27 resultados para Michaux, Henri, 1899-1984 Crítica e interpretação

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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Srgio Faraco um nome mpar dentro da Literatura Brasileira no que diz respeito ao desenvolvimento do gnero conto de temtica regional-universal no final do sculo passado. Uma seleo de contos regionalistas das obras Manilha de espadas (1984) e Noite de matar um homem (1986) compe o corpus deste estudo. Estas leituras permitem uma reflexo em torno dos limites entre o localismo, o nacionalismo e o universalismo, uma vez que o ambiente dos contos a fronteira entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai, local de contrabando, vida clandestina, misria e morte. Este estudo investiga a caminhada do regionalismo na literatura sulina desde o Romantismo at a dcada de 1980, a sua abrangncia, as caractersticas indispensveis para uma literatura ser denominada regional, assim como a dimenso universal que esse gnero vai assumindo com o passar do tempo. A literatura deste autor apresenta uma linguagem de cuidadoso apuro formal e um lirismo muito humano, que contrastam com a dureza da vida dos gachos que vivem na regio da campanha. Faraco suscita uma investigao sobre o caminho do regionalismo universal ambientado na fronteira. Esta investigao, por envolver personagens que vivem margem do sistema de produo dos meios urbanos, enfrentada de forma mais ampla do que o conceito de fronteira como limite territorial, vista tambm como um limite de culturas, como vidas humanas no limite. O que se ler a seguir uma tentativa de localizao da literatura de Srgio Faraco entre o regional e o universal.

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Este trabalho consiste em uma leitura da obra Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu, publicada em 1982. O objetivo da pesquisa desenvolver uma leitura crítica de contos da antologia que englobe uma articulao entre forma literria e contedo social. O estudo parte de uma recuperao dos textos crticos sobre a produo do autor e em seguida apresenta um caminho de leitura para os contos do livro a partir das relaes entre literatura, histria e sociedade. Em sua segunda parte, a investigao enfoca elementos tericos sobre a fragmentao formal da narrativa e sobre a melancolia. Entre os autores consultados para fundamentao esto Theodor Adorno, Walter Benjamin, Sigmund Freud e Julia Kristeva. A terceira parte constitui-se da anlise de textos de Caio Fernando Abreu, a qual elaborada a partir da observao fragmentao formal dos contos e perspectiva melanclica que transparece nas narrativas, pois esses so elementos que configuram a crítica social da produo literria investigada e a relao da obra com o seu contexto de produo. Os contos selecionados para essa leitura so Os sobreviventes, Pra, uva ou ma?, Aqueles Dois e Morangos mofados. O trabalho tambm contempla uma reflexo acerca dos estudos crticos sobre o escritor e a sua obra, apontando a necessidade de se desenvolver uma leitura do texto a partir da articulao entre forma literria e contedo social.

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A escritora objeto desta tese, figura proeminente da literatura neozelandesa, voltou-se ao gnero autobiogrfico aps um longo percurso na rea da fico, para definir-se como uma primeira pessoa, depois de sua vida particular ter sido insistentemente confundida com sua obra por parte da crítica. Uma questo que logo vem tona que praticamente toda fico resulta ser, at um certo grau, fundamentalmente autobiogrfica e que a anlise crítica da obra de um escritor possibilita o conhecimento de sua vida. Nosso argumento, opondo-se a esse pressuposto, parte da vida para melhor compreender a obra, evidenciando que Janet Frame manteve um grande distanciamento entre os eventos reais e sua ficcionalizao, realizando uma tarefa que a coloca lado a lado dos nomes mais ilustres da literatura ocidental do sculo XX. Numa atitude comparatista, procuramos extrair os diversos processos de transmutao esttica realizados pela escritora, buscando sanar algumas distores que impediram uma anlise mais confivel de sua obra, problematizando, entre outros aspectos, a questo do gnero autobiogrfico, da mmese e do realismo ficcional. A manipulao artstica da vida particular de Janet Frame foi resgatada por um conjunto de processos, entre os quais a antimmese, a poetizao do quotidiano, a intertextualidade e a interdiscursividade, que revelam um alcance esttico e uma auto-referencialidade deslocada muito alm do mero biografismo. Outros aspectos analisados na obra como um todo indicam que novas abordagens da fico de Janet Frame, a partir de enfoques ps-modernos, ps-coloniais, ps-estruturalistas e feministas podem superar as posturas reducionistas das quais ela foi alvo.

