147 resultados para Corpo humano Aspectos sociais

em Repositório digital da Fundação Getúlio Vargas - FGV


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Quando o campo a Praia Carioca do Pep e os Usos Sociais do Corpo, a forma de distino em relao s classes sociais na construo da disposio esttica, no gosto, consumo, estilo de vida e nos hbitos de classe. Atravs deste estudo de campo, procurei captar as representaes que os indivduos fazem de seus corpos na Praia Carioca do Pep ao confrontar com a realidade apresentada a mim nesse espao da praia investigado. Com isso busquei averiguar se existe um imaginrio social do corpo e como esse imaginrio aparece nesse espao da praia.

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A presena de uma empresa internacionalmente significa tambm a disseminao mundial de seu Cdigo de Conduta de Responsabilidade Social (Cdigo de CRS). portanto necessrio um certo controle do contedo desses Cdigos. As regras e padres internacionais podem desempenhar este papel. O setor de gs e petrleo causa grande impacto nas comunidades em que as empresas exercem suas atividades. O mesmo se pode afirmar em relao aos seus Cdigos de CRS. Este estudo examina, ento, duas vertentes distintas mas convergentes. De um lado, o estudo comparativo de como os Cdigos de CRS das empresas do setor de gs e petrleo tratam dos aspectos sociais. De outro, examina-se a conformidade ou falta de conformidade dos Cdigos de CRS com os tratados, convenes, normas e padres internacionais. Estratgias podem ento ser propostas ao setor de gs e petrleo, para a melhoria dos padres sociais de seus Cdigos de CRS. Com isso atende-se s necessidades das comunidades envolvidas e, tambm, cria-se valor para as empresas do setor de gs e petrleo.

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o objetivo deste trabalho foi mostrar como o corpo considerado "templo do Esprito Santo" - trabalhado na prtica religiosa protestante. Secundarizado diante da alma, deve este corpo ser objeto de disciplina rigorosa. Este aprendizado -do corpo dcil e submisso - obtido atravs de intensa doutrinao e renncia aos prazeres da vida terrena, transformando o crente num ser diferente, separado e exemplo vivo de f crist. Inicialmente, foi apresentada a origem do protestantismo brasileiro, sua caracterizao e implantao, seguida pela descrio da prtica protestante atravs dos ritos, dos demnios e do mundanismo. Finalmente, foi levantada a evoluo histrica do corpo e sua expresso no ambiente religioso, analisando teorias psicolgicas sobre mente/corpo, comparando-as com os contedos da doutrina protestante e examinando as formas como o controle e a represso so exercidos sobre corpo/mente do crente.

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O corpo humano, em qualquer sociedade, objeto de adestramento e socializao de acordo com as representaes prprias a cada cultura. No Brasil, alm das agncias e processos de socializao informal, privilegia-se durante o Estado Novo (1937-1945) uma agncia para exercer especificamente esta tarefa. Neste perodo a Educao Fsica se consubstancia como disciplina obrigatria em estabelecimentos de ensino. O novo programa, ao mesmo tempo que modela os "corpos", pretende incutir nos "espritos" as representaes "oficiais" da sociedade brasileira: aperfeioamento da raa, sentimento nacionalista, unidade nacional e a nova ordem social. Por possuir tcnicas que se caracterizam por sua sutileza e: dissimulao, a Educao Fsica valora explicitamente locais e relaes sociais supostamente qualificados de "naturais", "livres" e "amplos", mas que so contextualizados, entretanto, num quadro - rgido de disciplina.

