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RESUMO: Apesar da péssima distribuição de renda do Brasil e das diversasRESUMO:representações literárias sobre o tema, na crítica literária brasileira não hámuitos estudos marxistas, muito menos sobre a pobreza ou o pobre. Issonão impede que um dos mais importantes críticos literários do país, RobertoSchwarz, trabalhe com o materialismo e o conceito marxista de classe soci-al, estudando especialmente o pobre na literatura brasileira. O crítico, queteve como mestre Antônio Cândido e recorre a sua dialética a todo momen-to, trabalha com o conceito marxista de classe social desde seu primeiroensaio sobre Machado de Assis, Ao vencedor as batatas, publicado em1977. Em 1983, já num período de redemocratização política no Brasil,Schwarz organiza uma antologia titulada Os pobres na literatura brasileira,onde consta um ensaio seu sobre a personagem Dona Plácida como repre-sentação típica da pobreza social na literatura. Este ensaio será retomadoem Um mestre na periferia do capitalismo, de 1990, continuação do estudomachadiano. É neste estudo, em que há um capítulo especialmente dedica-do aos pobres, que Schwarz propõe que a viravolta machadiana da primei-ra para a segunda fase de seus romances é de ordem ideológica, mais doque técnica. Mais tarde, em 1997, o crítico ainda se envolve com a produ-ção do romance Cidade de Deus, onde os protagonistas são todos pobres eao qual o crítico saúda como um “acontecimento”. Sua obra, dessa forma,é uma clara evidência de que se pode, sim, estudar a relação entre literaturae sociedade a partir da prosa brasileira.
Resumo:
This paper aims to analyze elements of the play Gota d’água, written by Chico Buarque and Paulo Pontes from televised script by Oduvaldo Vianna Filho, based on the tragedy Euripides’ Medea. The work preserves the central plot of the Greek text, but presents aspects of Brazilian reality and strong social content, dealing with themes that remain fairly current, such as right to housing, the situation of dependence of the poor class, the search for survival and maintenance power of action and decision in the hands of those who hold the capital. In the plot, recreated in suburban Rio, the representation of poor Brazilian workers emerges, with poverty being approached from a different profile than that spread by recent works of national literature, in which another facet of the lower social classes is highlighted, linking them to crime and violence, as well as the representation even more common, with an emphasis on black or northeastern origin. To this analysis we have purposed our considerations are guided primarily by studies of Antonio Candido (1970, 1989 and 2006) and Roberto Schwarz (1982 and 2000), joining artistic text and social series via character category, with characterization, a priori, through labor relations. Our approach lays not on Joana, representing Medea, the protagonist of that Greek tragedy, but especially from Egeu, minor character in the Euripides’ play, who, however, plays an important role in that modern version, being imperative in the wake of reflections of Brazilian society. On the other hand, we have observed that the entrepreneur Creonte Vasconcelos, who represents the power of capital, and Jasão de Oliveira, a dubious character, who suffers more transformations during the plot, hesitating between the miserable universe of his origin and the economic power, rising socially, becoming a product of the cultural industry and leading us to think about the use of the most capable people by the capitalist system.
Resumo:
Utilizando o conceito de modernidade de Marshal Berman, o presente estudo procura demonstrar como a obra romanesca de Machado de Assis como um todo (sem a divisão de primeira e segunda fases) pode ser analisada sob a ótica da evolução e dos paradoxos da sociedade moderna brasileira do século XIX. O ponto de partida desta aproximação entre as distintas fases de sua romanesca e a interpretação de Berman é a casa da flâmula azul, presente em Helena – onde mora um homem digno, inteligente porém pobre, um homem que simboliza a outra face da modernidade tal qual o par de olhos dos pobres em Baudelaire – e vai até o sofrimento do casal Aguiar no final de Memorial de Aires, quando Machado não encontra mais nas promessas da modernidade justificativa para estas pequenas tragédias.