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Este trabalho realiza a anlise simblica do tema do duplo nos contos fantsticos de Lygia Fagundes Telles, sob a perspectiva terica dos regimes do imaginrio de Gilbert Durand. Como questo central, sustenta o desvelamento dos caminhos singulares da representao que toma o duplo nos contos escolhidos da autora e como este se imbrica na teoria do imaginrio. Adotam-se os seguintes procedimentos metodolgicos: levantamento bibliogrfico da obra e fortuna crítica da autora e pesquisa bibliogrfica sobre as questes tericas pertinentes. Aps, realiza-se anlise simblica de sete contos selecionados da escritora. Encontrando-se o homem moderno fragmentado e com seu eu cindido, a temtica do duplo associa-se busca de identidade e de unicidade. A morte como tema recorrente na obra de Lygia Fagundes Telles aparece principalmente nos contos da vertente fantstica, constituindo-se como o domnio principal de representao do duplo, no momento em que se apresenta a questo da sobrevivncia da alma (aps a morte). Destaca-se a predominncia do regime diurno do imaginrio, pois esta polaridade o regime das antteses, condizente com os resultados alcanados pela anlise do duplo. O trabalho ainda mostra a validade das hermenuticas instauradoras de sentidos como um percurso produtivo e fecundo na interpretação de textos literrios. A busca incessante da experincia da interioridade marca a essncia da escritura de Lygia. Ela recusa os caminhos fceis de uma escrita linear para embrenhar-se no discurso labirntico do fantstico e, atravs dele, legitimar sua viso de mundo e suas denncias da realidade social.

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Esta dissertao pretende comprovar a existncia de uma relao profunda entre o texto ficcional dos contos de Feliz Ano Novo, publicado em 1975, e o contexto histrico da poca. Partindo de um panorama da produo artstica e cultural dos anos 60 e 70, o trabalho insere as opes temtico-formais desta obra no referido contexto histrico e artstico e busca evidenciar a maneira pela qual tal contexto se faz presente na linguagem da obra, que recria artisticamente a tenso e a violncia do perodo. A linguagem configura um discurso metaficcional que contm, em sua forma banal e calculada, uma profunda reflexo sobre o papel da literatura no mundo mercantilizado que a cerca. Assim, atravs da metalinguagem, a narrativa dos contos problematiza a Histria e realiza uma das poucas formas de subverso ainda ao alcance de um produto artstico: escapar ao destino de ser um mero bem de consumo e converterse em instrumento de problematizao da prpria lgica dos bens culturais de consumo.

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A reflexo sobre o conhecimento produzido pelos autores que marcaram e influenciaram geraes de pesquisadores no Brasil um instrumental terico importante para o avano do pensamento cientfico na Sociologia. Neste sentido, prope-se analisar a problemtica agrria a partir do Socilogo brasileiro Jos de Souza Martins. Esse autor, em uma srie de livros e artigos ao longo da sua trajetria intelectual, forneceu-nos vrios conceitos e interpretaes significativas sobre o mundo rural brasileiro. Assim, dada a importncia da contribuio de Jos de Souza Martins para o tema dos processos agrrios, este estudo procura analisar parte da obra do autor, especialmente aquela que trata da reforma agrria, do papel dos mediadores nesse processo e os conceitos-chave principais presentes em sua obra. Os captulos que se seguem analisam algumas fases do autor, a partir do final da dcada de 1970 at perodo recente, buscando evidenciar e analisar, em sua trajetria intelectual, as suas inspiraes tericas, ou seja, os autores que se tornaram referncias para a construo do seu conhecimento, os conceitos-chave que marcaram sua obra, o papel dos mediadores como a Comisso Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, os Partidos Polticos e, finalmente, ao longo dessa trajetria, os fatos, acontecimentos que interferiram em suas anlises Duas hipteses nortearam este trabalho, sendo a primeira a importncia de alguns conceitos-chave como a renda fundiria, na anlise do autor, e a segunda dizendo respeito atuao dos mediadores principais da reforma agrria. Tais hipteses foram, ao longo do trabalho, comprovadas, pois o conceito de renda fundiria permanece como referencial na obra de Martins, refletindo os interesses conflitantes existentes no espao rural. Alm disso, segundo a anlise do autor, os mediadores continuam a exercer, de uma forma ou de outra, a conduo da reforma agrria baseados em concepes do marxismo ortodoxo, que tem como sujeito principal da Histria a classe operria. Finalmente, esta investigao pde ser realizada atravs da seleo de algumas obras emblemticas do autor.

