6 resultados para coexistência
em Portal do Conhecimento - Ministerio do Ensino Superior Ciencia e Inovacao, Cape Verde
Resumo:
A metodologia de ensino da L2 usada em África tem merecido críticas, ao mesmo tempo que é objecto de estudos, mesas redondas, colóquios, pelo menos nas duas últimas décadas. A importância das línguas maternas ou língua materna, como no caso de Cabo Verde, na aprendizagem de outras línguas, também é muito divulgada na actualidade. Os teóricos defendem que na base da aquisição de outra língua está a necessidade de recorrer à LM. A inexistência de uma política de ensino virada para a LM e a situação de diglossia reinante no Arquipélago são dois factores inibidores do processo de aquisição da L2. Levando em conta que o processo de oficialização da língua caboverdiana está em curso há bastante tempo e sem desfecho previsível, torna-se necessário uma tomada de medidas por parte do governo, no sentido de introduzir a língua cabo-verdiana, pelo menos, a partir do 2º ciclo do ensino secundário (9º ao 12º ano). Este ensino permitirá ao aprendente reconhecer e diferenciar a estrutura das duas línguas em coexistência e evitar as interferências da língua cabo-verdiana na estrutura do português, ao mesmo tempo que aproveita as diferenças entre as duas para construir as bases para o estudo de uma outra língua estrangeira. Esta metodologia permitirá ao aluno analisar o seu próprio desempenho nas aulas de L2 e fomentará as capacidades indispensáveis ao desenvolvimento de uma competência comunicativa em L2, ao mesmo tempo que facilita a contextualização do processo de ensino-aprendizagem no país.
Resumo:
Este estudo etnográfico teve como propósito a observação e reflexão sobre as brincadeiras de crianças nas ruas, como também as realizadas no cotidiano de um jardim infantil na cidade da Praia, capital de Cabo Verde - África. A pertinência deste estudo se insere no coletivo de produções acadêmicas com criticas ao colonialismo, que vem sendo empreendidas no Brasil e em nível internacional sobre infâncias e crianças, pequenas e grandes, fundamentadas nos referenciais teóricos da Sociologia da Infância na busca incessante de notar as crianças como sujeitos de direito, produtoras de cultura, e protagonistas da construção social, histórica e cultural. A pesquisa envolveu crianças de diversas idades, com enfoque para as de zero a seis anos. Dentre os procedimentos metodológicos adotados para análises constam: documentos escritos, entre eles, poemas e textos literários, no intuito de compreender a infância caboverdiana a partir das múltiplas representações sociais; entrevistas (história oral) com homens e mulheres caboverdianos sobre suas infâncias; observações nos espaços da rua e de um jardim de infância, para devidas anotações no caderno de campo; e imagens fotográficas e filmagens. Ao longo da investigação foi possível observar que a rua constitui-se também como espaço de educação, onde crianças de idades diferentes interagem reproduzindo, inventando, imitando e produzindo as culturas infantis. Essas ações se entrecruzam com o pertencimento de origem – língua materna (crioulo caboverdiano), música, gastronomia, dança, contexto geográfico, e outros artefatos ressignificados num encontro entre o novo e o legado deixado por gerações anteriores. Com isso verifica-se que culturas infantis denotam uma hibridação nas diversas formas em que meninos e meninas apropriam-se de repertórios de brinquedos e brincadeiras, universalmente conhecidos. A rua torna-se, então, um dos lugares privilegiado de socialização de crianças pequenas em Cabo Verde, estejam elas participando ou não, de jogos e de brincadeiras na interação com os pares, crianças maiores e adultos, e também, sozinhas. A presença de crianças com menos de seis anos, bebês, confirmou a hipótese inicial de que elas estariam na rua, ainda que no colo de alguém. O espaço da rua, de acordo com a pesquisa, se evidencia como espaço da resistência para os pequenos que por vezes, em jogos e brincadeiras são preteridos pelas crianças maiores em virtude da idade, tamanho ou destreza física, mas que nem por isso deixam de usufruir desse espaço. Com relação ao jardim de infância, a pesquisa revelou que, com crianças dos quatro aos cinco anos, a cultura se manifesta na construção de ações com significados partilhados, mesmo sob o controle dos adultos, demonstrando a coexistência de relações de poder, conflitos, solidariedade entre os pares nas suas reproduções e criações. Em suma, é possível, a partir deste estudo na África, afirmar concordando com pesquisas realizadas em outros continentes, que é na produção das culturas infantis que as crianças entre elas, e com os adultos e adultas formulam e mostram sua interpretação da sociedade que as cercam.
