161 resultados para Contribuição sindical, controle, Brasil
Resumo:
O mundo do trabalho vem passando por alteraes substanciais, notadamente em funo do desenvolvimento da tecnologia, e, historicamente, a humanidade vem percebendo a reduo da jornada de trabalho e o conseqente aumento do tempo disponvel. Nesse contexto, um importante campo de estudo o lazer. No Brasil, ainda so relativamente poucos os estudos voltados a essa temtica, o que oferece oportunidades de pesquisa, em especial aquelas voltadas ao entendimento dos fatores que influenciam o comportamento dos indivduos em relao ao lazer. Um dos elementos principais na formao desse comportamento o ciclo de vida familiar, que retrata os principais momentos da vida de um indivduo, notadamente em relao sua idade, sua situao familiar e sua condio laboral. No que se refere a lazer, um dos estgios do ciclo de vida familiar que parece representar uma forte ruptura de comportamento o chamado Ninho Cheio I, quando o casal entra na paternidade. O presente trabalho objetiva compreender de que maneira o comportamento de lazer nesse estgio difere-se em relao ao estgio imediatamente anterior, bem como entender qual o significado de lazer para os indivduos que se encontram nesse estgio. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo, exploratria, de carter qualitativo, com uma amostra de 15 indivduos casados com filhos pequenos e 4 casados mas sem filhos, todos ex-alunos de curso de Administrao da Escola de Administrao de Empresas de So Paulo da Fundao Getlio Vargas (EAESP-FGV). Os resultados indicam que o ciclo de vida familiar representa, sim, um importante fator de formao do comportamento dos indivduos em relao ao lazer. Para os indivduos casados e com filhos pequenos, o lazer , predominantemente, complementar, ou seja, constrangido pelos papis de pai e me. Em comparao ao estgio anterior, h uma forte limitao das atividades externas e reforo das domiciliares. Alm disso, h evidncias de que a idade do filho exerce influncia sobre o comportamento dos pais. Percebe-se que parte do lazer envolve o consumo de bens e servios culturais ou de entretenimento e parte remete a praticas tradicionais como encontros dominicais familiares.
Resumo:
Dados os altos nveis de competitividade que caracterizam a maioria dos mercados contemporneos, muito tem sido estudado a respeito da lealdade, comprometimento e reteno de consumidores na literatura de marketing. As estratgias propostas focam a conquista de consumidores comprometidos afetivamente com as marcas, que entre outros benefcios seriam responsveis por espontaneamente defend-la e divulg-la. Observando o fenmeno ps-industrial do agrupamento de pessoas em torno de padres de consumo prximos, e em alguns casos mais extremos, em torno de uma marca em especfico, alguns estrategistas propuseram a criao de comunidades de marca como forma de reteno de seus clientes atuais e mesmo de atrao de novos. No setor do entretenimento estas comunidades so muito caractersticas e apresentam-se de forma evidenciada atravs dos inmeros f-clubes que podem ser encontrados. Alm desta caracterstica, observa-se tambm que no setor do entretenimento h uma maior evidncia e concentrao dos consumidores comprometidos, os fs devotos. Assim, com o objetivo de ajudar na compreenso da relao das comunidades de marca com a lealdade de clientes, buscou-se compreender o papel do f-clube para um consumidor que individualmente j apresenta um comportamento comprometido, o f devoto. Entre as diversas possibilidades de f-clubes dentro do setor, optou-se por estudar o caso de uma celebridade, pela importncia cultural e econmica que a fama tem na sociedade ps-industrial. Assim sendo, como objetivo secundrio, o trabalho chama a ateno para as relaes de consumo deste tipo especfico de produto, a celebridade. O estudo de caso foi realizado com o cantor Daniel e seus f-clubes. De fato, o estudo levantou que o comprometimento afetivo do f devoto se d pelo processo de sacralizao da marca que ocorre em mbito individual. Assim, neste trabalho no se evidenciou o f-clube como gerador do comprometimento afetivo com a marca. Este um evento que se mostrou ocorrer anterior e independentemente da agremiao. Porm, nos limites do caso estudado, o f-clube demonstrou ser fundamental para a manuteno e intensificao deste tipo de comprometimento. Ao representar o locus privilegiado para a realizao de procedimentos de sustentao da sacralizao da marca, atravs dos rituais, peregrinaes e sacrifcios coletivos, o f-clube mantm operante o antecedente que gerou o comprometimento afetivo deste f. A intensificao do comprometimento atravs do f-clube acontece porque ele proporciona para o f um senso de comunidade, nutrido tanto pelos rituais como pelos sensos de pertencimento e responsabilidade moral que se estabelecem entre os membros. Fica claro, ento, que apesar das vantagens estratgicas de um f-clube, quando criado pela empresa ele perde a caracterstica de comunidade de marca e passa a representar mais um programa de relacionamento e fidelidade, assumindo um inerente interesse comercial. Este clube de fs no demonstra funcionar plenamente como uma comunidade de marca porque uma vez que os significados so atribudos pelos consumidores, a empresa no domina o processo de sacralizao. O f-clube, enquanto comunidade de marca, no pode ser criado nem gerenciado pela empresa. A empresa pode, porm, dar suporte e incentivo para que o ciclo de vida desta comunidade se prolongue.
