12 resultados para Carvalho, Bernardo, 1960 - Crítica e interpretação
em Repositório digital da Fundação Getúlio Vargas - FGV
Resumo:
Este trabalho consiste na anlise sociolgica do romance "Terras do Sem Fim", de Jorge Amado. Partimos da idia de que a obra de arte no apenas um reflexo da realidade mas que ela capaz de reproduzir um determinado momento desta realidade, apreendendo-o em toda sua complexidade, embora atravs de sua prpria especificidade. Procuramos portanto ao analisar esta obra captar o princpio estrutural que ordena o mundo ficcional e mostrar de que forma se faz a transposio do plano real ao plano romanesco. Em "Terras do Sem Fim" nos parece que as relaes entre as personagens assim como sua trajetria so de terminadas pelo princpio do autoritarismo e da "malandragem. Nesta sociedade cacaueira do princpio do sculo transposta para o romance, os coronis, fazendeiros de cacau, dominam por meio da violncia e da fraude, mas para dar livre curso sua ambio ou para se realizarem no pleno individual, necessitam do concurso dos representantes dos grupos mdios (advogados, mdicos, funcionrios pblicos, jornalistas, etc.). Estes de melhor nvel educacional, de origem urbana, detentores do "saber" utilizam-se desses trunfos para obterem dinheiro, prestgio social ou fama que os compensem pela sua submisso e lealdade aos coronis. Em plano secundrio, como na vida real, esto os trabalhadores e pessoas humildes que vivem sob a bota dos coronis, no tendo maior peso poltico ou influncia os acontecimentos. Para compreender essa estrutura social baseada na realidade baiana, partimos da anlise da sociedade brasileira no, perodo estudado (Primeira Repblica), analisando-a do ponto de vista econmico, poltico e social. Procuramos tambm mostrar como a formao e a vivncia do escritor contribuem para a apreenso dessa realidade mas no seriam por si ss garantia dessa fidelidade que e, em ltima instncia, determinada pela sensibilidade e pelo trabalho criador do artista.
Resumo:
A obra infantil de Monteiro Lobato apresenta a cincia de forma diferenciada em trs fases. Na primeira, a cincia intil e representa um empecilho no desenrolar das aventuras. Na segunda,ela o prprio motor das histrias. Na terceira, vista como ferramenta mal utilizada pela civilizao. Monteiro Lobato se vinculou a um grupo ontelectual de So Paulo cuja ao est na base da formao do Partido Democritico na dcada de vinte. A estrutura das fases identificadas na obra infantil corresponde trajetria poltica do grupo. Num primeiro momento, ele luta por afirmar-se, por se estabelecer na poltica regional contra o conservadorismo do PRP. Num segundo momento ele se faz vitorioso, dirigindo o estado; finalmente ele derrotado pelo golpe de 1937, se desagrega. Seus membros so cooptados ou perseguidos. Assim, a obra infantil de Lobato retrata a saga do liberalismo oligrquico em So Paulo durante a Primeira Repblica.
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo analisar a atuao de intelectuais entendidos como mediadores culturais, ou seja, aqueles que tm como objetivo a divulgao de conhecimento histrico para o grande pblico. Para tanto, escolhemos como objeto de estudo o intelectual Viriato Corra (1884-1967), que entendemos ser exemplar nesse tipo de atuao intelectual. Mais especificamente, buscaremos nos ater s suas peas teatrais, escritas entre as dcadas de 1910 e 1940, que, como todo o resto de sua obra, so marcadas por um intenso discurso de valorizao do nacional. preciso lembrar que o perodo em questo estratgico no que concerne construo de uma identidade nacional republicana. Assim, buscaremos demonstrar como o escritor contribuiu e esteve engajado no projeto de construo de uma histria e memria nacionais atravs de suas produes teatrais, utilizando-as como vetores culturais de difuso de uma histria de cunho cvico-patritico.
