75 resultados para Língua japonesa Análise do discurso
Resumo:
Esta pesquisa foi realizada tendo como base a crena que, estudando os discursos de professoras e professores, entenderia os fenmenos que povoam os seus cotidianos, entendendo, tambm, neste universo, os profissionais, seu trabalho e profissionalidade na escola. Assim, realizei um estudo de caso, portanto, de natureza qualitativa, com recursos da Análise do Discurso, analisando os discursos de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental, da Regio Fronteira Noroeste, do Estado do Rio Grande do Sul, acerca de trabalho, profissionalidade e escola. Das entrevistas com vinte e duas professoras, foram extradas e analisadas, com base nos estudos tericos, as categorias mais evidenciadas. Este esforo de compreenso visou a um entendimento deste fenmeno, interagindo o mais possvel com as interlocutoras, interpretando os sentidos, as contradies e como revelam discursivamente seu trabalho e sua profissionalidade. Aps as análises, reuni, novamente, o grupo de interlocutoras, para refletir sobre as interpretaes produzidas. Deste modo, a pesquisa teve este carter: contribuir no processo de reflexo sobre o trabalho da professora e sua professoralidade, no espao-tempo da escola. Os resultados da pesquisa evidenciaram a necessidade da reflexo e da interao na escola, com o intuito de serem ampliadas as condies para a constituio da professoralidade. Evidenciou-se tambm uma carncia de maior reflexo sobre o ser professora e, paralelamente, a necessidade de um maior aprofundamento, por parte das interlocutoras, quanto s suas condies de trabalhadoras no que se refere ao social, s relaes de gnero e ao trabalho, dimensionando uma professoralidade capaz de lhe orientar em seu cotidiano profissional. Como as entrevistadas demonstraram certa fragilidade em abordar questes relativas sua profissionalidade e ao seu trabalho, que, em suma, so organizadores de toda a sua razo de ser como professoras, apresentei alternativas de reconstituio da profissionalidade e sua evoluo para um estgio de professoralidade, no espaotempo da escola.
Resumo:
O presente trabalho, filiado Análise de Discurso de Linha Francesa, trata dos principais fatores que incidem sobre as filiaes identitrias na condio judaica, ou seja, no processo de identificao / identidade lingstico-cultural, e suas relaes com a histria, a memria e a linguagem. Para tratar desse processo partimos do percurso histrico do povo judeu desde a Antigidade no mundo oriental at a modernidade no ocidente. O ponto de chegada consiste de uma análise de reflexes da comunidade judaica de Porto Alegre em torno de suas relaes identitrias. Para tanto, em nosso gesto de análise recortamos as seqncias discursivas obtidas sobre o nosso questionrio sobre memria e identidade a partir das posies-sujeito dos sefaraditas, judeus provenientes da Pennsula Ibrica, e ashkenazitas, judeus da Europa Central e Oriental, desdobradas em suas relaes contraditrias em torno de saberes sobre a língua, cultura ticoreligiosa, costumes e tradies formao discursiva judaica. Questes relacionadas língua(gem) e identidade na condio judaica foram analisadas nesse trabalho procurando compreender a língua fazendo sentido, enquanto um trabalho simblico, constitutivo do homem e de sua histria e no como uma mera articulao entre o individual e o social.Nesse recorte especifico de saberes sobre a rede de filiaes, privilegiamos noes tais como língua, subjetividade, sentido e identificao lingstico-cultural buscando investigar em que medida e de que forma o encontro da língua com a histria produziu efeitos de sentido sobre a memria e a prpria constituio do sujeito. Assim recorremos ao interdiscurso, lugar onde os enunciados se articulam, descrevendo os diferentes modos como estes foram linearizados, e, dessa forma, produziram sentido no embate tenso entre a repetio e o deslocamento. Perpassando as razes histricas do povo judeu, abordamos outras regies do conhecimento envolvendo questes do campo da filosofia, identidade e linguagem para chegarmos ordem do discurso, lugar onde conceitos foram ressignificados para podermos tratar do outro na sociedade e na histria. Trata-se do sujeito compreendido em sua heterogeneidade e na sua contradio inerente, como tambm de determinaes histrico-sociais e culturais, permeado pelo inconsciente e ideologia, que lhe so prprios. Nessa perspectiva, o movimento da identidade se faz como um percurso na histria com seus deslocamentos e suas determinaes sem esquecer que pelo outro prprio ao linguajeiro discursivo que pode haver ligao, identificao ou transferncia.
