12 resultados para language teaching

em Universidade Federal do Pará


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Nos últimos anos a questão cultural tem ganhado cada vez mais espaço nas pesquisas da área de ensino-aprendizagem de línguas. Uma vez que os materiais didáticos estão entre os principais suportes no processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, as representações de cultura que estes materiais apresentam podem influenciar nas crenças e atitudes dos aprendentes em relação à língua alvo e, consequentemente, em sua motivação para aprendê-la. Compreende-se que cultura envolve uma gama de aspectos diferentes, entretanto, ao analisar o livro didático de inglês como língua estrangeira Touchstone, observamos que as amostras de cultura apresentadas nesse material referem-se basicamente a aspectos histórico-geográficos e informações turísticas. Observamos também que, em relação ao contato com a cultura da língua alvo, os aprendentes da disciplina Culturas Anglófonas podem ter atitudes variadas. Assim, esta pesquisa apresenta reflexões acerca da considerável limitação da representação cultural no livro analisado, tendo como foco principal a maneira como esta afeta a motivação do aprendente. Além disso, esta dissertação apresenta reflexões sobre como a cultura do outro pode ser abordada de maneira a enriquecer a percepção de sua própria cultura.

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Apresenta resultados de uma pesquisa investigativa realizada no campo do ensino e aprendizagem de línguas buscando desenvolver a autonomia do aluno referente à aquisição do conhecimento de língua inglesa em uma escola rural. Este trabalho derivou da necessidade de tornar significativa a aprendizagem de inglês levando em consideração também a motivação como um elemento importante na construção desse conhecimento. Do ponto de vista teórico foram relevantes as contribuições de e Harmer (2001), Brown e Jacob (apud WILLIAN et al, 2004) sobre motivação; Holec (apud PAIVA, 2005), Little (1991), Dickinson (1994) Benson (2001) e Paiva (2007) no que se refere à autonomia no ensino e aprendizagem de línguas. Do ponto de vista metodológico, as contribuições de Hadley (2004) e Viana (2007) foram importantes para o direcionamento dos procedimentos de constituição dos dados à luz dos estudos da pesquisa-ação. Este trabalho foi realizado por mim enquanto professora e pesquisadora, coletando os dados em minha sala de aula com uma turma de Ensino Médio composta por vinte e oito alunos do primeiro ano do turno da noite em uma escola pública na cidade de São Francisco do Pará. A análise dos dados permitiu afirmar que uma aprendizagem significativa deve partir de situações que envolvam os alunos em condições de uso da língua. Ele também mostrou que situação de uso da língua em contexto real faz a aprendizagem ter mais sentido para os alunos ao mesmo tempo em que adotam autonomia. A atividade que conduziu este estudo foi chamada de foi Posters' show cujo objetivo desenvolver nos alunos comportamentos diferenciados em relação à aprendizagem. Pois, em se tratando de autonomia, a vivência dos alunos, a experiência, e a responsabilidade na situação de aprendizagem são mais importantes do que o domínio das regras gramaticais ou mesmo do conteúdo programático anual destinado à cada etapa de ensino. A análise dos dados permitiu afirmar que o trabalho obteve resultados positivos, pois ocorreram mudanças nos alunos acerca da própria aprendizagem, evidenciando que é possível construir atitudes autônomas se forem dadas condições apropriadas aos alunos.

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Nesta dissertação de mestrado, desenvolvemos um estudo sobre a produção de texto escrito em turmas de 8ª série do ensino fundamental visando: identificar os procedimentos e dificuldades habituais do professor observado para ensinar produção de texto escrito aos seus alunos; analisar o material didático utilizado nessas aulas; e propor, a título de sugestão, práticas de ensino de LM para o desenvolvimento da interação verbal através da produção escrita. Como ferramenta de trabalho para o desenvolvimento desse estudo, foi utilizado o Quadro Europeu Comum de Referência (QECR). Quanto aos procedimentos metodológicos, utilizamos o estudo de caso. Na análise, refletimos sobre a prática de ensino de produção de texto escrito, observando 13 (treze) aulas de LM e o material nelas trabalhado como também as “redações” escritas pelos alunos da turma observada. Os resultados da pesquisa indicam que podemos mudar nossa prática de um ensino de LM descontextualizado e sem propósito prático e social para aulas que proporcionem o desenvolvimento da competência de produção escrita dos alunos.