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Este ensaio pretende, de um lado, identificar e descrever os traos dominantes da literatura e das demais poticas contemporneas, e, de outro, relatar o processo de transposio de um texto literrio o romance O Quieto Animal da Esquina, de Joo Gilberto Noll para um texto de cinema, o roteiro cinematogrfico homnimo, de minha autoria. Menos uma tese acadmica do que uma tentativa de se constituir como um objeto artstico em si mesmo tanto em sua condio de roteiro, quanto na de uma aproximao eminentemente subjetiva, no cientfica, de um modo de expresso este ensaio uma proposta de discusso sobre a rarefao de limites, sobre o dilogo e a interdependncia das artes.

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O presente trabalho se constitui de uma anlise avaliativa comparada de duas tradues italianas do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, na busca da equivalncia tradutria de aspectos estilsticos, pragmticos e sociolingsticos presentes na obra, tendo como base os postulados mais recentes da Teoria e Crítica da Traduo, objetivando averiguar a sua consistncia e aplicabilidade na prtica. Pelo estudo realizado foi possvel comprovar a necessidade de um trabalho interdisciplinar para o processo tradutrio e tambm a viabilidade de uma abordagem literria fiel, embora ao mesmo tempo criativa, capaz de preservar os aspectos mais relevantes do estilo machadiano, demonstrando-se tambm a importncia da visibilidade do tradutor, juntamente com a complexidade do processo que requer dele um amplo e diversificado conhecimento de aspectos literrios e socioculturais nas lnguas e nas culturas em jogo.

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Este trabalho, a partir da anlise da obra completa de Joo Cabral de Melo Neto, busca mostrar como o poeta pernambucano venceu o silncio que o ameaava desde os primeiros versos. A conquista de sua voz se d quando o autor empreende uma volta ao passado, s origens de lnguas e literaturas ibricas num movimento diacrnico. nesta viagem no tempo que ele encontra formas que sejam capazes de resistir contempornea crise da linguagem e que tambm lidem com a prpria questo da linguagem enquanto forma de expresso humana. A tese ainda questiona a posio de Cabral quanto tradio potica nacional.

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Este trabalho consiste na leitura do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis articulado ao texto freudiano O Estranho. O que o orienta e inspira a considerao de que tanto Freud quanto Machado trazem cena traos, posies, campos de referncias que tm efeito na subjetividade at nossos dias. No ensaio O estranho, Freud pe em questo a reflexo sobre a obra de arte abandonando o olhar que elege o belo e o grandioso para se debruar sobre o que inquietante, fonte de angstia e mal-estar. O autor evidencia, no trabalho a partir dos processos inconscientes, que o aparentemente mais distante, estrangeiro a ns mesmos, produtor do efeito de estranho (unheimlich), tem relao com o que nos mais familiar (heimlich). Dom Casmurro, um dos romances mais importantes e polmicos de nossa lngua, fundado em um inquietante mal-estar. Nele a voz do narrador incerta, dividida, no distanciada. Escolhemos trabalhar com alguns pontos que nos parecem dar conta dessas fraturas, momentos de estranhamento e de subverso: a duplicao da casa (o eu e o desconhecimento); os olhos de ressaca (virada do lugar de sujeito a objeto); Escobar reeditado em Ezequiel (o especular no cime, a impossvel paternidade). Neste percurso Machado de Assis nos leva a questes fundamentais com respeito s relaes do sujeito ao desejo, em especial via a obliqidade do olhar.

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Resumo no disponvel.

