525 resultados para Coleção
Resumo:
O cinema como objeto de estudo para verificar o modo pelo qual a resistência política à ditadura militar foi representada no período a ela posterior, dando destaque à participação feminina. A análise fílmica possibilitaria observar quais elementos estariam presentes em cena para retratar tal questão, e os estudos de gênero permitiria debater de que forma as relações sociais entre os sexos eram abordadas nos filmes selecionados. Trata-se, portanto, de compreender não apenas como a resistência à ditadura é representada, mas, sobretudo, como esse passado é reconstruído nas diversas formas em que pode ser materializado pela perspectiva feminista, considerando que esta trabalha com elementos fundamentais na luta em torno da memória e pelo reconhecimento de histórias esquecidas. Nesse sentido, procuro privilegiar os pontos onde se cruzam os estudos da memória e o pensamento feminista, visto que este atinge profundamente as necessidades de um resgate histórico ao denunciar o esquecimento de reivindicações, lutas e ações das mulheres.
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Nesta obra pretende-se estudar as duas formas rituais da liturgia romana, comparando-as e procurando entender os motivos do cisma, ao mesmo tempo em que se pretende abarcar as ações do atual pontífice e as reações no mundo católico e fora dele. Para tanto, usar-se-á como fonte o Missal tridentino de 1570 e o novo Ordo Missæ de Paulo VI de 1969, bem como os catecismos formulados após os Concílios de Trento (1545-1563) e o Vaticano II (1962-1965), tendo por objetivo comparar suas notificações sobre o culto católico e seu significado. Durante o processo de análise tem-se a intenção de vislumbrar o impacto das mudanças no seio da Igreja, pois constata-se uma espécie de endurecimento no final do pontificado de João Paulo II, com a promulgação de documentos litúrgicos que tendem a criar empecilhos para possíveis abusos durante a missa (Ecclesia de Eucharistia, 2003) - há a retomada e destaque do sentido sacrificial do culto católico e uma série de recomendações impostas pela Congregação do Culto Divino para celebração da missa (Redemptionis Sacramentum, 2004). Fato é que, quarenta anos após o mencionado Concílio Vaticano II e quase quatro décadas de utilização do novo rito da missa, é rara qualquer menção específica na historiografia recente da Igreja sobre o andamento de tal tema. A maioria dos livros de história da Igreja que traça um levantamento de fatos até o Vaticano II, apresentam-no como uma espécie de revolução interna da estrutura eclesiástica sem, contudo, aprofundar o tema ou mostrar as crises na Igreja decorrentes deste.
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A proposta inspira-se em dois aportes de referência: o espaço biográfico tomado de empréstimo de Leonor Arfuch e a vida pensada como obra de arte por Michel Foucault. Tais argumentos possibilitam um novo olhar à produção de nossas pesquisas, borrando fronteiras entre ser intuitivo e ser arcabouço teórico-metodológico que venha a delinear o percurso rumo a um conhecimento que se articula. Com vistas aos gêneros discursivos, abarcados em sua pluralidade, buscando apreender um excedente da literatura, a noção de espaço biográfico vai sendo ampliada de forma a contemplar para além das diversas formas que tem assumido a narração inveterada das vidas notáveis ou obscuras, entre as quais a autobiografia moderna não é senão um caso.
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O objetivo deste livro não é suprir as deficiências ou as lacunas da história do pensamento geográfico e, tampouco, adotar o escrúpulo historicista de compreensão de uma história petrificada em narrativas e pontos de vista acerca de problemas científicos que interessam a poucos. Neste sentido, não se trata, fundamentalmente, da história do pensamento geográfico como tradicionalmente se concebe o conjunto de temas relacionados ao desenvolvimento científico da geografia. Se essa fosse a sua finalidade, sua deficiência seria manifesta e o desequilíbrio entre as partes retiraria todo o seu sentido. O seu propósito é o de reunir as contribuições de docentes e pós-graduandos em geografia, em torno de dois grandes eixos temáticos: história do pensamento geográfico e epistemologia em geografia.