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Expõe uma prática de pesquisa-ação realizada em uma sala de aula de língua portuguesa durante o ano de 2003. Ele traz à tona produções textuais, geradas neste contexto, que nos servem para discutir mecanismos de escrita utilizados pelos sujeitos da pesquisa (alunos de 5a série do ensino fundamental) em seus textos. Partimos do pressuposto bakhtiniano da compreensão responsiva ativa de que os educandos diante de uma atividade de produção textual escolar não são passivos e, em função disso, respondem à atividade utilizando a escrita para manifestarem os discursos constituídos em suas comunidades. Dado os problemas predominantes nas produções escritas escolares, desenvolveu-se um trabalho que pretendia valorizar práticas sociais de contar lendas presentes no repertório cultural dos alunos que, na maioria das vezes, são bastante preteridas pela instituição escolar. Assim, pôde-se gerar um corpus composto por lendas re-escritas pelos alunos que trazem espaço para discutirmos questões pertinentes ao ensino de língua portuguesa na escola, tais como retextualização e intertextualidade, que perpassam, consciente ou inconscientemente, a produção escrita em sala de aula.

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O ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE) tem apresentado um crescimento significativo no Brasil e mundo. Acordos internacionais, de caráter tanto acadêmico quanto comercial, colocam a língua Portuguesa em evidência. Motivados por esse novo cenário, muitos profissionais e estudantes estrangeiros têm procurado por cursos de PLE. Alguns desses se submeterão ao exame CELPE-Bras – iniciativa do Ministério da Educação do Brasil para consolidar o ensino de PLE no mundo. Os professores que atuam na preparação de candidatos estrangeiros a esse exame se deparam com dificuldades para encontrar materiais possibilitem o desenvolvimento da compreensão oral de seus alunos. Neste trabalho procuramos apontar um caminho para o ensino-aprendizagem da compreensão oral em PLE partindo dos gêneros textuais orais como insumo. Para tanto, buscamos suporte teórico fundamentado no Interacionismo sociodiscursivo (Teoria dos Gêneros e modelo de Sequência Didática) e tentamos aproximar a Abordagem Comunicativa da Abordagem por Gêneros no ensino de Língua Estrangeira. Partindo desses pressupostos teóricos propomos várias Sequências Didáticas para o ensinoaprendizagem da compreensão oral em PLE, elaboramos e aplicamos atividades de compreensão oral. Descrevemos e analisamos tais atividades e tentamos mostrar em que medida o ensino-aprendizagem de PLE utilizando o gênero textual como insumo e aplicado a luz da abordagem comunicativa pode facilitar o desenvolvimento da compreensão oral de alunos estrangeiros candidatos ao exame CELPE-Bras.

