3 resultados para Índios Kayapó
em Línguas
Resumo:
1 Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", campus de Araraquara (1998). Professora Associado A, no Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Atua no Mestrado em Linguagem, Identidade e Subjetividade desde 03/2010. 2 Mestranda em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (2012). Bolsista CAPES. Especialista em Língua, Linguística e Literatura pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2010) e graduada em Letras Português/Inglês pela mesma instituição (2006). As with societies, history and culture, language also evolves, a process which is inherent to it. The Portuguese of Brazil has its own characteristics due to the influence of Indian, African peoples and others who have lived here. This study researched 19th century handwritten letters for the origins of Brazilian Portuguese. The corpus consists of three personal letters collected by the Museu do Tropeiro in Castro. Two of them were written by the Baroness of Guaraúna and one by the Empress Thereza de Bourbon. This textual genre is Revista Línguas & Letras ISSN: 1517-7238 Vol. 13 nº 24 1º Sem. 2012 a valuable source for socio-historical studies because it brings, through the linguistic register, an immeasurable cultural and intellectual legacy. Studying the educated Portuguese Brazilian language, used informally between 1880 and 1893, one is able to notice syntactic phenomena, which are found in forms of treatment and spelling diversity characteristic of the century in which they were written. Our focus was not to exhaust all the possibilities of analysis and observation on the origin of this entire legacy but to contribute towards the studies of the history of Brazilian Portuguese, and in particular, the one from the state of Paraná.
Resumo:
Em suas manifestações iniciais, a literatura na América Latina desempenhou um papel determinante no processo colonizador, funcionando muitas vezes como expressão dos padrões culturais do colonizador. Conforme desenvolveu-se, entretanto, a produção literária latino-americana possibilitou uma resistência às tendências colonizadoras, promovendo o resgate e revalorização de elementos característicos das tradições culturais nativas do continente americano. Esse papel de resistência foi amplamente estudado pelo crítico uruguaio Ángel Rama, sobretudo em seus escritos sobre a transculturação narrativa, conceito formulado a partir das contribuições do antropólogo cubano Fernando Ortiz. Rama mostrou-se particularmente interessado pelo modo como alguns escritores latino-americanos rearticularam no âmbito ficcional os aspectos próprios das tradições populares das regiões rurais da América Latina, criando a partir da fala dos habitantes do interior uma linguagem literária mais apropriada para expressar a visão de mundo engendrada por esses elementos culturais. Um dos autores estudados por Rama é Guimarães Rosa. De fato, os pontos centrais da proposta poética do escritor mineiro vão ao encontro do conceito de transculturação desenvolvido pelo crítico uruguaio. Nesse sentido, a proposta deste artigo é analisar o conto “Meu tio o iauaretê” (1961) para explicitar os procedimentos de transculturação narrativa empregados por Guimarães Rosa. O objetivo é explorar a partir da obra rosiana o papel de resistência cultural desempenhado pela literatura latino-americana, mostrando como o conto contribui para uma reafirmação e valorização de elementos próprios da cultura indígena frente a problemática da colonização.
Resumo:
Há estudos sobre os índios Kaingang no Paraná que contribuem para o entendimento da sua história, cultura, organização social e linguística. Entretanto, sobre a escolarização e a apropriação da linguagem escrita, tanto da língua kaingang, como da língua portuguesa, são raras as publicações e pesquisas sobre um tema que é muito relevante, haja vista o ritmo acelerado da perda de línguas minoritárias no mundo e no Brasil, a partir de uma política neoliberal de estado mínimo e pouco investimento em formação de professores para atuarem em áreas socialmente relevantes como as línguas, dentre elas as línguas indígenas que requer investimento na formação de professores e linguistas indígenas. Neste artigo apresentamos aspectos históricos sobre registros desta língua indígena, o projeto de alfabetização bilíngue implementado no Brasil e como esta vem ocorrendo com os povos Kaingang na região do Vale do Ivaí, no Paraná, com crianças do ensino fundamental. Por meio de pesquisa bibliográfica e empírica foi possível perceber que o ensino da língua materna indígena, mesmo entre crianças monolíngues em kaingang, entra no currículo como ensino de língua estrangeira, o que pode comprometer seriamente a aprendizagem, a alfabetização, tanto da língua indígena como da língua portuguesa. Evidencia-se que o investimento na formação continuada de professores indígenas é uma das estratégias para a superação de tal situação.