44 resultados para conceito de Saúde doença e Paciente
Resumo:
Objetivo: analisar os conceitos e percepes que adolescentes e seus cuidadores possuem sobre saúde mental e servios de saúde em seu contexto ecolgico e investigar as barreiras de acesso assistncia saúde mental vivenciadas. Mtodo: trata-se de estudo exploratrio e analtico em amostra de convenincia obtida no perodo de outubro de 2009 a junho de 2010, com 100 adolescentes e 100 cuidadores, no municpio de Belm-PA, em dois contextos clnicos pblicos, sendo um ambulatrio especializado em saúde mental e um geral e dois contextos escolares, sendo um pblico e um privado. Utilizou-se questionrios estruturados, para investigar diferentes dimenses envolvidas nas temticas saúde, famlia, bem-estar e condies de vida, seguidos de anlise estatstica, com tcnicas de anlise da varincia e correlacional. Resultados: a mdia das idades dos adolescentes foi de 14,47 (DP 1,90) anos, sendo 58% feminino; o tipo de problema de saúde mental relatado pela maioria foram problemas na escola (21,9%); o profissional mais frequentemente procurado foi o psiclogo (59,4%). No que tange as concepes de saúde mental, adolescentes e cuidadores deram importncia ao comportamento de abster-se de drogas; quanto s concepes de doença mental, ambos, conceberam como algo a ser considerado com seriedade; ambos concordaram que a religio contribui para a saúde/doença mental e revelaram a primazia da me na busca de ajuda; no que tange as estratgias de coping os adolescentes lidavam de forma semelhante com os problemas de saúde mental em suas vidas; adolescentes e cuidadores possuam uma viso estigmatizada do profissional de saúde e temores de discriminao principalmente pelos pares; quanto ao tratamento real ou imaginado ambos revelaram concepes favorveis das terapias como fonte de ajuda e espao privilegiado para expressar a prpria opinio e em qualquer dos casos, a me revelou-se como a principal pessoa a contribuir na busca de ajuda especializada. As variveis que revelaram a procedncia das concepes sobre saúde/doença mental e as estratgias empregadas na manuteno da saúde mental da famlia mostraram diferenas entre os contextos investigados; no que tange ao auto conceito, os adolescentes da escola privada mostraram maior auto-congruncia entre o self real e o ideal comparativamente os demais contextos; os cuidadores revelaram auto-congruncia maior na escola pblica. Quanto s perspectivas que o adolescente tem sobre a famlia revelaram identificaes reais mais frequentes nos quatro contextos com a me, seguidas da av/av; quanto aos modelos de identificao familiar nos contextos clnicos e escola privada maior com a me; na escola pblica maior com o pai; foi observado discrepncia da perspectiva do cuidador acerca do conceito sobre o adolescente. Para a maioria dos adolescentes e cuidadores as condies de saúde foram classificadas de "boas" a "excelentes". A auto-avaliao do bem-estar dos adolescentes na amostra geral mostrou que, em sua maioria, sentiam-se muito satisfeitos, totalmente cheios de energia, divertiam-se e tiveram boa relao com os professores; na viso dos cuidadores, a maioria de seus adolescentes sentiam-se muito satisfeitos com a vida, utilizavam seu tempo livre divertindo-se com amigos e deram maior importncia aos sentimentos de bem-estar com relao ao desempenho fsico. Concluses: so evidenciadas as semelhanas e diferenas entre adolescentes e cuidadores nas amostras clnicos e escolares que podem subsidiar aes preventivas de saúde contextualizadas para a cidade de Belm.
