6 resultados para poesia brasileira

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Neste ensaio, faz-se um estudo da poesia de Alberto da Costa e Silva, sob a perspectiva das coordenadas do tempo e da memória que nela se configuram. Partindo da idéia de conhecer o tempo por meio da reminiscência e da rememoração, o poeta caminha para uma descoberta do tempo compreendido como fluxo e desaparecimento. Nestes, o tempo que se revela não é o tempo que desapareceu ou ou o tempo que finalmente soçobrou no nada da imagem. Revela-se, antes, como tempo concretizado, tempo que busca, pelos sortilégios da poesia e do canto, como que se materializar na palavra, num empreendimento difícil que coopta as forças do ritmo e da imagem para a sua realização.

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Starting from the notion of the permanence of literary works in time, this article brings a survey on Sérgio Monteiro Zan’s poetry, presented in his book As horas sonâmbulas: sonetos extemporâneos, published in 2001. The intention here is to investigate some of its lines of force and some elements of its language. A declared heiress of the 19th century Symbolism, this poetry chooses its language in the space of some specific practices (of form, vocabulary, syntax, images), experiencing in this choice the possibility of a cleavage between the poetical language and the average language, full and master of itself at the same time, but emptied in its relations with the current language. Such element – called ‘vertiginous’ – leads us to a reflection on the ways of the poetry nowadays and its relations with past and tradition.

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Este artigo pretende comentar sobre a antologia de poesia argentina e brasileira publicada em 2003, intitulada Puentes/Pontes. Primeiramente, abordará os conceitos que colaboraram para a configuração da antologia, como leitura e leitor, soberania dos organizadores e do mercado editorial, e o significado simbólico de “ponte”. Em seguida, ocupar-se-á das diferentes concepções estéticas, literárias e históricas, buscando avaliar como elas dispõem a perspectiva analítica escolhida pelos antologistas. Neste sentido, apóia-se em outros textos dos próprios organizadores, que oferecem visões esclarecedoras a respeito dos fundamentos teóricos que baseiam, ou ainda precedem, as leituras elaboradas por eles. A esse respeito, a análise sugere que Monteleone, da margem argentina, aproxima-se de uma concepção tardo-modernista de interpretação do panorama literário, enquanto Hollanda, do lado brasileiro, vincula-se a uma visão modernista enraizada em preceitos historicistas e nacionalistas  

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Este artigo analisa os procedimentos desconstrutores efetuadosna linguagem, evidenciados no poema-livro Galáxias (1984), de Haroldo de Campos, em que a concepção de escritura é estabelecida como “jogo”. Utilizou-se como referencial teórico-metodológico as formulações de Gilles Deleuze, sobretudo o seu conceito de instância paradoxal, e as reflexões de Jacques Derrida, especialmente as formulações que deslocam a concepção de unicidade do sentido. Conclui-se que a textualidade de Galáxias realiza incessantes desterritorializações no campo da sintaxe, do léxico, da lógica e da semântica. No entanto, os procedimentos executados na materialidade da linguagem nesse longo poema variam significativamente entre seus diferentes fragmentos, alcançando inusitados efeitos de desestabilização do código estabelecido. Enfim, constata-se que o livro-viagem (ou a viagem como livro) de Haroldo de Campos trouxe uma contribuição significativa à poesia brasileira do século XX, sobretudo no que diz respeito aos textos de inovação ou às escrituras denominadas “desconstrutoras”.

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RESUMO: A poesia é expressão da emoção humana. Ela precisa estar presente em sala de aula com “naturalidade”, não pode se restringir a momentos efêmeros ou pontuais. O trabalho com o texto poético precisa ser planejado, suas estratégias se pautam numa seleção criteriosa de textos e autores, exigindo do professor mediador a formação adequada para fazê-la, mas principalmente a disposição (ou seria a paixão?) em interagir com a poesia e em promover o encontro entre ela e a criança. Esse texto tem como objetivo compartilhar parte dos resultados de uma pesquisa de Doutorado em Educação realizada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e complementada na Universidade do Minho, em Braga, Portugal. A pesquisa pautou-se no objetivo de investigar a relação criança e poesia indagando os modos de interação, os significados atribuídos e a relevância da leitura, da criação e da fruição poética na constituição do sujeito contemporâneo, leitor e narrador de sua história. A empiria foi realizada numa escola brasileira e duas portuguesas. O diálogo com crianças e professores no Brasil forneceu indicativos da relevância que a presença da poesia na escola assume tanto no aspecto da formação humana, de modo geral, quanto no letramento literário (educação literária) em particular. As mesmas indagações foram levadas aos docentes portugueses. Ao compartilhar as reflexões e estratégias que professores e professoras (portugueses e brasileiros) vêm construindo, reafirma-se a escola como um tempo-espaço privilegiado para a leitura poética das crianças (jovens e adultos), visando o processo de humanização. Palavras-chave: Escola. Criança. Poesia. Poema.

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O propósito deste artigo é o de estabelecer algumas analogias e contrastes entre Edgar Allan Poe e Alphonsus de Guimaraens em relação aos preceitos estéticos que decidiram imprimir a sua produção poética, mormente quanto aos temas de amor (Eros) e morte (Tânatos). Procuramos demonstrar que esses matizes temáticos são trabalhados sob a angulação do gótico-melancólico a fim de se atingir o sublime. Teorizamos sobre como o gótico, a melancolia e o sublime podem ser alinhavados poeticamente e  discutimos os modi operandi que Poe e de Alphonsus empregam nessa triangulação entre traços góticos, melancolia e o sublime.