2 resultados para Second Language Acquisition
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
Esta tese trata de como o sistema SignWriting pode servir de suporte a uma nova proposta pedagógica ao ensino da escrita de lÃngua de sinais e letramento para crianças surdas usuárias da LÃngua Brasileira de Sinais - Libras e da LÃngua de Sinais Francesa - LSF. Escrever deve ser uma atividade significativa para a criança. No caso da criança surda, a escrita fundamenta-se em sua competência na lÃngua de sinais, sem precisar da intermediação da lÃngua oral. A criança surda, quando em um ambiente onde ela e seus colegas se comunicam em lÃngua de sinais, efetivamente tenta escrever sinais, quando é incentivada a fazê-lo. Em nossos experimentos, usamos o sistema SignWriting para mostrar ás crianças surdas (e a seus pais e professores) como escrever textos em lÃnguas de sinais de ambas as formas: manuscrita e impressa, usando o programa Sign Writer para editar textos em lÃnguas de sinais. A base teórica que apóia a tese é a abordagem bilÃngüe para a educação de surdos, a lÃngua de sinais, a teoria de Piaget, e de Ferreiro quando trata das etapas da alfabetização em lÃngua oral. Esta investigação possui um caráter exploratório, em que o delineamento metodológico é dado pela pesquisa-ação. O primeiro estudo apresenta um levantamento do processo de aquisição da escrita de sinais, em sua forma manuscrita, pela criança e jovem surdo no Brasil e na França. O segundo estudo trata da ajuda que a informática pode dar a essa aquisição e de como utilizamos os softwares de escrita de lÃngua de sinais em aulas de introdução ao uso do computador e em transcrições da LSF de corpus vÃdeo para a escrita de lÃngua de sinais. Os resultados sugerem que as crianças evoluem em sua escrita, pois muitos signos que elas escreveram não foram sugeridos pela experimentadora, nem por outro meio, mas surgiram espontaneamente. A introdução de um software como o Sign Writer ou o SW-Edit nas classes para introduzir as TI traz a essas aulas muito maior interesse do que quando usamos um editor de textos na lÃngua oral. Também as produções das crianças são mais sofisticadas. As conclusões indicam que a escrita de lÃngua de sinais incorporada à educação das crianças surdas pode significar um avanço significativo na consolidação de uma educação realmente bilÃngüe, na evolução das lÃnguas de sinais e aponta para a possibilidade de novas abordagens ao ensino da lÃngua oral como segunda lÃngua.
Resumo:
A aquisição da linguagem é um processo invariavelmente dependente da exposição ao ambiente. Contudo, a mais famosa e controversa hipótese desenvolvida por Chomsky sustenta que a criança traz para o processo de aprendizagem da lÃngua um conjunto de recursos especÃficos – a Gramática Universal – para superar a pobreza de estÃmulos do ambiente e construir uma gramática final adequada, composta por princÃpios universais e parâmetros fixados de acordo com a experiência na comunidade lingüÃstica. A Gramática Universal é, assim, entendida como uma dotação genética, necessária, mas não suficiente, para a aquisição da linguagem. Para além da hipótese do inatismo – central à tradição gerativista – a relação entre genes e linguagem vem sendo investigada há muitos anos, com evidências significativas de transmissão hereditária e etiologia genética para diversos tipos de distúrbios de linguagem. Mais recentemente, em 2001, foi descoberto o primeiro caso de um gene, o FOXP2, implicado na habilidade de adquirir e desenvolver a fala e a linguagem. Este trabalho parte de uma introdução ao processo de aquisição da linguagem em uma perspectiva inatista (CapÃtulo I) para enfocar os aspectos centrais à organização biológica da faculdade da linguagem (CapÃtulo II), propondo, a partir da análise dos efeitos da mutação do gene FOXP2, uma discussão introdutória sobre como o estudo dos distúrbios do desenvolvimento da linguagem, avaliados a partir de suas caracterÃsticas fenotÃpica e genotÃpica, pode contribuir para a exploração de questões fundamentais acerca do desenvolvimento lingüÃstico e cognitivo (CapÃtulo III).