Resumo:
Estudos sobre saúde mental na adolescncia destacam este tema como questo relevante, pois essa faixa etria, alm de constituir-se como uma grande parcela da populao que precisa e no procura atendimento, identificada como um grupo etrio vulnervel e de risco. A famlia e a escola tm sido consideradas como fatores de proteo saúde mental de adolescentes. Sendo assim, precisa-se pensar em formas de interveno mais eficazes, considerando o contexto familiar, cultural e social destes indivduos. O objetivo do estudo foi investigar percepes sobre saúde e doença mental de adolescentes de escola pblica e de escola privada na cidade de Belm-PA, bem como as principais redes de apoio e estratgias de cuidado utilizadas pelos adolescentes. Realizou-se um estudo transversal, do tipo quantitativo, no qual participaram 60 adolescentes, de ambos os sexos, e seus cuidadores. Os adolescentes tinham idades entre 12 a 17 anos, sendo 30 alunos de escola pblica, localizada em um bairro perifrico, e 30 de escola privada, localizada em um bairro central, na cidade de Belm-PA. Os cuidadores eram do sexo feminino, com idade entre 25 a 57 anos. Como instrumentos foram utilizados: roteiro de entrevista familiar, roteiro de entrevista com os coordenadores das escolas e questionrio sobre saúde e doença mental e sobre servios de saúde (verso para adolescente). Os resultados dos questionrios foram analisados preferencialmente pelo teste do Qui-quadrado e o teste G para amostras independentes. Todo o processamento estatstico foi realizado no software BioEstat verso 5.2. Os resultados obtidos nas entrevistas permitiram a anlise de aspectos socioeconmicos e de fatores de risco e de proteo na famlia dos adolescentes. Os resultados obtidos com os questionrios revelaram que as percepes dos adolescentes da escola pblica acerca da saúde mental estavam associadas a no ser to sensvel/frgil e a pensar positivo, ser otimista. Na escola privada, estavam associadas a sentir-se equilibrado e ser algo muito importante. Quanto s percepes de doença mental, na escola pblica estavam relacionadas ao momento em que o corpo no est bem e a quando profissionais aconselham um tratamento; na escola privada, a ter sentimentos feridos e ser algo que no se percebe logo. Com relao origem das ideias sobre saúde/doença mental, no houve real diferena entre os grupos. No que tange religio, houve discordncia apenas em relao a cura da doença mental. Como estratgia de enfrentamento, na escola pblica esta esteve relacionada a falar com algum sobre o problema enquanto na escola privada os adolescentes relataram que no procuravam ajuda. A me foi apontada como principal na busca de ajuda pelos adolescentes da escola pblica; na escola particular, a principal referncia foi o mdico da famlia. A principal barreira para os adolescentes da escola pblica no acesso ao servio de saúde mental foi no saber o que o psiclogo/psiquiatra vai fazer com ele, e na escola privada foi no querer ser gozado/caoado. Nos dois grupos, os principais problemas em saúde mental relatados foram problemas na escola e de comportamento. Os adolescentes de escola privada responderam que somente s vezes sentem-se sozinhos e felizes, enquanto na escola pblica, os adolescentes afirmaram que sempre estiveram de bom humor e satisfeitos com a vida. Discute-se a necessidade de promover fatores de proteo saúde mental de adolescentes.
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Este estudo objetivou descrever a percepo dos usurios sobre a diabetes. A pesquisa foi descritiva e exploratria, com abordagem qualitativa; o cenrio foi um hospital na cidade de Belm-PA, com participao de 32 sujeitos. Empregando-se a tcnica de anlise de contedo temtica, emergiram quatro categorias: Controle do diabetes: a enfermagem na automonitorizao da glicemia; O diabtico e a enfermagem: uma interao para o autocuidado; Consulta de enfermagem ao diabtico: a interveno no processo saúde-doença; Diabetes e suas complicaes: o medo repercutido na perda de funes. Observou-se que o paciente comea a se cuidar impulsionado pelo medo de perder sua saúde, obrigando-o ao autocuidado. O enfermeiro est diretamente ligado com o controle da diabetes, a partir do momento que realiza os cuidados e orientaes da automonitorizao da doença.
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O objetivo do presente trabalho analisar alguns determinantes dos problemas de saúde decorrentes da implantao de hidreltricas na Amaznia, tendo como referncia a Hidreltrica de Tucuru, localizada no estado do Par, Brasil. O presente artigo apresenta diferentes concepes sobre o processo saúde-doença; alm de analisar as etapas de implantao de projetos hidreltricos ressaltando alguns riscos para a saúde da populao. A autora conclui o trabalho ressaltando que o setor eltrico no deve deteriorar o quadro sanitrio e que sejam feitos investimentos em saúde em todas as etapas desses projetos para minimizar os efeitos deletrios sobre a saúde da populao.