Resumo:
Nesta pesquisa, proponho o estudo do gnero pelo vis discursivo, a fim de investigar a dualidade masculino/feminino e sua relao com a escrita. O percurso por este texto, fundamentado no referencial terico da Análise de Discurso de linha francesa, leva compreenso dos efeitos de sentido que o sujeito produz, ao buscar aprisionar a escrita em um esteretipo masculino/feminino. Analiso um corpus constitudo por cartas de leitores, textos de opinio, (os quais denomino de textos-fonte), publicados em jornais gachos, desprovidos propositadamente da assinatura do autor. Incluo tambm os textos produzidos pelos participantes desta pesquisa, a partir da leitura que fizeram dos referidos textos-fonte, a fim de expressarem sua opinio sobre o que caracteriza uma escrita quanto ao gnero. As marcas encontradas, no referido corpus, colocam em xeque a lgica da excluso, do isso ou aquilo, abrindo a possibilidade para a incluso, ou seja, a escrita pode ser isso e tambm aquilo, visto que ela aqui entendida como um mosaico de discursos, cuja constituio abriga a mescla. , pois, sob o efeito da transparncia, que se tem a iluso de uma escrita em cuja materialidade encontra-se refletido, com nitidez, o gnero de quem a produziu. Com base nessa reflexo terica, questiono a atribuio de uma identidade de gnero para a escrita.No desenvolvimento deste estudo, mobilizo noes tericas especficas, sendo que, na primeira parte, apresento consideraes sobre a temtica da diferena, a partir de concepes culturais, filosficas e psicanalticas. Na segunda parte, passo s questes referentes leitura, escrita, priorizando a perspectiva discursiva que alicera esta pesquisa. Na terceira parte, trago as consideraes metodolgicas que iro nortear as posteriores análises. Na quarta e ltima parte, so realizadas as análises propriamente ditas (o gesto de interpretao) e, posteriormente, as consideraes finais. Os pontos de ancoragem decorrentes deste processo de análise apontam caminhos, que proporcionam compreender os movimentos de sentido produzidos, quando se trata de estabelecer uma possvel relao gnero e escrita. Atravs do jogo de espelho acionado pelos sujeitos participantes desta tese, observo a maneira como eles, na escrita, vem o outro por meio da imagem projetada daquilo que concebem como especfico de um homem e de uma mulher. Pela materialidade da língua, o efeito de uma escrita feminina e masculina produzido como algo idealizado, porm, simultaneamente, nessa tentativa de represar os sentidos no fluxo do discurso, so mobilizadas diferentes formaes discursivas, posies sujeito, enfim, identidades plurais, dada a constituio heterognea de todo discurso. Sendo assim, este estudo concebe a relao gnero e escrita enquanto um processo discursivo que, determinado pelo interdiscurso, traz consigo a marca indelvel da heterogeneidade.
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Esta pesquisa, filiada Análise de Discurso de linha francesa, trata da designao. Neste trabalho, nos perguntamos o que designar, quais so as conseqncias histricas e sociais que decorrem deste ato que repetimos infinitas vezes. Esta , essencialmente, a questo que nos move durante este trabalho. Como tema de investigao, nosso olhar se volta para as designaes que so conferidas aos estrangeiros e imigrantes pela Imprensa. Portanto, os gestos de análise recortam os enunciados e a imprensa tomada, terica e analiticamente, como uma Formao Discursiva que constri um imaginrio de Brasil e determina a (in)aceitabilidade do sujeito. Em seu interior se delineiam jogos de foras (e de sentidos), produzidos pelo entrecruzamento das diferentes posies-sujeito. Assim, designar o estrangeiro como clandestino ou a boliviana, por exemplo, no um gesto destitudo de conseqncias. Delimitamos como pertencentes Formao Discursiva da Imprensa os jornais: Zero Hora, Folha de So Paulo, Agora, So Paulo Shimbun, Nippo-Brasil e Portugal em Foco, bem como a revista Marie Claire. Este trabalho se baseia em um critrio qualitativo, que privilegia a condio de representatividade dos textos em estudo. a discursivizao do estrangeiro e do imigrante que confere unidade s diferentes publicaes, tomadas como corpus heterogneo, em virtude dos comprometimentos ideolgicos dos rgos de imprensa. Nossa fundamentao terico-metodolgica tem como suporte os pressupostos tericos desenvolvidos por Pcheux e Courtine, bem como as significativas contribuies tericas de Orlandi e Guimares. Alm disso, realizamos um profcuo percurso pelos pensamentos filosficos de Aristteles, Spinoza e Frege, sempre considerando suas contribuies sob o vis do materialismo histrico. Esse dilogo com o campo da Filosofia se mostra essencial para a realizao das análises e nos permite responder s questes a que nos propusemos. E assim, consideramos que a tradicional diviso entre designao e atributo no mais se mantm, pois ambos constituem, igualmente, o cerne de um processo discursivo que constri (e determina) a subjetividade.
