62 resultados para Índios da América do Sul Bolívia Aspectos políticos
Resumo:
Apesar dos esforos de pesquisa nos ltimos anos, muitos dos aspectos das migraes dos charadrdeos e escolopacdeos no Brasil permanecem desconhecidos. A maioria dos estudos em escala local ou regional revela a necessidade de uma sntese das informaes em escala espacial adequada para facilitar a deteco dos grandes padres de movimento destas espcies no pas. Desta forma, esta tese teve como objetivo geral identificar os padres de distribuio e migraes das espcies de aves das famlias Charadriidae e Scolopacidae que se reproduzem no hemisfrio norte e usam o territrio brasileiro durante as suas migraes, visando desenvolver estratgias para a conservao do grupo. Como objetivos especficos, caracterizar as principais rotas migratrias para estas espcies; identificar as reas crticas para a conservao utilizando os critrios propostos pela metodologia das AIAs e ACBs; avaliar o estado de conservao atual das reas crticas para a conservao destas espcies de acordo ao Sistema Nacional de Unidades de Conservao; avaliar se as reas crticas so parte das reas prioritrias para a conservao da biodiversidade brasileira; aplicar os critrios da Conveno de Ramsar e da WHSRN para identificar reas crticas para conservao destas espcies. A base de dados foi estabelecida a partir de levantamento bibliogrfico; consultas s colees cientficas de museus brasileiros e estrangeiros; utilizao de bases de dados de recuperaes de anilhas brasileiras e norte-americanas; dados cedidos por pesquisadores do Brasil, Argentina e Estados Unidos; dados de campo coletados pessoalmente no Pantanal (MS), litoral dos estados do Maranho e Rio Grande do Sul. Entre os principais resultados, 19 das 24 espcies possuem um conjunto importante de dados, com as demais sendo ocasionais ou com poucas informaes. H uma maior concentrao de dados na regio costeira do pas, com menor cobertura de reas do interior. A Amaznia Ocidental mostrou-se a menos conhecida nos aspectos abordados, embora seja a via de passagem para algumas das espcies analisadas. O litoral entre a foz do Amazonas e So Luiz, no Maranho foi a principal rea de concentrao em termos numricos. A costa do Rio Grande do Sul foi o segundo local com maior destaque nas anlises. Quinze espcies foram registradas em todos os meses do ano, demonstrando que nem todos os indivduos migram anualmente para o hemisfrio norte. Considerando as rotas globais, 8 espcies utilizam a rota do Atlntico e 10 a rota do Mississipi ou do centro da América do Norte. As outras 6 possivelmente utilizam-se das duas rotas. O conhecimento na utilizao das 5 rotas propostas por Antas (1983) durante a migrao sul-norte indicou que algumas espcies tm registros no interior da Amaznia, perodo em que possivelmente seus habitats estariam inundados. O padro de chegada na migrao norte-sul no Brasil entre agosto e outubro, com incremento a partir de setembro. A migrao sul-norte ocorre entre meados de maro e abril na maioria das espcies. Durante o perodo no reprodutivo existe um padro de distribuio ao longo da costa utilizado por 9 espcies, outro continental para 7 espcies no interior e ainda um terceiro, difuso, encontrado em 5 espcies que se distribuem tanto na costa quanto no interior do pas. Foram identificadas 260 reas crticas importantes para as espcies avaliadas. Observou-se que 72% das ACBs identificadas esto fora do SNUC. A sobreposio das ACBs com as reas Prioritrias para a Conservao revelou que 46% das primeiras esto sem indicao de importncia neste programa. So elegveis para os critrios da Conveno Ramsar 69 ACBs, enquanto 65 podem ser inseridas no programa da WHSRN. Entre as principais concluses, o conhecimento de processos biolgicos fundamentais manuteno do ciclo de vida e o curso de suas migraes anuais, de parmetros relacionados mudas de penas, ganho de massa corporal, razo sexual e etria das populaes migrantes so aspectos ainda insuficientemente detalhados para estas espcies no Brasil, e mesmo na América do Sul, assim como a necessidade de pesquisas que possam gerar estimativas e tendncias populacionais, uma vez que em escala global vrias destas espcies apresentam declnio populacional.
