42 resultados para Comportamento de risco (Psicologia)
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Este estudo investigou, com 16 universitários, o papel da história de reforço e da densidade relativa de reforço no seguimento de regra. Utilizou-se um procedimento de escolha segundo o modelo, com 3 estímulos de comparação; a tarefa consistia em apontar cada um dos 3 estímulos de comparação, em seqüência, de acordo com a dimensão (Cor, Espessura ou Forma) em comum com o modelo. As Fases 1, 2, 3 e 4 eram iniciadas, respectivamente, por instruções mínimas, regra discrepante (especificava a seqüência FCE), correspondente (especificava EFC) e discrepante. A seqüência CEF era a única reforçada em todas as fases. Na Fase 3, EFC era reforçada concorrentemente com CEF (concorrente FR2 FR6 e concorrente FR6 FR2). Nenhuma outra seqüência era reforçada. Observou-se tanto controle por regras quanto pela história de reforço, sob condições específicas. Os resultados têm implicações para a distinção entre o comportamento controlado por regras e o controlado por contingências.
Resumo:
As relações entre estímulos podem ser documentadas por meio de testes comportamentais. O presente estudo teve por objetivo comparar o efeito de duas táticas de ensino sobre o comportamento de ordenar. Doze participantes portadores de necessidades educacionais especiais de ambos os sexos, distribuídos em dois grupos experimentais, foram expostos às duas táticas de ensino. O Grupo A iniciou pelo procedimento de ensino por encadeamento e os participantes do Grupo B pelo procedimento de justaposição. Testes comportamentais avaliaram a produção de seqüências de até cinco estímulos em ordem decrescente. A tarefa dos participantes era ordenar os estímulos. Nove participantes apresentaram desempenhos consistentes com a literatura nos testes, sugerindo a formação de classes ordinais. O ensino por encadeamento mostrou-se mais eficaz. A característica fundamental deste procedimento pode estar na exposição continuada dos estímulos nas tentativas de ensino. A justaposição de estímulos parece induzir a mais erros, provavelmente, pela supressão dos estímulos à medida que novos estímulos são adicionados.
Resumo:
Este artigo problematiza o acontecimento risco, em uma vertente histórica e política. Apresenta um panorama do debate sobre esta categoria analítica, desnaturalizando-a. Em uma segunda parte do texto, busca-se tecer uma descrição de como o acontecimento risco entrou em cena na política de proteção às crianças e aos jovens como modo estratégico de defesa social e prevenção. Em seguida, analisa-se como a gestão de riscos é materializada em práticas de conselheiros tutelares no Brasil, após a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente. O conselho tutelar se torna um órgão central de gerência dos desvios em nome da proteção integral. Conclui-se que gerir riscos implica governar condutas a partir da lógica da sociedade de segurança.
Resumo:
Discutimos as implicações da noção de adaptação que é uma noção chave para a teoria da evolução clássica. Em lugar de obstinar-se em considerar os organismos como coleção de traços adaptados, propomos buscar estudar a evolução por meio de um quadro teórico onde prevalece uma outra ontologia que destaca o fato de que os organismos e as circunstâncias são totalmente integrados. A etapa preliminar necessária para esta reconsideração consiste em passar de uma lógica prescritiva para uma lógica proscritiva. Isto é, da idéia de que tudo que não é permitido, é proibido; à idéia que o que não é proibido, é permitido. Propomos que a idéia de que os sistemas vivos especificam o mundo no qual eles vivem pode modificar nossa maneira de encarar os processos adaptativos.
Resumo:
Questões relacionadas à assertividade têm recebido atenção por parte de terapeutas comportamentais há mais de três décadas. É mais recente, porém, o esforço de terapeutas analítico-comportamentais para examinar problemas dessa ordem com os mesmos recursos conceituais e metodológicos empregados por seus pares da pesquisa básica e conceitual. O presente trabalho tem como objetivo oferecer uma interpretação analítico-comportamental para padrões de comportamento assertivos, agressivos e passivos. Recuperamos algumas definições de assertividade/agressividade/passividade e examinamos os fenômenos correspondentes enquanto relações comportamentais; discutimos alguns aspectos da abordagem analítico-comportamental para o autocontrole; e sugerimos que as relações comportamentais definidas como assertividade/agressividade/passividade podem ser interpretadas enquanto instâncias de autocontrole ou impulsividade. A abordagem pode abrir novas perspectivas de investigação clínica de habilidades sociais sob um enfoque analítico-comportamental.
