20 resultados para Dengue, prevenção


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Dissertao apresentada na Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para obteno do grau de Mestre em Engenharia do Ambiente, perfil de Gesto de Sistemas Ambientais

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RESUMO O controlo vectorial representa uma parte importante da estratgia global actual para a prevenção das principais doenas transmitidas por insectos, como a malria, a febre de dengue ou do West Nile. Uma das vertentes do controlo vectorial aquela que se associa proteco individual dos hospedeiros contra a picada de insectos. no mbito desta problemtica que surge o estudo aqui apresentado. Este teve como um dos objectivos testar em laboratrio a eficcia de trs compostos diferentes (permetrina, DEET e citronela) contra a picada de mosquitos Anopheles stephensi Liston, 1901, quando aplicados a tecidos de algodo. Com base neste estudo laboratorial, seleccionaram-se os tecidos mais eficientes que foram testados no terreno, na rea da Comporta, em ensaios simuladores de uma situao real. Os resultados foram complementados com alguns ensaios preliminares efectuados em laboratrio com a espcie Culex theileri Teobald, 1903. Nos primeiros ensaios laboratoriais, tecidos impregnados com permetrina mostraram induzir uma repelncia mais eficaz do que tecidos com DEET e citronela micro-encapsulados. O efeito de repelncia dos tecidos com permetrina manteve-se, mesmo quando estes foram sujeitos a vrios ciclos de lavagem. No entanto, os ensaios de repelncia/proteco efectuados no campo demonstraram que a eficcia do tecido impregnado com permetrina afectada pelo nmero de lavagens. Testes laboratoriais realizados com Cx. theileri, a espcie mais abundante da rea da Comporta, apontam para que a discrepncia observada entre os resultados das experincias laboratoriais e de campo possa estar associada a um comportamento diferencial das espcies envolvidas nos dois tipos de ensaio. Em concluso, embora o uso de vesturio tratado com microcpsulas de repelentes seja um mtodo promissor na proteco contra as picadas de insectos, este ter de beneficiar de algum investimento futuro para que possa vir a ser considerado uma estratgia vlida no controlo vectorial a larga escala. H que melhorar o modo de incorporao e apresentao do composto activo nos tecidos de modo a obter-se um efeito repelente mais efectivo e prolongado e a procura de repelentes naturais, indutores de menor toxicidade e mais repelncia, deve ser continuada.