Resumo:
objetivo do presente trabalho implantar como modelos para estudo da formao hipocampal das aves migratrias as espcies de maarico Calidris pusilla e Actitis macularia que abandonam as regies geladas do Canad, fugindo do inverno, em direo costa da América do Sul e do Caribe onde permanecem at a primavera quando ento retornam ao hemisfrio norte. Mais especificamente pretende-se descrever a organizao morfolgica qualitativa e quantitativa da formao hipocampal, empregando citoarquitetonia com cresil violeta e imunomarcao para neurnios e clulas da glia, sucedidas por estimativas estereolgicas do nmero total de clulas identificadas com marcadores seletivos para aquelas clulas, assim como comparar a morfologia tridimensional da micrglia das aves com a dos mamferos. As coletas de campo para a caracterizao da formao hipocampal do Calidris pusilla e Actitis macularia em seus aspectos morfolgicos foram feitas no Brasil na Ilha Canelas (047'21.95"S e 4643'7.34"W) na Costa da Regio Nordeste do Par no municpio de Bragana, e no Canad, na Baia de Fundy perto de Johnson's Mills na cidade de New Brunswick (4550'19.3" N 6431'5.39" W). A definio dos limites da formao hipocampal foi feita empregando-se as tcnicas de Nissl e de imunomarcao para NeuN. Para a definio dos objetos de interesse das estimativas estereolgicas e das reconstrues tridimensionais empregou-se imunomarcao com anticorpo anti-NeuN para neurnios e anti-IBA- 1 para micrglia. As estimativas estereolgicas revelaram em mdia nmero similar de neurnios nas duas espcies enquanto que no hipocampo de Actitis macularia observou-se nmero de micrglias 37% maior do que no de Calidris pusilla. Alm disso, encontrou-se que em mdia o volume da formao hipocampal do Actitis macularia 38% maior do que o encontrado em Calidris pusilla. Os estudos comparativos da morfologia microglial das duas espcies de aves com a dos mamferos Rattus novergicus e Cebus apella revelaram diferenas morfolgicas significantes que indicam que as micrglias das aves mostram em mdia, menor complexidade (dimenso fractal), tem dimetros e permetros de soma menores e possuem ramos mais finos do que aquelas do rato e do macaco.
Resumo:
Na primeira parte deste trabalho foram desenvolvidos estudos de magnetismo de rochas e paleomagnetismo em amostras de rochas vulcnicas do Nordeste brasileiro. As idades das amostras compreende os perodos Jurssico e Cretceo. Com este objetivo foram amostradas quatro reas tendo sido estudado um total de 496 amostras em 55 stios. Para a coleta foi utilizada uma perfuradora porttil que extrai amostras de 2.5 cm de dimetro. A orientao das amostras foi feita por meio de uma bssola magntica e de um clinmetro. Os espcimes foram submetidos a desmagnetizaes por campo magntico alternado e em alguns poucos casos foi empregada a desmagnetizao trmica. Atribuindo-se peso unitrio a cada stio foi determinada a direo mdia da magnetizao remanescente caracterstica de cada uma das reas estudadas. As rochas vulcnicas do perodo Jurssico, localizadas na borda oeste da Bacia do Maranho (Porto Franco-Estreito), apresentaram uma direo media em que D= 3.9, I= -17.9 com <sub>95</sub>= 9.3, k= 17.9, N= 15 e todos os stios apresentaram polaridade normal. Para esta rea foi determinado o polo paleomagntico de coordenadas 85.3N, 82.5E (A<sub>95</sub>= 6.9) que se localiza prximo a outros polos paleomagnticos conhecidos para esse perodo. As rochas da borda leste da Bacia do Maranho (Teresina-Picos-Floriano) de idade cretcica inferior apresentaram uma direo mdia de magnetizao remanescente caracterstica tal que D= 174.7, I= +6.0 com <sub>95</sub>= 2.8, k= 122, N= 21 e todos os stios apresentaram polaridade reversa. O polo paleomagntico associado a elas apresentou por coordenadas 83.6N, 261.0E (A<sub>95</sub>=1.9) e mostrou concordncia com outros polos sul americanos de mesma idade. No Rio Grande do Norte foi estudado um enxame de diques toleticos tambm de idade cretcica inferior, cuja direo mdia da magnetizao remanescente caracterstica encontrada foi D= 186.6, I= +20.6 com <sub>95</sub>= 14.0 e k= 12.9, N= 10. Os stios desta rea apresentaram magnetizaes com polaridades normal a reversa. O polo paleomagntico obtido se localiza em 80.6N e 94.8E com A<sub>95</sub>= 9.5. O estudo das rochas vulcnicas da provncia magntica do Cabo de Santo Agostinho indicou para a regio um valor de D= 0.4, I= -20.6 com <sub>95</sub>= 4.8 e k= 114, N= 9 para a magnetizao remanescente caracterstica. Todos os stios apresentaram polaridade normal e o polo paleomagntico determinado apresentou as seguintes coordenadas: 87.6N, 135E com A<sub>95</sub>= 4.5. Foi discutida a eliminao da variao secular das direes obtidas, de forma que cada polo apresentado nesta dissertao verdadeiramente um polo paleomagntico. A anlise dos minerais magnticos portadores da remanncia, efetuada por curvas termomagnticas ou por difrao de Raio-X, indicou na maior parte das ocorrncias, a presena de titanomagnetita pobre em titnio. A presena de maguemita e algumas vezes hematita, na maior parte das vezes resultado de intemperismo, no anulou a magnetizao termoremanente associada poca de formao da rocha, que foi determinada aps a aplicao de tcnicas de desmagnetizao aos espcimes. Pelas