225 resultados para Educação Etnicorracial


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Este artigo baseado em dados de pesquisa etnogrfica desenvolvida entre agosto de 2002 e julho de 2003 em uma escola municipal da cidade do Rio de Janeiro, onde foram feitas observaes e entrevistas. A educação sexual era realizada na disciplina de Cincias e dentro do Ncleo de Adolescentes Multiplicadores. Contraditoriamente, ao desenvolver a educação sexual a partir do tema reproduo, esta acabava sendo enfatizada, quando justamente a ocorrncia dela entre adolescentes que diversas polticas pblicas querem evitar. Alm do processo reprodutivo em si e dos modos de preveni-lo, a escola ensinava sobre a precocidade da gravidez na adolescncia, apresentando ideais de maternidade e paternidade. As intervenes escolares buscavam desenvolver nos(as) adolescentes um sentido de "responsabilidade" em torno das relaes sexuais, buscando mudar ou adequar os dispositivos que estruturam os comportamentos preventivos. No entanto, as informaes sobre mtodos anticoncepcionais, no raro, estavam ligadas ao mundo adulto, permanecendo distante dos adolescentes e sugerindo no reconhecimento da sexualidade adolescente.

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Constatada uma crescente insatisfao, por parte de gestores da escola pblica diante das pesquisas desenvolvidas na universidade, o artigo analisa as relaes entre a pesquisa e as prticas educativas, procurando mostrar as diversas influncias cruzadas existentes. Com base nos escritos de Charlot, Rayou, Dubet, Tardif e Zourhlal, o texto examina as diferentes formas como os atores sociais incorporam e reinterpretam resultados de pesquisa em suas concepes sobre a educação e, tambm, como a produo acadmica marcada por disputas que se originam na dinmica social mais ampla. Um comentrio crtico especfico feito sobre o movimento em favor de "prticas e polticas baseadas em evidncias", tendncia que tem prosperado nos meios educacionais de fala inglesa, defendendo um modelo experimental de pesquisa que, baseado em amostras aleatrias, considerado como o nico que poderia oferecer resultados confiveis para subsidiar polticas pblicas de educação. O artigo sugere, em lugar da pergunta "para que serve?", uma indagao a respeito de como circulam conhecimentos e opinies entre os dois campos. Conclui enfatizando o fato de que a pesquisa uma atividade humana como as outras, pois a universidade e os centros de pesquisa no esto fora da sociedade. Nesse sentido, o artigo aponta para a potencialidade de um dilogo aberto entre os dois modos de conhecer e agir, aquele da investigao e da reflexo crtica e aquele da ao poltica e profissional.

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Esse artigo tem como objetivo analisar, particularmente, como o Ministrio da Educação durante o governo Lula, em sua primeira gesto (2003-2006), se posicionou diante da questo da diversidade, temtica cada vez mais presente no debate educacional brasileiro. A partir do campo das polticas pblicas, procura-se observar at que ponto a diversidade foi um princpio que orientou a agenda do governo no perodo. Inicialmente, feita uma anlise documental de programas, aes e relatrios de gesto, por meio da qual se identificam novos arranjos institucionais no MEC, alm de vinte e quatro aes direcionadas "diversidade". Contudo, observam-se pelo menos trs sentidos distintos e, por vezes, contraditrios, que podem ser associados concepo de "diversidade": a) a idia de incluso social; b) de aes afirmativas; c) de polticas de diferena. Nota-se que, apesar de as chamadas "polticas de diversidade" terem alcanado maior grau de institucionalizao no governo Lula, as concepes que norteiam suas aes ainda so muito dspares e apropriadas de forma fragmentada pelas secretarias. H evidncias de disputas internas no governo pela definio de projetos educacionais com propostas diferentes para responder s demandas de movimentos sociais pelo reconhecimento das diversidades.