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Nesta tese, falamos do corpo construdo socialmente, vinculado subjetividade e identidade do indivduo e que est impregnado por elementos sociais e culturais. Para Giddens (2009), o controle do corpo fundamental para que o indivduo preserve aquilo que o autor chama de segurana ontolgica ou seja, para que ele tenha um sentido pessoal para a vida e pontos de referncia que o ajudem a seguir adiante no cotidiano. Na cultura de consumo, sua aparncia tende a ser normatizada e o culto ao corpo, entre outros aspectos, tem o apelo de autoindulgncia. Nosso objetivo principal compreender, dentro de um contexto de normatividade esttica, o discurso e as prticas de consumo dos indivduos em relao ao prprio corpo, identificando de que modo isso se conecta sua segurana ontolgica. Para alcanar esse objetivo, procuramos: (a) entender o olhar o indivduo em relao a seu prprio corpo, avaliando de que forma isso tem relao com sua segurana ontolgica; (b) examinar a presena do mercado no trip indivduo-corpo-segurana ontolgica; (c) identificar e analisar elementos discursivos relacionados aparncia fsica, procurando entender o papel do consumo nesse contexto e (d) investigar as motivaes que levam o indivduo a agir ou no em conformidade com a norma esttica, analisando as prticas de consumo relacionadas ao corpo. A coleta de dados primrios foi feita por meio de entrevistas qualitativas. Foram entrevistados homens e mulheres, de atividades profissionais variadas, de 18 a 50 anos, pertencentes s classes A, B e C (ABEP, 2012), todos eles residentes no Rio de Janeiro. Este campo aconteceu no perodo de outubro de 2012 a julho de 2013. Os dados foram analisados a partir da abordagem de anlise do discurso, considerando-se sua linha francesa e, particularmente a viso pecheutiana. Esta pesquisa conclui, em linha com autores como Giddens (2002), Goffman (1978) e Schouten (1991), que o corpo algo importante na noo do indivduo sobre si mesmo e faz parte de sua construo identitria. Alm disso, a maneira como o sujeito lida com a mensagem normativa do mercado traz indcios sobre sua segurana ontolgica. O indivduo ontologicamente seguro no aquele que descarta o mercado e cujas prticas de consumo relativas ao corpo fogem norma esttica. O que o diferencia daquele cuja segurana ontolgica frgil sua motivao para aderir a determinado estmulo e a forma como ele lida com essas escolhas de consumo. Depreendemos que o indivduo com segurana ontolgica tem menos ansiedade em suas opes relativas ao corpo e no tem o olhar do outro como uma sombra quando toma decises sobre sua prpria aparncia. Diferentemente, os indivduos sem segurana ontolgica so mais ansiosos diante da mensagem do mercado. H, em algum grau, sofrimento quando no atendem a norma esttica e, portanto, a aparncia do corpo ganha um espao importante em suas vidas.

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Este estudo analisa o futebol no somente como uma modalidade esportiva, mas como um fenmeno cultural na sociedade brasileira. A possibilidade de aproveitar este esporte como um instrumento de transformao social utilizando os jogadores e ex-atletas profissionais como gestores de projetos. Considera-se essencial caracterizao deste processo a articulao entre cultura, cidadania, educao, relaes sociais para a contribuio no desenvolvimento de famlias e comunidades, eixo a partir do qual se abordam as complexas questes relacionadas. Com base nos projetos sociais pesquisados neste estudo e que foram institudos por atletas de futebol profissional, destaca-se a correlao entre a concepo do futebol como um esporte competitivo e as relaes possveis que essa atividade pode exercer com a sociedade e com o pblico usurio dos projetos.

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This research has the objective to present the economic, technological and social impacts on the TV Amazonas' employees development. The study was made based on the perception of directors, managers and old employees of the organization, since the creation of the Rede Amazonica Foundation. The methodical procedures were based on the phenomenologic-hermeneutic approach, using theoretical study, text analysis, documents and interviews. The theoretical referential was based on publications about the history of the television in the world, Brazil and Amazon. It looked at digital television, the importance of the education on people's development and the society, as a whole changes in the labor market, professional qualification; professional education and social responsibility. The results show that employees qualification has contributed directly to the economic, technological and social growth of TV Amazonas.

