19 resultados para Assis, Machado, 1839-1908 - Memórias póstumas de Brás Cubas - Crítica e interpretação
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Resumo:
O presente trabalho analisa a obra Memórias Póstumas de BrásCubas, de Machado de Assis, explorando as reações do masculino perante a altivez feminina, a partir do mito de Eva. A despeito da conotação negativa que faz o narrador dos caracteres femininos como inteligência e altivez, o aspecto de fracasso masculino não é anulado. O tipo fracassado que aparece na obra tem valor significativo, na medida em que faz emergir o outro: o feminino. Pois, as personagens femininas representadas, guardadas os limites de verossimilhança da época, não assumem o comando político e social, mas possuem a inteligência para defender seus próprios interesses e comandar o homem pela subjetividade. Assim, ao passo que onarrador Brás Cubas acredita dominar a situação, ele passa a ser o iludido.
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A proposta deste trabalho é mostrar o caráter inovador de Machado de Assis através de sua maior inovação que foi Memórias Póstumas de Brás Cubas. É ressaltado aqui e comprovado através da análise desta obra que o autor não se prendeu a modelos pré-estabelecidos; sendo pelo contrário, um inovador em todas as escolas pelas quais transitou. É por isso que detectamos numa mesma obra a negação do Romantismo, a utilização de algumas características do Realismo e o uso de outras que não corresponde a esse período, mas ao estilo literário próprio do autor. Essas características chegam de forma caprichosa e astuta, como se mostra o narrador - defunto. É por isso que essa pesquisa expõe algumas das questões que cercam o narrador e sua posição no romance já citado. Por todoo trabalho, são analisados alguns pontos peculiares à obra machadiana, como as interrupções e volubilidade do narrador que, são características fortemente marcadas na obra para intensificar a negação de alguns dos principais pilares do Realismo, como a neutralidade, a imparcialidade e a objetividade. No decorrer do texto é observado o modo como o narradorpersonagem desconstroi, com sua ironia e seus “vaivens”, os ditames da onisciência e mistura com a subjetividade o tempo cronológico ao psicológico, de acordo com sua memória e imaginação criadora. Destacam-se nesse estudo, não só a posição do autor perante as características já mencionadas do Realismo, como o árduo combate ao sentimentalismo contido nas obras do Romantismo, assim como a compreensão e questionamento do autor acerca dos mecanismos que comandam as ações humanas através da sondagem psicológica; visto que Machado de Assis além de inovar no enredo, criar um narrador fora do padrão, retrata também os ditames sociais.
Resumo:
Este trabalho, sob a luz da intertextualidade e sua fortuna teórica, tenciona analisar de que forma a escritora carioca Nélida Piñon repete, modifica ou acrescenta dados em relação ao conto "Missa do Galo", produzido por Machado de Assis e editado em 1893. Após o transcurso de 71 anos em relação à publicação de um dos mais relevantes trabalhos que compõem a obra machadiana, Osman Lins e Julieta de Godoy Ladeira planejaramreescrever Missa do Galo, inspirados pelo aparecimento de versões derivadas das obras épicas de Homero e pelas retomadas temáticas impelidas na pintura e na música durante a década de 60. Treze anos depois, Nélida Piñon, Antonio Callado, Autran Dourado e Lygia Fagundes Telles aderem ao projeto literário concebido pelos dois autores. O resultado é a elaboração, em Missa do galo: variações sobre o mesmo tema, de seis primorosas propostas de aproximação do texto de Machado, estando os escritores cientes de que, segundo Osman Lins, por melhores que se houvessem nesse desafio, jamais conseguiriam superar o talento e a engenhosidade do criador de Memórias póstumas de Brás Cubas.
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Exame da obra de Machado de Assis na perspectiva dos conceitos formulados por Walter Benjamin, com ênfase nas noções de flâneur e representação da cidade.
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This text analyzes the novel Helena, by Machado de Assis, aiming to research whether or not it is possible to study this author through a Marxist tendency and to understand the aesthetic experimentation of this novel through intertextuality and dialogue with other works. This text also takes this novel as an example to perform the disclosure of the formal and aesthetics composition of this genre and its fragmentation, compared with the epic poem, with its readily available meaning , by Georg Lukacs in his Theory of the Novel.
Resumo:
Este artigo discute a temática da loucura por meio da análise dos contos “O alienista”, de Machado de Assis, e “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa; privilegiando a abordagem que neles encontramos dos discursos político e social da época. Esclarecemos que a história faz parte das obras de Machado e Rosa não como instrumento de protesto social, mas como um vínculo indissociável entre literatura e sociedade.