curvas termomagnticas obteve-se, para a maioria das amostras, uma temperatura de Curie entre 500 e 600C. Os casos mais freqentes indicaram a ocorrncia de titanomagnetita exsolvida, em que foram observadas a presena de uma fase prxima magnetita e outra fase rica em titnio, prxima ilmenita, resultado de oxidao de alta temperatura. A segunda parte do trabalho diz respeito determinao da poca de abertura do oceano Atlntico Sul por meio de dados paleomagnticos. Entretanto ao invs de se utilizar o procedimento comumente encontrado na literatura, e que se baseia nas curvas de deriva polar aparente de cada continente, foi aplicado um teste estatstico que avalia a probabilidade de determinada posio relativa entre os continentes ser vlida ou no, para determinado perodo em estudo. Assim foi aplicado um teste F a polos paleomagnticos da frica e da América do Sul, dos perodos Trissico, Jurssico, Cretceo Inferior e Cretceo Mdio-Superior, tendo sido estudadas situaes que reconstituem a posio pr-deriva dos continentes e configuraes que simulem um afastamento entre eles. Os resultados dos testes estatsticos indicaram, dentro de uma probabilidade de erro de menos de 5%, que a configurao pr-deriva de Martin et al (1981) compatvel com os dados paleomagnticos do Trissico, mas apresenta uma diferena significativa para os paleopolos de Jurssico, Cretceo Inferior, Cretceo Mdio-Superior. Outras reconstrues pr-deriva testadas apresentaram o mesmo resultado. A comparao entre os polos paleomagnticos da América do Sul e da frica, segundo uma reconstruo que admite uma pequena abertura entre os continentes, como a proposta por Sclater et al (1977) para 110 m.a. atrs, indicou que os dados do Trissico no so compatveis com este afastamento. Por outro lado os paleopolos do Jurssico e do Cretceo Inferior, embora mais antigos que a data sugerida pela reconstruo, so consistentes com esta separao dentro de uma probabilidade de erro de menos de 5%. Os dados do Cretceo Mdio-Superior se mostraram consistentes com a reconstruo sugerida para 80 m.a. atrs por Francheteau (1973) e que prope uma separao maior entre os continentes. Com base na premissa de deslocamentos de blocos continentais rgidos a anlise dos resultados obtidos indicou que América do Sul e frica estavam unidas por suas margens continentais opostas no perodo Trissico e que uma pequena separao entre estes continentes, provavelmente devida a uma rutura inicial, ocorreu no Jurssico e se manteve, ento, aproximadamente estacionria at o incio do Cretceo Inferior. Esta concluso difere da maior parte dos trabalhos que discutem a abertura do oceano Atlntico Sul. Os dados do Cretceo Mdio-Superior so compatveis com um afastamento rpido e significativo entre os continentes naquele perodo.
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Leptodeira um gnero Neotropical de serpentes com nove espcies, dividido em quatro grupos morfolgicos: annulata com as espcies L. annulata (L. a. annulata, L. a. ashmeadi, L. a. cussiliris, L. a. pulchriceps, L. a. rhombifera), L. bakeri, L. maculata, L. frenata (L. f. frenata, L. f. malleisi, L. f. yucatanensis), L. uribei; septentrionalis com L. septentrionalis (L. s. septentrionalis, L. s. larcorum, L. s. ornata, L. s. polysticta), L. splendida (L. s. splendida, L. s. bressoni, L. s. ephippiata); nigrofasciata com apenas a espcie L. nigrofasciata; e grupo punctata representado por L. punctata. Na ltima reviso taxonmica do gnero, vrias espcies foram consideradas como subespcies, sendo caracterizadas principalmente com base no padro de cor. No entanto, recentes anlises moleculares no corroboraram o arranjo taxonmico proposto anteriormente. As duas espcies com distribuio geogrfica mais ampla e maior nmero de subespcies, L. annulata e L. septentrionalis, no tiveram monofila validada. Na mais recente proposta filogentica de Leptodeira, a monofilia do complexo L. annulata/septentrionalis foi obtida a partir de caracteres moleculares, sendo recuperados dois clados geograficamente distintos: um clado Norte presente no sul da América do Norte e norte da América Central (L. s. polysticta ((L. rubricata - L. a. rhombifera) ((L. a. cussiliris - L. maculata) L. a. cussiliris))); e outro clado Sul-americano presente no sul da América Central e toda América do Sul ((L. s. ornataL. a. annulata) (L. s. ornata (L. bakeri (L. a. ashmeadiL. a. annulata)))). Neste trabalho, apresento uma hiptese filogentica para Leptodeira e reviso taxonomicamente o clado Sul do complexo L. annulata/septentrionalis, apresentando um novo arranjo taxonmico para o grupo. Desta forma, a presente tese est organizada em: Introduo Geral, onde foram apresentadas informaes sobre taxonomia e sistemtica de Leptodeira, especialmente do complexo L. annulata/septentrionalis; Captulo 1 intitulado Anlise filogentica de Leptodeira (Serpentes, Dipsadidae), com o objetivo de propor uma hiptese filogentica para o gnero, com base em caracteres moleculares; e o Captulo 2 intitulado Taxonomia das espcies do clado Sul do complexo L. annulata/septentrionalis (Serpentes, Dipsadidae), que teve como objetivo caracterizar morfologicamente os clados obtidos a partir da anlise molecular e propor um novo arranjo taxonmico para o grupo.
