1 resultado para Andrade, Mário de, 1893-1945 Correspondência

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Riacho Doce, junto a O Moleque Ricardo, Pureza, Riacho Doce, gua-Me e Eurdice, compe uma parte da obra de Z Lins que escapa s tradicionais leituras dos ciclos, da memria e do regionalismo. Esse romance, em particular, sofreu ainda maior ataque da crtica, que leu, no protagonismo do estrangeiro, uma tentativa fracassada do autor de inovar e escapar ao rtulo de memorialista. Este artigo, a partir da anlise do romance, procura expor como Jos Lins do Rego, ao trazer uma protagonista estrangeira e dedicar toda a primeira parte da histria sua infncia na Sucia, inovou sim, mas para operar uma complexificao dos elementos que unem sua obra e inseri-los em uma longa trajetria do pertencimento que une o nacional e o estrangeiro, a tradio e o novo. Atravs dessa trajetria da protagonista, Edna, vemos a terra como eixo organizador do romance, desde sua profunda crise do no pertencimento na juventude at sua perspectiva, perante o novo, atravessar o mar e invadir de cheio o conhecido conflito entre tradio e mudana, dotando-o de um novo olhar. Dedicando uma leitura atenta, como o fez Mário de Andrade, podemos perceber como esses elementos constroem um emaranhado de trajetrias e perspectivas em que a terra, a tradio, o novo, o estrangeiro e a busca por pertencer ou deixar de pertencer se aproximam, afastam-se e, por fim, confrontam-se.