5 resultados para João Mota
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Resumo:
Este artigo tem como objetivo investigar o universo poético e imaginário do poeta brasileiro João Manuel Simões. A pesquisa apresenta imagens em que se constata a relação entre poesia e imaginário, tais como o sonho, a inspiração, a imaginação, a memória e a infância, de tal forma que as construções do imaginário tornam-se mais evidentes no plano das construções poéticas.
Resumo:
As referências culturais à Espanha estão presentes na lírica de João Cabral de Melo Neto desde Pedra do sono (1942); como consequência, a geografia espanhola surge em vários poemas ao longo de sua produção literária. No ano de 1990, o poeta expressa sua preferência pela região de Andaluzia ao publicar Sevilha Andando e Andando Sevilha. Nesta obra, o eu-lírico apresenta uma cidade marcada por uma essência sensual e feminina, onde o espaço materializa-se na forma da mulher sevilhana. Não obstante, a obra revela também uma Sevilha percorrida pelo próprio eu-lírico, recuperando a cartografia da cidade em seus bairros tradicionais, em seus traços geométricos por meio da descrição de sua arquitetura, da riqueza do cotidiano e dos tipos andaluzes. Este artigo tem por objetivo examinar como o território espanhol, representado no poema A sevilhana que não se sabia, do livro em questão, constitui-se em espaço de relações interculturais entre Brasil e Espanha, através do olhar que o poeta lança à cultura do Outro.
Resumo:
O presente estudo apresenta algumas reflexões acerca do pensamento infantil e seus aspectos poéticos. Para tanto, inspiramo-nos em um conto de João Guimarães Rosa, extraído do livro Primeiras estórias, intitulado “A partida do audaz navegante”. A protagonista do conto é uma criança cujo olhar poético é traduzido em um discurso também poético e polifônico, rico em desvios sintáticos e em criações vocabulares insólitas e instigantes. O conto enfocado revela a presença de um olhar lírico e filosófico sobre as situações cotidianas, que rompem com os paradigmas tradicionais e trazem à tona o imprevisível. A protagonista da história em questão apreende e compreende a realidade pelo viés poético, criando, deste modo, revoluções discursivas poéticas para as situações cotidianas. E é justamente este olhar que a faz ver novas possibilidades onde ninguém consegue ver. Esta forma singular e imprevisível de produzir os discursos por parte da criança na obra de Guimarães Rosa é similar aos gestos discursivos da criança de um modo geral, que, no presente estudo, relacionamos aos do poeta. As surpreendentes desacomodações sintático-gramaticais presentes nas falas da protagonista, longe de serem encaradas como erros gramaticais, fazem-nos refletir sobre o vigor do discurso infantil e as suas idiossincrasias, reflexos de um universo lírico e criativo. O pensamento mágico da criança e sua perplexidade diante do universo que a cerca se expressam por meio de um discurso também mágico e insólito, como o dos poetas. Deste modo, por meio de um diálogo com o filósofo Bachelard, em sua Poética do devaneio, propomos, neste estudo, uma apreciação do discurso infantil no que ele possui de mágico e original, fruto de devaneios criativos, desamarrados dos condicionamentos da linguagem mecânica e instrumentalizada.
Resumo:
O presente texto versa sobre a união entre palavra e silêncio no fazer poético de João Manuel Simões. Sem abandonar a magia da poesia e o compromisso com a linguagem poética, Simões aborda temas que configuram a modernidade lírica como a condição original do ser humano, a arte poética e a sua própria condição de poeta, convertendo o silêncio em palavra e poesia.
Resumo:
Discorre-se, neste relato acerca de uma pesquisa relacionada à recepção da obra de João Guimarães Rosa no Vale do Urucuia, cenário de parte do romance Grande Sertão: Veredas. O objetivo principal da pesquisa foi levar a leitura dos textos rosianos às comunidades que se situam no território que inspirou o autor. Além disso, objetivou-se também desenvolver o letramento literário na mesma região. Destacam-se as “cirandas dialógicas” como procedimento metodológico eficaz, uma vez que os participantes do projeto se envolveram com os textos, mesmo com a ideia pré-formada de que a leitura do autor é difícil e para um grupo seleto. A proposta percorreu 5 comunidades da região e, a partir do relato, observam-se resultados positivos em relação à leitura de João Guimarães Rosa pelo interior do país: primeiro, as pessoas mais humildes e com pouca educação formal têm plenas condições de ler a obra do autor; segundo, o letramento literário, assim como outros letramentos, pode ser desenvolvido se houver um cuidado com as estratégias aplicadas para este fim.