11 resultados para Vegetius, Renatus Flavius. Epitoma rei militaris
em Portal do Conhecimento - Ministerio do Ensino Superior Ciencia e Inovacao, Cape Verde
Resumo:
O trabalho de investigação ora apresentado, intitulado “Ntóni Denti d’Oro – O Rei do Batuque” teve para além do cumprimento das obrigações curriculares para a obtenção do grau de licenciatura em Estudos Cabo-verdianos e Portugueses pelo Instituto Superior de Educação (ISE) uma faceta motivadora bastante grande, porque permite-nos aprofundar conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso na disciplina de Cultura Caboverdiana. Segundo alguns documentos consultados, a cultura pode ser entendida como um conjunto de instituições e de obras que constituem a herança social de uma comunidade, através da qual se exprime a maneira colectiva de pensar e de sentir e assegurar a integração do indivíduo numa colectividade. A par da tradição oral, o Batuque constitui desde os primórdios da ocupação e povoamento da Ilha de Santiago, um dos meios privilegiados de expressão deste povo. Por meio desse género, os Santiaguenses cantam e dançam as suas alegrias, criticam e aconselham, desafiam e resistem os regimes políticos e as vicissitudes da vida. Ntóni Denti d’Oro como sendo homem que se dedica ao Batuque, é o alvo sobre o qual iremos debruçar. Pretendemos analisar o contributo dado através desse género na afirmação da identidade cultural dos Santiaguenses, o papel desempenhado por ele na conservação e divulgação de uma das manifestações culturais mais antigas de Cabo Verde, transcrever e analisar as letras de algumas das cantigas mais conhecidas.
Resumo:
Em 14661, o rei de Portugal, após quatro anos de tentativas falhadas para povoar Santiago através de distribuição de terras em sesmaria a casais portugueses, doa ao donatário (Infante D. Fernando) e aqueles que se aventurassem a residir na ilha, tornando-se seus vizinhos, facilidades fiscais e outros privilégios, incentivando, assim, a vinda de reinois capacitados a investir na armação de navios para o comércio com a Costa da Guiné. Este grupo de reinois - composto por homens com capital para financiar e organizar na ilha um entreposto de mercadorias africanas, principalmente, de escravos e por aqueles que para cá vieram para controlar esse lucrativo negócio, defendendo os interesses da Coroa (oficiais régios) ou dos rendeiros - forma a primeira elite santiaguense, que podemos denominar (e que muitas vezes a documentação assim o faz) de ―Homens brancos, honrados e poderosos‖.
Resumo:
O povoamento do arquipélago começou por se estabelecer na sua maior ilha, Santiago (1462) e uns anos mais tarde na ilha vizinha do Fogo. A sociedade que aí se organizou e desenvolveu seria composta por dois grandes estratos: o dos europeus e o dos africanos. O primeiro grupo, numericamente minoritário, era constituído por reinóis portugueses, castelhanos e genoveses provenientes de origens sociais diversas. Além dos aventureiros, incógnitos mercadores, marinheiros rudes, degredados chegaram aquelas ilhas escudeiros, cavaleiros, criados do rei, fidalgos que optaram por se estabelecer temporária ou definitivamente naquele arquipélago distante.
Resumo:
A 4 de Maio de 1512, D. Manuel I, rei de Portugal, fez mercê do ofício de almoxarife da vila da Ribeira Grande a Álvaro Dias, escudeiro de Sua Casa e morador da ilha de Santiago. A 20 de Fevereiro de 1534, D. João III confirmou a dita carta. 2 Durante o período que medeia entre estas duas datas decorre a vivência administrativa de uma das personagens mais interessantes e representativas da ilha de Santiago na primeira metade do século XVI. Esta figura, que foi ao mesmo tempo oficial régio, armador e mercador, representou como almoxarife os interesses da Fazenda Real na vila da Ribeira Grande. Como morador de Santiago, que armava navios e comerciava com a costa da Guiné, pertencia à camada social dominante da ilha. Pelo facto de colocar os seus negócios acima dos deveres que tinha perante a Coroa, Álvaro Dias foi por várias vezes destituído do ofício. No entanto, aproveitando-se das fraquezas existentes nas estruturas da administração, conseguiu reter, até à sua morte, a carta de almoxarife.