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RESUMO O comportamento sexual dos jovens actualmente, uma das principais preocupaes da Sade Pblica internacional e nacional pela sua associao com vrias consequncias indesejveis que, directa ou indirectamente, afectam a sade e o bem-estar dos adolescentes, nomeadamente infeco pelo Vrus da Imunodeficincia Adquirida (VIH/SIDA), outras Infeces Sexualmente Transmissveis (ISTs) e gravidez indesejada. Os comportamentos sexuais de risco tm sido identificados como uma das principais causas associadas com a mortalidade, morbilidade e problemas sociais nos jovens. O presente trabalho tem como objectivos gerais aprofundar o conhecimento sobre a sexualidade e os comportamentos sexuais nos adolescentes portugueses escolarizados e identificar necessidades e factores relevantes para a Sade Sexual e prevenção do VIH/SIDA nos adolescentes. Para a concretizao destes objectivos foram efectuados dois estudos, um quantitativo e outro qualitativo. O estudo quantitativo pretende descrever os conhecimentos, atitudes e prticas na rea da sexualidade com relevncia para a prevenção do VIH/SIDA nos jovens e analisar as relaes entre os comportamentos sexuais adoptados e as variveis scio-demogrficas, as psicossociais e as dos contextos sociais do jovem (famlia, pares, escola e comunidade). A amostra utilizada composta por 3762 adolescentes que frequentavam o 8 e 10 ano de escolaridade e faz parte do estudo realizado em Portugal Continental em 2002 (Matos, Gonalves, Dias, & Aventura Social, 2003) da Rede Europeia Health Behaviours in School-aged Children (HBSC/OMS), da Organizao Mundial de Sade (Currie et al., 2004). O segundo estudo, qualitativo, prope-se identificar e aprofundar os factores e processos ligados proteco e ao risco individuais e do contexto ecolgico, visando compreender as dinmicas subjacentes aos conhecimentos, atitudes e comportamentos sexuais relevantes para a prevenção do VIH/SIDA. Neste estudo foram realizados 12 grupos focais, utilizando uma amostra constituda por 72 adolescentes, 36 jovens do sexo feminino e 36 do sexo masculino, de seis escolas pblicas do ensino regular situadas em diferentes regies do pas. Nos resultados do estudo quantitativo, salienta-se a percentagem de adolescentes que refere j ter iniciado a actividade sexual, 23.7%. Relativamente idade da primeira relao sexual, 48.2% dos adolescentes refere ter tido a sua primeira experincia sexual entre os 12 e os 14 anos e 17.3% aos 11 anos ou menos. Quanto utilizao do preservativo, 29.9% dos jovens refere no o ter utilizado na ltima relao sexual. Os dados sugerem a existncia de diferenas de gnero e de idade relativamente aos conhecimentos, atitudes e comportamentos sexuais. Pelos resultados encontrados nas anlises de regresso logstica pode-se verificar que as variveis ter iniciado as relaes sexuais e no ter utilizado o preservativo, na ltima relao sexual, se associam significativamente com variveis individuais de nvel scio-demogrfico e pessoal e variveis relativas ao contexto social que rodeia os jovens (famlia, pares, escola e comunidade). Os resultados do estudo qualitativo sublinham que as questes ligadas sexualidade so complexas e que os conhecimentos, atitudes e comportamentos sexuais adoptados pelos jovens sofrem mltiplas influncias que se situam a vrios nveis, nomeadamente individual, familiar, interpessoal (pares), escolar e comunitrio. Os adolescentes identificaram diversos factores ligados proteco e ao risco nos diferentes nveis de anlise. Os resultados apontam tambm para que os factores e processos de risco e de proteco interagem entre si atravs de possveis relaes que reduzem ou aumentam a probabilidade do envolvimento em comportamentos de risco. Os resultados dos dois estudos sugerem que os adolescentes no podem ser considerados um grupo homogneo em relao aos conhecimentos, atitudes e comportamentos sexuais e relativos ao VIH/SIDA. Apontam tambm para a importncia das intervenes precoces, que envolvam os jovens como principais intervenientes no processo e os agentes de socializao (pares, pais, escola e comunidade), quer ao nvel da reduo dos factores ligados ao risco, quer ao nvel da promoo dos factores ligados proteco. A complementaridade encontrada na utilizao de diferentes metodologias parece funcionar como uma estratgia para aumentar o conhecimento e a compreenso das complexidades em que a sexualidade se desenvolve. Os resultados obtidos neste trabalho podero contribuir para o planeamento e implementao de programas de promoo de Sade Sexual e prevenção de VIH/SIDA nos jovens, que reflictam as suas necessidades especficas, e consequentemente, permitam efectivos ganhos na sade juvenil.

