9 resultados para memória

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Para a elaboração do presente texto, diversas perspectivas da descrição foram observadas. Em geral, quase todas elas propunham a descrição como modo particular de organização textual juntamente com a narrativa e a dissertação. Assim, as técnicas de elaboração de textos descritivos, como também sua relação com a percepção, foram tomadas como dados constitutivos desse tipo de textos. (Ver Filinich 1995, Gramatic 1995, Castro 1988, Koch 1987). Nesse artigo observaremos as teorias da descrição propostas por Genette, Filinich, Hamon e Orlandi procurando nestas, elementos que contribuam para a análise das descrições presentes no nosso corpus. Para realizar a análise do corpus utilizamos partimos da hipótese que, nas descrições de anúncios de fuga de escravos publicados nos jornais da cidade de Campinas entre 1870 e 1880, constitui-se uma imagem singular do escravo. Este será constituído como sujeito de uma sociedade. A partir do marco teórico da AD francesa, visamos observar os processos, que acontecem na descrição, relacionados com a constituição do escravo como sujeito. Em outras palavras, como essa constituição se materializa no texto do anúncio.

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Discute-se as concepções de sociedade civil, papel, modelo de Estado, participação e cidadania nos discursos de Conselheiros Gestores focando a memória das lutas pela redemocratização na construção destes conceitos. Discute-se o papel que a memória desempenha no embate entre projetos políticos (neoliberal e democrático-participativo) que têm eco nos Conselhos. O estudo se baseia na memória discursiva, e também nos conceitos de momento, elemento e articulação formulados por Laclau e Mouffe. As perguntas e hipóteses que nos guiam são: Que conhecimento tem os conselheiros sobre o passado e como o significam? Como concebem Sociedade Civil, Estado, democracia e participação? Qual o papel da memória aí? Estão presentes elementos do passado no discurso dos conselheiros com resignificações dos projetos em disputa. A memória tem um papel destacado no sentido de trazer à tona e resignificar o passado.

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Neste ensaio, faz-se um estudo da poesia de Alberto da Costa e Silva, sob a perspectiva das coordenadas do tempo e da memória que nela se configuram. Partindo da idéia de conhecer o tempo por meio da reminiscência e da rememoração, o poeta caminha para uma descoberta do tempo compreendido como fluxo e desaparecimento. Nestes, o tempo que se revela não é o tempo que desapareceu ou ou o tempo que finalmente soçobrou no nada da imagem. Revela-se, antes, como tempo concretizado, tempo que busca, pelos sortilégios da poesia e do canto, como que se materializar na palavra, num empreendimento difícil que coopta as forças do ritmo e da imagem para a sua realização.

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Focaliza-se neste trabalho os modos do ensino e de formação de professores, sua retórica (configurações arquitetônicas e tensões) para, desse lugar discursivo, contraporem-se marcas externas em torno das quais se estabelecem os discursos escritos do sujeito que fala, de sua palavra e da de outrem no ato pedagógico. O encontro entre o dado e o novo, isto é, do que é memória e do que é criação no ato da palavra que aproxima sujeito e experiência é tela para olhar as implicações e consequências no cotidiano da relação linguagem e cognição (conhecimento), experiência e ética. A abordagem dialógica da linguagem de que trata Bakhtin e seu Círculo, e seus desdobramentos, são aportes possíveis para o entendimento do que se produz ou reproduz nas relações sociais como modos de viver a vida verbal e, por ela, a vida dos sujeitos em formação (ser social).http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170001  

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Este artigo pretende comentar sobre a antologia de poesia argentina e brasileira publicada em 2003, intitulada Puentes/Pontes. Primeiramente, abordará os conceitos que colaboraram para a configuração da antologia, como leitura e leitor, soberania dos organizadores e do mercado editorial, e o significado simbólico de “ponte”. Em seguida, ocupar-se-á das diferentes concepções estéticas, literárias e históricas, buscando avaliar como elas dispõem a perspectiva analítica escolhida pelos antologistas. Neste sentido, apóia-se em outros textos dos próprios organizadores, que oferecem visões esclarecedoras a respeito dos fundamentos teóricos que baseiam, ou ainda precedem, as leituras elaboradas por eles. A esse respeito, a análise sugere que Monteleone, da margem argentina, aproxima-se de uma concepção tardo-modernista de interpretação do panorama literário, enquanto Hollanda, do lado brasileiro, vincula-se a uma visão modernista enraizada em preceitos historicistas e nacionalistas  

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RESUMO: Tendo como ponto de partida a organização discursiva da antologia de ensaios Nenhum Brasil existe, organizada por João Cezar de Castro Rocha, buscarei examinar as marcas de heterogeneidade no tocante à voz de Antonio Candido, no ensaio introdutório da antologia. Para tanto, levei em conta o conceito de discurso fundador (ORLANDI, 2003), na medida em que os dizeres fundadores de Candido na ensaística brasileira se constituem como processos de produção de sentidos que possibilitam o surgimento de outros processos discursivos em relação ao Brasil e à identidade nacional, na tensão entre repetição e deslocamento.

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Neste ensaio analisamos, em comparação, os romances Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Amar-te a ti nem sei se com carícias, de Wilson Bueno, tendo por percepção a dúvida que os narradores instauram nos referidos textos, levando o leitor / o analista de literatura também a esse percurso duvidoso.

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As narrativas e as histórias sobre as experiências dos professores em formação, antes e durante seu trabalho profissional, são comumente utilizadas para entender as identidades dos professores de línguas, por elas estar influenciadas pelas experiências gravadas nas memórias. Porém, o conceito de pós-memória emergiu recentemente e parece não ter sido ainda utilizado na educação dos professores de línguas. Neste artigo, se comentam as possibilidades de utilizar o conceito de pós-memória na educação de professores de línguas, através das narrativas sobre as suas experiências. O propósito é estudar com mais profundidade as influências de eventos históricos traumáticos, como O Regime Militar no Brasil, sobre as identidades dos professores de inglês no Brasil, antes e durante seu trabalho profissional, através das narrativas e histórias sobre as suas experiências. O principal objetivo é analisar as relações e inter-relações entre memória, pós-memória e experiências e as identidades dos professores de inglês, especialmente com relação às experiências influenciadas pelo período militar no Brasil.

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A partir do século XVII, inúmeros autores, como os irmãos Grimm e Hans Christian Andersen, pesquisaram e, posteriormente, publicaram histórias baseadas no folclore popular europeu. Como o período em que tais fenômenos ocorreram converge com o nascimento da família burguesa, que redirecionou a visão acerca da criança, as histórias produzidas por esses autores acabaram por ser adaptadas ao universo infantil. A figura do diabo fazia parte da memória coletiva europeia, sua presença é notadamente perceptível no ideário da Idade Média, logo, a inserção desse personagem em obras fictícias para crianças tornou-se comum nos enredos infantis da época. O artigo analisará, em alguns contos produzidos entre os séculos XVIII e XIX, as similitudes perceptíveis na criação do personagem, e comprovará seu caráter folclórico, bem como sua construção literária a partir de um denominador coletivo comum: a memória popular, que inspirou as primeiras histórias infantis, uma vez que o gênero antes de ocupar o espaço da escrita, esteve presente na memória dos povos e foi levada de geração a geração por meio da oralidade.