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H uma crescente preocupao em relao temtica dos resduos slidos entre acadmicos, governos, empresas e indivduos, embora pouco se conhea sobre os motivos que direcionam as escolhas pessoais no descarte de itens reciclveis dentro do domiclio. As pessoas participam ou no de programas de coleta seletiva por motivos que no so aparentes e nem diretamente identificados. Assim, o problema desta tese foi: Que determinantes influenciam o comportamento para reciclagem? Quais implicaes disso para formulao de polticas pblicas direcionadas ao comportamento para reciclagem? Em torno desta questo, o objetivo foi entender o quanto os modelos cognitivo-comportamentais predizem e explicam o comportamento para reciclagem (CR), buscando examinar a relao cognio-comportamento proposta pela sua fundamentao terica. Nesta Tese parte-se da premissa de que existe uma lacuna entre a pose de uma atitude pr-ambiental e a demonstrao do comportamento, o que tem sido conhecido como hiato atitude-comportamento. Para isso, optou-se pela anlise comparativa do poder preditivo de modelos de escolha racional (Teoria do Comportamento Planejado e Teoria do Comportamento Interpessoal) e do Modelo Atitude-Comportamento-Contexto. Considerou-se uma amostra no probabilstica (N=400) de responsveis por domiclios paulistanos que constavam na lista de assinantes de telefones fixos da Telefnica. Posteriormente os dados coletados foram submetidos Modelagem de Equaes Estruturais. Os resultados empricos comprovaram a premissa que fundamenta esta Tese, mostrando efeito nulo da varivel atitude na predio do comportamento para reciclagem. Os dados tambm revelaram que a melhor preditora de comportamento para reciclagem foi o hbito, seguido das influncias sociais de grupos primrios, controle percebido e da convenincia da coleta seletiva. Emergem da a importncia dos determinantes externos (contexto) como caracterstica-chave para intervenes em polticas pblicas direcionadas s mudanas comportamentais, conforme pressupostos do modelo ABC.

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Este trabalho apresenta um estudo sobre a criao de redes sociais eletrnicas e o papel estruturante do Software Livre e de Cdigo Aberto (SL/CA), a partir da experincia do Projeto Rede de Ateno Criana e ao Adolescente do Programa Pr-Menino, da Fundao Telefnica. Para tanto, foi necessrio caminhar por diferentes reas do conhecimento, para compreender os vrios aspectos das redes sociais eletrnicas e, com isso, construir uma viso multifacetada do problema. Esse percurso foi construdo ao longo de dez meses de trabalhos, com oito municpios do Estado de So Paulo e com a Fundao Telefnica, at a criao de um software, a partir da seguinte pergunta: o que faz um software de rede eletrnica ter sucesso por longo perodo?. O trabalho possibilitou o entendimento de como o SL/CA pode servir a redes sociais e das aprendizagens que ele pode propiciar-lhes, mostrando que a gratuidade apenas um de suas caractersticas. O SL/CA possui uma srie de aspectos que podem constituir elementos estruturantes da rede, seja no que diz respeito aos modelos de produo de software propriamente, seja no que tange ao gerenciamento de equipes de projetos com grande complexidade tcnica em comunidades geograficamente dispersas e sem controle hierrquico e, enfim, no que tange aos aspectos de produo e distribuio de conhecimentos como bens pblicos.

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Este trabalho objetiva caracterizar e analisar, de forma exploratrio-descritiva e apoiando-se em trs estudos de caso, os programas de apoio ao empreendedorismo para classes sociais de baixa renda, nas seguintes comunidades do Estado de So Paulo: So Jos dos Campos, Tarum e a Subprefeitura do Itaim Paulista - So Paulo, gerando subsdios que possam corroborar e apontar falhas nos programas existentes, alicerando as sugestes para melhoria dos mesmos. So enfocados os seguintes aspectos: efetividade dos programas e polticas atuais, planejamento integrado do municpio e insero social, principais empecilhos e facilitadores dos programas analisados, e sugestes e caminhos a serem seguidos. O estudo dos casos selecionados e a reviso de literatura efetuada formam a base para uma srie de reflexes e sugestes, visando aumentar a eficcia e eficincia dos programas aqui analisados, inseridos no planejamento integrado e sustentvel dos municpios. Os resultados mostram que, apesar de haver clara conscincia dos gestores quanto s falhas e necessidades dos programas existentes, e um bom entendimento das expectativas e potencialidades do pblico-alvo, os programas ainda falham em operacionalizar as solues para correo de falhas e otimizao e integrao das aes.