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Esta pesquisa tem como objetivo analisar processos de construção da identidade do professor de língua materna na imprensa, legitimada não apenas por seus discursos, mas como uma construção que se estabelece socialmente e encontra na mídia um lugar privilegiado para sua emergência. O corpus é composto por textos coletados de revistas, jornais, blogs e sites, que tratam de ensino de língua portuguesa, assinados por professores ou por outros profissionais. Este trabalho de pesquisa se baseia nos postulados da Análise do Discurso e das Ciências Sociais, por meio dos conceitos de Discurso, Hegemonia e Memória Discursiva, abordados no primeiro capítulo desta dissertação, em que perceberemos como estes conceitos ajudam na reprodução dos discursos (públicos) e na construção identitária do professor de língua portuguesa. A noção de Formação Discursiva é abordada no segundo capítulo, com base nos postulados teóricos de Foucault (2004) e Pêcheux (2009), bem como a circularidade nas posições de Identificação e Contra-identificação. As Formações Imaginárias (PÊCHEUX, 1997) servem de ancoragem teórica para o terceiro capítulo, em que analisamos como os professores ocupam lugares (A, B e R) nos discursos, validados por eles mesmos ou por aqueles que enunciam publicamente. No quarto capítulo discutimos a polêmica estabelecida entre as duas Formações Discursivas por meio da noção Simulacro MAINGUENEAU, 2005), abordada no mesmo capítulo, em que percebemos imagens distorcidas projetadas nos discursos. Buscamos demonstrar a importância dos estudos discursivos no campo do ensino-aprendizagem, partindo do pressuposto de que a formação dos professores tem se dado não apenas por práticas pedagógicas, mas também em práticas discursivas. Na análise destes dados, estamos buscando o lugar discursivo do professor e a maneira que este professor, ao tomar a palavra na imprensa, forja sua identidade. Espera-se com este trabalho verificar como o professor de língua portuguesa tem legitimado sua(s) identidade(s) no ambiente midiático, que tem se mostrado um lugar de grande efervescência discursiva e instância de formação e reprodução de discursos sobre ensino de língua materna.

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Pesquisas na área do ensino/aprendizagem da produção escrita em língua estrangeira têm envolvido os estudos sobre o erro apresentado por alunos, incluindo, geralmente, o como e por que fornecer correção a esses erros. Alguns sugerem que a correção desempenha papel tão importante quanto os erros, na aprendizagem, pois a forma como ela é feita pode beneficiar ou prejudicar o desenvolvimento de seus alunos. No intuito de investigar a(s) forma(s) como professores de língua inglesa fornecem a correção de erros escritos a seus alunos, assim como quais os efeitos dessa intervenção na motivação para aprender uma língua estrangeira é que nos propusemos desenvolver esta pesquisa. Para tanto, o referencial teórico utilizado baseia-se nas teorias sobre erro e retorno, escrita em segunda língua (L2) e motivação e retorno motivacional, em especial naquelas encontradas em Figueiredo (2001, 2005), Ferris (2004), Raimes (1991) e Dörnyei (2000-2011, 2001, 2010). A investigação é de caráter observatório não-participante, descritiva e se deu em uma turma do curso de Letras Língua Inglesa, da Universidade Federal do Pará, campus de Marabá. São sujeitos da pesquisa professores deste curso e um grupo de estudantes da graduação. Como instrumentos de coleta de dados, utilizamos observação de aulas, questionários e produção escrita dos alunos. Os resultados obtidos nos mostram que a maior parte dos movimentos corretivos partem do professor. No entanto, percebemos que, quando os alunos participam do processo, há uma maior aceitação, o que pode resultar em possíveis melhorias para a escrita e para a aprendizagem da L2 propriamente dita.

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Este trabalho é um estudo que trata de duas aldeias Mundurukú, Praia do Índio e Praia do Mangue, que estão situadas na área urbana de Itaituba – PA, Brasil. O contato entre a sociedade indígena e a sociedade nacional fez surgir muitos problemas que prejudicam a própria reprodução desse grupo social. Entretanto essas aldeias esforçam-se para resgatar sua identidade Mundurukú através do ensino de seu idioma nativo nas escolas indígenas de suas aldeias. Este estudo foi realizado durante o curso de mestrado em Antropologia, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará, de março de 2006 a março de 2008. A pesquisa foi dividida em duas partes. Uma delas foi através de pesquisas de textos específicos de antropologia em bibliotecas, livrarias e internet. A segunda parte foi no trabalho de campo em Itaituba, onde se situam as aldeias. Fui duas vezes ao campo no intervalo das aulas (“férias”) do Programa. Porém eu estive por quatro meses em campo, antes do inicio do curso de Mestrado. Ocasião onde foram entrevistados membros de doze famílias de um total de duzentas e cinqüenta e oito pessoas. O resultado da pesquisa mostrou que nestes grupos em situação urbana é possível perceber a adaptação das instituições tradicionais Mundurukú. E que a interação e contato com a sociedade nacional fez surgir uma nova ordem social. Essa nova ordem social formada, guarda tanto elementos da sociedade nacional quanto características tradicionais Mundurukú. E nesse contexto urbano verificamos que as instituições tradicionais Mundurukú, apesar de tudo, continuam marcando bem os espaços sobretudo de poder que ainda são regulados pelo parentesco, pelos clãs e pelo ‘cacicado’.