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Este um estudo sobre a relao trabalho, saúde e doença no cenrio da pesca artesanal no Estado do Par em que buscamos apreender a complexidade das questes relativas saúde dos trabalhadores valendo-nos da contribuio das cincias sociais. Somam-se neste estudo os aportes disciplinares da sociologia, da psicodinmica do trabalho, da antropologia da saúde, com o que buscamos melhor nos aproximar de um desejado enfoque interdisciplinar. Dada a vinculao desta pesquisa aos referenciais do campo da Saúde do Trabalhador, orientao paradigmtica que sustenta as noes e anlises nela presentes, enfatizamos o papel estruturador que o trabalho assume na vida dos pescadores artesanais, bem como na conformao dos valores, concepes e na forma com que constroem e lidam com as questes relativas sua saúde, sem descurar as dimenses social e subjetiva presentes na dinmica do processo saúde-doença em sua relao com o trabalho. Como afirma Minayo (2004a) o enfoque da pesquisa qualitativa em saúde, nossa referncia metodolgica para o desenvolvimento deste estudo, a fala dos sujeitos, suas concepes de saúde e doença, para o que foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com pescadores de cada um dos municpios, que voluntariamente concordaram em participar do estudo. Para um aprofundamento quanto aos aspectos referentes aos processos de adoecimento e as possveis relaes com a atividade laboral desenvolvida por esses trabalhadores, valemo-nos tambm do instrumento da observao participante, acompanhando os pescadores durante a sua atividade de trabalho. O material obtido envolve 23 entrevistas com informantes de 6 (seis) municpios do Estado do Par: Abaetetuba, Igarap-Miri, Mocajuba, Bragana, Salinpolis e So Caetano de Odivelas, todos eles municpios onde a pesca artesanal desempenha papel importante na economia local e agrega um grande contingente de trabalhadores, permitindo-nos assim observar distintas realidades da atividade no Par, que dispe de uma diversidade de ecossistemas aquticos, apresentando ambientes de guas continentais, estuarinas e martimas, nos quais a pesca desenvolvida com inmeras adaptaes e particularidades. A escolha para referencial de anlise a hermenutica dialtica, entendida como nos diz Minayo (2004a, p. 227), como um caminho do pensamento, a partir do que se busca entender a fala, o depoimento, como resultado do processo social (trabalho e dominao), para o qual o olhar ampliado, perscrutador, sobre o cenrio da vida e do trabalho se apresenta imprescindvel. Buscamos ento estabelecer o campo das determinaes fundamentais, qual seja o contexto scio-histrico desse conjunto de trabalhadores, ressaltando, dentre vrios aspectos, a importncia dos pescadores artesanais e sua insero no sistema de produo; suas condies de reproduo (trabalho, renda, moradia, acesso a bens e servios etc.); acesso a polticas de seguridade social, enfatizando a compreenso que entende as concepes de saúde e doença enquanto conceitos construdos historicamente, vivamente permeados pelas condies histrico-sociais dos indivduos e particularmente demarcados em sua relao com o trabalho.