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Trata-se de estudo exploratrio com o fito de identificar possveis elementos condicionadores (estimulantes ou inibidores) do desenvolvimento social observado em um grupo de municpios paulistas ao longo dos anos noventa. A melhoria expressiva dos indicadores sociais ocorreu a despeito de esses municpios enfrentarem severa precariedade socioeconmica no incio daquela dcada, e conviveu com desenvolvimento econmico inexpressivo em comparao com as mdias estaduais. Encontra amparo terico nos trabalhos de Gustav Ranis, Frances Stewart e Alejandro Ramirez, os quais se concentram nas conexes entre crescimento econmico e desenvolvimento humano, entendendo que essas ocorrem em dois sentidos, ou duas cadeias (chains).

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Esta pesquisa busca compreender como empreendedores sociais constroem e mantm a sustentabilidade de seus empreendimentos. Para tanto, utilizou-se a metodologia de Estudo de Casos Mltiplos e da anlise dos dados coletados em contraste com a teoria existente sobre empreendedorismo social. Os resultados apontaram que a construo dessa sustentabilidade foi composta por aspectos relativos s caractersticas dos empreendedores que conceberam e conduzem as instituies e tambm a fatores relativos ao modelo de negcio adotado nestes empreendimentos.

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Inicia-se o trabalho, reconstituindo-se, sob um ponto de vista histrico, o problema do dualismo e do monismo, na Psicologia. A reconstituio feita partindo-se de uma origem situada em Scrates e, dai, desenvolvendo-se at os dias atuais, onde, demonstra-se, a questo permanece. A identificao daquela origem foi determinada pela circunstncia de, al, o problema ter merecido um estudo sistematizado e ter se caracterizado como metafsico. Entendendo-se, com isso, que a questo a resolver era a respeito do que existiria como entidade autnoma. Neste caso, ento, se apenas o "corpo", se apenas a "mente" ou se os dois. As solues que propunham a existncia s da mente (monistas da mente), ou de mente e corpo, enquanto entidades distintas (dualistas) viriam a ser, portanto, decisivas para a prpria concepo da Psicologia. Como se afirma ser, a partir de uma deciso referente ao problema anterior, que se deva desenvolver uma Psicologia cientifica, estabelece-se, no captulo II, as concepes adotadas para Cincia, conhecimento cientfico e mtodo cientfico. Ali, aproveita-se para justificar porque parte do estudo deve cair sob o domnio da Filosofia da Cincia, como um todo e da Filosofia da Psicologia, em particular. No captulo III, volta-se a demonstrar com maior nfase, que o problema "mente-corpo" , ainda hoje, metafsico e requer uma tomada de deciso, naqueles termos. Mostra-se que a deciso sempre tomada quando nada como pressuposto, seno explcito, pelo menos implcito. Uma vez tendo-se demonstrado que s o corpo pode ser afirmado como representando alguma coisa que exista, em termos reais, no sentido metafsico, parte-se para o estabelecimento daquele que seria o autntico objeto de estudo da Psicologia. Fazendo-se, ento, uso de uma Semntica Filosfica "crtico-realista", demonstra-se que ele termina sendo: o conjunto de propriedades do objeto real representado pelo corpo e responsveis pelas manifestaes pelas quais a Psicologia, por uma tradio de investigao, sempre se interessou. Finalmente, no captulo IV, concebe-se um modelo sistmico para representar a Natureza. Nele vige a 'lei' da transformao, que resulta da' interao entre os subsistemas. Entre os subsistemas existem aqueles que representam objetos reais e so designados como "Corpo Humano". Estes esto sujeitos mesma 'lei'. A partir da transformao do U23592 em Pb20782, constri-se duas funes matemticas, com base na teoria dos conjuntos, para demonstrar-se como funciona a lei da transformao ou a funo transformao, aplicvel a todos os subsistemas, que so elementos do Sistema que representa a Natureza. Dessas construes e mais algumas, ao serem aplicadas aos subsistemas que representam os objetos reais denotados como Corpo Humano, extrai-se um grande nmero de consequncias para a Psicologia. Termina-se apresentando um modelo especfico para representar o objeto real denotado por Corpo Humano. Este, como subsistema, tambm um sistema e composto de quatro subsistemas: Motor, Emocional, Perceptivo e Cognitivo. O todo e as partes passam a funcionar regidos pela lei da Transformao.