Resumo:
Ao iniciarmos o nosso percurso académico tínhamos como um dos pressupostos teorizar o que tivemos oportunidade de observar durante os anos de exercício de professorado, em que tivemos a oportunidade de ouvir muitas queixas, de entre as quais o baixo nível no que respeita ao domínio da produção escrita. O trabalho que ora apresentamos foi o resultado de uma tomada de consciência de que era preciso fazer um estudo a fim de, por um lado, dar conta do que se passa nessa área de ensino, por outro, encontrar propostas eficazes para a remediação deste problema. Destaca-se a particularidade linguística vivida em Cabo Verde como um dos factores responsáveis por esta situação por influir sobremaneira no processo de escolarização dos alunos, na área da Língua Portuguesa (oralidade, escrita e leitura), ou seja, pressupõem-se que este problema deve-se ao facto da coexistência de duas línguas: O Crioulo – a língua materna de uso quotidiano, portanto, língua de identificação cultural – e o Português – utilizado no ensino nas escolas. Tendo em conta esses pressupostos, deduz-se que várias dificuldades dos alunos no domínio da escrita advêm do bilinguismo natural do nosso país, na medida em que, os alunos falam de si e do seu meio em Crioulo com toda a naturalidade, mas ao entrarem na escola não conseguem expressar porque o ensino é feito na Língua Portuguesa. Mesmo na fase culminar do Ensino Básico Integrado, as referidas dificuldades convivem com os alunos, tendo em conta que o nosso modelo de ensino não é adequado à realidade linguística cabo-verdiana, consequentemente, surgem erros de vária ordem a nível da escrita. É nesta óptica que surgiu o presente trabalho cujo tema é «A Escrita na 3ªFase do Ensino Básico» – Estudo de Caso, através de um estudo de composições feitas por alunos afectos a duas escolas: a do Lavadouro (Zona Urbana – Praia) e a de Fontes (Zona tipicamente Rural – São Domingos). Face a isso apresentou-se a seguinte questão de partida:«Que tipos de erros os alunos das zonas urbana e rural cometem e quais são as possíveis causas dos mesmos?». Os principais objectivos deste estudo são: Identificar as possíveis causas dos erros; perceber e interpretar os erros dos alunos, propor estratégias de melhorias do processo ensino aprendizagem da escrita e verificar se a consciência metalinguística dos alunos está patente no processo de expressão escrita. Ao esboçar o enquadramento teórico, tencionamos apresentar um panorama geral sobre: Conceitos de Escrita, Breve Historial da mesma, A importância da Linguagem Escrita, Conceito de Língua, Situação Linguística cabo-verdiana, Processo ensino aprendizagem no meio urbano e rural, Influências da oralidade na produção Escrita, Categorização dos erros, A expressão escrita e a consciência metalinguística. No desenvolvimento deste trabalho pretendemos traçar um plano que, posteriormente, permitirá a discussão dos resultados. Portanto, são referidos a metodologia, a caracterização dos grupos dos sujeitos, principalmente a análise do erro a partir de produção escritas dos alunos, bem como a análise das tarefas metalinguísticas, as transcrições da interacção grupal e o relato dos professores. Após isso apresentamos algumas propostas de actividades para remediação. Neste caso, os resultados nos permitirão compreender as causas dos erros para podermos posteriormente propor estratégias de remediação, bem como a complexidade da tomada de consciência metalinguística dos alunos sobre os erros e os contributos da mesma na interacção verbal no processo de escrita, entre duas realidades diferentes. Referente à conclusão, propõem-se fazer uma apreciação geral da fundamentação teórica confrontando-a com o estudo de caso, tendo em conta os subsídios que este tema nos trouxe, enfatizando a metalinguagem, que é uma actividade ao alcance de todos os professores interessados na melhoria do processo de ensino aprendizagem da Língua Portuguesa, e em particular, da Escrita. Por último, é de realçar que no início da realização do nosso trabalho deparamos com algumas dificuldades principalmente no que tange à selecção tanto dos grupos para o estudo como também em relação à selecção de fontes adequadas, o que nos consumiu algum tempo. Após isso, graças ao apoio dos actores implicados no estudo, conseguimos transpor essa barreira tornando possível delinear a abordagem e a análise que ora apresentamos.