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O artigo reflete sobre o gauchismo como uma das expresses da cultura popular no Rio Grande do Sul. O objetivo caracterizar o Movimento Tradicionalista Gacho como movimento cultural organizado e perceber as dimenses dos processos de formao dos tradicionalistas em seus territrios, bem como as relaes que o movimento estabelece com as escolas. A pesquisa foi desenvolvida a partir de um conjunto de trabalhos de campo com base na observao participante em escolas e em territrios do gauchismo e do tradicionalismo. A indstria cultural aparece como recurso plural utilizado para a popularizao de uma imagem do gacho veiculada pelo gauchismo.

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A proposta deste artigo apresentar alguns aspectos das fases de atuao do movimento negro brasileiro no campo educacional depois da abolio da escravatura. A ideia central mostrar que, para esse movimento, a educação considerada um instrumento de importncia capital para enfrentar o racismo e garantir a integrao e prosperidade do negro na sociedade brasileira.

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O trabalho busca identificar a perspectiva do Partido da Unio Democrtica Nacional sobre a educação pblica e a vinculao constitucional de recursos, assim como as razes pelas quais os liberais apoiaram essa rea protegida do oramento, apesar de defenderem a liberdade de mercado. Analisa os argumentos favorveis e contrrios proposio, bem como as restries ou oposies a ela, no processo legislativo. As fontes examinadas foram os anais e os dirios da Assembleia Nacional Constituinte de 1946, alm da literatura pertinente. A justificativa da proposio vitoriosa focaliza os limites do Estado do ponto de vista poltico. Alm disso, os membros do partido percebiam que o desenvolvimento industrial do pas dependia da expanso da educação primria.

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O artigo analisa o processo de transformao desencadeado nas escolas secundrias bsicas em Cuba, que atendem alunos das 7, 8e 9sries. Na busca de solues para os problemas que afetavam essas escolas, em 2001, um coletivo de professores dos Institutos Superiores Pedaggicos das diferentes provncias do pas implementou a formao de professores generalistas integrais de modo a torn-los capazes de ministrar todas as disciplinas, exceto Ingls e Educação Fsica, a grupos de 15 alunos. O recorte do estudo prioriza a formao do professor generalista integral, considerando o contexto do movimento de universalizao do ensino superior em curso, o qual reestrutura, em todo o pas, os Institutos Superiores Pedaggicos e as escolas bsicas, estas tratadas como microuniversidades. O percurso metodolgico fundamenta-se em abordagem qualitativa do tipo etnogrfico, com base em referncias fornecidas por Marli Andr. Destacamse as pesquisas de Carlos Rojas Arce e de Lisardo Garca Ramis no embasamento terico da investigao.

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Este artigo composto de duas partes. A primeira delas apresenta dois argumentos de natureza mais abstrata que constituem ponto de partida para o desenvolvimento da segunda parte, mais voltada para a discusso de alguns aspectos de polticas de educação a distncia, isto , do papel do poder pblico no fomento e conformao dessa modalidade de educação. Pretende-se, primeiro, estabelecer algumas premissas para entender a emergncia desse fenmeno e alguns de seus condicionantes e consequncias. Depois, sugerir algumas ferramentas analticas que nos permitam refletir sobre as polticas pblicas voltadas para essa rea.

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O trabalho consiste em uma apreciao crtica sobre a taxa de escolarizao bruta, fluxo escolar, desempenho do estudante, evaso, repetncia e outros indicadores utilizados como parmetros para a avaliao da qualidade na educação bsica brasileira. Trata-se de matria de carter ensastico sobre o fato de que o custo de universalizar as matrculas foi uma perceptvel queda no rendimento dos alunos. No entanto, o trabalho mostra que a qualidade deve ser considerada em termos representados pelos ganhos sociais da universalizao do ensino e no unicamente pelas notas obtidas nas provas. So expostos problemas conceituais referentes ao novo ndice de Desenvolvimento da Educação Bsica, utilizado na formulao de polticas pblicas para que o Brasil melhore sua posio no ranking internacional da educação.