Resumo:
Este estudo analisa o comportamento do consumidor brasileiro frente ao recall de veculos automotivos. O processo de compra, uso e descarte dos automveis que sofreram o chamamento analisado sob a tica da teoria da reatncia psicolgica, originria da psicologia e que visa explanar a reao de indivduos a limitaes em sua liberdade. O objetivo do estudo dimensionar a reatncia psicolgica individual e verificar a percepo dos consumidores ao recall de veculos automotivos, atravs dos indicativos de valor percebido e a qualidade no relacionamento percebida pelo indivduo. A resultante do processo foi o comportamento de compra ps recall. Os maiores beneficirios deste estudo sero os prprios consumidores bem como as montadoras de veculos, os rgos de defesa dos consumidores e entidades jurdicas interessadas neste tema. A originalidade de avaliar as implicaes deste acontecimento sob a tica do consumidor uma contribuição deste estudo, pois o recall ainda no foi estudado sob este ponto de vista anteriormente no Brasil, apesar do constante escrutnio do tema na mdia. O estudo tem incio com um histrico do recall nos Estados Unidos da Amrica e no Brasil. Em seguida, foi elaborada uma reviso de conhecimento reunindo os principais conceitos apresentados anteriormente e foi proposto um esquema unindo as variveis. Em seguida, foram elaboradas na cidade de So Paulo duas pesquisas: uma qualitativa, exploratria a fim de examinar o processo de compra e pensamentos sobre o recall e outra quantitativa a fim de traduzir as escalas para o dimensionamento das variveis: (a) reatncia psicolgica (o questionrio para o dimensionamento da reatncia psicolgica de Merz (1983), (b) o valor percebido pelo consumidor (dimensionado atravs da escala PERVAL de Sweeney e Soutar (2001) e (c) a qualidade percebida no relacionamento entre consumidor e organizao de Roberts et al (2003) e apresentar as relaes existentes entre elas. Os resultados indicam que o consumidor no passa ileso pelo recall. Ele cria uma memria e sabedoria das conseqncias do chamamento. Duas perspectivas do consumidor frente ao recall foram identificadas: uma viso negativa, mais reatante, que aparentemente fica mais preocupada com o incmodo que o processo todo causa do que com uma potencial ameaa a sua segurana e mais propensa a mudar de fornecedor; e outra viso positiva, pouco reatante e que considera o processo como uma atitude responsvel, que transmite credibilidade e confiana do fabricante, esta por sua vez mais propensa a permanecer na marca.
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Esta dissertao estuda os sistemas de controle de vendas praticados pela indstria txtil brasileira diante das mudanas ambientais ocorridas nas ltimas duas dcadas. O pressuposto bsico para a utilizao de sistemas de controle para a equipe de vendas que atravs deles possvel dirigir e influenciar as atitudes e os comportamentos dos empregados para conseguir atingir seus objetivos, havendo uma estreita relao entre a forma como a gerncia comercial monitora, dirige, avalia e recompensa as atividades dos seus vendedores e a efetividade da rea comercial, sendo diferenciais decisivos para atender a presso por competitividade e as exigncias do mercado quanto ao posicionamento da equipe comercial frente ao novo cenrio de negcios. Da reviso terica foram levantados os oito principais modelos de sistemas de controle e aspectos importantes que devem ser considerados para a composio do sistema de cada empresa. A pesquisa foi conduzida entre os responsveis por equipes de vendas no segmento txtil nos elos onde vendas industriais so realizadas. Empregaram-se tcnicas empricas para o levantamento das freqncias de incidncia dos aspectos estudados e foi possvel constatar que os elos de fibras e filamentos, fiao, tecelagem, malharia e beneficiamento do segmento txtil possuem sistemas de controle pertinentes com as caractersticas de venda industrial. Os controles formais esto ligados a resultados e os controles informais esto relacionados com o acompanhamento das atividades e capacidades do vendedor. Adicionalmente buscou-se captar a percepo dos responsveis por equipes comerciais sobre sua efetividade nos aspectos de volume de vendas, lucratividade, participao de mercado e tambm satisfao do cliente.