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As reflexões elaboradas neste livro fazem parte dos resultados de tese de Livre Docência em Geografia Urbana da UNESP, campus de Rio Claro que abordou o consumo como categoria de análise. Por meio do entendimento do consumo procurou-se compreender os principais impactos na produção do espaço urbano, na atualidade. Observadas as metrópoles de São Paulo, Lisboa, Seoul e Dubai, construiu-se um pensamento que considera a metrópole como espaço-sedutor. Nesta construção, elaborou-se uma leitura das paisagens do consumo nas referidas metrópoles e várias foram as contradições encontradas nas relações de consumo e na produção do espaço urbano. O reconhecimento das articulações entre a produção, a circulação, o comércio e o consumo, dentro do processo de generalização da mercadoria, também ganhou importância, e assim outros conflitos foram apontados.
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O objetivo deste livro é tornar públicas reflexões, ensaios e relatos acadêmicos sobre os intrincados processos desenvolvidos para a consolidação de linhas de trabalho e formação de novos pesquisadores. Para isso, reunimos autores vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara/UNESP, convidamos a Professora Maria do Rosário Mortatti, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências de Marília/UNESP e aproveitamos a oportunidade criada pelo Programa de Publicações Digitais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UNESP, dadas as possibilidades que oferece para que essas contribuições cheguem aos leitores visados: aqueles que estão iniciando atividades de pesquisa.
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Este livro resgata o processo de elaboração, percurso e desenvolvimento da Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), criada em 1952 e extinta em 1963, no contexto histórico que a ensejou, articulada às ideias hegemônicas do período, determinantes da ação do Estado e de setores da sociedade civil. Movimentos de organizações internacionais e a política nacional pela expansão do desenvolvimento econômico e modernização rural, aliam a educação a essas finalidades. A Campanha adota orientações pedagógicas da Educação de Base e do Desenvolvimento de Comunidade, pressupostos do funcionalismo e do neotomismo, com respaldo da Igreja Católica. Conhecimentos teóricos e técnicos pretendiam ofertar vida compatível com a dignidade humana e com os ideais democráticos para a cidadania. A pesquisa investiga os processos de conquista da cidadania, na perspectiva da contradição, ao explicitar avanços e retrocessos na relação educativa do programa. A análise considerou o conjunto de fontes documentais produzidas para e pela Campanha, como periódicos e acervo iconográfico, localizados em bibliotecas e arquivos. As categorias de análises contemplam temas emergentes para atender às demandas do campo, como: educação, habitação, saúde, lazer e promoção da educação política, para educação dos costumes, para além da alfabetização. O desenvolvimento da cidadania e da democracia pretendidas fundou-se em situações educativas pontuais e na resolução de conflitos sociais mais voltados para os indivíduos e os grupos, e menos como processos decorrentes do interior das práticas sociais. Contudo, a política foi relevante naquele contexto, pois, se não fosse a nossa cultura de descontinuidades e articulação das políticas sociais, as condições de vida e trabalho no campo poderiam ser outras.
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Em À procura da música sem sombra, Lia Tomás analisa o trabalho do pensador francês Michel-Paul-Guy de Chabanon (1730-92), cujo livro Da música em si e suas relações com a palavra, as línguas, a poesia e o teatro foi uma espécie de manifesto erudito a favor da música instrumental enquanto gênero autônomo, conceito que teria tido fundamental importância para o romantismo do século XIX e os movimentos que o sucederam. Tomás disseca a obra de Chabanon mantendo o autor no seu contexto. Violinista, amigo de Voltaire, Chabanon era um ativo participante das discussões sobre arte e música do seu tempo. Opôs-se às ideias musicais de Rousseau e outros enciclopedistas, como a origem unitária da música e da palavra, o papel subalterno da música na ópera e a não diferenciação entre linguagem verbal e musical. A autora discorre com precisão sobre os subsídios estéticos e filosóficos fornecidos por Chabanon para a reflexão sobre a música instrumental, e que foram elaborados com o objetivo explícito de delimitar as características desta e demonstrar suas diferenças e autonomia: a música sem sombra a que se refere Lia Tomás. O trabalho traz na íntegra a primeira parte do livro de Chabanon, escrito de maneira deliciosamente coloquial e por isso praticamente ignorado em sua época.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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José Artur Molina busca nesta obra identificar na sociedade vienense de fins do século XIX as razões que levaram Sigmund Freud a analisar as mulheres a partir de um ponto de vista essencialmente falocêntrico. Naquela época, Viena, capital do Império Austro-Húngaro, assistia a uma verdadeira revolução social, política e cultural, que seria o canto do cisne de sua frágil construção política que se desintegraria depois da I Guerra Mundial. Este cenário borbulhante forneceria as condições ideais para o nascimento da psicanálise. Freud construiu uma teoria singular, com conceitos como inconsciente, pulsão e um método que incluía a escuta, a associação livre e a transferência. As mulheres histéricas foram as protagonistas desta criação. Freud encontra a razão do sofrimento delas: o cerceamento de seus desejos. A psicanálise revoluciona o tratamento das histerias, mas seu conceito de feminino se enclausura numa lógica fálica. Molina tenta desvendar porque isto aconteceu, não apenas discutindo as imagens de mulheres presentes na obra de Freud, mas também as construções femininas de autores vienenses seminais, como o romancista Schnitzler e o pintor Klimt, e o quanto tais concepções se deviam ao visível colapso das condições estabelecidas para a mulher e às mudanças que estavam perceptivelmente a caminho na Viena da Belle Époque.