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O presente trabalho tem como objetivo desenvolver o tema da Responsabilidade Social Empresarial bem como o uso das Parcerias Sociais como prtica de atuao social das organizaes, visando formular um modelo relacional entre as duas questes. Para isso, foi realizada uma reviso bibliogrfica da evoluo do conceito de RSE da segunda metade do sculo XX at os dias de hoje, uma reviso dos principais conceitos e modelos de RSE utilizados na literatura acadmica. Foi realizada tambm uma reviso da literatura em torno das Parcerias Sociais e de suas principais tipologias. O Modelo Relacional proposto visa relacionar quais so os principais tipos de RSE que uma empresa pode adotar e quais os tipos de parceria que melhor se relacionariam para os determinados tipos de RSE. Para testar o modelo, um estudo de caso com a empresa Nestl no Brasil foi conduzido. Como concluso, o que se pode observar a partir do estudo de caso que nem sempre as organizaes visualizam as oportunidades existentes na realizao de parcerias sociais, e que elas nem sempre se utilizam dos tipos de parcerias sociais que melhor se relacionam com a estratgia de RSE adotada.

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De maneira geral, a ideia central da presente tese compreender como as organizaes se organizam, ou seja, acontecem, constituem-se como tal, em tempo real. Para isso, do ponto de vista emprico tomei como referncia o dia-a-dia de uma oficina ferroviria, especificamente a rea responsvel pelo reparo leve de locomotivas. Do ponto de vista ontolgico, epistemolgico e terico optei por adotar como referncia bsica a proposta de Theodore Schatzki. Schatzki prope uma ontologia das prticas sociais em que o site do social (ou, o contexto no qual a coexistncia humana se desenrola) composto por uma malha no s de nexos de prticas (fazeres e dizeres corporais humanos), mas tambm de arranjos materiais (objetos, artefatos, corpos). Nessa perspectiva, as organizaes em geral poderiam ser entendidas como configuraes de malhas de prticas#arranjos materiais. Assim, de forma mais especfica procurei analisar principalmente atravs do cotidiano dos mecnicos/eletricistas os fazeres e dizeres corporais e os arranjos materiais envolvidos na prtica de reparo e manuteno de locomotivas e que conformavam a oficina. O trabalho de campo, de carter etnogrfico, baseou-se em 6 meses de observao do dia-a-dia da oficina. Alm da observao, constru dados atravs do registro de imagens (fotografias), da consulta a documentos e de entrevistas. A partir da pude mostrar que a oficina (em particular, ou uma organizao, em geral), como um fenmeno social, poderia ser tratada como uma malha prticas#arranjos materiais. Apontei que as diferentes atividades (fazeres e dizeres) de programao da manuteno, de alocao de mo de obra, de identificao de defeitos, de inspeo, regulagem e troca de peas e componentes etc, executadas pelos programadores do PCM, pelos lderes de turma e supervisores, pelos especialistas do GAF, pelos mecnicos/eletricistas em meio a, e atravs de diferentes arranjos (elementos) materiais como o escritrio, a mesa, os galpes, as valas, a sala de reunio, o sistema de gesto da manuteno, as notas, as planilhas do GAF, as ARTs e PTs, a locomotiva, as peas e componentes, as ferramentas, para garantir a disponibilidade e a confiabilidade das locomotivas, bem como a segurana dos funcionrios, que do vida (animam) e materializam a oficina. A partir do que pude observar no campo, recorri tambm noo de ciborgue e cyborganization para descrever e aprofundar como elementos humanos (mecnicos/eletricistas) e no humanos (locomotivas, peas, componentes) intra-agiam. Transitei ainda pelo campo do embodiment tendo em vista que passei a me dar conta de que as intra-aes com as mquinas eram frequentemente experimentadas pelos mecnicos/eletricistas como corporais envolvendo posturas, movimentos e vivncias. Nesse caso as capacidades perceptivas-sensoriais emergiram como elementos decisivos para que os mecnicos/eletricistas conseguissem realizar o seu trabalho. Argumento portanto que, no caso que estudei, o corpo-(mecnico/eletricista) tambm sujeito, tem tambm papel ativo na vida organizacional, capaz de produzir (e no s reproduzir) prticas.