Resumo:
No presente estudo abordaremos o conceito de género como resultado de uma transformação social, cultural e política que foi tendo lugar nas relações entre meninos e meninas, marcadas ainda por uma profunda desigualdade a favor dos homens. Esta abordagem vem sendo divulgada em cabo verde, desde 1994, pelo instituto da condição feminina (ICF1), sendo actualmente designado instituto caboverdiano para igualdade e equidade de género (ICIEG2), cujas estratégias passa pelo reconhecimento da igualdade de género entre os sexos, tendo como horizonte a existência, em Cabo verde de uma comunidade igualitária e democrática em termos de oportunidades. (Constituição da republica (1999). É fácil perceber, mesmo tendo sido já definido por vários autores, que os papéis atribuídos a meninos e meninas, mulheres e homens, estão condicionados por um conjunto de factores socialmente adaptadas e constituídos pelos nossos antepassados. Na sociedade contemporânea deparamos com vários tipos de preconceitos ou crenças, que de una forma ou de outra contribuem e impedem mudanças comportamentais nos sexos, dos processos de socialização transmitidas de gerações em gerações e aceites por elas mesmas. Pois são hábitos que todos nós recebemos quotidianamente dos familiares e antepassados produzindo-os com naturalidade, isto porque os nossos próprios valores culturais e sociais desaconselham, ou mesmo proíbem os meninos de brincarem com bonecas ou meninas de jogarem a bola. Segundo o velho ditado que “pari fêmea” é “p" aba sirbi mundo” e que “pari matcho” é “pa ba sirbi rei” (Género, Mulher e política ICF, 2002). Nesta perspectiva a questão do sexo passa a ser incluída neste projecto, afinal, o tema esta ligada às noções de masculino e feminino, facilitando o processo de socialização da criança. Como depreendemos a natureza não é responsável pelas diferenças de comportamentos e de lugares que o homem e a mulher ocupam na sociedade e nas relações humanas.
Resumo:
O Complexo de Áreas Protegidas do Leste da Ilha da Boa Vista (CAPLBV) inclui áreas terrestres, costeiras e marinhas bem como algumas colinas de baixa altitude em suas zonas terrestres (como a Ponta de Chã de Tarafe e o Monumento Natural de Monte Estância) na parte oriental da ilha da Boa Vista e estende-se por uma vasta área desde a Ponta de Ajudante a sul até a Ponta de Chã de Tarafe a norte. A biodiversidade da ilha da Boa Vista é caracterizada pela existência de várias comunidades de fauna e flora representativas dos ecossistemas costeiros e marinhos de Cabo Verde, da qual se destaca a tartaruga marinha Caretta caretta que aqui tem a sua principal área de desova em Cabo Verde. A vegetação costeira inclui Sporobolus spicatus, Cakile maritima, Sesuvium sesuvioides, Zygophylum fontanesii e Zygophylum simplex, sendo que as espécies mais representativas nas áreas lagunares são Arthrocnemum glaucum, Zygophylum waterlotii, Zygophylum fontanesii, Sporobolus minutus, Sporobolus spicatus e Cyperus bulbosus. A avifauna associada inclui Charadrius alexandrinus, Himantopus himantopus, Arenaria interpres, Pluvialis squatarola, Tringa nebularia, Ardea cinerea, Egretta garcetta, Ibis bulbucus, Platalea leucorodia, Pandion haliaetus, Fregata magnificens, Calonectris edwardsii, Sula leucogaster, Phaethon aethereus, Pelagodroma marina e Oceanodroma castro. As comunidades de corais ao longo da costa da ilha da Boa Vista, nomeadamente no ilhéu de Sal Rei e na baía das Gatas são das mais diversificadas e abundantes de todo o território de Cabo Verde (Cabo Verde 2000, 2001). As espécies do género Conus apresentam uma elevada diversidade e um elevado grau de endemismo. Várias espécies de tubarões e peixes pelágicos bem como mamíferos marinhos se reproduzem nas águas costeiras da Boa Vista. O presente relatório tem como objectivo caracterizar o ambiente terrestre, costeiro e marinho em geral, identificar e avaliar a situação da biodiversidade na área proposta para fazer parte do CAPLBV e nas áreas circundantes, através do levantamento, com recurso à pesquisa bibliográfica e saídas de campo, da diversidade e abundância da flora e fauna, em especial das espécies em vias de extinção e as endémicas, das espécies com importância ecológica no contexto internacional decorrente da posição biogeográfica do arquipélago e das espécies com importância ecológica e económica para a ilha da Boa Vista bem como para o arquipélago de Cabo Verde.
Resumo:
O descobrimento das ilhas de Cabo Verde integrou-se no processo gradual de exploração do litoral africano levado a cabo pelos navegadores ao serviço de Portugal e que, a partir de 1434, se começam a afastar da política de pirataria pura, passando a privilegiar outro tipo de contactos e, mesmo, de instalação. Embora chegados à costa da Guiné em 1444, o tipo de navegação dos iniciais navios portugueses, essencialmente à bolina e à vista da costa, só 15 anos depois, quando já se haviam internado no Golfo da Guiné e atingido a Serra Leoa, numa viagem de retorno, levou ao descobrimento acidental de algumas das ilhas de Cabo Verde.