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Nossa insero na temtica da educação no campo social advm de pesquisas que se baseiam nos princpios terico-metodolgicos da etnografia. Neste texto ensaiamos, na forma de um estudo terico, nosso posicionamento sobre as prticas de educação alm da escola, ancorado em quatro eixos balizadores. So eles: a urgente superao do debate sobre suas diversas formas de nomeao; o olhar mais minucioso para a questo da intencionalidade presente (ou no) nas prticas de educação no campo social; uma concepo ampliada de educação, designando-a como uma prtica social que tambm um ato poltico; a possibilidade de instaurao de outras bases tericas para uma prtica de educação que se constitua, pela atitude de abertura e acolhimento, um corpo de saberes transdisciplinar.

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O texto analisa os dados obtidos por estudo sobre o uso dos Indicadores da Qualidade na Educação - Indique -, instrumento participativo de autoavaliao voltado para escolas. O estudo teve como objetivo buscar informaes sobre as formas de utilizao do material, seus limites e resultados, e consistiu na realizao de entrevistas e grupos focais com tcnicos de Secretarias de Educação, diretores, professores, funcionrios, alunos e familiares. A anlise, realizada luz dos padres de qualidade de processos avaliativos e dos desafios contemporneos para a avaliao propostos por especialistas, mostrou que o uso do Indique cumpre o critrio de utilidade e pode manter um nvel aceitvel de preciso, conseguindo assim envolver stakeholders em processos de mudanas. A avaliao e as aes por ela desencadeadas ocorrem dentro de campos de tenso relacionados a modelos de avaliao, compartilhamento de saberes dominados pelos professores (sobretudo os de carter pedaggico) e resistncias participao, dentre outros. O Indique considerado simples e factvel pela maior parte dos entrevistados. Contudo, tal factibilidade tem limites: esbarra na dependncia das escolas em relao aos rgos dirigentes e mesmo das Secretarias de Educação em relao a instncias externas que estimulem seu uso

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O artigo examina as disposies educacionais nas Leis Orgnicas dos 92 municpios fluminenses e constata que elas apresentam pouca originalidade, pois so principalmente cpias das Constituies Federal e Estadual do Rio de Janeiro e de modelos fornecidos por consultorias legislativas ou partidos polticos. Observa que a maioria contm as mesmas formulaes e os mesmos equvocos das Constituies e que existem as que at copiam errado artigos dos textos base, o que provavelmente no ocorreria se os vereadores tivessem elaborado as leis de maneira autnoma. Algumas Leis Orgnicas apresentam, contudo, contribuies originais, tanto positivas (aumento do percentual mnimo da receita oramentria municipal para a educação) quanto negativas (reduo desse percentual atravs de emendas). O estudo mostra como frgil o exerccio concreto da autonomia municipal na elaborao dessas leis em uma perspectiva democrtica e como ilusria a ideia de muitos que no mbito local o exerccio da cidadania mais fcil

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A progressiva complexificao cultural das sociedades contemporneas, que se seguiu extraordinria acelerao da mobilidade e da movimentao das pessoas atravs das fronteiras dos Estados, vem criando enormes desafios coeso e convivncia no interior desses cenrios e exige, em respeito aos princpios fundamentais da democracia e aos direitos humanos, respostas urgentes e adequadas. As entidades governamentais, por meio de polticas sociais e culturais de antidiscriminao e de redistribuio de bens e servios, so necessrias ao desenho dessas respostas, porm, no so suficientes para induzir a estima social pelos estranhos culturais, em particular os recm-chegados aos pases economicamente mais estveis e avanados. O apreo pelos outros culturalmente diferentes depende essencialmente de uma mudana de atitudes e comportamentos e estes s podem evoluir para formas mais amigas das diferenas culturais com a contribuio da sociedade civil mediante uma pedagogia do exemplo, centrada em novos valores, novas atitudes, novos olhares e novos comportamentos. Este texto, a partir da anlise e da reflexo sobre essa problemtica, argumenta em favor do papel educativo da sociedade civil na organizao da vida em comum entre estranhos culturais e prope as linhas mestras da pedagogia que redefine a agenda educativa dessa sociedade em contextos multiculturais.