8 resultados para Textos eletrônicos
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Este empreendimento de pesquisa desenvolve uma análise acerca de cultura e conhecimento, duas categorias basilares no campo dos Estudos Culturais, no intuito de investigar como estas são concebidas nos textos publicados no GT de Currículo (GT-12) da Associação Nacional de Pós-Graduação (ANPEd), no período de 2000 a 2006. De modo adjacente, analiso as ênfases temáticas identificadas no conjunto dos textos e as conjugações temáticas e metodológicas realizadas pelos seus autores, de modo a obter um quadro analítico integral das categorias cultura e conhecimento tal como são abordadas. Como procedimentos metodológicos, constam o estudo teórico de Raymond Williams, Stuart Hall e Tomaz Tadeu da Silva, autores de referência internacional e nacional do campo dos Estudos Culturais, e a análise de dezesseis (16) textos, entre pôsteres e trabalhos completos, retirados do site da ANPEd www.anped.org.br no GT de Currículo, inseridos na perspectiva teórica dos Estudos Culturais. A partir das análises desenvolvidas, é possível afirmar que cultura e conhecimento são concebidos nestes textos como práticas de significação. Cultura não é mera transmissão de tradições, valores, costumes e saberes de uma geração à outra, antes, a cultura é da ordem dos sentidos e significados, isto é, refere-se a maneiras de interpretar e conceber o mundo e constrói-se a partir das relações que homens e mulheres estabelecem entre si. Do mesmo modo, o conhecimento também é construído, produzido pela cultura, pelos sujeitos que fazem cultura. Não é neutro, nem estático, porque o processo no qual é criado está permeado por interesses particulares, disputas, questões de poder. Em geral, cultura e conhecimento são analisados em textos que discutem os currículos culturais, em especial a mídia, em suas mais diversas modalidades computador, jogos eletrônicos, programas de TV e revistas. As conjugações teóricas mais recorrentes envolvem autores tais como Tomaz Tadeu da Silva, teórico mais acionado, Michael Foucault, Homi Bhabha, Stuart Hall e Jean-Claude Forquim, Gimeno Sacristán e Henry Giroux. As conjugações metodológicas mais utilizadas são as análises do discurso e análises documentais. Refletindo sobre as análises que os textos desenvolvem sobre o currículo, percebo dois grandes eixos de compreensão. Um no qual o currículo é concebido como teoria/prática cultural, capaz de produzir sujeitos e subjetividades e outro no qual há diferenciação entre currículo teórico ou oficial e currículo real; neste eixo, o currículo é concebido como um documento oficial apartado das experiências cotidianas dos alunos. Observo, deste modo, duas vertentes teóricas acentuarem-se dentro de um mesmo campo de pesquisa, a crítica e a pós-estruturalista, que convergem em alguns aspectos e divergem em outros, mas no que concerne às categorias cultura e conhecimento, parece haver um consenso no que se refere às relações intrínsecas destas com os processos de significação, produção de identidades, subjetividades e de afirmação e produção de diferenças.
Resumo:
Este trabalho analisa como o professor é avaliado em reportagens das revistas Veja e Isto é publicadas no período compreendido entre os anos de 2006 a 2008. Aos textos jornalísticos é comumente atribuído um caráter imparcial e objetivo. Nesse sentido, a priori, a avaliação não seria um recurso produtivo de se analisar, de modo particular em reportagens, escritas para ser um relato fidedigno dos fatos. Porém, conforme é demonstrado neste trabalho, a dimensão avaliativa da linguagem desempenha um papel importante na criação do efeito retórico pretendido pela voz autoral. Nesta pesquisa, o referencial teórico é composto pelo sistema de avaliatividade proposto por Martin (1999) e Martin & White (2005), o qual tem sua origem na Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1989, 1994) e Halliday & Matthiessen (2004). Utilizando esse sistema é possível investigar as avaliações feitas por meio da língua, que podem estar explícitas ou implícitas nos textos. A avaliatividade refere-se, portanto, “... ao lado interpessoal na linguagem, à presença subjetiva dos escritores/falantes nos textos, na medida em que eles adotam posições com relação ao material que eles apresentam e àqueles com quem eles se comunicam” (Martin & White, 2005, p.1). As análises e reflexões desenvolvidas nesta pesquisa mostram que a apreciação é o recurso avaliativo mais utilizado nos textos analisados. Contudo, no que diz respeito aos comportamentos humanos sob avaliação, o professor é o participante sobre quem mais julgamentos são realizados. Em Veja a maioria desses julgamentos é negativa. Em Isto é há uma pequena diferença entre o número percentual de realizações positivas e negativas, havendo uma leve inclinação para o polo positivo. A catalogação das avaliações atitudinais afetivas e apreciativas mostra que o entorno do co-texto é também um ambiente negativo proporcionado pelas avaliações por meio do afeto e da apreciação.