Resumo:
Metacontigências consistem de relações funcionais entre contingências comportamentais entrelaçadas (CCEs) e um produto agregado, que seleciona não o comportamento individual, mas o próprio entrelaçamento. Entrelaçamentos podem também ser mantidos por contingências de suporte, que, nesse caso, operam sobre contingências individuais que participam do entrelaçamento, sendo geralmente dispostas por outro indivíduo, grupo ou agência. Esta é uma proposição teórica veiculada na literatura analítico-comportamental, mas com respeito à qual inexistem evidências empíricas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de contingências de suporte e metacontingências na instalação e manutenção de CCEs. Participaram do estudo doze estudantes universitários, divididos igualmente em quatro grupos experimentais. Os grupos 1 e 2 integraram o Experimento 1, e os grupos 3 e 4, o Experimento 2. Cada grupo foi exposto a um jogo de apostas e ganhos, no qual cada ficha valia 0,10 centavos. Para os grupos 1 e 2 foram utilizadas fichas plásticas, nas cores amarelo, laranja e marrom, para os grupos 3 e 4, foram utilizadas fichas nas cores amarelo, laranja, marrom, lilás e rosa. As sessões foram compostas por 30 rodadas, cada uma formada pela jogada dos três participantes, os quais revezavam a jogada inicial da rodada. Os grupos 1 e 2 foram expostos à condições de contingências de suporte (condição A) e de metacontingências (condição B) e o grupo 2 apenas à condição B. Em ambos os grupos houve a seleção do entrelaçamento, não tendo sido verificadas diferenças expressivas de desempenho. No Experimento 2, foi aumentada a complexidade do entrelaçamento, a fim de se verificar diferenças nos efeitos de metacontingências e contingências de suporte na seleção de CCEs. Os grupos 3 e 4 foram expostos às condições A’ e B’, que eram idênticas às condições do Experimento 1, exceto no que se refere às cores de fichas utilizadas e à complexidade do entrelaçamento. O Grupo 3 foi exposto a duas fases, nas quais vigoraram ambas as condições. O Grupo 4 foi exposto apenas à condição B’. Em ambos os grupos não houve a seleção do entrelaçamento. Os resultados indicaram que não houve diferença notável entre o desempenho dos grupos em que vigoravam condições de metacontingências e condições de contingências de suporte. No Experimento 1, nos grupos 1 e 2 houve a seleção do entrelaçamento, com desempenhos semelhantes. O Experimento 2 manipulou a complexidade do entrelaçamento, aumentando-o. Os resultados demonstraram que não houve a seleção do entrelaçamento para ambos os grupos. Sugerem-se estudos futuros que repliquem este delineamento, manipulando o entrelaçamento de modo a torná-lo medianamente complexo, a fim de avaliar se contingências de suporte e metacontingências podem exercer papéis diferentes sobre a seleção de CCEs.