Resumo:
O presente trabalho consiste em um estudo qualitativo exploratrio, com o objetivo geral de analisar se o Termo de Parceria, instrumento pelo qual as organizaes sem fins lucrativos qualificadas como OSCIPs (Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico) podem se relacionar com o Poder Pblico, est cumprindo o objetivo de ser um mecanismo que proporciona ao Poder Pblico maior flexibilidade, com a garantia de controle, na transferncia da proviso de servios e implementao de polticas pblicas para o setor sem fins lucrativos. A qualificao de OSCIP e o Termo de Parceria foram criados em 1999 pela Lei n 9.790, dentro do cenrio em que se discutiu a Reforma do Estado e o papel das organizaes do Terceiro Setor como parceiras do Estado na proviso de servios. A Reforma teve entre outros princpios, o de aumentar a eficincia dos servios pblicos, flexibilizar procedimentos e instituir novas formas de controle focadas na obteno de resultados. Passados quase oito anos da criao do novo instrumento de parceria, fomos investigar quantos foram firmados, com quais rgos, para quais objetivos, entre outras informaes. Alm disso, procuramos saber como o Termo de Parceria tem sido utilizado pelos rgos pblicos, na relao com as OSCIPs. Os dados mostram que est ocorrendo um crescimento, nos ltimos anos, do nmero de Termos de Parceria firmados, mesmo que discreto. A princpio, a anlise que fizemos da legislao que regula o instrumento parece indicar que ele d conta do dilema flexibilidade versus controle, proporcionando um equilbrio entre as duas demandas. No entanto, na prtica, a utilizao do Termo de Parceria parece apresentar problemas em solucionar o desafio da nova gesto pblica e muitas das potenciais vantagens da lei ainda no esto sendo plenamente aproveitadas. Acreditamos que, entre outros fatores, isso ocorre pela insegurana dos gestores em utilizar um novo instrumento e pela estrutura de funcionamento e cultura dos rgos.
Resumo:
Ao longo da dcada de 1990, as decises sobre endividamento pblico no Brasil passaram por processo de institucionalizao, no qual se destacou a atuao do Senado Federal. A Cmara Alta tem a prerrogativa constitucional de fixar os limites de endividamento das trs esferas de governo, bem como tem a competncia de analisar e autorizar os pedidos de cada ente federativo. O fato de essas prerrogativas estarem sujeitas a uma intensa disputa poltica, evidenciada nas presses irrecusveis exercidas pelos governadores e mesmo prefeitos, motivou os senadores a delegarem a anlise tcnica das autorizaes de endividamento para o Executivo Federal, como forma de se protegerem das presses polticas e ampliarem o comprometimento com o ajuste fiscal. Dessa forma, as autorizaes s so examinadas no Senado depois de passarem pelo crivo da Secretaria do Tesouro Nacional, rgo do Ministrio da Fazenda, que faz avaliaes prvias das possibilidades de endividamento seguindo normas bastante rgidas. primeira vista, a delegao da anlise tcnica para a burocracia parece ter configurado o afastamento dos polticos do controle do endividamento. No entanto, um olhar mais aprofundado permite identificar a presena da ao poltica nesse processo. Nesse sentido, com base nas proposies weberianas acerca da relao entre polticos e burocratas, e na conseqente necessidade de controle poltico sobre a burocracia, o presente trabalho procurou examinar a problemtica fiscal no presidencialismo brasileiro a partir do ngulo especfico das relaes entre o Senado e a burocracia governamental ligada ao controle do endividamento pblico. A metodologia qualitativa, atravs de um estudo de caso exploratrio, mostrou-se mais adequada, pois mesmo perdendo em generalizao, permitiu ganhar em profundidade, possibilitando observar como os vnculos de tenso entre polticos e burocratas se configuram concretamente e se desdobram para situaes ora de conflito, ora de acomodao. Foram analisados os casos de dois pedidos de autorizao de crdito por parte dos governos estaduais que foram autorizados pelo Senado Federal, com uma diferena significativa entre eles: o pleito de Minas Gerais utilizado como exemplo de um caso tpico foi aprovado pela STN, enquanto o pedido do Rio Grande do Sul utilizado como exemplo de um caso fora dos padres institucionalizados no passou pelo crivo da avaliao tcnica daquela secretaria, no devendo, portanto, pelas normas estabelecidas, ser encaminhado ao Senado. Da anlise dos casos foi possvel lanar luz, ainda que na forma de hipteses, sobre novos aspectos que devem ser considerados em futuros estudos sobre as relaes entre poltica e burocracia no federalismo fiscal brasileiro. Primeiramente, a dimenso poltica demonstrou ainda desempenhar um papel importante nas autorizaes de endividamento estadual. No entanto, a ao poltica foi mais acentuada em momentos nos quais a tenso entre polticos e burocratas se exacerbou, como por exemplo, quando a deciso tcnica contrariou a vontade poltica. Ademais, a participao do Poder Judicirio mostrou-se importante para a soluo do conflito entre polticos e burocratas, sugerindo que a incluso desse Poder nos futuros estudos pode enriquecer o debate terico no Brasil. E, por fim, foi possvel detectar uma sinalizao de que a flexibilizao das regras fiscais j seria desejvel no novo contexto fiscal brasileiro.