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Nesta dissertao, discuto e problematizo representaes de corpo feminino produzidas e/ou veiculadas em revistas voltadas para o pblico feminino. Para isso, tomo como corpus de análise um programa de dieta alimentar e exerccios fsicos, denominado Desafio de Vero, editado pela revista Boa Forma, nos anos de 1999, 2000 e 2001. O referencial terico-metodolgico utilizado o dos Estudos Feministas e dos Estudos Culturais que recorrem a uma aproximao com a perspectiva ps-estruturalista de análise. Discuto a conexo entre corpo e pedagogia, a fim de analisar como o corpo feminino aparece representado na mdia. Entendo a mdia como uma instncia onde o poder se exercita. Ela educa, disciplina e regula os corpos como qualquer outra instncia educativa e, por isso, tratada, aqui, como uma Pedagogia Cultural. Nessa perspectiva, entende-se que a revista faz parte de uma pedagogia que visa produo de identidades, produo de um determinado tipo de corpo feminino. Utilizando-me, ento, da análise cultural, exploro os textos da revista, operando com os conceitos de representao, gnero, corpo como projeto, discurso, poder e identidade com o intuito de descrever e problematizar os diferentes modos pelos quais o corpo representado, descrito, classificado, nomeado e produzido na revista em questo. A investigao realizada permite argumentar que h um ostensivo estmulo por parte da mdia para que a mulher empreenda uma busca incessante de si mesma, ao mesmo tempo em que se evidencia a provisoriedade das identidades e a flexibilidade do corpo. Permite argumentar, tambm, que discursos de diversas reas do conhecimento, articulando-se com o senso comum, reforam a representao da maleabilidade do corpo e o quanto este pode ser re/construdo e transformado de acordo com o design mais atual, o que indica a necessidade de se problematizar o noo contempornea do corpo projeto.
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Meninas no papel faz parte das discusses onde se examinam as relaes entre a inveno da infncia, governo e subjetivao, preocupando-se, especificamente, com a produo das meninas nas revistas femininas infantis brasileiras. Para dar conta da trama que envolve a produo do sujeito menina, dos vrios saberes e poderes que atravessam sua fabricao, divido a tese em partes que se entrecruzam. Trabalhadas separadamente, as mesmas no mantm uma continuidade linear entre si. Suas transversalidades, porm, produzem os ns de uma teia de relaes que d significado aos vrios comeos de uma infncia que no cessa de se transformar. Na primeira parte da tese, me alio perspectiva genealgica do pensamento de Michel Foucault para tratar da inveno da infncia, sua produo e governo na modernidade ocidental, a fim de mostrar como se constituiu essa infncia de hoje. Ressalto as tcnicas de produo dos sujeitos femininos, constitudos pelas prticas de governo: o governo dos outros e de si. Na segunda parte da tese, analiso a produo das meninas na prtica discursiva e no discursiva das revistas, e em especial, das revistas femininas infantis brasileiras, perfazendo o processo de fabricao dos sujeitos femininos infantis no papel, na atualidade. Trato das relaes de poder/saber que constituem a forma de governo de manuais de civilidade e de revistas femininas, que produzem sujeitos meninas como um ser civilizado, educado em seus desejos. Mostro as formas de subjetivao das meninas, bem como a produo do disciplinamento da sua sexualidade, atravs de um dispositivo que produz uma menina ao mesmo tempo inocente e pura, sensual e erotizada, ou seja, juvenescida. Sustento que essa posio de sujeito - a de juvenescido - produz efeitos na subjetivao de meninas e mulheres contemporneas e, conseqentemente, na forma de pensar a sua educao.