Resumo:
Nesta dissertação de mestrado, desenvolvemos um estudo sobre a produção de texto escrito em turmas de 8ª série do ensino fundamental visando: identificar os procedimentos e dificuldades habituais do professor observado para ensinar produção de texto escrito aos seus alunos; analisar o material didático utilizado nessas aulas; e propor, a título de sugestão, práticas de ensino de LM para o desenvolvimento da interação verbal através da produção escrita. Como ferramenta de trabalho para o desenvolvimento desse estudo, foi utilizado o Quadro Europeu Comum de Referência (QECR). Quanto aos procedimentos metodológicos, utilizamos o estudo de caso. Na análise, refletimos sobre a prática de ensino de produção de texto escrito, observando 13 (treze) aulas de LM e o material nelas trabalhado como também as “redações” escritas pelos alunos da turma observada. Os resultados da pesquisa indicam que podemos mudar nossa prática de um ensino de LM descontextualizado e sem propósito prático e social para aulas que proporcionem o desenvolvimento da competência de produção escrita dos alunos.
Resumo:
Expõe uma prática de pesquisa-ação realizada em uma sala de aula de língua portuguesa durante o ano de 2003. Ele traz à tona produções textuais, geradas neste contexto, que nos servem para discutir mecanismos de escrita utilizados pelos sujeitos da pesquisa (alunos de 5a série do ensino fundamental) em seus textos. Partimos do pressuposto bakhtiniano da compreensão responsiva ativa de que os educandos diante de uma atividade de produção textual escolar não são passivos e, em função disso, respondem à atividade utilizando a escrita para manifestarem os discursos constituídos em suas comunidades. Dado os problemas predominantes nas produções escritas escolares, desenvolveu-se um trabalho que pretendia valorizar práticas sociais de contar lendas presentes no repertório cultural dos alunos que, na maioria das vezes, são bastante preteridas pela instituição escolar. Assim, pôde-se gerar um corpus composto por lendas re-escritas pelos alunos que trazem espaço para discutirmos questões pertinentes ao ensino de língua portuguesa na escola, tais como retextualização e intertextualidade, que perpassam, consciente ou inconscientemente, a produção escrita em sala de aula.
Resumo:
O presente trabalho apresenta uma análise descritiva desenvolvida com base em um corpus de 50 textos, do gênero publicitário, cujo objetivo é verificar como se processa a estratégia cognitiva, fundamental ao processamento textual e à construção de sentido, denominada de inferência. Partindo do pressuposto de que a atividade humana comunicativa perpassa por três peças-chave, integrativas e indissociáveis, que são o emissor, o texto e o receptor. Procurou-se estabelecer o papel da cada um desses elementos no processamento de inferências, tendo por base teórica dois ramos da Lingüística: 1) A Linguística Textual, que esmiuça o seu principal elemento-chave, o texto, enfatizando que atividades e processamentos cognitivos, mais especificamente a inferenciação, são utilizados; 2) A Pragmática, que vem subsidiando a Lingüística Textual, com a Teoria da Relevância de Sperber e Wilson (1986), na qual se buscam considerações pertinentes sobre o modo como a informação é representada na mente e como a mesma é processada inferencialmente.