Resumo:
Este artigo aborda algumas crônicas de Machado de Assis, tomando-as como textos estratégicos, no que tange à construção imaginária e empírica do leitorado brasileiro. Trata-se de estudo que analisa as relações entre o impresso e o receptor oitocentista, estabelecidas nos textos recortados por meio de mecanismos discursivos específicos, como a natureza fragmentária do tipo de narrativa em tela, o que gera a criação de mosaicos temáticos. Tais mosaicos, aproximando-se da própria configuração da folha jornalística, adequar-se-iam às peculiaridades dos diferentes segmentos do leitorado de então, podendo dialogar com padrões de gosto já existentes e, simultaneamente, criar novos padrões. O enfoque da crônica demanda que se discuta uma possível flutuação de fronteiras entre documento/ficção, a qual funciona, aqui, como uma das portas para a investigação sobre as relações texto/jornal/leitor próprias do final do século XIX. O objetivo deste artigo é, assim, investigar algumas das estratégias autorais e editoriais usadas na época, no intuito de que se construísse o público leitor e consumidor dos bens culturais impressos que eram produzidos,fazendo-os circular mais amplamente pela sociedade, de forma a que atingissem segmentos sociais antes desconsiderados, caso das mulheres, por exemplo. Para tanto, os mosaicos temáticos construídos nas crônicas em foco serão analisados sob a ótica da interação entre o ficcional e o histórico e enquanto instrumentos de formação do gosto pela leitura. A argumentação apresentada fundamenta-se na Teoria do Efeito, de Wolfgang Iser, na História da Leitura, de Roger Chartier, Marisa Lajolo, Regina Zilberman, nos estudos sobre crônica, de Marília Rothier Cardoso, Sidney Chalhoub, Antonio Candido, entre outros.
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Este artigo analisa o conto "O espelho", de autoria de Machado de Assis, do ponto de vista da categoria do espaço. Dessa maneira, nossa análise centra-se nas questões do espelho, da casa urbana e da casa na fazenda. A personagem envolvida por esses três espaços tenta resolver-se, superando o conflito dialético entre interior e exterior.
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O artigo analisa o conto "Pai contra mãe" de Machado de Assis como uma leitura da história da escravidão. A análise procura evidenciar a literatura como uma fonte de leitura da história.
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O presente trabalho propõe uma leitura do conto “O Espelho”, de Machado de Assis, a partir das relações entre literatura e psicanálise, para tanto tomamos como referencial o universo literário machadiano, constituído por vários temas que refletem a condição da natureza humana. Neste conto, o escritor toma o espelho, um objeto que obedece às leis da física para sintetizar a questão mais essencial do sujeito, não objetivando apenas sua aparência, visa também a essência do ser, escondida por detrás da imagem produzida pelo espelho.
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Este artigo tem como objetivo analisar a presença do trágico, definido como realidade não-interpretável, no conto Singular Ocorrência, do escritor brasileiro Machado de Assis. Partindo de referências bibliográficas calcadas em Clemént Rosset e Nietzsche, a análise fenomenológica procura descrever o enredo do conto e os nós que tornam a narrativa um exemplo de ocorrência não interpretável, portanto, sua constituição trágica.
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Este artigo apresenta uma breve reflexão teórica sobre a concepção de carnavalização da literatura - de acordo com a teoria bakhtiniana - segundo a qual, o carnaval - não sendo um fenômeno literário, mas um espetáculo ritualístico - pode ter seus conceitos transferidos, através de imagens sensoriais, para a literatura. Analisa o conto Entre santos (1996), de Machado de Assis, cujas características remetem a singularidades dos gêneros literários da Antigüidade clássica, como o sério-cômico, que está impregnado de uma profunda cosmovisão carnavalesca, fazendo com que o objeto elevado, no caso a Igreja católica, seja desmascarado, aterrissado, mostrando uma opção ideológica do autor.
Resumo:
Com base nos pressupostos teóricos que orientam a análise da interação entre criação artística e mercado cultural, este trabalho propõe analisar as condições da produção literária vinculada à imprensa periódica e ao contexto cultural brasileiro do século XIX. O interesse desse exame está na importância de se recuperar as condições de enunciação literária que eram oferecidas a Machado de Assis nos diversos contextos de produção em que esteve inserido (livro, revistas e jornais).
Resumo:
Dialética Polifônica em A Cartomante , de Machado de Assis, é um estudo sobre polifonia e dialogismo, que tem como base teoria Mikhail Bakhtin e a analise do Discurso. Neste artigo analisamos a relação das personagens Rita e Camilo em oposição com a personagem da cartomante. Esta, representa o mundo profano e marginal e aquelas, o mundo aristocrático e instituído socialmente. Nesta relação, temos o cruzamento destes dois mundos, que coexistem mutuamente, ainda que às escondidas. Neste trabalho, fazemos, pois, a análise das diversas vozes existentes no conto e principalmente a voz da cartomante, que embora pertença ao mundo profano, dita o comportamento daqueles que pertencem à sociedade aristocrática.
Resumo:
A partir da hipótese de um outro lado do riso num dos mais populares contos de Machado de Assis, O alienista, observa-se o carácter metaficcional da narrativa, analisando as implicações poético-retóricas, a começar pela questão genológica, e ainda as implicações de ordem científica, filosófica e ideológica. Através do riso e da sua incomparável capacidade de análise das situações humanas, Machado devasta o paradigma positivista autoritário, que lhe era contemporâneo, permitindo ao seu leitor de ontem e de hoje a percepção da vertente construtiva e da falibilidade dos sistemas. Uma espécie de pós-modernismo pré-moderno, um clamor à constatação do plural do mundo, para além das fronteiras da Casa Verde, metáfora da repressão em largo espectro.