7 resultados para Ficção seriada televisiva
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Resumo:
O presente artigo volta-se para a análise da linguagem televisiva enquanto mecanismo de transmissão ideológica e manifestação de poder, desta forma a sua compreensão na atual sociedade revela-se não apenas como um objeto de estudo, mas sim como uma necessidade para a formação de sujeitos sociais. Neste contexto partimos do pressuposto que a linguagem, a palavra em si, vem carregada de significações, a mesma expressa as diversas relações historicamente construídas, é “arena” de conflitos, persuasões, compreensões, etc. Assim, na medida em que for sendo construída a reflexão da linguagem na perspectiva da totalidade, estará sendo perseguida a compreensão da mesma enquanto formadora da consciência dos homens. Com vistas a compreender a linguagem da realidade nas interações sociais estaremos nos reportando a Bakhtin o qual afirma que “na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial” (BAKHTIN, 1999, p. 95). O objetivo é o de proporcionar uma análise que evidencie a linguagem presente nas mensagens audiovisuais e mais especificamente a linguagem televisiva. Imagens e sons têm cada vez mais educado crianças, jovens e adultos, formado assim a sua inteligibilidade e sua compreensão de mundo.
Resumo:
No presente artigo apresento resultados iniciais da pesquisa A imagem da polícia na literatura brasileira, na qual identifico e examino as imagens desta instituição elaboradas por escritores brasileiros em três momentos da história: os primeiros anos da república brasileira (1889-1910), a Era Vargas (1935-1945) e os anos de chumbo da ditadura civil-militar brasileira chegando até a abertura política (1969-1985). As imagens que compõem a primeira fase da pesquisa foram extraídas de obras de Machadode Assis, Aluízio de Azevedo, Lima Barreto e Jõao do Rio e foram publicadas nos anos em que tanto havia uma reforma política no Brasil (a passagem do sistema monárquico para o republicano), quanto estava em curso uma tentativa de reforma da instituição policial, tendo em vista a inserção de aspectos ditos mais científicos de investigação e de punição. O levantamento e a análise dos textos permite aquilatar as críticas feitas pelos escritores da época ao literaturizarem uma instituição problemática porque era eivada de preconceitos, atrasos e resistente a inovações. Além disso, aspectos ainda hoje presentes na crítica à polícia, tais como a violência desproporcional e a corrupção, comparecem na literatura produzida no período e possibilitam uma compreensão mais ampla da realidade policial desde o ponto de vista da arte literária.
Resumo:
A partir da análise da trajetória de algumas das principais personagens femininas dos romances O matador (1995) e Inferno (2000), da escritora brasileira contemporânea Patrícia Melo, nosso objetivo neste artigo é traçar alguns apontamentos acerca do modo como são aí representadas as relações de gênero, no contexto do feminismo contemporâneo. Passados quase quarenta anos da revolução sexual que marcou os anos 1970 no Brasil, a literatura de autoria feminina brasileira dada a público nos últimos anos tem acompanhado o desenvolvimento do modo de a mulher estar na realidade extraliterária. No entanto, em consonância comas preocupações de muitos(as) críticos(as) do feminismo contemporâneo,os(as) quais nos fornecem a metodologia aqui aplicada, há que se considerar os diferentes contextos em que a categoria mulheres - transposta para o universo literário - se constitui, bem como as modalidades raciais, classistas, étnicas, sexuais e regionais com as quais estabelece interseções. Nesse cenário, a autonomia e a condição de agente alcançadas, em tese, pela mulher, por intermédio das lutas feministas contra os desmandos da ideologia patriarcal, é relativizada. Demonstrar como isso ocorre na ficção de Patrícia Melo é nossa preocupação nesses apontamentos.
Resumo:
Este estudo propõe uma leitura da obra Os sinos da agonia (1974), de Autran Dourado. A variedade de caminhos e a multiplicidade de soluções formais do romance brasileiro contemporâneo o caracterizam, inclusive com soluções diversas adotadas na mesma obra. Este é o caso de Os sinos da agonia (1974), de Autran Dourado. Neste estudo, procuramos seguir algumas estratégias do autor na elaboração do romance e na condução do relato, particularmente a relação entre a ficção e a história que dá sustentação ao enredo e as relações que o romance mantém com a tragédia clássica.
Resumo:
Este estudo tem por objetivo estabelecer a comparação da construção do discurso ficcional nos romances A história do cerco de Lisboa (1989) de José Saramago e El paraíso en la otra esquina (2003) de Mario Vargas Llosa, obras que dialogam diretamente com o discurso da história. Evidenciamos o procedimento da intertextualidade que ocorre entre estes discursos, possibilitando uma aproximação entre ficção e história. Na obra de Saramago podemos notar como o narrador explicita a construção tanto do discurso da ficção como do histórico, ao relatar a trajetória fictícia de Raimundo Silva. Já na obra de Vargas Llosa o diálogo com o discurso historiográfico ocorre na reconstrução da história de vida da feminista Flora Tristán (1803-1844) e de seu neto Paul Gauguin (1848-1903), famoso por suas pinturas consideradas exóticas. Apesar de Saramago e Vargas Llosa fazerem parte de cânones literários diferentes, é possível constatar uma confluência entre os autores na sua produção ficcional.
Resumo:
Part of the work of the Chilean writer Roberto Bolaño, who died in 2003, seemsto be articulated from certain aspects of his self. In other words, the way he writes his ownname on the text, or, how do we answer the question: “who is “I” in this text?”. Many of hisshort-stories and novels, not to mention the poems, operate strategies of hide and exposure ofthat “I” that speaks. Those strategies point to an uneven reading of his works, according to theinscription of the given name. Using the short-stories “Detectives” (1997) and “Muerte deUlises” (2007), the novel Los Detectives Salvajes (1998) and the compendium EntreParéntesis (2004), this article articulates an analysis that compares Bolaño’s aestheticsstrategies regarding his own personal history. We’ll investigate the consequences of choosingthe signature Roberto Bolaño, or Arturo Belano, his alter-ego, to the essays, the interviews orthe fiction work. The question is not the verification of the truth within the fiction, but, moreprofoundly, pose the exam in the effect of reality that comes from the subject-effect. Writing,as it is, is considered as a vehicle to the construction of the “self”, that leads to the unstableoverflow of a identity that ultimately can never be Roberto Bolaño.
Resumo:
Este artigo tem por objetivo uma abordagem crítica acerca da novela Desabrigo, de Antônio Fraga, como expressão do espaço destinado à malandragem como prática a ser coibida pelo aparelho repressor. O cenário de ação do Rio de Janeiro contribui como termo que agrava a discussão acerca do poder central como agente de um processo de higienização social que expulsa para a periferia da cidade rufiões, prostitutas e jogadores como personagens indesejáveis à novo ordem que se estabelece como o pós-guerra. Publicada em 1942, Desabrigo parece condenada à incúria de editores e críticos que ignoram seu elevado valor de obra literária que teve que esperar por várias décadas para ser reconhecida.