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Este trabalho tem como objeto de estudo o Oiapoque, municpio localizado no extremo norte do Amap, na fronteira com a Guiana Francesa, buscando refletir sobre a incidncia dos grandes projetos de infra-estrutura previstos pela Iniciativa para a Integrao da Infra-estrutura da América do Sul IIRSA, bem como, pelos Eixos Nacionais de Integrao e Desenvolvimento ENID, estes definidos pelo governo brasileiro para aquela parcela do territrio amaznico. A dissertao ora submetida apreciao da banca examinadora est assentada em quatro pressupostos fundamentais. O primeiro que o processo de integrao regional em andamento no antagnico dinmica contempornea da globalizao capitalista, apesar das contradies existentes. O segundo que os Estados Nacionais no so impactados da mesma forma pela globalizao, e ainda mantm papel relevante no cenrio internacional. O terceiro que a uRSA e os ENID tendem a aprofundar a fragmentao scio-espacial dos pases sulamericanos. O quarto que a construo da ponte sobre o Rio Oiapoque e o asfaltamento da BR- 156 buscam garantir a competitividade das empresas com forte atuao no mercado internacional, ou que nele querem se inserir, e o acesso e o controle dos recursos naturais pelo grande capital. Tal situao resulta na integrao compulsria do municpio do Oiapoque dinmica da integrao regional.
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Esta pesquisa teve por objetivo observar, compreender e descrever a produo de sentidos mediante as interaes dos alunos entre si, e destes com o professor ao desenvolverem projetos de modelagem matemtica. A investigao foi realizada em uma turma de 5 srie de uma Escola de Ensino Fundamental e Mdio da Rede Federal de Ensino na cidade de Belm do Par. A observao participante foi tcnica predominantemente utilizada para a coleta de dados, que foram registrados atravs do dirio de campo, de vdeos-gravaes das aulas e udios capitados nos grupos de alunos, quando desenvolviam as atividades propostas, constituindo assim a metodologia adotada. Desse modo, a pesquisa, de cunho qualitativo, se caracterizou como pesquisa-participante. O referencial terico que subsidiou a pesquisa foi composto, predominantemente pela filosofia da matemtica de Ludwig Wittgenstein, que entende o jogo de linguagem como uma forma de vida, ressaltando que a aplicao de regras e seus sentidos fazem parte desse jogo; o conceito de resduo de Gilles-Gaston Granger, que se refere aos significados que esto alm do texto matemtico formal, ou seja, os aspectos que escaparam da malhas da rede lingstica; o conceito da educao matemtica crtica, que se refere aos aspectos políticos da educao matemtica e que traz para o debate, questes ligadas ao tema poder, que refletem nas interaes entre os sujeitos no ato cognoscitivo, estabelecendo padres de comunicao; alm dos autores que tratam da modelagem matemtica no ensino. As anlises apontam para possibilidades de produo de ambientes de aprendizagem apropriados para transitar um padro de comunicao que desempenhe sua funo primordial em situao de ensinoaprendizagem: a comunicao atravs da linguagem ou dos jogos de linguagem.