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Esta tese analisa o talk show de J Soares, tendo como suporte terico-metodolgico a teoria semitica narrativa e discursiva desenvolvida por Greimas e seus colaboradores. A análise objetiva apreender a construo do talk show, evidenciando os componentes que o engendram como uma unidade textual singular e mostrar o funcionamento do programa, a partir do reconhecimento dos mecanismos discursivos de manipulao que so utilizados como estratgias persuasivas para produzir o efeito espetculo de entretenimento distenso, com o intuido de seduzir seus destinatrios. A tese est dividida em cinco captulos. Destacamos os captulos 4 e 5 destinados análise. No captulo 4, a análise examina a organizao narrativa do espetculo do J, mostrando o conjunto de elementos que o constituem e destacando as perfomances actanciais do sujeito do fazer, como heri da narrativa. Esse captulo procura mostrar o que o show, o que ele diz. No captulo 5, a análise mostra a estrutura da comunicao, da intersubjetividade, prpria do nvel discursivo, identificando a dimenso argumentativo-persuasiva que revela o esquema da manipulao, as estratgias discursivo-persuasivas utilizadas pelo manipulador, para construir um espetculo em conformidade com os efeitos pretendidos. Nesse nvel de análise, procura-se mostrar como o show faz para produzir os efeitos almejados.
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A escritora objeto desta tese, figura proeminente da literatura neozelandesa, voltou-se ao gnero autobiogrfico aps um longo percurso na rea da fico, para definir-se como uma primeira pessoa, depois de sua vida particular ter sido insistentemente confundida com sua obra por parte da crtica. Uma questo que logo vem tona que praticamente toda fico resulta ser, at um certo grau, fundamentalmente autobiogrfica e que a análise crtica da obra de um escritor possibilita o conhecimento de sua vida. Nosso argumento, opondo-se a esse pressuposto, parte da vida para melhor compreender a obra, evidenciando que Janet Frame manteve um grande distanciamento entre os eventos reais e sua ficcionalizao, realizando uma tarefa que a coloca lado a lado dos nomes mais ilustres da literatura ocidental do sculo XX. Numa atitude comparatista, procuramos extrair os diversos processos de transmutao esttica realizados pela escritora, buscando sanar algumas distores que impediram uma análise mais confivel de sua obra, problematizando, entre outros aspectos, a questo do gnero autobiogrfico, da mmese e do realismo ficcional. A manipulao artstica da vida particular de Janet Frame foi resgatada por um conjunto de processos, entre os quais a antimmese, a poetizao do quotidiano, a intertextualidade e a interdiscursividade, que revelam um alcance esttico e uma auto-referencialidade deslocada muito alm do mero biografismo. Outros aspectos analisados na obra como um todo indicam que novas abordagens da fico de Janet Frame, a partir de enfoques ps-modernos, ps-coloniais, ps-estruturalistas e feministas podem superar as posturas reducionistas das quais ela foi alvo.
Resumo:
O desvelamento das racionalidades imersas nas aes docentes de uma escola de qualificao profissional de auxiliares de enfermagem, compem a rea temtica deste estudo. No intuito de atingirmos esta dimenso de análise, abordamos as seguintes questes de pesquisa: - Qual o entendimento das docentes sobre o seu trabalho enquanto enfermeiras e professoras?; - Qual o entendimento das docentes sobre o trabalho e a qualificao profissional de auxiliares de enfermagem?; - Quais as aes que orientam a prtica docente na qualificao profissional, como indicativos da(s) racionalidade(s)?; - Que dimenses estariam presentes na ao docente que possibilitariam uma ao comunicativa?. A teoria de Jrgen Habermas utilizado como aporte para as idias trabalhadas neste estudo. A Teoria da Ao Comunicativa, em sua proposta bsica, centra-se nas dimenses de desvelamento ideolgico de interesses, uso do conhecimento e da racionalidade na busca da emancipao e da autonomia. Esta teoria diferencia trs tipos de racionalidades ou aes: instrumental, estratgica e comunicativa. Na coleta de dados empregada entrevista semi-estruturada, cujas perguntas contemplam as questes acima delineadas, aplicadas oito professores de uma escola escolhida intencionalmente. A análise de dados utiliza o mtodo de análise de discurso conforme a Pragmtica Formal apresentada por Habermas (1987), a qual se preocupa com as dimenses internas e externas dos atos de fala, nem sempre vinculados a questes gramaticais, valendo mais o significado e a considerao de falibilidade da verdade expressa (Habermas, 1987). A dimenso do trabalho das Professoras como categoria terica, envolve a atividade docente e de enfermeira. No significado que possuem de trabalho, o mesmo concebido como um agir-racional-com-respeito-a-afins, uma vez que entendido como uma relao meio-fim. A diviso social e tcnica do trabalho, bem como a fragmentao entre a concepo intelectual e manual, so apresentadas em situaes distintas ao se referirem ao seu trabalho e ao das auxiliares de enfermagem. Nos seus atos de fala expressam o descontentamento em seguirem normas pr-estabelecidas, com a rotinizao dos cuidados e a burocratizao dos servios. No entanto, reproduzem este sistema hierarquizado na relao com as auxiliares de enfermagem, articulando o seu poder como forma de manterem o controle sobre o produto do trabalho. No relacionamento com profissionais de 3 grau surge a hegemonia mdica, assumindo as Professoras um posicionamento de submisso, justificado por no considerarem o cuidado de enfermagem como detentor de saber prprio, alm do que o trabalho mdico teria um conhecimento reconhecido; outras Professoras, em menor expresso, reconhecem a existncia de hegemonia, posicionam-se frente a esses profissionais em uma relao de iguais, questionando-os. A qualificao profissional das auxiliares de enfermagem trazida nos atos de fala em uma racionalidade instrumental, visando a formao tcnico-cientfica. As aes docentes no trazem as bases de uma racionalidade comunicativa. No entanto, realizado pela pesquisadora, a proposta de desenvolvimento desta realidade na qualificao profissional de auxiliares de enfermagem.