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A obesidade uma doena crnica e constitui um factor de risco para outras patologias, como a diabetes ou as doenas cardiovasculares, contribuindo para a diminuio da qualidade de vida de adultos, crianas e jovens, e para o aumento dos custos directos e ndirectos com a sade. Entre as suas mltiplas causas, destacam-se as mudanas comportamentais, nomeadamente as alteraes ao padro alimentar e a diminuio da actividade fsica, que resultam num balano energtico positivo. A pr-obesidade e obesidade so um grave problema de sade nos pases desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo consideradas como epidemia global e um dos maiores desafios da sade pblica do incio do sculo XXI. Verifica-se que a obesidade tem efeitos negativos imediatos na sade individual dos mais jovens, aumentando-lhes tambm o risco de obesidade e suas co-morbilidades na idade adulta. O crescimento do problema entre crianas e jovens, bem como uma maior facilidade na introduo de mudana aos seus comportamentos, est na base de recomendaes para que seja dada prioridade prevenção e combate pr-obesidade e obesidade nestas faixas etrias. Em Portugal, diversos estudos indicam o agravar do problema entre a populao, sendo a prevalncia entre crianas e jovens uma das mais ao nvel europeu. Este facto, associado aos custos individuais, sociais e econmicos da doena, constitui um foco de interesse para quem estuda a evoluo dos sistemas de sade. Com esta investigao procurou-se compreender a evoluo das polticas e estratgias de prevenção e combate pr-obesidade e obesidade infantil e dos jovens e como ela se projecta no futuro. Para tal, fez-se uso de uma metodologia qualitativa, atravs da anlise da semntica e contedos de um Corpus documental que incluiu, entre outros, a Estratgia de Sade para o Virar do Sculo (1998-2002), o Plano Nacional de Sade 2004-2010 e a verso preliminar do Plano Nacional de Sade 2011-2016. Os resultados mostram que o aumento de prevalncia de excesso de peso na populao portuguesa levou a que o problema ganhasse importncia nas preocupaes das autoridades de sade. Verifica-se no entanto que a preocupao com o aumento da prevalncia nas crianas e jovens se reflectiu mais tardiamente nos documentos estratgicos. Conclui-se ainda que a centralidade poltica da prevenção e combate ao problema, em particular, nas idades infanto-juvenis, surge aps a aprovao da Carta Europeia de Luta Contra a Obesidade (WHO-Europe, 2006), de que Portugal signatrio. possvel estabelecer uma correspondncia entre os princpios da Carta e as orientaes estratgicas do PNS 2011-2016, recomendando-se o reforo deste alinhamento. PALAVRAS-CHAVE: Pr-obesidade, Obesidade, Portugal, Infantil, Crianas, Adolescentes, Jovens, Excesso de Peso, Plano Nacional de Sade, Sistemas de Sade, Planeamento em Sade, Carta Europeia de Luta contra a Obesidade, Planeamento Estratgico.

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Resumo: A crie dentria, um problema que tem atingido populaes em grande parte do mundo, a doena de maior prevalncia da cavidade oral, gerando graves consequncias econmicas e sociais. Esta doena tem sido estudada ao longo do tempo em diferentes pases com o emprego de diversos ndices, geralmente para o estudo da sua prevalncia, a avaliao de medidas preventivas e o adequado planeamento das aces e servios de sade oral. O objectivo deste Projecto foi determinar se a escovagem quando realizada na escola com pasta fluoretada, e supervisionada pelos professores, duas vezes por dia, seria ou no eficaz na diminuio das populaes microbianas de Streptococcus mutans e Lactobacillus e na consequente diminuio da incidncia de crie dentria. Material e mtodos: Foram seleccionadas todas as crianas (universo = 178), com idades compreendidas entre os 5, 6 e 7 anos, residentes no Concelho de Aljustrel e a frequentar o pr-escolar e o primeiro ciclo do ensino bsico oficial. Foi realizada a escovagem bi-diria com pasta fluoretada a 500 ppm F-, na escola, segundo o mtodo de Bass modificado, supervisionado pelos professores titulares de turma, que tiveram formao da tcnica de escovagem utilizada. Durante os 3 anos de estudo foram realizadas 6 observaes dentrias e recolhas salivares para contagem de Streptococcus mutans e Lactobacillus e avaliao da capacidade tampo da saliva. Resultados: O grupo de estudo no incio da interveno apresentava valores dos ndices de crie dentria mais elevados do que os do grupo de controlo (mais 0,109 no CPO-S, 0,0749 no CPO-D, 1,505 no cpo-s e 0,831 no cpo-d), porm sem diferenas de significncia estatstica. A anlise estatstica dos resultados no veio confirmar este pressuposto uma vez que o grupo de estudo apresentou um aumento percentual ligeiramente maior do ndice CPO-D (12,5%) do que o grupo de controlo (11,6%). Para alm deste aspecto, ao contrrio do que seria de esperar, no foi possvel detectar nenhuma diferena estatisticamente significativa em nenhum dos ndices de crie dentria (cpo-s, cpo-d, CPO-S e CPO-D) entre o grupo de estudo e grupo de controlo entre a 1 e ltima observao.Ainda que os resultados do estudo aqui apresentado tenham ficado aqum do esperado, deveria ser efectuada a escovagem diria na escola, uma vez por dia, com pasta fluoretada a 1000 ppm F-, atendendo a que esta medida contribui para a promoo da sade e prevenção da doena e facilitadora da construo de estilos de vida saudveis.-------ABSTRACT: Dental caries, a problem that has affected populations worldwide, is one of the most prevalent diseases of the oral cavity, causing severe economic and social consequences. This disease has been studied over time in different countries with the use of various indices, usually for the knowledge of its prevalence, evaluation of preventive measures and appropriate planning of actions and oral services. The aim of this study was to determine whether toothbrushing when performed in schools, with fluoride toothpaste, and supervised by teachers twice a day, was effective in reducing microbial populations of Streptococcus mutans and Lactobacillus with consequent reduction in the incidence of dental caries. Material and Methods: All children aged 5, 6, and 7 years, from Aljustrel County, attending official pre-school and first cycle of basic educatio were selected. Toothbrushing was performed twice a day with toothpaste with 500 ppm F-,in the school, according to the modified Bass method, supervised by professors in the class, who were trained in the brushing technique used. During the study period were performed 6 observations of the dental status, and were also collected saliva for the count of Streptococcus mutans and Lactobacillus, and assessment of buffering capacity of saliva. Results: The study group at the beginning of the intervention had higher values of dental caries than the control group (more than 0,109 in DMF-S, 0, 0749 in DMF, dmf-s 1,505 and 0,831 in dmf-t) although without statistical significance. The expected results were not confirmed, since the study group had a slightly higher percentage increase of the DMF-T (12,5%) than the control group (11,6%). Apart from that, contrary to what one would expect, we could not detect any statistical significant difference in any of the indices of dental caries (dmf-s, dmf-t and DMF-S, DMF-T) between the study and the control group in all study periods. Although the study results were not has expected, toothbrushing should be performed daily at school, once a day with fluoride toothpaste with 1000 ppm F-, since this measure contributes to health promotion and disease prevention and encourages healthy lifestyles.