Resumo:
A seleção de práticas culturais tem sido objeto de interesse crescente na Análise do Comportamento, principalmente após a formulação do conceito de metacontingências por S. Glenn. Uma temática abordada tem sido as relações entre o comportamento governado por regras e a transmissão de práticas culturais. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de instruções verbais sobre a transmissão de uma prática de escolha em pequenos grupos. Quarenta e três alunos de graduação da UFPA participaram do estudo, distribuídos em 4 grupos. Os participantes deveriam resolver coletivamente (grupos de 3) um problema em uma condição em que havia dois tipos possíveis de ganhos: um mais vantajoso a longo prazo (escolhas de linhas pretas) e um menos vantajoso (escolha de linhas brancas). A cada 12 minutos um participante deixava o grupo e um novo participante passava a integrá-lo, cabendo aos participantes mais antigos instruir os novos na atividade. Em alguns dos grupos, participantes denominados de confederados foram instruídos a ensinar de forma errada a atividade aos participantes, induzindo o grupo a escolher as linhas brancas, levando a um resultado menos vantajoso. Os confederados instruíam os participantes com duas categorias de instruções: falsas descritivas e prescritivas. Com a continuidade do ciclo de mudanças de participantes, os confederados foram dando lugar a participantes ingênuos ou experientes na atividade. Os resultados obtidos indicam que quando os confederados participaram de grupos constituídos por participantes ingênuos, predominaram escolhas menos vantajosas para o grupo, sendo que no Grupo 2 o padrão instruído pelos confederados foi mantido por uma geração adicional e no Grupo 4 foi mantido por duas gerações adicionais. Quando os confederados integraram grupos com participantes previamente expostos à tarefa (Grupos 1 e 3), ambos os grupos voltaram a responder de acordo com padrão estabelecido em uma sessão de linha de base (aproximadamente 80% de escolhas pretas no Grupo 1 e 60% no Grupo 3). Quanto ao tipo de instrução empregada pelos confederados, quando os participantes foram instruídos com a instrução falsa descritiva, o padrão de escolha estabelecido pelos confederados se manteve por menos tempo do que quando os participantes foram instruídos com as instruções prescritivas. Conclui-se que a experiência prévia em uma atividade capacita o grupo a sofrer menos efeitos da manipulação verbal que leva a práticas de escolhas menos vantajosas, e que instruções que não descrevem relações de contingência entre eventos são menos eficientes em produzir um controle de práticas de escolhas por meio de instruções verbais.
Resumo:
Investigando os efeitos de histórias experimentais sobre o seguimento de regras discrepantes das contingências, nove universitários foram expostos a um procedimento de escolha de acordo com o modelo; a tarefa era apontar cada um dos três estímulos de comparação, em seqüência. Cada condição era constituída de quatro sessões. As contingências na Sessão 1 eram alteradas na Sessão 2, restabelecidas na Sessão 3 e mantidas inalteradas na Sessão 4, iniciada com a regra discrepante. As três condições diferiam quanto à forma de estabelecimento do comportamento alternativo ao especificado pela regra discrepante. Independentemente de como o comportamento foi estabelecido na Sessão 1, se por contingências (Condição 1) ou por regras (Condições 2 e 3), somente os participantes que responderam corretamente nas Sessões 2 e 3 (n = 7) deixaram de seguir a regra discrepante na Sessão 4. Discutem-se algumas das características que uma história experimental deve apresentar para interferir no seguimento de regras discrepantes.
Resumo:
