10 resultados para Homem e modernidade
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O “PODER” NA FALA DA MULHER: A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA E A IDENTIDADE FEMININA NA PÓS-MODERNIDADE
Resumo:
Falar da mulher no contexto da chamada pós-modernidade é tocar num ponto nevrálgico, já que precisamos pensar sua constituição num momento de crise dos gêneros, em que as fronteiras identitárias vêm se alterando. Tendo em vista que a partir do discurso (e da entrada no simbólico) é que nos configuramos como sujeitos, e mais que isso, que a designação de gênero é a primeira com a qual o “outro” nos nomeia, proponho, neste trabalho, pensar a identidade feminina a partir do discurso feminino, vendo-o sob o signo da heterogeneidade, conforme o conceito concebido na terceira fase da Análise do Discurso de linha francesa. Para isso, tomo entrevistas realizadas com mulheres de perfis heterogêneos e as analiso sob o foco de alguns pressupostos da AD, sobretudo no que diz respeito à heterogeneidade constitutiva e o interdiscurso, e alguns conceitos de base psicanalítica ligados à constituição do sujeito. Nesse artigo analiso especificamente as ocorrências do verbo “poder” na fala das entrevistadas em enunciados que demonstram a constituição hetero- gênea do discurso feminino. Pretendo, dessa forma, poder vislumbrar a configuração do sujeito mulher como ser heterogêneo que é, constituído com base no discurso do “outro”, procurando compreender quem é este ”outro” que o constitui contraditoriamente. Desta perspectiva, observaremos o funcionamento deste “outro” que não é o sujeito homem, mas sim o modo como a mulher resignifica o discurso do sujeito homem em seu dizer, tendo em vista um interdiscurso que se ordena a partir de memórias recortadas da sociedade patriarcal em relação à sociedade pós-moderna.
Resumo:
Utilizando o conceito de modernidade de Marshal Berman, o presente estudo procura demonstrar como a obra romanesca de Machado de Assis como um todo (sem a divisão de primeira e segunda fases) pode ser analisada sob a ótica da evolução e dos paradoxos da sociedade moderna brasileira do século XIX. O ponto de partida desta aproximação entre as distintas fases de sua romanesca e a interpretação de Berman é a casa da flâmula azul, presente em Helena – onde mora um homem digno, inteligente porém pobre, um homem que simboliza a outra face da modernidade tal qual o par de olhos dos pobres em Baudelaire – e vai até o sofrimento do casal Aguiar no final de Memorial de Aires, quando Machado não encontra mais nas promessas da modernidade justificativa para estas pequenas tragédias.
Resumo:
In the late nineteenth century, the discoveries of the unconscious universe and the fondness for mysterious dimensions of existence have influenced a group of young artists to probe world mysteries through the incantatory power of words. From the opposition to scientific Realism and Naturalism, and also inspired by the revolutionary poetry of Charles Baudelaire, thus arose Decadentism. The novel À Rebours, by the French novelist and art critic Joris-Karl Huysmans (1848-1907), is an important expression of that spirit. In that work, there is a fruitful dialogue between painting and literature, which inaugurates a new style opposing the already exhausted realistic model. Duke Des Esseintes, the eccentric protagonist of the novel, struggles to modernity and emerging bourgeoisie’s unrefined taste of emerging bourgeoisie. In his searching for a new literary model, Huysmans bet on environment descriptions and art transpositions. The painting served as an aesthetic paradigm for the novel construction, not limited only to the frequent descriptions of Moreau or Redon’s paintings, but also encompassing the way Huysmans described the furniture, tapestries, artificial flowers and fishes, book covers etc... Being outstanding was his idea, things beyond the reach for the common man, devoted to trivialities of everyday life. The transposition of art, or the creation of an artistic work by language, acquires immeasurable value to the critical Huysmans engrossing him in À Rebours. There, the critical superimpose the writer. The decadent style of Huysmans opposes the analytical reason. In his work, the art aims to retake the passion, the dream, the mystery, fear, death, totally disengaged of the desire to represent the reality.
Resumo:
This work presents an analysis of the short story El lobo, el bosque y el hombre nuevo, published in 1990 by the Cuban writer Senel Paz. The analysis approximates fiction to history, identifying how these questions occur in the short story and at what degree they constitute a critic of the revolutionary government established in Cuba in 1959.
Resumo:
Neste artigo, objetivamos analisar um texto publicitário de Veja intitulado E o que é do homem o bicho não come?, à luz da Teoria Retórica do Discurso (TRD) proposta por Dittrich (2005), cuja sistematização epistemológica agrega novos valores aos estudos da Retórica Clássica fundamentada por Aristóteles e aos da Nova Retórica, elaborada por Perelman e Olbrechts-Tyteca (1958). Assim, mediante os pressupostos da TRD, verificamos que no discurso retórico dessa propaganda, o locutor do anúncio apresenta seus argumentos organizando-os, simultaneamente, em ordem técnica (objetiva), emotiva (afetiva) e representacional (legitimidade), concentrando seus esforços, porém, na ordem dos sentimentos, da emoção, com a finalidade de impressionar o leitor com o título-provérbio que projeta a ideia do medo e, assim, angariar absoluta atenção. Concluímos que o estudo realizado apresenta uma base metodológica potencial para a descrição das configurações retóricas de discursos, mas, sobretudo, amplia a noção do escopo da argumentação ao situar o triplo (tridimensional) do argumento retórico no âmago das linguísticas enunciativas.
DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO HOMEM À PRODUÇÃO LITERÁRIA EM EURICO, O PRESBÍTERO E MEMORIAL DO CONVENTO
Resumo:
A relação entre Literatura e História permite a ambas um contínuo trocar de informações, estabelecendo entre tais realidades diversas, profundos pontos de ligação. A criação literária, dentre toda a sua gama de possibilidades, pode buscar no produto histórico a fonte, o princípio para sua criação artística; encarando este produto pois, como um dos condutores da verossimilhança que constitui o fazer Literário. Tal fenômeno pode ocorrer por meio da retratação da época (como pano de fundo por exemplo) e da alegoria. Entretanto, a construção de um discurso literário hábil de se relacionar com a História no que diz respeito a evocar o passado e trabalhar com este material que narra uma época mais afastada, constitui uma especificidade que é melhor observada nos Romances Históricos, na Metaficção Historiográfica e na Historiografia. Deste modo, partindo da análise das obras Eurico, O Presbítero de Alexandre Herculano, Memorial do Convento, de José Saramago, e das crônicas “Desavenças entre D. Afonso Heriques e sua mãe” e “D. Afonso I e o cardial de Roma”, provindas das Crônicas breves de Santa Cruz, e calcando-se na exemplificação comentada de obras referentes, serão colocados em análise estes três modos de a Literatura trabalhar o material histórico, de modo que surjam a vista a mescla entre a história do homem e a literatura que ele produz.
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Este estudo propõe uma leitura da obra Os sinos da agonia (1974), de Autran Dourado. A variedade de caminhos e a multiplicidade de soluções formais do romance brasileiro contemporâneo o caracterizam, inclusive com soluções diversas adotadas na mesma obra. Este é o caso de Os sinos da agonia (1974), de Autran Dourado. Neste estudo, procuramos seguir algumas estratégias do autor na elaboração do romance e na condução do relato, particularmente a relação entre a ficção e a história que dá sustentação ao enredo e as relações que o romance mantém com a tragédia clássica.
Resumo:
ABSTRACT: T. Adorno and Max Horkheimer set out to analyze not the cause of reason, as did empiricists and rationalists, but understand the deeper objectives of this human faculty. To understand it made a historical retrospective, since the myths contained in the Iliad and Odyssey to the myths created by modernity, in order to reveal the tricks of what they called "Enlightenment". They will say that, while the clarification is an attempt to win over the forces of nature and on human fears, is also a way to encapsulate the man, not this or that belonging to a social class, but humanity in general. The objective of this work is therefore is to relate the concept of enlightenment to the cultural forms of modern man, seeking to explain the extent to which Western societies are prisoners of what they believe to be the great instrument of liberation: Reason. KEYWORDS: Clarification; Cultural Domain; Instrumental Reason.
Resumo:
RESUMO: Tal proposta de estudo reflete sobre os emblemas da modernidade nas imagens da publicidade, especificamente a partir dos anúncios da revista Capricho, da década de 1970. Diante disso, as alegorias da marca compreendem tudo aquilo que a marca representa na mente do consumidor e, ao mesmo tempo, revela transfigurações das relações entre a arte da memória e conhecimento presentes na publicidade. Enfatizamos, nessas imagens, a multiplicidade de gêneros a partir do entrelaçamento de sentidos, tempos e espaços, saberes e conceitos presentes nas relações culturais do mito; seus padrões de comportamento, crenças, costumes, ou seja, suas configurações culturais e objetos de conhecimento sobressaltados no emaranhado mundo de sentidos estéticos e políticos persistentes no anúncio publicitário.
Resumo:
This work aims to analyze how the formal elements of the tale Viagem aos seios de Duília, by Aníbal Machado, converges to the disclosure of conflict introduced inside the protagonist, that is because of his awareness of misfit between he and the present time. The degradation of spatial elements does be revealed in narrative the consciousness about the irreversibility of time – fact that is experienced by the protagonist as a conflict of existential order, insofar it shows him what he refuses to see: the huge misfit between their beliefs and expectations and the external reality. The inexorability of time progression toward the total destruction of everything that is alive becomes for the character the tyranny of time; in continuous and constant war with this, trying to deny their relentless effects, the character find, however, only suffering, anguish and defeat this illusory endeavor. Nothing can endure: neither the man nor his dreams, nor their hopes, not even their illusions.