Resumo:
As obras de construção da fortaleza Real de São Filipe devem ter sido iniciadas em 1587, quando chega à Ribeira Grande o mestre-das-obras reais João Nunes, nomeado a 12 de Junho de 1586, e proveniente de Tânger, onde, em 1577, substituíra o mestre Jorge Gomes. João Nunes acompanhara o rei D. Sebastião à malograda batalha de Alcácer Kibir, tendo ali caído prisioneiro, juntamente com os engenheiros Nicolau de Frias, António Mendes, depois mestre de São Julião da Barra e Filipe Térzio, então engenheiro-mor do reino. A planta de que era portador, quase obrigatoriamente, teria de ser projecto de Filipe Térzio, embora com a colaboração dos outros engenheiros então em serviço na provedoria das obras reais.
Resumo:
As Ordens Religiosas, como a dos Franciscanos, acompanharam logo os primeiros povoadores, no sentido de fornecerem os primeiros serviços religiosos e catequizarem as comunidades locais. Já havia a ideia inicial de formação de um clero local, que mais facilmente chegasse às comunidades africanas, logo pelos homens do infante D. Henrique, por 1444 e, depois, por D. João II, chegando a Santa Sé, por breve pontifício de 12 de Junho de 1518, a dar faculdades ao capelão-mor do monarca português para promover ordens sacras aos índios e africanos. Nos finais do século XVI, em 1584, já se refere na Guiné um jalofo, o padre João Pinto, seguindo-se depois outros, por certo formados em Lisboa, ou nos núcleos das ordens religiosas locais, o mesmo devendo ter acontecido em Cabo Verde e bem mais cedo.
Resumo:
A ideia de elaborar dramatizações a partir de Tradições Orais surgiu em 2004 durante a preparação para a conclusão do bacharelato nesta Escola, após os primeiros contactos com as obras do dramaturgo francês, Alfred Jarry. Em 2005, para a tese de licenciatura, sob tema Estudos Comparativos da Dramaturgia de Alfred Jarry Com as Fábulas Caboverdianas de Lobo e Chibinho começamos, de forma entusiástica, a vasculhar o comportamento e a psicologia de algumas personagens de Jarry. Concluímos que as estórias do Lobo e Chibinho que se contavam em Cabo Vede (CV) não eram mais do que decalques das dramaturgias Jarrianas. Verificamos óbvias semelhanças entre estes dois heróis arquétipos. Ubu, que numa perfeita pronúncia francesa seria Iubú, está muito próxima do Iôbu, que quer dizer Lobo. O próprio Lobo, pela acentuada dislexia de que padece, pela asnice que o caracteriza, não consegue pronunciar certas consoantes, como: ―c‖, ―l‖, ―r‖, ―s‖ ou ―z‖. Por exemplo: palácio, diz paiáxio; rapariga, iapaíga; esposa, espoja. Ele tem dificuldade em pronunciar o seu próprio nome pelo que substitui os ―Ls‖ pelo ―Is‖, chamando-se a si próprio de Iôbu em vez de Lobo. Estas caraterísticas são comuns entre ambos. O próprio Jarry, numa carta dirigida ao encenador Lugné-Poe, em 1896, recomenda o seguinte: ―5° Adoption d‘un ‗accent‘ ou mieux d'une ‗voix‘ spéciale pour le personnage principal‖. (Cf. a carta integral no anexo). E no prefácio de As Aventuras de Nhu Lobo, p.7, pode-se constatar essas evidências, conforme escreveu a Prof. Eugénia Vasques: ―… estas aventuras do antitético par pícaro Senhor Lobo (Nhu Lobo) e seu sobrinho Xibinho estão para a literatura de Cabo Verde como Ubu-Rei (peça estreada em 1896), de Alfred Jarry (1873-1907), estará para a cultura francesa ou As Aventuras do Soldado Schweik (escritas entre 1921-23), de Jaroslav Hasek (1883-1923), para a cultura checa.‖ [sic.]
Resumo:
Este artigo visa a apresentar um contributo para a reflexão acerca da integração de Cabo Verde na CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e sobre a aproximação de Cabo Verde às RUP (Regiões Ultraperiféricas) e, posteriormente, à União Europeia, tirando-se proveito da realidade de uma Nação que se gerou e se vai consolidando a partir da cooperação de povos e culturas oriundos dos dois espaços geográficos referidos. A discussão não se deve somente à posição geográfica privilegiada do arquipélago, mas, igualmente, liga-se a aspectos de ordem cultural, política, económica, comercial e de segurança, com especial destaque para a estruturação do Estado-Nação em Cabo Verde.