Os cuidados em neonatologia têm se intensificado nos últimos anos no que tange as condições de prematuridade e do baixo peso ao nascimento, especialmente em relação à saúde, crescimento e desenvolvimento das crianças submetidas a esta condição de risco. Um dos pontos relevantes das pesquisas em neonatologia condiz à observação comportamental dos sinais emitidos pelo funcionamento do organismo do prematuro, que possivelmente revelam o nível de organização ou de desorganização do seu organismo como um todo, tornando possível predizer futuros déficits. Desde 1978, uma pesquisadora americana, Heidelise Als, juntamente com um grupo de colaboradores, iniciaram diversas pesquisas sobre o comportamento e assistência ao prematuro de baixo peso, as quais enfatizam uma prática diferenciada de cuidados para o desenvolvimento utilizando como base a Teoria Síncrono Ativa do Desenvolvimento (TSAD), que permitiu o registro e elaboração de cuidados individualizados para promoção do desenvolvimento de bebês prematuro, refletindo em ganhos para um desenvolvimento efetivo das diferentes funções do organismo, em particular as áreas cognitivo-motora e comportamental. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo quantificar os comportamentos que são mais evidentes no contexto de uma UTIN, e quais os mecanismos ambientais que favorecem a manifestação dos mesmos, a fim de traçar os cuidados para o desenvolvimento de acordo com a realidade apresentada na UTIN. A pesquisa foi planejada a partir de um pré-projeto, o qual possibilitou o registro em 19 amostras de crianças para 30 sessões de observação, sendo desenvolvida no período de abril à julho de 2005. A coleta de dados foi realizada em bebês prematuros com baixo peso ao nascimento e com idade gestacional entre 26 a 37 semanas. A mesma utilizou um etograma padrão, baseado na observação comportamental de H. Als, assinalando os eventos ambientais que promoviam determinados comportamentos. A observação foi realizada em um período de 15 minutos por sujeito de cada sessão. Os dados tabulados resultaram em: dados gerais, que constituem as variáveis maternas e dos bebês, e dados específicos, referindo os comportamentos e as interferências ambientais observados. Os dados gerais mantiveram a similaridade com outras pesquisas, apontando as condições sociais desfavoráveis e a predisposição materna a infecções como possíveis fatores predisponentes ao parto prematuro, assim como a situação de prematuridade como agravante da condição de saúde e bem-estar do bebê. Entre os dados específicos, foi possível registrar uma prevalência dos comportamentos de retraimento, que revelam a desorganização do bebê, mediante aos excessos de interferências ambientais, como ruído, manipulação e luminosidade, muito comuns em UTIN. Mediante estes fatos, sugerimos nesta pesquisa as possíveis soluções para amenizar o excesso de manifestações comportamentais desorganizadoras, buscando priorizar os cuidados para o desenvolvimento por meio de práticas utilizadas por H. Als e sua equipe.
Resumo:
Um repertório matemático elementar pode ser diretamente ensinado a pré-escolares em risco de dificuldades de aprendizagem. Nesta pesquisa, examinou-se o controle do comportamento por relações ordinais em 14 crianças (idade média: 5 anos e 1 mês) com baixo rendimento escolar numa escola municipal de Vitória. Inicialmente, os estudantes foram avaliados de modo individualizado, em seguida aplicou-se um procedimento de ensino informatizado para ensinar desempenhos ordinais e avaliou-se a ocorrência de desempenhos gerativos. Todas as crianças alcançaram o critério de ensino, estabelecendo-se o controle do comportamento por relações ordinais. Na avaliação da transferência de funções de estímulo 14 crianças ordenaram novas seqüências de estímulos com o procedimento informatizado e oito crianças com o procedimento não informatizado. Conclui-se que habilidades básicas para o aprendizado da matemática podem ser diretamente ensinadas, apesar das falhas no repertório inicial da criança.
Resumo:
O artigo discute a proposta behaviorista radical de constituição da Psicologia como ciência do comportamento, destacando três conjuntos de questões: a) a noção de conhecimento com a qual opera, especialmente do ponto de vista da rejeição de princípios do positivismo lógico e adoção de uma concepção instrumental e relacional; b) uma interpretação da Psicologia como campo de saber que articula conteúdos filosóficos, científicos e aplicados e c) o programa de investigação dos fenômenos psicológicos orientado por um recorte externalista e por uma concepção selecionista de causalidade. A elaboração behaviorista radical é contrastada com concepções modernas acerca do homem, salientando-se seu alcance e seu caráter crítico e inovador na Psicologia e na cultura em geral.