Resumo:
Nos anos 1960 e 1970 a Amrica Latina foi palco de golpes militares modernizadores e da transio de seus intelectuais do nacionalismo para a dependncia associada. Nos anos 1950 dois grupos de intelectuais pblicos, organizados entre a Cepal, em Santiago, Chile, e o ISEB, no Rio de Janeiro, Brasil, abriram caminho para o pensamento das sociedades e economias latino-americanas (inclusive do Brasil) a partir de uma viso nacionalista. A Cepal criticava principalmente a lei das vantagens comparativas e suas essenciais implicaes imperialistas; o ISEB se focava na definio poltica de uma estratgia nacional-desenvolvimentista. A idia de uma burguesia nacional era a resposta para esta interpretação da Amrica Latina. A Revoluo Cubana, a crise econmica dos anos 1960 e os golpes militares nos pases do Cone Sul, entretanto, criaram espao para a crítica a essas idias com uma nova interpretação: a da dependncia. Ao rejeitar totalmente a possibilidade de uma burguesia nacional, duas verses da interpretação da dependncia (a interpretação associada e a superexplorao) tambm rejeitaram a possibilidade de uma estratgia nacional-desenvolvimentista. Apenas uma terceira interpretação, a nacional-dependente continuava a afirmar a necessidade e a possibilidade de uma burguesia nacional e de uma estratgia nacional. Entretanto, foi a interpretação da dependncia associada que foi dominante na Amrica Latina nos anos 1970 e 1980.
Gerao de valor ao acionista : histrico, crítica e sua aplicao na anlise de rentabilidade de produtos
Resumo:
Mostra como a questo da criao de valor para o dono do capital esteve presente na histria do pensamento econmico. Faz uma crítica das teorias atuais de gerenciamento de valor para o acionista, demonstrando a superioridade do modelo TBRlGVA sobre os demais. Mostra a aplicao prtica dessse modelo e prope uma estrutura de anlise de rentabilidade de produtos baseada no conceito de gerao de valor para o acionista
Resumo:
Nos anos 1950 dois grupos de intelectuais pblicos, organizados em torno da CEPAL, em Santiago do Chile, e do ISEB, no Rio de Janeiro, pensaram a Amrica Latina de forma pioneira de um ponto de vista nacionalista. A CEPAL criticou a lei das vantagens comparativas e suas implicaes antiindustrializantes e imperialistas; o ISEB concentrou sua ateno na coalizo de classes por trs da estratgia nacional de desenvolvimento proposta. A existncia de uma burguesia nacional era fundamental para esta interpretação. Entretanto, a Revoluo Cubana e os golpes militares modernizantes que se seguiram abriram espao para a crítica dessas ideias pela interpretação marxista da dependncia que logo se dividiu em dois grupos. Os dois rejeitaram equivocadamente a possibilidade de uma burguesia nacional nos pases latino-americanos, mas enquanto uma derivava dessa premissa equivocada a necessidade e possibilidade de uma revoluo socialista, o outro, associado escola de sociologia de So Paulo (USP) concluiu pela associao com os pases em ricos. Ambos ignoraram o carter ambguo e contraditrio da burguesia da regio e enfraqueceram o nacionalismo econmico que caracteriza a formao dos estados-nao e seu desenvolvimento econmico
Resumo:
As investigaes sobre as prticas educacionais a distncia e os respectivos usos de mdias para esse fim remontam aos estudos por correspondncia do sculo XIX. A educao a distncia (EAD), mediada pelas tecnologias de informao e comunicao (TICs), um fenmeno recente, caracterstico da sociedade ps-industrial, que utiliza grande diversidade de recursos, processos e meios para promover a educao. Historicamente, a rea de EAD apresenta escassez de estudos tericos sobre os fundamentos de suas prticas. A sua literatura tambm revela ausncia, quase completa, de abordagens baseadas nas tradies do pensamento crtico, como, por exemplo, a teoria da estruturao (GIDDENS, 1984) ou a pedagogia crítica (FREIRE, 1987). Tendo isso em vista, procurou-se realizar uma reviso dessas abordagens orientando-as EAD. Essa reviso teve como objetivo contribuir com os debates sobre os fundamentos tericos da EAD, iniciados em 1960, visando ampliar os limites de suas prticas j que atualmente, ainda predominam mecanismos tpicos da sociedade industrial, como por exemplo, a replicao