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O complexo de espcies M. brevicaudata possui distribuio reconhecida para o Norte da América do sul e compreende trs espcies descritas M. brevicaudata, M. glirina, e M. palliolata e duas no descritas, reconhecidas em estudos prvios. A delimitao de espcies baseada somente em caracteres morfolgicos complicada, de forma que diversos txons nominais j foram associados ao grupo e diversos arranjos taxonmicos foram propostos. Os poucos estudos baseados em dados moleculares que incluram espcimes do complexo brevicaudata revelaram altas taxas de divergncia gentica. Este trabalho buscou elucidar a sistemtica do complexo de espcies M. brevicaudata atravs do estudo dos padres de variao morfolgica e gentica. Para tal, desenvolvemos anlises filogenticas baseadas em dois genes mitocondriais: citocromo b e 16 S rDNA. Adicionalmente, estudamos a morfologia externa e craniana dos espcimes, investigando a existncia de congruncia entre a variao gentica e morfolgica. As anlises morfolgicas foram, em geral, congruentes com as moleculares, as quais indicaram os mesmos clados em todas as anlises filogenticas. Foram formalmente reconhecidas nove espcies para o complexo. Monodelphis brevicaudata, M. palliolata e M. glirina so consideradas espcies vlidas; M. touan revalidado da sinonmia de M. brevicaudata e duas espcies novas so descritas e nomeadas; a espcie M. domestica provou ser intimamente relacionada a espcimes do grupo brevicaudata, sendo aqui considerada como integrante do referido grupo; duas espcies reconhecidas como distintas permanecem sem uma descrio formal; M. maraxina sinonimizada com M. glirina. Foi observado dimorfismo sexual para as espcies estudadas, sendo que para as duas espcies estatisticamente testadas (teste T de student), M. glirina e M. sp. nov. Trombetas, os machos apresentaram crnios significativamente maiores que as fmeas. Rios de grande porte parecem ter participado na diferenciao gentica e estruturao filogeogrfica das espcies. O padro filogeogrfico encontrado sugere ao menos dois centros de diversificao para o grupo, um no escudo das Guianas, envolvendo as espcies ao norte do rio Amazonas, e outro no escudo brasileiro, envolvendo M. glirina e M. domestica.
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As doenas do trato respiratrio so as principais queixas nos servios de atendimento mdico, sendo as infeces respiratrias agudas (IRA) as manifestaes mais comuns, principalmente em crianas menores de cinco anos de idade. Em pases em desenvolvimento as IRA constituem um srio problema de sade pblica. Em todo mundo estima-se que ocorram cerca de dois milhes de mortes devido as IRA a cada ano. Dentre os agentes causais das mesmas, destaca-se o Vrus Respiratrio Sincicial (VRS), especialmente por causar doena grave em crianas menores de dois anos. Com o objetivo de gerar dados sobre a epidemiologia molecular deste vrus, foram analisadas amostras colhidas de pacientes com IRA no perodo de 2000 a 2006 na cidade de Belm, Par. Foram utilizados testes de imunofluorescncia indireta (IFI) para caracterizao antignica dos vrus isolados e RT-PCR para os genes codificadores das protenas G e F, que foram em seguida parcialmente seqenciados. Dentro do perodo estudado, 153 amostras positivas para VRS foram detectadas. A faixa etria de 0-4 anos foi a que concentrou maior nmero de casos (n=138; 90,19%). Em relao ao perfil sazonal, o pico de atividade do VRS ocorreu nos primeiros seis meses do ano, estando associado principalmente ao perodo de troca da estao chuvosa para um perodo de menor pluviosidade. Houve co-circulao dos subgrupos A e B nos anos de 2001 e 2003. Em 2000, 2005 e 2006 somente o subgrupo A circulou. Entretanto no ano de 2004 foi registrada a ocorrncia somente do subgrupo B. Dentro do perodo estudado, gentipos distintos da protena G do subgrupo A (GA2 e GA5) e do subgrupo B (SAB1 e SAB3) foram detectados, indicando o primeiro relato da circulao do gentipo SAB1 na América do Sul. Em 2004, um cluster diferenciado dos demais gentipos circulantes foi encontrado, sendo este denominado BRB1. A anlise do gene codificador da protena F permitiu a identificao de mutaes na sequncia nucleotdica resultando em trocas na cadeia aminoacdica da mesma. Este estudo representa o primeiro relato sobre dados da epidemiologia molecular do Vrus Respiratrio Sincicial na regio Norte do Brasil.