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Esta dissertação tem como objetivo principal “apresentar uma proposta para o ensino da língua parkatêjê apoiada na tradição oral do povo de mesma denominação, com vistas a sua implantação na Escola Indígena Pẽmptykre Parkatêjê”, da aldeia Parkatêjê, localizada na Terra Indígena Mãe Maria, à altura do quilômetro 30 da rodovia BR 222, no município Bom Jesus do Tocantins. Com base em Severino (2007), caracteriza-se como uma pesquisa etnográfica, por visar compreender a cotidianidade da aludida escola, no que se refere ao ensino e aprendizagem da língua tradicional, e também como pesquisa bibliográfica, tendo em vista a natureza das fontes utilizadas para sua tessitura. A pesquisa está vinculada à Linguística Aplicada, uma área da INdisciplina ou transdisciplinar, segundo Moita Lopes (2006), pautada na democracia cognitiva por uma educação emancipadora, conforme Petraglia (2013). O texto está estruturado em quatro partes, além da introdução e das considerações finais. A primeira parte apresenta considerações gerais sobre os Parkatêjê. A segunda parte trata de uma abordagem histórica acerca do desenvolvimento da linguística indígena no contexto educacional brasileiro, com base nos acontecimentos observados desde o ano de 1540 até os dias atuais. A terceira parte reúne algumas características de sociedades reguladas pela tradição oral, ou principalmente por meio dessa tradição, e, a partir de uma definição de cultura, apresenta reflexões sobre cultura oral e cultura escrita. A quarta parte trata do histórico da educação formal na aldeia parkatêjê e aborda informações referentes ao protagonismo do povo de mesma denominação no momento contemporâneo da mencionada escola. Ainda nesta última parte, a aludida proposta de ensino, que se intitula “A tradição oral no ensino da língua parkatêjê”, é apresentada, com o apoio de Queiroz e Pereira (2013), Belintane (2007; 2008), Calvet (2011) e de outros estudos levados a efeito por autores favoráveis à pujança da oralidade no ensino de língua. A pesquisa destaca os velhos da aldeia, índios de primeira geração, como atores importantes no processo de ensino e aprendizagem da língua tradicional na educação formal.

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A presente pesquisa investiga como os sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem de Português no curso de formação de professores do Bacharelato emergencial em Ciências Naturais, ofertado em Timor-Leste pela cooperação brasileira no período entre outubro/2009 e dezembro/2010, “traduzem / interpretam” o discurso de (re)introdução da língua portuguesa nesse país. A pesquisa baseia-se em dados produzidos ou reconstituídos a partir de minha experiência como professora do curso de formação de professores em língua portuguesa, através do “Programa de Qualificação e ensino da Língua Portuguesa em Timor-Leste (PQLP)”, coordenado pela Fundação CAPES. Para proceder à discussão, tomo como ferramentas teórico-metodológicas conceitos de Maingueneau (2008), especialmente os de “interincompreensão” e “simulacro”, como também os conceitos de “estratégia” e “tática” de Michel de Certeau (2012), que compõem seu modelo polemológico das apropriações culturais. As análises apontam que a maneira como cursistas e formador se apropriam do discurso da política de (re)introdução da língua portuguesa em Timor é determinada por formações discursivas diferentes, e que a relação interdiscursiva estabelecida entre elas desencadeia o fenômeno da “interincompreensão”. Compreender como essas formações discursivas se traduzem mutuamente na sala de aula, dentro das atividades que a princípio se destinariam ao ensino e a aprendizagem do português, contribui para que se possa (re)definir as intervenções didáticas das aulas de Português na formação de professores, assim como a política de (re)introdução do português em Timor-Leste. Defendemos que o ensinoaprendizagem do português, no contexto de Timor-Leste, precisa ser compreendido não apenas do ponto de vista didático, no que diz respeito à construção e mediação de saberes entre alunos e professores, como também do ponto de vista ideológico, uma vez que nesse país as propostas de formação atuais representam um projeto que pode conflitar com valores e crenças existentes na sociedade a respeito do idioma português e da relação entre a escola e outras instituições.