Resumo:
A centralização, partilha, optimização e sincronização dos recursos de uma rede de computadores, apresentam-se como factores indispensáveis para que uma organização seja melhor sucedida na planificação organização das sua actividades e prossecução dos seus objectivos. Por outro lado, assiste-se actualmente a uma crescente coexistência de diferentes sistemas operativos na mesma rede, com necessidades de um mecanismo único de autenticação e de partilha de recursos. Assim, há cada vez mais a necessidade de integrar diferentes sistemas operativos de uma rede. O presente trabalho, tem como objectivo analisar e descrever de forma transparente os mecanismos de integração dos sistemas operativos Windows e Linux, permitindo assim integração destas duas plataformas.
Resumo:
O trabalho de memória que ora apresentamos incide sobre a temática da Gestão da diversidade na sala de aula. O objectivo é focalizar a gestão da diversidade enquanto variável relevante da qualidade do processo ensino/aprendizagem. Efectivamente nas salas de aulas actuais cruzam-se estudantes de meios familiares diversificados, de diferentes realidades socioeconómicas, culturais, linguísticas; de diferentes raças, cor da pele, género, convicções religiosas, ritmos e estilos de aprendizagens entre outras. Perante isso, os educadores não podem continuar a direccionar as suas práticas para um padrão único de aluno, de currículo e de estratégias pedagógicas. É necessário que eles apostem em teorias e práticas pedagógicas inclusivas, capazes de oferecer oportunidades de aprendizagem para todos, concebendo, igualmente, as diferenças como um trunfo para optimizar o processo educativo e não como uma empecilho a própria aprendizagem. Este estudo consiste num estudo de caso realizado na Escola Secundária de Achada Grande, com vista a realçar os principais aspectos relacionados com o reconhecimento e o atendimento da diversidade dos alunos na sala de aula, bem como as práticas utilizadas neste processo. Tendo em conta que a diversidade não é um fenómeno novo, é necessário estarmos consciente dela para podermos reflectir, questionar e desenvolver competências e metodologias de gestão da mesma.
Resumo:
Cabo Verde, situado acerca de 550 kms a Oeste da Costa do Senegal, na Costa Ocidental de África, com uma superfície de 4033 km2, constituído por dez ilhas, das quais nove são habitadas, foi achado no século XV, por navegadores portugueses e italianos ao serviço da coroa portuguesa. A povoação das ilhas começou em 1462, com muitas dificuldades, devidas, por um lado, às condições climáticas e, por outro, à distância em relação ao reino. Deste modo, a melhor forma de atrair os colonizadores às ilhas foi aliciá-los com a liberdade de poderem navegar e explorar a Costa da Guiné, privilégios esses reduzidos dez anos mais tarde, tendo em conta as diversas irregularidades e abusos cometidos (Santos/Torrão/Soares 2007). De qualquer forma, uma vez iniciada a colonização e os contactos culturais entre os portugueses, alguns europeus e nativos da Costa Ocidental da África tomados como escravos, começa uma coexistência nas ilhas de dois tipos de civilização diferentes entre si, contexto no qual se produz o mestiço. Segundo Mariano (1991), a colonização das ilhas realizou-se a partir do padrão sobrado2/funco3, o qual, longe da sua função estritamente arquitectónica, simbolizava espacialmente o lugar a que pertencia cada um dos segmentos da população (o senhor e o escravo). Chama no entanto a atenção o facto dessa estrutura social, apesar de aparentemente antagonista, jamais ter desembocado em conflitos de maior envergadura, que pudessem ter ameaçado o progresso e a cultura cabo-verdiana.