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Este trabalho consiste em estudar a prtica clnica e institucional na formao do psiclogo sob a perspectiva da integralidade em saúde no Hospital Universitrio Joo de Barros Barreto - HUJBB. A escolha do campo de estudo deveu-se ao conhecimento do hospital enquanto rea de trabalho, assim como pelo fato deste ser um dos trs nicos locais no SUS que servem de prtica para o Curso de Psicologia da UFPA, onde se propicia aos alunos terem contato com a prtica clnica e institucional, aplicando referenciais terico-metodolgicos de Psicanlise, anlise institucional, processos grupais e de comunicao e conhecimentos de Saúde Pblica. Utilizando-se da abordagem qualitativa, os procedimentos de coleta de dados foram a entrevista semi-estruturada, os questionrios e a observao participante. Entre os aspectos relevantes o estudo observou: a fragmentao constante do trabalho dos diversos profissionais envolvidos e a busca do psiclogo por um espao mais consolidado e articulado de atuao na equipe de saúde; a falta de conhecimentos prvios de saúde coletiva por parte dos discentes motivando um esforo concentrado dos supervisores e orientadores de campo na relao ensino-servio; o sucateamento das instalaes fsicas e dos equipamentos do hospital gerando dificuldades, mas, simultaneamente, estimulando uma subjetividade expressa na colaborao entre funcionrios e alunos; o esforo do Servio de Psicologia em reconduzir o trabalho centrado no ato mdico e no corpo enfermo para uma ateno marcada pela relao com o paciente como sujeito e para os distintos modos de subjetivao psicopatolgicos que constituem o problema terico-metodolgico colocado para sua eficcia psicoterpica; e, por fim, sua insero nas equipes multiprofissionais. A trama formada pelo conjunto desses protagonismos configura o desafio do psiclogo, junto com os demais profissionais, para compreender e levar a cabo a integralidade da ateno, em exerccio permanentede construo no hospital. Dois tericos destacam-se na argumentao que problematiza a ateno integral no hospital - Canguilhem, para a discusso do conceito de saúde enquanto possibilidade de viver em conformidade com o meio e Winnicott, na perspectiva clnica possvel nesse ambiente.
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Esta pesquisa tem como propsito geral compreender as prticas sociais coletivas saúde no "Assentamento Mrtires de Abril" (AMA). um estudo do tipo qualitativo, com a compreenso dos dados luz da hermenutica-dialtica, que teve como cenrio a ilha de Mosqueiro, rea metropolitana de Belm, Par; os sujeitos sociais foram em nmero de cinco, que aderiram espontaneamente pesquisa. As prticas sociais coletivas saúde no AMA so construdas e dependentes de aspectos histricos de vida, da luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da concepo de saúde-doença e da sua relao com a terra. Concluiu-se que suas aes expressam uma forma de cuidar essencialmente orientada pelas vias naturais, propondo enfermagem um novo modelo de ateno saúde. Com base nos estudos efetuados, sugere-se como prtica pedaggica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Par (UEPA) um estgio de vivncia com e nos movimentos sociais.
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H necessidade da pesquisa para a descoberta de novas drogas antimicrobianas contra estes patgenos multirresistentes que veem crescendo, progressivamente, durante os ltimos anos. As potencialidades de uso das plantas medicinais contra estes microrganismos se encontram em estado de evoluo inicial, seja como recurso teraputico, seja como fundamento para o surgimento de novos frmacos. Tambm vale atentar para o fato de que a biodiversidade amaznica constitui fator relevante no estado para a pesquisa destas novas teraputicas baseadas nos recursos vegetais disponveis. Tratando-se de uma prtica que estimula a participao direta da populao no processo saúde-doença, a realizao da avaliao da espcie Ayapana triplinervis V., que uma planta de prevalncia amaznica e de uso tradicional, mostra-se essencial, principalmente para preconizar a realizao de prospeces fitoqumicas. Alm de possibilitar a caracterizao de seus componentes e de fraes do material vegetal, assim como determinar avaliaes farmacolgicas destes produtos, tais como atividade antimicrobiana, a fim de determinar a eficcia e garantir a segurana ao uso de plantas medicinais, e de seus derivados e produtos fitoterpicos.
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A Doença Renal Crnica um problema de saúde pblica crescente no mundo. A deteco e o tratamento precoces reduziriam as altas taxas de morbimortalidade e os custos associados. Este trabalho buscou identificar o panorama do acesso ao cuidado a partir da conduta dos mdicos da Ateno Primria Saúde na linha de cuidado da doença. Aplicaram-se questionrios para 62 mdicos de famlia dos Centros de Saúde da Famlia do municpio de Fortaleza. Os achados apontam que a Taxa de Filtrao Glomerular foi mensurada por apenas 8.1% dos mdicos para pacientes diabticos e 4.8% para pacientes hipertensos. Mais da metade dos mdicos (51.2%) referenciariam o paciente apresentando reduo leve/moderada da Taxa de Filtrao Glomerular ao nvel secundrio. Por outro lado, 25.8% dos mdicos no referenciariam o paciente com Doença Renal Crnica avanada ao especialista. A lacuna entre esses dois nveis da ateno implica em barreira de acesso ao usurio, podendo comprometer avanos no plano da integralidade. A criao de novos dispositivos no processo de trabalho torna-se urgente e o apoio matricial apresenta-se como proposta vivel para a articulao das aes entre os nveis da ateno no cuidado do portador da Doença Renal Crnica ou seus fatores de risco.
