O conceito de ansiedade na análise do comportamento


Autoria(s): COÊLHO, Nilzabeth Leite
Contribuinte(s)

TOURINHO, Emmanuel Zagury

Data(s)

23/03/2011

23/03/2011

2006

08/04/2006

Resumo

A temática da ansiedade tem sido discutida na Psicologia enfocando os mais diferentes aspectos, mas uma definição consensual está longe de ser alcançada. A dificuldade se explica por diversas razões, dentre elas a ausência de uma referência precisa a relações comportamentais. Na literatura da Análise do Comportamento, também são encontradas divergências. Algumas explicações enfatizam o papel das contingências diretas como controladoras dos padrões de respostas ansiosas. Outras definições abordam aspectos verbais como possíveis fontes adicionais de controle. Nessas últimas, as múltiplas funções dos relatos autodescritivos dos indivíduos e o condicionamento semântico têm sido apontados como prováveis explicações. No presente trabalho, foram examinados 47 textos na literatura Analítico-Comportamental a fim de identificar os tipos de relações comportamentais que estão sendo sugeridas nos diferentes usos do conceito de ansiedade na Análise do Comportamento e a (in) compatibilidade dessas abordagens. O estudo tomou como referência categorias de registro que se referem ao que cada autor veicula em termos de componentes respondentes, operantes não verbais, operantes verbais e de perspectivas de intervenção. Uma análise mais qualitativa foi realizada com o uso de categorias analíticas que se reportam ao papel desempenhado pelas alterações fisiológicas na definição de ansiedade, das relações operantes verbais e não verbais envolvidas no fenômeno, e das implicações de cada uma dessas análises para a terapia verbal face a face. Este exame possibilitou a identificação de variações nas definições quanto ao tipo de relações comportamentais envolvidas; ao arranjo de contingências que produzem aquelas relações; às condições corporais produzidas concomitantemente pelas mesmas contingências; às funções dessas condições corporais nas relações comportamentais e aos processos por meio dos quais estímulos verbais participam dessas relações. No entanto, essas variações na definição podem ser entendidas enquanto análises complementares e não incompatíveis entre si. A explicação dos fenômenos comportamentais com base em um continuum de complexidade pode apresentar-se como um modelo capaz de agregar essas variações, possibilitado um entendimento das redes de relações que podem participar de uma instância de ansiedade, bem como da função desempenhada por cada um de seus componentes.

ABSTRACT: Issues concerning to anxiety have been discussed in Psychology focusing several different aspects, but definitions of anxiety are far from consensual. The difficulty is due to several reasons, among which is the lack of a precise reference to behavioral relations. Divergence is also found in behavior-analytic literature. Some accounts stress the role of direct contingencies in controlling patterns of anxiety responses. Other definitions approach verbal aspects as possible sources of additional control. In the late accounts, the multiple functions of ones self-descriptive reports and also the semantic conditioning have been pointed out as possible explanations. In the present work, 47 papers were examined in the behavior-analytic literature in order to identify the types of behavioral relationships that are being suggested in the different uses of the concept of anxiety in the Behavior Analysis and the (in)compatibility of those approaches. The study took as reference categories of register that refer to what each author says in terms of respondent, not verbal operant, verbal operant components, and intervention perspectives. A more qualitative analysis was carried out with the use of analytical categories that refer to (1) the role performed by the physiologic alterations in the definition of anxiety; (2) the verbal and nonverbal operant relations involved in the phenomenon, and (3) the implications of each one of those analyses to a face-to-face verbal therapy. This exam made possible the identification of variations in the definitions concerning to (1) the type of behavioral relations involved; (2) the arrangement of contingencies that produce those relations; (3) the corporeal conditions produced concomitantly by the same contingencies; (4) to the functions of those corporeal conditions in the behavioral relations, and (5) the processes through which verbal stimuli participate in those relations. However, those variations in the definition can be understood as complementary analyses not incompatible with each other. The explanation of behavioral phenomenon based on a complexity continuum can be a model capable of joining those variations, making possible an understanding of (1) the relational network that can take place in an instance of anxiety, as well as (2) the function carried out by each one of the components in the anxiety.

Identificador

COÊLHO, Nilzabeth Leite. O conceito de ansiedade na análise do comportamento. 2006. 90 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2006. Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento.

http://www.repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/1921

Idioma(s)

por

Direitos

Open Access

Palavras-Chave #Ansiedade #Behaviorismo #Comportamento humano #Terapia comportamental
Tipo

masterThesis