Resumo:
Os roedores formam uma das mais numerosas e antigas ordens da classe Mammalia. Na América do Sul, a ordem Rodentia compreende cerca de 42% das espcies de mamferos, sendo que desta parcela mais de 50% pertencem a famlia Cricetidae, que inclui a subfamlia Sigmodontinae. O gnero Hylaeamys est agrupado na tribo Oryzomyini e corresponde a um dos 10 novos gneros propostos para espcies e grupos de espcies dentro de Oryzomys. Hylaeamys corresponde ao grupo megacephalus, sendo constitudo pelas espcies H. acritus, H. laticeps, H. megacephalus, H. perenensis, H. oniscus, H. tatei e H. yunganus distribudas na Venezuela, Trinidad, Guianas, Paraguai e no Brasil, em reas de floresta tropical amaznica, mata atlntica e cerrado. Este trabalho visa analisar marcadores cromossmicos em duas espcies do gnero Hylaeamys, fornecendo dados que auxiliem na sua caracterizao taxonmica e citogentica. Foram trabalhadas dezenove amostras de Hylaeamys megacephalus (HME) e quatro de Hylaeamys oniscus (HON). HME apresenta 2n=54 e HON, 2n=52. Os resultados obtidos por bandeamentos G, C e por hibridizao in situ, com sondas de cromossomo total de Hylaeamys megacephalus permitiram determinar as caractersticas cromossmicas das espcies em estudo, alm de permitir uma anlise comparativa entre as mesmas e em relao a Cerradomys langguthi, observando assim suas homeologias e diferenas cariotpicas. As duas espcies de Hylaeamys diferem por um rearranjo tipo fuso/fisso cntrica onde HON apresenta a associao 14/19 de HME. Esta associao compartilhada com CLA com inverso (19/14/19). Este trabalho um marco para estudos de filogenia cromossmica do gnero Hylaeamys.
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O complexo Icterus cayanensis-chtysocephalus apresenta um intrincado padro de variao em plumagem e tamanho corpreo. So reconhecidos, tradicionalmente, para o grupo seis txons: Icterus chtysocephalus, I. cayanensis cayanenss. I. cayanensis tibialis, I. cayanensis tibialis, I. cayanensis valenciobuenoi, I. cayanensis periporphyrus e I. cayanensis pyrrhopterus, que se substituem geograficamente ao longo de grande parte da América do Sul. Neste estudo foi feita a descrio dos padres de variao geogrfica. Foram diagnosticadas quatro espcies, luz do conceito filogentico de espcie: Icterus cayanensis (Amaznia Meridional), Icterus chrysocephalus (Amaznia Setentrional), Icterus tibialis (Caatinga) e Icterus pyrrhopterus (Chaco); os txons I. cayanensis valenciobuenoi e I. cayanensis periporphyrus foram sinonimizados. Entre as formas amazonicas (chrysocephalus e cayanensis) foi detectada a presena de uma zona hbrida mais extensa do que aquela reportada na literatura. No Brasil Central foi diagnosticada a maior zona de intergradao conhecida para aves, com aproximadamente 2.300 km de extenso, produto do intercruzamento entre Icterus tibialis e Icterus pyrrhopterus, formas distribudas pela Caatinga e Chaco, respectivamente. Postula-se que as zonas de intergradao diagnosticadas neste estudo so produto do intercruzamento de populaes previamente diferenciadas em isolamento geogrfico.
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Este trabalho visou reunir e disponibilizar informaes sobre a ictiofauna da Amaznia segundo vrios escritos do sculo XVI ao XVII. Consultaram-se, fontes documentais de vrias bibliotecas e arquivos, e dos documentos selecionados procedeu-se identificao taxonmica das espcies neles referidas. Tambm se fizeram observaes com base nas referncias textuais e iconogrficas disponveis, de forma a acrescentar informaes consideradas de relevncia zoolgica. Constatou-se que, devido definio ento vigente do conceito de "peixe", um estudo da ictiologia do perodo precisaria incluir tambm informaes sobre espcies de outros txons aquticos que no agnatos, elasmobrnquios e telesteos. No incio do perodo colonial, a idia de peixe era generalizada simplesmente como pescado, e no havia muita preocupao em inventariar a ictiofauna do Novo Mundo. Mais tarde, alguns dos visitantes da regio puseram-se a descrever e ilustrar a ictiofauna de maneira mais especfica: nessa fase em que se dava mais detalhamento s espcies de peixes destacavam-se o texto atribudo ao Fr. Cristvo de Lisboa (1625- 1631), o cdice do arquiteto Antonio Giuseppe Landi (1772) e principalmente o manuscrito do Pe. Joo Daniel (1758-1776) o qual se revelou um pioneiro do movimento conservacionista da Amaznia. Os visitantes que vieram regio careciam, no geral, de formao acadmica especfica e, servindo a funes vrias alheias Cincia, no seguiam uma metodologia que se pudesse chamar de cientfica. Devido ao fato de seus manuscritos no terem sido divulgados ou sequer impressos, por vrios motivos, o conhecimento neles produzido no foi cumulativo ou analtico, e no teve influncia significativa no desenvolvimento da Ictiologia. Por outro lado, os naturalistas que efetivamente no estiveram na Amaznia puderam trazer uma contribuio de maior impacto, consolidando o conhecimento obtido atravs principalmente da obra de Georg Marcgrave (1648) e de exemplares coletados nas possesses holandesas da América do Sul, e incluindo-o num grande sistema classificatrio que mais tarde despertaria o interesse de outros cientistas em conhecer a ictiofauna amaznica.
