6 resultados para Traducción discursiva
em Línguas
Resumo:
Objetivamos investigar a manifestação do ethos, produzido pelo orador no discurso, a partir da abordagem referente à modificação proverbial, denominada por Maingueneau e Grésillon (1984) de détournement proverbial por ‘captação’ e détournement proverbial por ‘subversão’. A primeira classificação evidencia um artifício persuasivo de mudança na apropriação do provérbio; entretanto, mesmo com a “desconstrução” aplicada, o détournement proverbial mantém-se dentro de sua estrutura semântica original. A segunda classificação procura subverter o détournement proverbial, discordando do teor semântico subjacente na composição do provérbio original. No título publicitário em questão, observamos a existência de uma nova estratégia na qual o enunciador, em um harmonioso jogo de palavras, capta e, ao mesmo tempo, subverte o provérbio, resultando em uma eficaz técnica argumentativa. Assim, à categorização dos pesquisadores, adicionamos o détournement proverbial de ‘entremeio’.
Resumo:
Neste trabalho apresentamos uma discussão ainda inicial sobre a heterogeneidade discursiva em redações produzidas por vestibulandos. As reflexões traçadas para a avaliação dos textos têm como referência os trabalhos de Authier-Revuz (1998) sobre heterogeneidade mostrada e constitutiva. Procuramos esboçar uma análise dos enunciados colhidos de redações a partir de condições de controle e negociação dos sentidos que se manifestam no interior das diferentes vozes acionadas nos enunciados. O sujeito, enquanto parte de um corpo histórico-social, passa a interagir com outros discursos, procurando, entre “o mesmo” e “o outro” (MAINGUENEAU, 2005), constituir-se sujeito autor do discurso. Linearmente, no fio do discurso, o locutor inscreve instâncias enunciativas revelando um discurso outro em momentos próprios da enunciação em que, no papel de observador, controla e negocia os sentidos possíveis. A investigação sobre o uso de aspas em redações produzidas por vestibulandos volta-se para uma análise das “formas marcadas da conotação autonímica”, enquanto estratégias de “controle-regulagem do processo de comunicação” (AUTHIER-REVUZ, 2004). O perfil argumentativo da língua acena para a presença de pistas enunciativas em que se denuncia um fazer discursivo, ora demarcado pela manutenção de uma tensão argumentativa, ora de um contorno argumentativo, em que se busca expor determinado ponto de vista marcado pela conquista da adesão do interlocutor. Tendo em vista os movimentos discursivos desencadeados no interior do texto, avalia-se que no processo de constituição do autor-autor explicita-se por meio de diferentes vozes que passam a ser contornadas, negociadas e controladas. A negociação e o controle manifestam-se nos enunciados no interior de movimentos argumentativos, em que a enunciação acena para estratégias traçadas para garantir possíveis orientações argumentativas.
Resumo:
RESUMO: Tendo como ponto de partida a organização discursiva da antologia de ensaios Nenhum Brasil existe, organizada por João Cezar de Castro Rocha, buscarei examinar as marcas de heterogeneidade no tocante à voz de Antonio Candido, no ensaio introdutório da antologia. Para tanto, levei em conta o conceito de discurso fundador (ORLANDI, 2003), na medida em que os dizeres fundadores de Candido na ensaística brasileira se constituem como processos de produção de sentidos que possibilitam o surgimento de outros processos discursivos em relação ao Brasil e à identidade nacional, na tensão entre repetição e deslocamento.
Resumo:
Neste artigo, abordaremos como os modos de organização do discurso narrativo e descritivo são engendrados na configuração discursiva das biografias. Ancorados na análise do discurso, desenvolvida por Patrick Charaudeau (1992, 2008), procuramos observar quais operações linguageiras, narrativas e descritivas, foram adotadas para revelar a vida de um personagem. Como objeto de estudo, escolhemos as narrativas biográficas: Olga, escrita por Fernando Morais, Condessa de Barral: a paixão do Imperador, escrita por Mary Del Priore, Carmen: uma biografia, escrita por Ruy Castro. Como resultados principais, observamos a presença dos papeis actanciais desempenhados pelos biografados em momentos centrais de suas vidas – nascimento, ascensão profissional e morte. Os procedimentos de demarcação do tempo tendem a ser precisos e explícitos, principalmente pelo fato das biografias obedecerem a uma estruturação cronológica. Quanto ao modo descritivo, nossas ponderações recaem sobre os procedimentos de nomeação e qualificação usados para caracterizar os personagens.
Resumo:
Em artigo publicado em Cuadernos Cervantes de la Lengua Española nº 36, analisamos os problemas – e uns tantos quantos disparates – encontrados em algumas traduções impressas nas embalagens de produtos vendidos nos supermercados de vários países da América do Sul, visando o aproveitamento desse material nas aulas de E/LE (Espanhol/Língua Estrangeira). Seguindo a mesma linha de pensamento, desta vez analisaremos a tradução de textos técnicos (embalagens, manuais de instruções e outros) do ponto de vista das interferências entre dois idiomas genética e tipologicamente tão próximos como é o caso do português e do espanhol. Focalizaremos também a importância de alguns princípios da análise contrastiva aplicados à tradução, quer seja na hora de realizar esse tipo de trabalho, quer seja para usá-los como fonte para atividades didáticas nas aulas de espanhol, com o propósito de detectar e evitar tais interferências. E abordaremos o tema da responsabilidade profissional, comparando as exigências da tradução juramentada e da tradução técnica. Finalmente, daremos exemplos autênticos de traduções técnicas que poderão ter um uso prático nas aulas de E/LE.
O “PODER” NA FALA DA MULHER: A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA E A IDENTIDADE FEMININA NA PÓS-MODERNIDADE
Resumo:
Falar da mulher no contexto da chamada pós-modernidade é tocar num ponto nevrálgico, já que precisamos pensar sua constituição num momento de crise dos gêneros, em que as fronteiras identitárias vêm se alterando. Tendo em vista que a partir do discurso (e da entrada no simbólico) é que nos configuramos como sujeitos, e mais que isso, que a designação de gênero é a primeira com a qual o “outro” nos nomeia, proponho, neste trabalho, pensar a identidade feminina a partir do discurso feminino, vendo-o sob o signo da heterogeneidade, conforme o conceito concebido na terceira fase da Análise do Discurso de linha francesa. Para isso, tomo entrevistas realizadas com mulheres de perfis heterogêneos e as analiso sob o foco de alguns pressupostos da AD, sobretudo no que diz respeito à heterogeneidade constitutiva e o interdiscurso, e alguns conceitos de base psicanalítica ligados à constituição do sujeito. Nesse artigo analiso especificamente as ocorrências do verbo “poder” na fala das entrevistadas em enunciados que demonstram a constituição hetero- gênea do discurso feminino. Pretendo, dessa forma, poder vislumbrar a configuração do sujeito mulher como ser heterogêneo que é, constituído com base no discurso do “outro”, procurando compreender quem é este ”outro” que o constitui contraditoriamente. Desta perspectiva, observaremos o funcionamento deste “outro” que não é o sujeito homem, mas sim o modo como a mulher resignifica o discurso do sujeito homem em seu dizer, tendo em vista um interdiscurso que se ordena a partir de memórias recortadas da sociedade patriarcal em relação à sociedade pós-moderna.