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Este artigo discute aspectos do processo de saúde e doença entre crianas assistidas em um abrigo infantil de Belm, entre 2004 a 2005. Os dados foram coletados em fontes documentais e por meio de entrevista com tcnicos da instituio. De um total de 287 crianas, constatou-se que 49,47% apresentavam doenças, deficincias e leses corporais quando do seu encaminhamento ao abrigo, que podem ser associadas situao de pobreza e negligncia familiar experimentadas desde o nascimento. Em relao ao perodo de permanncia na instituio, verificou-se que as crianas contraram doenças infecto-contagiosas (42,5%) e manifestaram problemas de ordem emocional (18,83%), que podem estar relacionados s caractersticas ambientais da instituio proporo adulto/criana inadequada (1:8), superlotao do espao (75/ms). Os resultados permitem concluir que a condio de saúde das crianas traduz as situaes de privao material e emocional a que foram submetidas no convvio com a famlia e ao longo de sua permanncia no abrigo. Nesses termos, os processos de saúde e doença so discutidos a partir de uma perspectiva ecolgica, que reconhece fatores biolgicos, sociais e culturais que constituem a famlia e o abrigo como contextos de desenvolvimento da criana institucionalizada.
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O vrus de Epstein Barr (EBV) o agente causador da mononucleose infecciosa e est associado com vrias desordens proliferativas malignas tais como: linfoma de Burkitt, linfoma de Hodgkin e linfomas no Hodgkin. Um total de 118 casos de linfomas diagnosticados no Hospital Ofir Loyola no perodo de 1996 e 2005 foram analisados no Instituto Evandro Chagas, Ananindeua, Brasil; com o objetivo de detectar o genoma do EBV mediante a identificao dos genes EBER 1 e EBNA1 em casos de doença de Hodgkin. Os espcimes parafinizados foram analisados por hibridizao in situ (gene EBER 1) e PCR em tempo real (EBNA 1). Do total, 61% (72/118) dos pacientes eram do sexo masculino e 39% (46/118) do sexo feminino com faixa etria variando entre 3- 98 anos. Sessenta e cinco (55%) foram diagnosticados como doença de Hodgkin e cinqenta e trs (45%) como linfomas no-Hodgkin. O EBV foi identificado nas clulas Reed Sternberg e variantes em 76,9% (50/65) dos casos de linfoma de Hodgkin com idade mdia de 28,3 anos (variao, 2-84 anos). Os subtipos histolgicos de casos EBV-positivos foram o seguinte: esclerose nodular em 50% (25/50), celularidade mista em 28% (14/50), depleo linfocitria em 14% (7/50) e predominncia linfocitria em 8% (4/50). O DNA do EBV foi detectado em 53% (26/49) com um coeficiente de regresso para a curva padro de 0,99. Este estudo foi a primeira descrio do vrus de Epstein Barr em casos de doença de Hodgkin na regio Norte do Brasil; reforando a hiptese de que o EBV seja um co-fator no processo de transformao neoplsica em conjunto com a predisposio gentica e imunidade do paciente, justificando a conduo de estudos posteriores a nvel molecular.
