partir da crítica que lhe faz Octávio Brandão em O niilista Machado de Assis, publicado em 1958. Brandão iguala os termos "ceticismo", "niilismo", "cinismo" e "pessimismo" para melhor desqualificar a obra de Machado de Assis. O artigo procura demonstrar que esses termos designam filosofias muito diferentes, reconhecendo o ceticismo em Machado para sustentar que seu valor artístico deriva precisamente deste ceticismo.
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Apresenta-se a interpretação oferecida por Bayle do ceticismo antigo: suas características, sua origem e a distinção entre pirrônicos e acadêmicos. Em seguida, discutem-se alguns aspectos importantes do ceticismo: sua concepção de ciência, sua conduta na vida prática e sua atitude em face da religião.
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O artigo retoma algumas etapas da elaboração do "eu"como fundamento da psuché na Antigüidade clássica. Parte de Homero, passa por Ésquilo e Sófocles, para chegar ao momento socrático.
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Parte da historiografia filosófica da segunda metade do século XIX se empenha em renovar a imagem de Parmênides de Eléia fixada pela tradição - filósofo do imobilismo, isolado, estranho e venerável - recuperando as relações estreitas que ele mantinha com as exigências da cultura de sua época. O propósito deste artigo é reconduzir Parmênides ao seu tempo, apontando o pensamento vivo de um homem que foi não apenas filósofo, mas também cientista e político de grande relevo.
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Plato's attitude toward the poets and poetry has always been a flashpoint of debate, controversy and notoriety, but most scholars have failed to see their central role in the ideal cities of the Republic and the Laws, that is, Callipolis and Magnesia. In this paper, I argue that in neither dialogue does Plato "exile" the poets, but, instead, believes they must, like all citizens, exercise the expertise proper to their profession, allowing them the right to become full-fledged participants in the productive class. Moreover, attention to certain details reveals that Plato harnesses both positive and negative factors in poetry to bring his ideal cities closer to a practical realization. The status of the poet and his craft in this context has rarely to my knowledge been addressed.
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Este artigo enfoca o uso do termo diégesis em República 392d, concluindo que não deve ser entendido simplesmente como "narrativa", mas abrange outras formas de exposição conduzidas por um diegetés. Ressalta ainda que a diégesis, a que se reduz tudo quanto dizem mitólogos e poetas, é um gênero de discurso relevante também para a transmissão dos lógoi socráticos, o que poderia explicar a necessidade de reflexão, por parte de Platão, sobre o lógos dos poetas.
Resumo:
Ao final do diálogo Crátilo de Platão, deparamo-nos com a constatação de que os nomes não seriam capazes de dizer a essência das coisas, o que parece pôr em xeque a tarefa da filosofia pensada como atividade de busca do conhecimento presidida pelo lógos. O presente artigo pretende mostrar que é possível entrever, a partir da própria construção dos elementos que compõem o diálogo, sobretudo em sua dimensão dramática, indicações de que a linguagem não é destituída de seu papel de viabilizar o conhecimento.
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A censura que Platão faz à poesia na República apresenta dois ângulos que serão investigados neste texto: de um lado, a relação com a mímesis, considerada como necessária para o conhecimento pela via da phantasía; de outro, a relação do gênero epithymético da alma, com a crítica mais específica exposta no livro X.
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A travers l'étude de quelques discours d'Aelius Ariside, cet article veut discerner la place qu'a occupée Platon dans la formation du rhéteur et, plus généralement, déterminer l'importance qui lui a été accordée dans l'enseignement de la rhétorique à l'époque impériale. Était-il vraiment, comme Aristide le nomme, le «père et maître des orateurs»? Il semblerait, en effet, que les textes platoniciens faisaient partie intégrante de l'éducation des futurs rhéteurs, élément qui n'a, jusqu'à présent, pas réellement fait l'objet d'études approfondies.