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Apresentamos neste trabalho um estudo sobre a processualidade das relaes da escola pblica com a comunidade, enfocando os agenciamentos que operam na constituio de diferentes modos de relao em uma instituio situada na regio metropolitana de Porto Alegre. Sob os referenciais de Gilles Deleuze e Flix Guattari, procuramos pensar as relaes como acontecimentos, efeitos de sentidos, agenciados coletivamente por instncias heterogneas que compem o real social. Nosso problema se inscreve no mbito do discurso e da subjetividade, partindo da hiptese de que possvel pensar as relaes nas instituies, para alm das representaes individuais, para alm das relaes interpessoais, para alm do pressuposto da reproduo social. Procuramos articular conhecimentos da Análise de Discurso na vertente Francesa com as discusses empreendidas por Deleuze e Guattari sobre uma Filosofia da Linguagem e uma Teoria da Subjetividade. Utilizamos o recurso cartogrfico proposto por estes autores, trabalhando com os discursos produzidos no encontro da escola com a comunidade. Para tal acompanhamos as atividades de uma escola durante um ano, realizando entrevistas, observaes, leitura de documentos, participando de reunies e encontros festivos. Encontramos em nosso estudo algumas dobras das relaes da escola com a comunidade, dobras que nos falam da sua complexidade, a qual temos deixado escapar, ao entendermos as relaes, marcados pelo modo-indivduo de subjetivao, que ganhou fora desde a modernidade. Nossa cartografia registrou vrias dobras, algumas um pouco mais intensas, como a dobra burocrtica, a qual impede que outras foras possam ser potencializadas na escola. Procuramos aqui construir um modo de pensar as relaes nas instituies, um pensar nas dobras, para regar um pouco o campo da Análise Institucional no mbito da Psicologia e da Educao.
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Esta tese constitui-se em um estudo sobre a leitura. Essa noo investigada atravs de textos reescritos aos quais denominamos, genericamente, de reescritas e de dois sinais de pontuao reticncias e interrogao. Aos textos que apresentam esses sinais de pontuao designamos de textos sinalizados. Tais textos apresentam tambm uma outra caracterstica: so marcados pelo humor. Tal opo nos levou a examinar outro tipo de texto, sem esses sinais de pontuao, ao qual denominamos de texto no-sinalizado. Esse texto no apresenta tambm a marca do humor. Nossa inteno verificar, nas reescritas, se o processo da leitura dos textos sinalizados diferente do processo da leitura do texto no-sinalizado. A primeira parte do estudo estabelece o referencial terico que fundamenta a análise. Nesta parte, evidenciamos tanto aspectos referentes epistemologia da Análise do Discurso quanto questes referentes leitura e sua relao com outros pontos relevantes para o desenvolvimento da pesquisa: repetio, interpretao, heterogeneidade, silncio e autoria. Abordamos ainda aspectos tericos sobre a pontuao e, mais especificamente, sobre os sinais de pontuao em estudo: reticncias e interrogao. A segunda parte apresenta os procedimentos metodolgicos que sustentam a subseqente análise do corpus discursivo, bem como o efetivo funcionamento do processo discursivo da leitura atravs das reescritas. Tal análise possibilitou a constatao de trs diferentes processos de leitura, aos quais denominamos de releitura, reescritura e escritura, processos que correspondem, respectivamente, manuteno, aos deslizamentos e s rupturas em relao aos sentidos produzidos nos textos que, apenas por um efeito metodolgico, desencadeiam o processo da leitura e das reescritas A constatao desses trs processos de leitura nos permitiu tambm reconhecer a existncia de diferentes formas de preenchimentos das lacunas de significao e silncio representadas pelas reticncias e pela interrogao. Isso nos levou ainda a admitir a possibilidade de distintos graus e tipos de autoria, os quais variam em funo do processo de identificao que o leitor estabelece com a formao discursiva e com a posio-sujeito assumidas pelo sujeito-autor. A concluso procura entrelaar as noes desenvolvidas, sintetizando nossos achados.