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Nesta obra, Andrea Langbecker conta a experiência do grupo Reviver, formado por mulheres atendidas em um serviço de saúde mental diferenciado por ser um espaço grupal não terapêutico, o qual descreve e analisa a partir do conceito de grupo-dispositivo. Segundo esse conceito a vivência no grupo contribui para facilitar a auto-expressão e a auto percepção, que provocam novos acontecimentos e realizações e, em conseqüência, mudanças comportamentais significativas na vida dos participantes. A autora mostra como as integrantes do Reviver conseguiram mudar o modo como olhavam para suas próprias vidas e se libertaram da forma cristalizada de perceber o cotidiano, dando-se conta de que é possível trilhar novos caminhos. O livro demonstra, enfim, que mulheres com trajetórias de vida semelhante, embora com histórias únicas, podem tomar consciência de sua situação social, perceber que não estão sozinhas nesse contexto e vislumbrar possibilidades de mudança.
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Este livro, de Braz Batista Vas, discorre sobre a logística montada pelas forças militares terrestres brasileiras para suprir as demandas do período final do maior conflito bélico já ocorrido na América do Sul. Enfoca os últimos dois anos da Guerra do Paraguai, de fins de 1868 a 1870, após a saída de Duque de Caxias e a transferência do comando para o conde d'Eu, que o manteria até o encerramento da campanha. Vas procura compreender e explicar a estrutura militar organizada pelo Império para o conflito, deflagrado no fim de 1864 e travado em território paraguaio a partir de 1866 sob condições extremamente desgastantes. Além de discutir o comando militar do conde d'Eu, que era casado com a princesa Isabel e membro influente da corte, o autor analisa a ação diplomática e por vezes até militar de José Maria Paranhos, futuro visconde do Rio Branco, assim como a interação entre os dois homens diante dos entraves logísticos enfrentados pelo Brasil para dar fim à guerra. A obra mostra que esses entraves afetaram ora a intensidade e as estratégias da ação militar, ora a ação diplomática brasileira com reflexos profundos na dinâmica política daquele período.
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Promulgado em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) introduziu novas formas de compreensão da infância e da adolescência e novos modos de atendimento àqueles em situação de risco. Mas, segundo Adriane Vasti Gonçalves Negrão e Elizabeth Piemonte Constantino, autoras do livro Acolhimento institucional em tempos de mudança - uma questão em análise, a efetivação das novas políticas de assistência tem sido deficiente em vários aspectos, como o que tange à aplicação da medida de proteção de abrigo em entidades de acolhimento institucional. O trabalho das autoras foi embasado em pesquisa de campo e constatou que, apesar dos importantes esforços para atender os direitos previstos legalmente, são notórias as oscilações entre práticas e concepções pré e pós a promulgação do ECA. Alguns princípios ainda estão ancorados no mais puro assistencialismo, o qual não pressupõe crianças e adolescentes como cidadãos de direitos, mas sim como objetos de ações de caridade. São práticas ainda comuns a falta de incentivo ao convívio familiar e comunitário e os longos períodos de acolhimento institucional como resultado de decisões que não o justificam, cenário com o potencial de fragilizar ou impedir ações de caráter emancipatório das crianças e jovens. O livro sinaliza que existe ainda um longo percurso rumo às transformações das instituições que atendem crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade social.
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)