em massa de contedos educacionais. Para atender a esse objetivo, este trabalho de tese realizou um exame das principais teorias da EAD e se concentrou em encontrar uma fundao terica comum, expressa por alguns conceitos essenciais. Esses conceitos que emergiram das anlises foram re-interpretados por meio da influncia das tradies do pensamento crtico, provenientes dos domnios da filosofia, sociologia, educao e comunicao. Esse processo parcimonioso de reviso conceitual da EAD foi enriquecido pela incluso de dois eixos adicionais de investigao: a educao de adultos e a educao financeira. Ao final dessa reviso foi constitudo um quadro terico que funcionou como um ncleo central deste estudo. Esse ncleo sofreu influncias e alteraes substantivas de informaes provenientes do campo emprico de investigao. O campo emprico representou a oportunidade de investigar o objeto principal desta tese, orientado para compreender como um programa de EAD deve ser constitudo para atuar como um instrumento de emancipao socioeconmica de microempresrios pobres, usurios de servios microfinanceiros. Para atender esse objetivo, foi realizado um estudo de caso instrumental utilizando-se procedimentos metodolgicos de pesquisa qualitativa. O municpio de Autazes, no Estado do Amazonas, foi escolhido para ser estudado, pois sofreu um expressivo crescimento socioeconmico recente, ocorrido aps a instalao de pontos de acesso a servios financeiros, com uso de mediao tecnolgica. Esse crescimento resultou em desenvolvimento econmico, associado ao agravamento de tenses sociais, dentre as quais, o endividamento financeiro da populao. O municpio integra, tambm, uma rede pblica de ensino na modalidade a distncia, provida pelo governo do Estado, que tem sido objeto de destacados prmios internacionais. Como resultado deste trabalho de tese, foi possvel consolidar as contribuies tericas e empricas em um quadro terico final, que tem como objetivo orientar a elaborao de novas teorias de EAD críticas. Da mesma forma, foi proposto um modelo indito para a EAD crítica, voltado para a prtica dessa modalidade de educao.
Resumo:
Destacamos duas matrizes discursivas que interpretam o acontecimento ecolgico: o discurso ecol6gico oficial e o discurso ecolgico alternativo. O primeiro aquele enunciado pelas instituies governamentais e intergovernamentais. Opera dentro dos limites do pensamento liberal, propondo estratgias ecolgicas compatveis com o desenvolvimento industrial capitalista. O segundo esta ligado aos setores do movimento ecol6gico que empreendem uma crítica radical ao modo de produo capitalista, cultura urbanoindustrial, e razo ocidental. Aponta solues bascadas em modos no predatrios de produo, bem como numa outra tica das relaes entre os homens. Constitui-se no contexto dos chamados novos movimentos sociais e produz, atravs de uma pratica poltica diferenciada, novos valores e novos sujeitos sociais. Esses discursos lutam, de seus lugares antagnicos, por territrios de significao, disputando a hegemonia da interpretação do acontecimento ecolgico.
Resumo:
O objetivo deste estudo volta-se para uma anlise a nvel terico,da construo de normas. constitutivas do sistema moral aptas a direcionarem a conduta humana. Trs referenciais bsicos foram estabelecidos como pla taformas para o estudo: A Crítica da Razo Prtica de I. Kant e a avaliao do carter neces5rio da norma. bem como a dificuldade de transpor para o plano histrico e emprico. critrios de universalidade inerentes ao "imperativo categrico". A categorizao dos valores de E. Spranger forneceu elementos para proceder a uma anlise da sociognese das normas, partindo de critrios valorativos. culturalmente estabelecidos, aptos a quantificar contedos para a moral. Finalmente. a perspectiva piagetiana ofereceu as bases para uma avaliao da psicognese como construo formal dos sistemas de regras, que compem a moral humana. O estudo aqui realizado estabelece seus prprios limites dentro dos trs contextos acima selecionados por constituirem uma interpretação prefixada que viza harmonizar tais posioes. Estas fronteiras. assim definidas. justificam portanto o carter circunscrito. e sem pretenses de ser exaustivo na matria que o presente trabalho se prope evidenciar.