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O Diabetes mellitus uma desordem patolgica de origem endcrina que provoca inmeras alteraes de ordem sistmica. Tem sido considerado que o diabetes influencia na instalao e progresso da doença periodontal a exemplo da dificuldade cicatricial, mas tambm sofre influncia da mesma, posto que o curso clnico da doença periodontal pode alterar o metabolismo da glicose e, conseqentemente, dificultar o controle do diabetes. Desta forma, a estreita relao entre a doença periodontal e diabetes tem sido motivo de preocupao entre os cirurgies-dentistas. O objetivo deste estudo foi avaliar a condio clinica do periodonto em indivduos diabticos tipo 2 e a necessidade de tratamento periodontal atravs do Registro Penodontal Simplificado (PSR), juntamente com anlise laboratorial (HbAlc e Protena C- reativa ultra-sensvelPCR). Dos 88 participantes do estudo, 5,69% apresentaram-se livres de doenças; 36,36% apresentaram-se com gengivite e 57,95% apresentaram-se com periodontite. No grupo dos indivduos no diabticos, 51,06% tiveram periodontite, enquanto 65,85% dos diabticos apresentaram a doença. A doença periodontal apresentou-se mais grave na faixa etria de 60-69 anos (grupo controle) e 70-79 anos (grupo diabticos). Todos os diabticos apresentaram doença periodontal, e o escore 3 (50,34%) o mais prevalente. No grupo controle 89,36% apresentaram doença periodontal, e o escore 2 (31,25%) foi o mais prevalente. Apesar dos altos nveis de protena C-reativa e de hemoglobina glicada, no houve associao com a gravidade da doença periodontal nos participantes do estudo.
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A sobrevida da populao tem aumentado de forma progressiva e atribui-se melhoria da qualidade dos servios de saúde e das condies gerais de vida, sendo marcante, sobretudo nos pases industrializados. Este aumento da expectativa de vida repercute no aumento da incidncia de doenças comuns em idades avanadas. O envelhecimento considerado fator de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer (DA). Uma das teorias para a patognese da DA postula que a neurodegenerao o resultado de alteraes no metabolismo oxidativo com acometimento do tecido cerebral vulnervel. O fato de o envelhecimento ser um fator de risco na DA, refora tambm a hiptese da participao dos radicais livres, pois os efeitos de sua ao podem se acumular durante anos. A DA uma doença insidiosa e progressiva e caracteriza-se clinicamente por uma perda progressiva da memria e de outras funes cognitivas, alm de mudanas comportamentais e sociais. O dficit de memria o principal e usualmente o primeiro sintoma da DA, com comprometimento especialmente da reteno e recordao de novas informaes. O presente trabalho visa avaliar se ocorrem alteraes no metabolismo oxidativo detectveis no sangue de pacientes com a DA, e se estas podem ser relacionadas com os diferentes estgios da doença e com o quadro cognitivo dos pacientes. Foram avaliados 30 pacientes com a doença de Alzheimer e 28 indivduos no grupo controle atendidos na Unidade de Ensino e Assistncia de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Par (UEAFTO-UEPA). O metabolismo oxidativo foi avaliado atravs da medida da capacidade antioxidante total equivalente ao Trolox (TEAC) e da mensurao dos nveis das substncias que reagem ao cido tiobarbitrico - TBARS. Tambm foram realizados testes neuropsicolgicos em todos os sujeitos participantes do estudo. No foram observadas correlaes significativas no desempenho dos testes neuropsicolgicos com os nveis de TBARS e TEAC nos pacientes com a DA. Observou-se que a capacidade antioxidante total (CAOT) estava significativamente diminuda nos pacientes com a DA em comparao com o grupo controle independentemente do estgio da doença, mostrando uma possvel relao entre a CAOT e a DA. Na avaliao de TBARS houve uma tendncia para maiores concentraes nos pacientes com DA do que no grupo controle, porm a diferena no foi estatisticamente significativa, apenas a fase moderada foi significativa quando comparada com o grupo controle. A avaliao da peroxidao lipdica atravs dos nveis de TBARS provavelmente no seria um biomarcador adequado para a doença de Alzheimer.