Resumo:
A presente dissertação é o resultado de uma investigação qualitativa que tem como objeto de estudo analisar a interpretação de textos matemáticos e as dificuldades na resolução de problemas de Geometria Plana, a partir de registros produzidos pelos sujeitos pesquisados pertencentes a duas turmas do Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio na modalidade de Jovens e Adultos do Instituto Federal de Roraima do ano de 2008; uma turma de Enfermagem e outra de Laboratório. Esta análise foi realizada à luz de teóricos como: Gilles-Gaston Granger e Ludwig Wittgenstein, os quais me fizeram perceber que as "dificuldades" encontradas na aprendizagem da Geometria Plana, segundo os preceitos dos PCNs e observadas nos registros analisados, se dão por meio da complexidade das linguagens apresentadas em sala de aula, tais como: a linguagem natural e a linguagem matemática. Os sujeitos pesquisados apontam "dificuldades" na aprendizagem, quando se deparam com a necessidade de traduzir da linguagem natural para a linguagem matemática, a fim de objetivar por meio da escrita as soluções dos problemas propostos. Essas "dificuldades" podem levá-las ao desestímulo pelo estudo, à desistência e/ou a evasão escolar. Por estes motivos, pretendo com esta pesquisa, encontrar subsídios que possam apontar caminhos para minimizar esta problemática, incentivando-os ao estudo por meio da pesquisa, da leitura diária, de modo que, consigam aprender os conteúdos matemáticos com mais vontade e prazer.
Resumo:
O corpus analisado neste trabalho é composto de cinqüenta textos de discursos proferidos no HPEG televisionado das eleições de 2002 no Estado do Pará. A pesquisa tem como base a Gramática Sistêmico-Funcional, proposta por Halliday (1994), e o estudo sobre o Estilo Comunicativo do HPEG estudado por Albuquerque (1999). A proposta deste trabalho é investigar as escolhas léxico-gramaticais veiculadas nos discursos políticos para observar como o falante constrói as suas experiências de mundo nesses textos ao fazer suas escolhas no sistema de transitividade e de que maneira os tipos de mensagens do Estilo Comunicativo do HPEG se revelam na materialidade do texto. Comprovou-se que os políticos constroem as suas experiências de mundo mais por meio dos processos do ‘fazer’ e do ‘ser’. Essas escolhas são usadas como estratégias de persuasão, posto que, expressam a plataforma de trabalho do candidato e as ações já desenvolvidas em prol da comunidade. Elas também indicam as qualidades e capacidades do candidato, com o propósito de construir uma imagem que agrade ao eleitor.
Resumo:
Este artigo apresenta um estudo de citações em escrita acadêmica na perspectiva da análise de citações e dos estudos de gêneros do discurso (Moravcsik & Murugesan, 1975; Swales, 1986, 1990, 2004; Bhatia, 2004). O estudo enfoca o uso de citações por membros expertos e membros novatos da comunidade acadêmica de Linguística e consistiu na análise e comparação de nove artigos acadêmicos e treze trabalhos finais de disciplina. Os resultados mostram que as escolhas linguísticas que orientam a escrita das citações são em grande parte compartilhadas pelos membros expertos (autores dos artigos acadêmicos) e pelos novatos (alunos de curso de pós-graduação, autores dos trabalhos finais de disciplina), haja vista que ambos fazem uso de citações confirmativas, em detrimento de negativas. Todavia, membros expertos, ao contrário dos novatos, utilizam a própria voz para confrontar outros autores. As implicações deste estudo reiteram a necessidade de os Cursos de Letras terem uma abordagem de ensino e aprendizagem de escrita acadêmica baseada em gêneros do discurso visando desenvolver a consciência retórica dos alunos em relação à escrita acadêmica e, consequentemente, ao uso de citações em textos escritos, de maneira a empoderar os alunos a construir um posicionamento autoral em sua comunidade discursiva.