Resumo:
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um fenômeno estudado em diversos países, composto de sintomas de desatenção, imperatividade e impulsividade, ocorre na infância podendo persistir até a idade adulta. Este transtorno causa prejuízos nas áreas acadêmicas, sociais e ocupacionais, reduz a auto-estima, pode evoluir para delinqüência, uso de drogas e álcool, gera estresse nas famílias, tem alto custo financeiro e impacto social. O diagnóstico é feito com base em critérios clínicos adotados pelo DSM IV e o tratamento indicado combina farmacoterapia e psicoterapia. Considerando-se que TDAH é um transtorno de desenvolvimento de autocontrole e que estudos sugerem que autocontrole pode ser adquirido em condições de treino, torna-se relevante a realização de pesquisas aplicadas utilizando princípios da análise do comportamento, para minimizar prejuízos e contribuir para melhoria de qualidade de vida de portadores de TDAH. Este estudo objetivou verificar a eficácia do uso de esquemas de reforçamento diferencial de outro comportamento (DRO) e de atraso de reforço na instalação e/ ou aumento de comportamentos de autocontrole em um menino de 9 anos diagnosticado com TDAH, que faz uso de medicamento. O participante foi exposto ao procedimento de treino de autocontrole, realizou tarefas, durante as quais, caso se comportasse como combinado, recebia reforço. Ao final de cada sessão, trocava os reforços por brinquedos e poderia escolher reservá-los para obter reforços de maior valor. O procedimento foi dividido em sete etapas: (1) entrevista com a neuropediatra; (2) análise do prontuário e convocação; (3) entrevista inicial com responsáveis; (4) visita à escola e entrevista com professores; (5) sessões de observação direta (linha de base, habituação às regras, instalação, manutenção, fading e avaliação da estabilidade); (6) followp-up; e (7) encerramento. Realizaram-se 18 sessões de observação direta, gravadas em vídeo e transcritas para a elaboração de um sistema de categorias de comportamentos para análise. Os resultados foram analisados por meio da comparação entre relatos de entrevistas, resultados de instrumentos padronizados e categorias de comportamentos observados. Identificou-se que os comportamentos de autocontrole do participante se ampliaram e generalizaram para outros contextos, durante as sessões e em domicílio, conforme os relatos dos pais e da professora da escola atual, e registro de observação direta da terapeuta-pesquisadora. Verificou-se que a utilização de esquema de reforçamento DRO com disponibilidade limitada pode favorecer o aumento de comportamentos de autocontrole e generalizações em crianças com TDAH.
Resumo:
Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes mostram o crescimento acelerado do diabetes mellitus (DM) na população e a grande maioria dos portadores não sabem do diagnóstico. A Análise do Comportamento Aplicada à Saúde se mostra consoante com a proposta da Organização Mundial Saúde, que prioriza variáveis ambientais e comportamentais para prevenir e gerenciar condições crônicas e tem direcionado muitos estudos com enfoque na adesão de pacientes ao tratamento e na redução dos prejuízos que as doenças crônicas oferecem à saúde destes. No entanto, torna-se imprescindível a eliminação ou redução de custos futuros para pessoas que apresentam fatores de risco como excesso de peso, história familiar, sedentarismo e alimentação inadequada. Por outro lado, estudos indicam que o treino em automonitoração pode ser eficaz na aquisição e manutenção de comportamentos que promovam a saúde e reduzam a incidência de doenças. Com base no modelo construcional, o objetivo deste estudo foi verificar, por meio de estudo de caso, os efeitos de um treino em automonitoração na construção e ampliação de comportamentos preventivos por quatro indivíduos com histórico familiar de diabetes, alimentação inadequada e sedentarismo, filhos de pacientes atendidos no Programa de Atenção ao Portador de Diabetes do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza. Os participantes foram distribuídos em duas condições, sendo dois na Condição-Treino (CT) e dois na Condição-Não Treino (CNT). Foram realizadas visitas domiciliares para investigação de dados sóciodemográficos, Linhas de Base 1 e 2 do comportamento alimentar e da atividade física, intervenção com os participantes da CT, entrevista quinzenal com os participantes da CNT e entrevista final. Os resultados apontam mudanças significativas referentes à aquisição e ampliação de hábitos alimentares mais saudáveis e atividade física pelos participantes da CT e apontam poucas mudanças na aquisição e ampliação desses hábitos pelos participantes da CNT. A discussão dos resultados abrange aspectos que indicam a aquisição de comportamentos preventivos, relacionando-os com a literatura utilizada e ao final faz-se uma conclusão geral sobre a realização deste estudo.