Resumo:
Na Amaznia, mais particularmente no Estado do Par, a utilizao de agrotxicos vem se consolidando como prtica nos ltimos 20 anos e se intensificando na ltima dcada, a partir da re-configurao da agricultura no municpio, com a maximizao das culturas permanentes, com as mudanas tecnolgicas inseridas nas prticas agrcolas e nas relaes de trabalho, sendo o uso predominante, no que concerne ao municpio de Igarap-Au, de produtos de mdio e alto risco de intoxicao, inclusive substncias proibidas em outros pases que sob o rtulo de transferncia de tecnologia vem sendo utilizadas sem a avaliao de seus impactos sobre a saúde, o ambiente e a cadeia alimentar da qual o homem partcipe. Entende-se ser esta uma questo de saúde pblica em interface com as referenciadas na saúde ocupacional e na saúde ambiental em uma trade a ser colocada em defesa da vida. A pesquisa que norteou este estudo foi desenvolvida no ramal do Cumaru, no municpio de Igarap-Au, no Estado do Par, com 20 agricultores em situao de exposio prolongada aos agrotxicos. Teve como objetivo primordial traar o perfil de morbidade do grupo em foco, mais especificamente o aparecimento de sintomas de ansiedade e/ou depresso nas situaes de intoxicao crnica a partir do regime de uso e de exposio, bem como, reconhecer a percepo destes acerca dos riscos aos quais esto submetidos a partir do uso destas substncias em sua prtica laboral. Partiu-se da premissa que os aportes terico-conceituais de trabalho, saúde e ambiente se entrelaam, entendendo a saúde como indo alm da ausncia de doença ou do contnuo bem estar, se inserindo de forma singular na vida de cada indivduo que compartilha com a coletividade eventos que adoecem, porm que se expressam de forma nica a partir de co-fatores que se inserem na biografia de cada um, agravando ou minimizando os efeitos dos riscos compartilhados. O trabalho, entendido como elemento estruturante da identidade e da subjetividade do indivduo, repleto de significados transformados culturalmente se configurando em meio de vida e meio de morte. A partir da escolha do mtodo clnico qualitativo, a pesquisa de campo realizou-se em duas etapas, sendo a primeira de reconhecimento dos espaos e das prticas cotidianas do grupo, a partir de um recorte de gnero e faixa etria, atravs de observao participante e de conversas informais com os agricultores e suas famlias nos espaos domsticos e nos laborais. A segunda etapa realizou-se atravs de entrevista(s) de avaliao psicolgica com os agricultores. Foi evidenciada a situao de intoxicao crnica e a incidncia de um grupo de sintomas, dentre estes, alguns vinculados a expresses de ansiedade e/ou depresso, sendo estes nomeados como nervoso pelos agricultores. Estes conhecem parte dos riscos inerentes ao uso dos agrotxicos sobre sua saúde e sobre o ambiente mas os relativizam, no relacionando o uso de agrotxicos aos sintomas apresentados e os minimizam, bem como, aos riscos, ancorando-se em representaes sociais que os sustentam nas suas crenas sobre os riscos inerentes ao trabalho e a saúde em estratgias defensivas compartilhadas pelos seus pares.
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A hansenase, doença endmica no Brasil, de carter crnico, que afeta principalmente o tegumento cutneo e os nervos perifricos. Tambm pode afetar a bucofaringe. Este trabalho objetivou realizar estudo sobre a Preveno de Incapacidades (PI) em Hansenase, na Primeira Regio de Saúde de Rondnia, no Programa para Eliminao e Controle da Hansenase com sede no municpio de Ji-Paran, que envolve o atendimento sistemtico aos portadores de Hansenase de 16 municpios circunvizinhos. Utilizou-se como instrumento de coleta um levantamento de dados nos mapas de controle e relatrios da 1 Regio de Saúde de todos os indivduos atendidos no programa no perodo de 2000 e 2001, considerando-se faixa etria, sexo, forma clnica e grau de incapacidade. Foram estudados 331 indivduos, na faixa etria de 10 a 84 anos de ambos os sexos. Numa etapa posterior, foi analisado o cruzamento dos dados acima mencionados com outros estudos feitos a respeito do assunto. Baseado nos resultados encontrados e discutidos, ficou evidenciada a importncia do diagnstico precoce, do tratamento imediato pelo uso da poliquimioterapia e da preveno de incapacidades como meio de estacionar ou regredir leses advindas do acometimento dos nervos perifricos e pele, encontrados em algumas formas da hansenase, principalmente, na Tuberculide e Dimorfa, que so as de maior freqncia na rea estudada.