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Esta monografia analisa as caractersticas da consulta tributria no Estado do Rio de Janeiro, abordando suas principais caractersticas e efeitos, com enfoque na interpretação das hipteses em que o Estado do Rio de Janeiro no conhece a consulta tributria, em especial no artigo 165, inciso III, do Decreto Estadual n 2.473/1979. Antes de analisar como o referido dispositivo legal deve ser interpretado, foi defendido que o artigo 165 do Decreto Estadual n 2.473/1979 foi recepcionado como lei pela Constituio Federal de 1988, com base em decises do Supremo Tribunal Federal que entenderam (i) que uma mesma lei poderia ter dupla natureza jurdica e que (ii) um decreto anterior Constituio Federal de 1988 foi recepcionado como lei pela atual Constituio. Alm disso, foi defendido que a legislao tributria, incluindo o artigo 165, inciso III, do Decreto Estadual n 2.473/1979, no pode ser interpretada exclusivamente de acordo com o silogismo jurdico, razo pela qual as normas jurdicas, sempre que tiverem mais de uma interpretação e/ou limitarem e/ou violarem direitos fundamentais, devem ser interpretadas de acordo com o ps-positivismo jurdico. A concluso deste estudo a de que o artigo 165, inciso III, do Decreto Estadual n 2.473/1979 deve ser interpretado conforme a Constituio, de forma que a consulta tributria s no ser conhecida nos casos em que a situao descrita em ato normativo for flagrantemente impossvel de gerar quaisquer dvidas sobre a interpretação da legislao tributria.
Resumo:
Analisa a interveno do Estado, quando consideradas as suas diferentes esferas de governo, e do Capital Multinacional, na evoluo urbana do Municpio de So Bernardo do Campo. Trata-se de um estudo descritivo com hipteses, servindo-se do mtodo emprico, compreendendo anlise interpretativa de fatos e dados primrios em torno do tema apresentado, buscando reconstituir o urbano da cidade com base nos momentos e eventos mais significa ti vos que se tornaram os parmetros do desenvolvimento local. A crítica enfoca o Planejamento e a Autonomia, correlacionando os conceitos e pressupostos adotados com a ocorrncia dos eventos abordados, procurando identificar e qualificar a ao do Estado e do Capital Multinacional no mbito do Municpio, bem como as consequncias dessa ao no urbano, quando considerados todos os aspectos inerentes sua dinmica: fsico, econmico, social e politico.
Resumo:
No mundo, hoje, tudo est em movimento. Pessoas, objetos, valores, informao e imagens circulam cada dia mais intensa e extensamente em um ambiente social fluido, em rede e de riscos. Quando a mobilidade torna-se parte importante da experincia cotidiana e os deslocamentos fsicos, geogrficos, virtuais ou imaginativos tomam a frente nas relaes e alteram radicalmente os modos de vida em todas as esferas - social, cultural, poltica e econmica -, nesse momento uma cultura da mobilidade se impe e envolve a todos em novas possibilidades e experincias, assim como, em novos constrangimentos, riscos e discursos que devem ser estudados. O cada dia mais intenso imbricamento entre a cultura da mobilidade e o discurso publicitrio constitui a base que sustenta a tese e que delineia as duas premissas fundamentais do estudo: a primeira, de que as coisas do mundo chegam at o sujeito apesar de sua imobilidade, por meio dos objetos, das informaes e das imagens que circulam globalmente; e, a segunda premissa, de que a despeito de seu carter comercial, persuasivo e de vendas, a publicidade tambm pode ser encarada como um bem cultural que expressa a cultura da qual faz parte. na articulao destas duas premissas que reside o interesse primordial e o objeto de estudo da pesquisa: ao considerar o fazer publicitrio como representao da sociedade, investigar, a partir da perspectiva do Paradigma das Novas Mobilidades, como o movimento expresso discursivamente na publicidade das marcas globais. A interpretação do discurso publicitrio global teve como objetivo validar a hiptese de que h um consumo de (i)mobilidade sendo feito quando o indivduo sai em busca de objetos que, a partir de sua disponibilidade (ready-to-handness) e potencial de uso em relao ao ambiente (affordance), suportem sua (i)mobilidade cotidiana com certa estabilidade e menor risco. O locus da investigao o Brasil e o estudo focou sua anlise nos 32 anos relativos ao perodo de 1982 a 2014. Foram selecionados anncios de marcas veiculados na revista Veja durante o perodo de trs Copas do Mundo FIFA: de 1982, na Espanha; de 1998, na Frana; e de 2014, no Brasil, que cobrem o perodo proposto pela pesquisa.