Resumo:
O presente estudo investigou se a manutenção, ou não, do comportamento de seguir regras discrepantes das contingências de reforço programadas em situação experimental depende mais da história experimental do ouvinte ou da sua história pré-experimental, inferida das respostas destes a um questionário sobre inflexibilidade. Dezesseis estudantes universitários selecionados previamente com base em suas respostas a um questionário sobre inflexibilidade, foram expostos a um procedimento de escolha segundo o modelo. Em cada tentativa, um estímulo modelo e três de comparação eram apresentados ao participante, que deveria apontar para os três de comparação, em uma determinada seqüência. Os participantes foram atribuídos a duas condições e cada condição continha quatro fases. As condições diferiram somente quanto ao esquema de reforço utilizado. Na Condição 1 o esquema de reforço era contínuo (CRF) e na Condição 2 era de razão fixa (FR4). Nas duas condições a Fase 1 era iniciada com a apresentação de instruções mínimas e uma seqüência de respostas era estabelecida por reforço diferencial; a Fase 2 era iniciada com a apresentação de uma regra discrepante; a Fase 3 era iniciada com a apresentação de uma regra correspondente e a Fase 4 com a reapresentação da regra discrepante. Oito participantes (quatro classificados de flexíveis e quatro classificados de inflexíveis) foram expostos à Condição 1 (CRF) e oito participantes (quatro classificados de flexíveis e quatro classificados de inflexíveis) foram expostos à Condição 2 (FR4). Os resultados mostraram que independente da classificação, os oito participantes da Condição 1 abandonaram o seguimento da regra discrepante das contingências, indicando que o controle exercido pela história experimental construída, impediu a observação dos efeitos de variáveis pré-experimentais sobre o comportamento de seguir regras discrepantes dos participantes. Já os resultados da Condição 2 mostraram que os quatro participantes classificados de flexíveis abandonaram o seguimento da regra discrepante e os quatro participantes classificados de inflexíveis mantiveram o seguimento da regra discrepante das contingências, indicando que sob estas condições o controle por diferentes histórias pré-experimentais, prevaleceu. Comparativamente os resultados das duas condições permitem concluir que a manutenção do comportamento de seguir regras discrepantes não depende somente da história experimental ou da história pré-experimental do ouvinte, mas sim da combinação de um número de condições favoráveis ou desfavoráveis a manutenção do comportamento de seguir regra discrepante.
Resumo:
A temática da ansiedade tem sido discutida na Psicologia enfocando os mais diferentes aspectos, mas uma definição consensual está longe de ser alcançada. A dificuldade se explica por diversas razões, dentre elas a ausência de uma referência precisa a relações comportamentais. Na literatura da Análise do Comportamento, também são encontradas divergências. Algumas explicações enfatizam o papel das contingências diretas como controladoras dos padrões de respostas ansiosas. Outras definições abordam aspectos verbais como possíveis fontes adicionais de controle. Nessas últimas, as múltiplas funções dos relatos autodescritivos dos indivíduos e o condicionamento semântico têm sido apontados como prováveis explicações. No presente trabalho, foram examinados 47 textos na literatura Analítico-Comportamental a fim de identificar os tipos de relações comportamentais que estão sendo sugeridas nos diferentes usos do conceito de ansiedade na Análise do Comportamento e a (in) compatibilidade dessas abordagens. O estudo tomou como referência categorias de registro que se referem ao que cada autor veicula em termos de componentes respondentes, operantes não verbais, operantes verbais e de perspectivas de intervenção. Uma análise mais qualitativa foi realizada com o uso de categorias analíticas que se reportam ao papel desempenhado pelas alterações fisiológicas na definição de ansiedade, das relações operantes verbais e não verbais envolvidas no fenômeno, e das implicações de cada uma dessas análises para a terapia verbal face a face. Este exame possibilitou a identificação de variações nas definições quanto ao tipo de relações comportamentais envolvidas; ao arranjo de contingências que produzem aquelas relações; às condições corporais produzidas concomitantemente pelas mesmas contingências; às funções dessas condições corporais nas relações comportamentais e aos processos por meio dos quais estímulos verbais participam dessas relações. No entanto, essas variações na definição podem ser entendidas enquanto análises complementares e não incompatíveis entre si. A explicação dos fenômenos comportamentais com base em um continuum de complexidade pode apresentar-se como um modelo capaz de agregar essas variações, possibilitado um entendimento das redes de relações que podem participar de uma instância de ansiedade, bem como da função desempenhada por cada um de seus componentes.