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Este artigo apresenta um estudo de citações em escrita acadêmica na perspectiva da análise de citações e dos estudos de gêneros do discurso (Moravcsik & Murugesan, 1975; Swales, 1986, 1990, 2004; Bhatia, 2004). O estudo enfoca o uso de citações por membros expertos e membros novatos da comunidade acadêmica de Linguística e consistiu na análise e comparação de nove artigos acadêmicos e treze trabalhos finais de disciplina. Os resultados mostram que as escolhas linguísticas que orientam a escrita das citações são em grande parte compartilhadas pelos membros expertos (autores dos artigos acadêmicos) e pelos novatos (alunos de curso de pós-graduação, autores dos trabalhos finais de disciplina), haja vista que ambos fazem uso de citações confirmativas, em detrimento de negativas. Todavia, membros expertos, ao contrário dos novatos, utilizam a própria voz para confrontar outros autores. As implicações deste estudo reiteram a necessidade de os Cursos de Letras terem uma abordagem de ensino e aprendizagem de escrita acadêmica baseada em gêneros do discurso visando desenvolver a consciência retórica dos alunos em relação à escrita acadêmica e, consequentemente, ao uso de citações em textos escritos, de maneira a empoderar os alunos a construir um posicionamento autoral em sua comunidade discursiva.

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A presente pesquisa desenvolve uma discussão acerca da formação inicial de professores de Licenciatura em Letras - Português. A crise pela qual passa a educação no Brasil hoje afeta a universidade brasileira e tem reflexos diretos sobre a qualidade da educação básica, na medida em que deveria constituir centro de formação, reflexão e produção de conhecimento para a escola. Os problemas que a universidade encara, especificamente no tocante às licenciaturas, têm raízes muito mais complexas do que a formulação de metas quantitativas para a formação inicial de professores ou para a alocação de recursos financeiros. Logo, é importante (e necessário) que se conheça melhor a constituição dos cursos de licenciatura que estão formando os professores contemporâneos. A pesquisa proposta tem como objetivo investigar, em duas instituições de ensino superior da região metropolitana de Belém-PA (uma pública e uma privada), a constituição das “disciplinas” de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, denominadas como MELP. O quadro teórico que norteia este trabalho é o da Análise do Discurso de linha francesa, de maneira particular os conceitos de Função Enunciativa, Formação Discursiva e Disciplina, apresentados por Michel Foucault em suas obras Arqueologia do Saber (1987) e A Ordem do Discurso (1996). Analisamos dados coletados em pesquisa documental (Projeto Pedagógico do Curso, Ementas, Planos de ensino e Material didático) e pesquisa de campo (observação em sala de aula, anotações de alunos e diário de campo), com o intuito de verificar quais elementos de disciplinas, no sentido foucaultiano (FOUCAULT, 1996), se fazem presentes na constituição das atividades curriculares de MELP desses Cursos de Licenciatura em Letras. Os dados de duas disciplinas foram analisados a fim de identificar que objetos, métodos, proposições, definições/conceitos são reconhecidos e de que maneira se relacionam. Os resultados mostram um cenário bem diverso quanto à organização das atividades de prática de ensino e estágio supervisionado nos dois cursos no que tange a) à distribuição da carga horária no currículo; b) à articulação de objetos, métodos, conceitos e proposições de disciplinas variadas e c) ao próprio papel do aluno de Letras. O desafio que se apresenta é constituir as MELP a partir de um processo disciplinar de produção de saberes.