Resumo:
A dissertao procura analisar a possibilidade de as organizaes no-governamentais (ONGs) exercerem, por meio da propositura de aes coletivas na Justia, o controle social sobre rgos governamentais e seus agentes privados, prestadores de servios pblicos. Para isto, percorre-se as origens do associativismo no Brasil e, mais especificamente, do movimento dos consumidores, relacionando as suas lutas e conquistas com o processo histrico de evoluo da democracia. A pesquisa emprica recai sobre a atuao de uma conhecida associao de consumidores (o IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e as suas atividades enquanto representante dos interesses coletivos dos consumidores de servios pblicos. A partir da anlise das aes coletivas ajuizadas por essa entidade contra a Anatel - Agncia Nacional de Telecomunicaes e suas concessionrias privadas, objetivando o controle social sobre a prestao de servios pblicos de telecomunicaes, procura-se explorar os potenciais dessa atuao e compreender os fatores que podem contribuir ou no para a sua eficcia.
Resumo:
A proliferao dos conselhos gestores ao longo dos municpios brasileiros, acompanhada das dificuldades qualitativas constatadas no seu dia a dia, suscita algumas questes quanto ao seu potencial de alcanar os objetivos propostos, quais sejam, de aprofundar o contedo democrtico na gesto das polticas pblicas e de propiciar maior eficincia no controle social sobre as mesmas e sobre os governantes. Para analisar tal potencial, discutimos as crticas ao sistema democrtico representativo e os mritos da democracia deliberativa, fatores inspiradores deste movimento conselhista. Apresentamos ainda as consideraes que motivam, com vistas maior eficincia nas polticas pblicas, o envolvimento direto da sociedade em seu controle. Complementando a anlise do potencial dos conselhos, segundo uma perspectiva neoinstitucionalista, fazemos um exerccio prtico com o conselho Municipal de Sade Santo Andr, visando a verificar como o seu arcabouo institucional aborda tal potencial.
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Os tribunais de contas, embora sejam rgos tradicionais na administrao pblica com razes remotas ligadas prpria criao do Estado Moderno, passam hoje por intensas modificaes em sua estrutura operacional e formas de atuao. O presente trabalho tem o objetivo de analisar o processo de modernizao dos tribunais de contas estaduais e municipais do pas no contexto da reforma do Estado brasileiro. A primeira parte dessa dissertao apresenta uma radiografia da situao atual dos TCs, apontando as principais caractersticas diferenciadoras desses rgos em relao sua capacidade operacional e ao desempenho de suas funes constitucionais. A segunda parte apresenta um balano das principais iniciativas de aperfeioamento organizacional que podem ser verificadas nas estruturas dos TCs mais recentemente, dando destaque para as inovaes de ouvidoria, sistemas informatizados de controle e escolas de contas.