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Esta pesquisa tem por objetivo analisar e problematizar os significados produzidos sobre Matemtica nos cartuns. No se trata de propor uma utilizao pedaggica, mas de fazer uma tentativa de mostrar o que eles ensinam com os saberes que inventam sobre Matemtica. Para isso, analiso as representaes de Matemtica presentes nos discursos dos cartuns, entendendo-os como artefatos da cultura que produzem narrativas que pem em circulao significados na arena de uma poltica cultural. Como referencial terico, utilizo-me do campo dos Estudos Culturais em suas verses contemporneas inspiradas no ps-modernismo e no ps-estruturalismo. Autores e autoras como Stuart Hall, Michel Foucault, Valerie Walkerdine, Kathryn Woodward, Alfredo Veiga-Neto, Guacira Lopes Louro, Marisa Vorraber Costa, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, entre outros/as, a partir de suas produes nesse campo, contribuem para as análises de cartuns que circulam em nosso meio nos jornais, revistas, gibis e sites da Internet. Os significados sobre Matemtica produzidos nos cartuns foram agrupados, para fins de análise, em trs focos: a metanarrativa da oniscincia, onde abordo aqueles significados que conferem ao conhecimento matemtico um carter diablico, complexo, inacessvel, transcendental, que apresentam a crena de que o mundo matematizado segundo leis divinas; o gnero da Matemtica, relativo queles que opondo as mulheres aos homens, colocando estes num plo privilegiado de raciocnio e aquelas num plo oposto, deficitrio, generificam a rea da Matemtica como sendo masculina, assim como se generifica o trabalho docente como feminino; e o terror das provas, apresentando aqueles que mostram os momentos de avaliao nas aulas de Matemtica sempre povoados por sentimentos de desespero, pavor e sofrimento.
Resumo:
Esta dissertao se ocupa de discursos da legislao educacional brasileira e documentos correlatos de uma formao particular (em que aconteceram mudanas significativas na sociedade e na cultura) a pedagogia. Seu objetivo mostrar como esses discursos, ao prescreverem sobre a formao da pedagoga, produzem uma pedagogia que se constitui como prtica de governo. Trata-se de uma pedagogia especfica, fabricada nas malhas dos discursos legais e colocada a servio da nao para a produo de sujeitos de determinado tipo. Ao tomar como objeto de estudo os discursos que produzem a pedagogia como prtica de governo, esta dissertao est tratando de poder; um poder sobre a ao das pessoas; um poder, que atinge tanto a pedagoga atravs de sua formao, quanto o alunado por intermdio dos efeitos de sua atuao. Enfim, um poder que incita, constitui o que a pedagoga deve ser e saber, e que move suas aes para a participao numa operao que no cessa, at que todos sejam atingidos, atravessados e, finalmente, engajados em um modelo de sociedade em formao. Para realizao das análises que desenvolvo neste trabalho, busquei inspirao em algumas formulaes desenvolvidas pelo filsofo francs Michel Foucault, bem como em autoras e autores que concebem, organizam e inscrevem suas idias na perspectiva dos Estudos Culturais. Compem o corpus dessa pesquisa, os seguintes documentos: a) Parecer 252/1969 do Conselho Federal de Educao Currculo de Pedagogia: Estudos Superiores. Mnimo de Currculo e durao para o curso de graduao em Pedagogia; b) Parecer 632/1969 do Conselho Federal de Educao Contedo Especfico da Faculdade de Educao; c) Exposio de Motivos do Ministro Jarbas Passarinho Acompanha o anteprojeto de lei que fixa diretrizes e bases para o ensino de 1 e 2 graus (Lei n 5.692/1971).