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O presente trabalho consiste em uma interpretação do sentido histrico do programa Gente Inocente!?, da Rede Globo, enquanto produto cultural e mercadolgico, e possvel mediador da crise da infncia atual. Entendemos que as dificuldades na relao com a infncia historicamente constitudas so geradoras de problemas subjetivos que precisam de um direcionamento. A cultura atual, atravs de suas produes, vai encarregar-se de propor solues. Um programa de TV poder realizar a funo de produzir uma imagem unificada da infncia que permita s pessoas visualizarem sua continuidade. Gente Inocente!?, atravs de uma proposta de diverso amena, vai procurar dar estabilidade a essa imagem da infncia, fazendo uso de algumas estratgias e artifcios estticos, condicionados pela forma mercadoria. Para esta anlise, utilizamos alguns princpios tericos e metodolgicos da Teoria Crítica da Sociedade proposta pelos pensadores da Escola de Frankfurt, o que nos possibilita desenvolver uma crítica ao objeto a partir de suas contradies internas.

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Esta pesquisa investiga a colocao pronominal em duas verses da pea A Viva Pitorra, de Joo Simes Lopes Neto, tendo por perspectiva problematizar o texto teatral como fonte de estudos da sociolingstica variacionista em funo do carter oral e coloquial atribudo a estes textos, tanto pela lingstica, como pela crítica teatral e literria. Temos como hiptese geral que os arranjos promovidos na colocao pronominal na segunda verso da pea refletem uma reescrita orientada para a variedade falada, indicando, por extenso, o comportamento de prclises e nclises no plano geral da lngua e a sensibilidade lingstica do autor no s para a linguagem em uso, mas tambm para a fora coercitiva da norma gramatical. Como hipteses especficas, temos que 1) a ocorrncia de prclises e nclises na pea reflete as caractersticas do portugus falado no Brasil e que 2) sobre as formas enclticas, atua fortemente a coero da norma cultuada. A reviso terica prope um dilogo entre a crítica literria e a teatral, identificando as (in)definies da rea para os termos oral e coloquial; na rea da lingstica, resenhamos as pesquisas cujos corpora so formados de peas teatrais e nos apoiamos nos estudos de variao e mudana que abordam diacronicamente a colocao pronominal, instituindo especificidades do sistema gramatical do portugus brasileiro em relao ao portugus europeu. Os dados so analisados descritivamente em relao aos arranjos promovidos na segunda verso e quantitativamente (programas Varbrul/Varbwin) em relao aos fatores definidos para anlise. No geral, os resultados indicam 1) o favorecimento da prclise em ambas as verses, refletindo as caractersticas do portugus brasileiro falado e 2) a incidncia da norma nas formas enclticas. Dos quatro fatores selecionados como estatisticamente significativos, destacamos os fatores a) gnero do personagem e b) sujeito expresso x sujeito nulo, ambos ausentes na literatura lingstica resenhada. O fator a) acrescenta um dado sociolingstico s pesquisas cujos corpora so formados a partir de peas teatrais, e o fator b) indica a necessidade de pesquisas pontuais sobre a relao indicada como estatisticamente significativa. Acrescentamos discusso a colocao pronominal em dois outros textos do autor gacho: um drama e duas verses de um conto, objetivando fundamentar a inadequao do termo oralidade e oferecer o termo linguagem verossmil para caracterizar traos lingsticos da variedade falada em diferentes gneros literrios.

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Abordamos, nesta tese, quatro perfis do escritor paulista Monteiro Lobato (1882-1948). Primeiro, seu lado visionrio, que redundou na criao de uma extensa obra voltada para a infncia e, paralelamente, em uma grande investida no mundo empresarial. a utopia escrita e passada ao ato. Para levar a cabo seu trabalho hercleo, Lobato sorveu da filosofia de Nietzsche o quantum satis para lhe redobrar a mpeto intelectual. Este o segundo ponto discutido aqui. Fazendo tabula rasa dos ideais educacionais de seu tempo, Lobato criou personagens paradigmticos para povoar sua Utopia, calcados no pensamento de Rousseau (Emlio x Emlia) e nos ideais do Iluminismo. a matria do terceiro captulo. Para fechar o crculo, no quarto captulo, examinamos os vnculos do autor com a sociedade norte-americana do incio do sculo XX, que lhe forneceu o modelo de uma comunidade prspera e feliz, que o escritor sonhava implantar no Brasil.