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A subfamlia Dipsadinae engloba 22 gneros da fauna de colubrdeos neotropicais e 24 outros considerados incertae sedis, mas com caracteres comuns aos dipsadneos. Os gneros Dipsas, Sibon, Sibynomorphus e Tropidodipsas formalmente compem a tribo Dipsadini a qual considerado um grupo monofiltico bem fundamentado. A tribo caracterizada por serpentes que apresentam um alto grau de especializao morfolgica, relacionado ao modo de alimentao e adaptaes ao hbitat em que vivem. O gnero Dipsas inclui aproximadamente 32 espcies, distribudas do Mxico at a América do Sul, constitudo por serpentes de corpo delgado e alongado, com cabea curta e proeminente, olhos grandes, pupilas verticais e ausncia de sulco mentoniano. As espcies so notavelmente variveis na colorao, nmero de escamas e outros caracteres morfolgicos. Essa extrema variao tem dificultado a definio dos limites entre as espcies e a interpretao de padres de variao geogrfica. A grande variao morfolgica dos caracteres presentes nas espcies D. catesbyi e D. pavonina, associada dificuldade de identificao dos txons e escassez de informaes sobre as suas distribuies geogrficas, justificam a necessidade de uma anlise mais detalhada destas espcies. Para tal, o presente estudo foi dividido em dois captulos. O primeiro captulo corresponde anlise da variao individual, sexual e geogrfica de D. catesbyi e D. pavonina, e a comparao dos caracteres morfolgicos entre as duas espcies. O segundo corresponde anlise da macroestrutura das glndulas ceflicas nestas duas espcies, relacionando-as com outros txons de Dipsadinae.
Resumo:
Os Xenarthra so o grupo de mamferos que inclui os tatus, os tamandus e as preguias. A América do Sul serviu de cenrio para a histria natural do grupo que, somente no fim do Cenozico, dispersou-se para a América Central e, com uma perda de variedade, chegou América do Norte e algu-mas ilhas do Caribe. Trinta e uma espcies esto descritas dentro da linha-gem dos Xenarthra. Elas esto classificadas em 13 gneros, quatro famlias (Bradypodidae, Megalonychidae, Myrmecophagidae e Dasypodidae) e duas ordens (Cingulata e Pilosa). A filogenia deste grupo tem sido alvo de diver-sas pesquisas que analisaram tanto dados morfolgicos, quanto moleculares. Delsuc et al. (2003) analisaram seqncias de genes mitocondriais e nucleares e confirmaram a monofilia das trs subfamlias (Dasypodinae, Euphacti-nae e Tolypeutinae) inclusas na famlia Dasypodidae. Delsuc et al. (2003) geraram a seguinte rvore: (((Bradypus, Choloepus)100, ((Myrmecophaga, Tamandua)100, Cyclopes)100), ((D. kappleri, D. novemcinctus)100, (Toly-pentes, (Priodontes, Cabassous)54)100, (Zaedyus, (Euphractus, Chaetophrac-tus)60)100)). Gaudin (2005) apresentou um trabalho que reviu e ampliou as anlises morfolgicas apresentadas at ento, concluindo que os tatus atu-ais esto divididos em dois grupos, um mais basal (Dasypodinae) e outro mais derivado (Euphractinae), de acordo com o seguinte arranjo: (Bradypus, Tamandua), (Dasypus, (Priodontes, (Cabassous, (Tolypeutes, (Euphractus, Chaetophractus, (Zaedyus, Chlamyphorus)42)36)72)72)40)85). Neste traba-lho utilizou-se parte do gene mitocondrial rRNA 16S de 12 txons atu-ais de Xenarthra para analisar a filogenia do grupo atravs do critrio de mxima verossimilhana. Nossos resultados so apresentados analisando-se o gene 16S e analisando o banco de dados do 16S mais o de Delsuc et al. (2003). Nas duas situaes, as filogenias apresentadas apiam os resulta-dos de Delsuc et al. (2003): (Bradypus, (Choloepus, ((Cyclopes, (Myrme-cophaga, Tamandua)100)100, (Dasypus, (((Cabassous, Priodontes)68, Toly-peutes)100,((Chaetophractus, Euphractus)65, Zaedyus)100)100)100)100)100). Uma melhora nos valores de bootstrap nos ramos dentro das sub-famlias da famlia Dasypodidae percebida em relao ao trabalho de Delsuc et al. (2003). Acreditamos que Elementos de Transposio do tipo (LINES) so os marcadores moleculares mais adequados para confirmar o arranjo obtido com as seqncias de genes mitocondriais e nucleares.