Resumo:
A utilizao do regime de metas para a inflao no Brasil est constantemente na pauta do debate econmico no pas. Desde a sua implementao, em meados de 1999, h questionamentos sobre sua viabilidade e eficcia no controle da inflao, especialmente em virtude do setor pblico no Brasil ser altamente endividado e da sempre presente ameaa de crise cambial, dado o papel importante desempenhado por esta varivel na economia. Tais crticas se intensificaram aps o perodo de forte volatilidade nos prmios de risco e no cmbio ocorrido em 2002, quando aumentou a corrente dos defensores da hiptese de que o Brasil estaria sob uma situao de dominncia fiscal. A ocorrncia deste efeito seria capaz de tirar a eficcia da poltica monetria no controle da inflao. Diante disso, algumas questes so colocadas: a dominncia fiscal uma situao permanente na economia brasileira ou especfica de uma determinada conjuntura? Ou seja, as condies necessrias para a ocorrncia deste evento so satisfeitas sob quais situaes? Outro ponto importante refere-se volatilidade dos prmios de risco no ano de 2002: argumentamos que fatores polticos, especialmente relativos credibilidade do governo, foram cruciais na variao destes indicadores. A incerteza eleitoral aparece como um evento fundamental na explicao desta crise de confiana, dado que pouco se sabia a respeito das aes que seriam tomadas pelo novo governo, principalmente no que tange poltica fiscal e ao cumprimento dos contratos e obrigaes financeiras. Conclumos que uma poltica fiscal saudvel, que mantenha o percentual da dvida estvel, e um governo que possua credibilidade so fatores fundamentais para que a poltica monetria, aqui exemplificada pelo inflation targeting, tenha sucesso no seu objetivo maior de manter a taxa de inflao controlada.
Resumo:
O ambiente institucional do financiamento do ensino fundamental no Brasil sofreu diversas modificaes nas ltimas dcadas, principalmente nos anos 1990. Com o objetivo de aliar a priorizao do ensino fundamental descentralizao das polticas pblicas de educao para o nvel municipal, o governo federal promoveu uma reforma profunda nas normas legais para a execuo dessas polticas, inclusive atravs de emendas constitucionais, que passaram a constituir importantes regras para o financiamento do ensino. Uma das principais alteraes foi a criao do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio Fundef, destinado ao financiamento do ensino fundamental no Brasil. Apesar das reformas ocorridas, a situao do ensino fundamental no Brasil ainda bastante precria. Esta no condiz com as necessidades de sua populao, e nem com as possibilidades econmicas do Estado brasileiro. Do ponto de vista analtico, com base no referencial terico da Nova Economia Institucional, a criao da vinculao de verbas para a poltica educacional considerada a principal regra de financiamento do ensino fundamental e serviu reduo de vrios custos de transao. Esses custos esto relacionados descontinuidade de aes e ao comportamento oportunista dos atores envolvidos no cenrio das polticas pblicas. Dentre esses atores esto os representantes do poder pblico, executivo e legislativo, a burocracia estatal e a sociedade civil. Esta tese busca avaliar se o conjunto de estratgias de financiamento do ensino criado a partir das vinculaes oramentrias de receitas, em especial para o ensino fundamental, condio suficiente para a obteno de eficincia na conduo das polticas de educao, ou se h outros elementos, ligados ou no a essa estratgia, que contribuem para a manuteno de ineficincias. O enfoque terico utilizado na tese o da Nova Economia Institucional, baseado, principalmente, nos trabalhos de North (1988 e 1990), Williamson (1985) e Miller (1992). Esse referencial terico fundamenta-se no papel central das instituies na avaliao de problemas scio-econmicos. Dessa maneira, a primeira parte da tese dedicada descrio dos elementos centrais dessa teoria, como, por exemplo, os conceitos de regras formais e informais, custos de transao e estruturas de governana. Com base nessa estruturao inicial construdo o modelo terico utilizado na tese que pode ser entendido como uma adaptao da abordagem da Nova Economia Institucional para organizaes do setor pblico. Esse modelo leva em considerao elementos e caractersticas importantes das instituies, atores e estruturas de governana, fundamentais na anlise das organizaes pblicas. A partir desse modelo terico realizada uma anlise pormenorizada do arranjo institucional desenvolvido para o financiamento do ensino fundamental nos municpios brasileiros, abrangendo o ambiente institucional, isto , as regras do jogo, assim como o comportamento dos agentes frente a essas regras. Como forma de testar empiricamente os pressupostos tericos utilizados na tese, tambm realizado um estudo de caso para o Municpio de So Paulo. Esta tese busca contribuir com as discusses acerca das mudanas necessrias na construo das polticas de educao no Brasil, chamando ateno para a importncia da adequao institucional entre as regras formais estabelecidas para as polticas e as caractersticas, valores e capacitao dos atores envolvidos na implantao dessas regras. A prpria teoria institucional antecipa que a no considerao desses fatores implica a possibilidade de ocorrncia de custos de transao associados aos custos de controle dos gestores pblicos e ao comportamento oportunista dos agentes no cenrio das polticas pblicas. Com isso, mesmo existindo recursos vinculados no estar garantida uma conduo eficiente das polticas pblicas de ensino.