4 resultados para Migrantes
em Línguas
Resumo:
O Oeste paranaense, última área do Estado do Paraná a ser colonizada, teve na sua história a presença de grupos distintos que povoaram as localidades em diferentes momentos e, por isso, esta região pode ser descrita pelo seu polimorfismo linguístico. Esses distintos momentos do povoamento da região culminaram, de acordo com Busse (2010), na transferência, na troca e na adoção de elementos da cultura e também da língua dos diferentes grupos que aqui se reuniram. A investigação sobre as variantes lexicais podem fornecer uma percepção do percurso da história das variantes lexicais selecionadas, buscando definir quais as variantes trazidas pelos grupos de origem e quais as variantes trazidas pelos grupos que migraram para essa região recentemente encontram-se mais preservadas, considerando que as variantes trazidas pelos primeiros migrantes (sulistas) são as mais prestigiadas e aquelas trazidas pelos migrantes mais recentes (paulistas e mineiros) são as formas menos prestigiadas (inovadoras) da língua e assim, por meio da descrição das variantes semântico-lexicais, identificaremos qual a geração, a faixa etária e o sexo do grupo que preserva as formas dos grupos de origem.
Resumo:
Este artigo tem por objetivo refletir sobre os fenômenos de usos de línguas em e de contato, os aspectos lingüísticos e culturais, em comunidades multilíngües, um cenário de descendentes de (i)migrantes de vários estados do país e de países, principalmente aqueles que se encontram na fronteira do oeste paranaense. Pretende-se, também, mostrar se há alguma referência sobre os fenômenos de usos lingüísticos nos PCNs, documentos de orientação para o professor e facilitador da prática pedagógica, que, em nenhum momento, faz uma reflexão sobre os traços pluriculturais de contato lingüístico no português brasileiro, um tão complexo tema e tão real como o da diversidade de línguas em e de contato na região. Acredita-se que este conhecimento sociolingüístico é necessário para o trabalho em sala de aula - o professor desta região, que vai ensinar a Língua Portuguesa, tem que saber sobre a língua étnica de seu aluno. Trata-se, desse modo, de uma análise lingüística e didática a que os docentes precisam atender e, assim, possam ser aceitas para poder analisar os traços lingüísticos e culturais diferentes a partir da língua materna vernácula dos descendentes de (i)migrantes para poder observar e trabalhar os traços semelhantes e diferentes na oralidade e na escrita do aluno.
Resumo:
It serves as the object of analysis of this article the representation of the northeastern migrant in the figure of the male character Francisco da Silva, protagonist of the short story "Liberdade", by Ruth Laus, as a fictional character who lives "in an interrogatory, interstitial space between the act of representation [...] and the presence of community itself" (Bhabha, 1998, p. 22) where he comes to enter and to settle. Chico, as he is known, embarks on a crowded truck, and his fate, like that of many other migrants, is the Southeast region of Brazil, where, between São Paulo and Rio de Janeiro, he chooses the sea. To the same extent, beyond the concept(s) of culture(s), and the need to (re)think the concept of [cultural] human community - here adding the cultural term to the proposal of Bhabha (1998), as a way of thinking about the role of the individual - are taken and analyzed, also, the cultural identity concepts based on the difference itself. It is thought in what way, then, and through what imposing character, the wealth and the values of the Northeast, although managed to be spread on national home soil, yet not are conspicuous by their guarantee of permanence of its inhabitants in their homeland.
Resumo:
Embora nos últimos anos tenham-se ampliado as pesquisas e publicações que rompem com a visão do Brasil como um país monolíngue, é fato inegável que, no contexto escolar, ainda persiste fortemente esse mito, mesmo em contextos de fronteira em que a ‘superdiversidade’ (VERTOVEC, 2007) salta aos olhos. A Linguística Aplicada, em sua vertente indisciplinar e transcultural (MOITA LOPES, 2006, 2013; CAVALCANTI, 2013; SIGNORINI, 2013, entre outros), no âmbito das novas epistemologias que propiciam a apreensão de fenômenos ou eventos compartilhados em que todos são participantes, abre espaço para a discussão e/ou a solução de problemas relacionados a práticas de linguagem situadas. É sob esse enfoque que, nesse artigo, problematizamos o letramento escolarizado frente às práticas “multiletradas” (SOUZA, 2011; ROJO, 2012), como forma de legitimação dos saberes locais e da superdiversidade, no contexto escolar da Tríplice Fronteira Brasil, Paraguai e Argentina. Para tanto, apresentamos exemplos provenientes de uma pesquisa etnográfica, focando em um evento na sala de aula de Língua Portuguesa em que professora e alunos/as trabalham colaborativamente na construção de uma peça teatral. Os resultados mostram como a negociação entre os saberes escolares institucionalizados e os saberes locais da vida vivida permitem que os alunos tornem-se protagonistas da própria história e mostram ainda como as práticas multiletradas fazem parte das suas práticas sociais.