Resumo:
Foi realizado um inventrio da fauna de serpentes da rea de transio entre Cerrado e Caatinga no Municpio de Castelo do Piau. Foram realizadas seis expedies entre Outubro de 2005 e Julho de 2006, em fitofisionomias de Cerrado Rupestre, Cerrado Aberto e Mata Secundria de Cerrado Tpico, que totalizaram 120 dias de trabalho de campo. Foram utilizados trs mtodos: Armadilhas de Interceptao e Queda, Procura Limitada por Tempo e Encontros Ocasionais. Foram registradas 18 espcies. A famlia Colubridae apresentou a maior riqueza de espcies, assim como nas diferentes formaes da América do Sul. A comunidade composta por Xenodontinae (11 espcies), seguido por Colubrinae (Mastigodryas bifossatus e Spilotes pullatus) e apenas uma espcie de Dipsadinae (Leptodeira annulata), refletindo o padro evolutivo das linhagens filogenticas dos colubrdeos e a estrutura da comunidade. Thamnodynastes sp. (n= 7), Philodryas nattereri (n= 5) e Phimophis iglesiasi (n= 5) foram as espcies mais abundantes na rea estudada, diferente da dominncia de viperdeos observada em outras taxocenoses de serpentes no Brasil. Os estimadores de riqueza Chao 2 e Jack1 indicam que a comunidade composta por aproximadamente 24 espcies. Procura Limitada por Tempo apresentou o melhor desempenho dentre os mtodos utilizados, embora a utilizao dos trs mtodos seja recomendada para um inventrio mais completo de serpentes. Foi demonstrada a predominncia de serpentes terrestres e criptozicas, diurnas, ovparas e que possivelmente alimentam-se na sua maioria de anfbios e lagartos. A Anlise de Coordenadas Principais, anlise de agrupamento, similaridade e padro de distribuio das espcies dentre os biomas, mostram que a rea estudada mais similar a reas abertas (Cerrado, Caatinga e Pantanal). A comunidade de serpentes de Castelo do Piau sofre influncia direta da fauna dos biomas Cerrado e Caatinga, de acordo com os estudos florsticos da rea, apontando associao preferencial a taxocenoses de caatinga. As anlises do PCO e de Agrupamento sugerem que a hiptese sobre composio mista das faunas de cerrado e caatinga, como apontada em outros trabalhos, possa ser conseqncia de anlises inadequadas.
Resumo:
Pentatomidae a quarta maior famlia dentro de Heteroptera sendo composta por 760 gneros e 4700 espcies. Esta famlia tem distribuio mundial, mas as subfamlias Cyrtocorinae, iscocephalinae e Edessinae so exclusivas da regio Neotropical. Dentre as subfamlias de Pentatomidae, Edessinae uma das que apresenta o maior nmero de problemas taxonmicos e nomenclaturais, concentrados basicamente no gnero Edessa. Edessinae um txon megadiverso (cerca de 280 espcies conhecidas e mais de 350 desconhecidas da cincia) e formada atualmente por cinco gneros: Edessa (259 espcies descritas), Olbia (5), Pantochlora (1), Peromatus (7) e Brachystethus (10). O estudo atual de Edessa feito atravs da organizao de exemplares em grupos de espcies morfologicamente semelhantes. Este trabalho segue esta linha com a proposio do grupo Edessa pallida. Este grupo baseado em caractersticas morfolgicas externas como a forma afunilada do corpo, padro de pontuao do corpo, reticulao das asas, padro de manchas no abdome, bem como caractersticas da genitlia dos machos. As espcies includas neste grupo so Edessa pallida Dallas, 1851, Edessa inscripta Walker, 1868 e Edessa polymita Distant, 1890, alm de cinco espcies novas para cincia. O nmero total de exemplares examinados neste trabalho foi 70 indivduos pertencentes a 12 colees nacionais e estrangeiras. As espcies foram descritas, ilustradas e medidas seguindo um padro adotado para a famlia. As espcies j conhecidas tiveram suas distribuies geogrficas ampliadas. A sp. nov. 1 foi descrita de exemplares provenientes do Suriname, Guiana Francesa e Brasil; a sp. nov. 2 da Guiana e Brasil; a sp. nov. 3 do Brasil; a sp. nov. 4 da Guiana Francesa; e a sp. nov. 5 da Guiana, Suriname. Guiana Francesa e Brasil. Uma chave de identificao e um mapa com a distribuio geogrfica das espcies so apresentados.