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Dissertao apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporneos

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Dissertao apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Cincias Polticas e Relaes Internacionais

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Relatrio de Estgio apresentado para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Estudos sobre as Mulheres

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RESUMO - As doenas crnicas so responsveis pela maior parte das mortes a nvel global e em Portugal, e condicionam uma carga importante de incapacidade, utilizao de cuidados e despesa em sade. O consumo de tabaco e de bebidas alcolicas, a alimentao, e a actividade fsica, determinantes comuns a muitas doenas crnicas, esto associados a escolhas e a comportamentos potencialmente evitveis. O conhecimento sobre a sua ocorrncia conjunta comea agora a ser valorizado como elemento estratgico na elaborao de polticas, planos e programas de sade que visam prevenir e controlar a doena crnica. Os princpios comuns para a interveno sobre estes factores reforam a pertinncia do seu conhecimento e utilizao em intervenes efectivas. A epidemiologia da ocorrncia conjunta destes factores desconhecida na populao portuguesa. O presente estudo visa contribuir para aumentar e promover o conhecimento sobre a ocorrncia e a distribuio conjunta dos quatro principais determinantes de sade relacionados com comportamentos na populao portuguesa, tomados nos seus nveis de risco, e tem como objectivos: 1) caracterizar as distribuies, isoladas e conjuntas, daqueles factores em nveis de risco; 2) construir perfis demogrficos e sociais da sua ocorrncia conjunta; 3) quantificar a relao desses perfis com indicadores de estado de sade, designadamente incapacidade fsica de curta durao, e de utilizao de cuidados. Para atingir estes objectivos foi utilizada a base de dados gerada pelo Inqurito Nacional de Sade realizado em 2005 e 2006 a uma amostra aleatria, probabilstica, representativa da populao residente em Portugal. Estudaram-se dados relativos s pessoas com idade igual ou superior a 15 anos que responderam aquele inqurito durante o terceiro trimestre do trabalho de campo, perodo que incluiu todas as variveis de interesse para o trabalho. A anlise foi estratificada segundo categorias de oito variveis demogrficas e sociais (sexo, grupo etrio, estado civil de facto, nvel de escolaridade, ocupao, grupo profissional e situao face profisso). Apenas o clculo das medidas de associao e de impacte entre o nmero de determinantes em nveis de risco, por um lado, e a alterao do estado de sade, e utilizao de cuidados de sade, por outro, foi ajustado para potenciais variveis interferentes. A prevalncia da ocorrncia conjunta dos quatro determinantes, e as suas associaes, foram analisadas atravs de trs mtodos: 1) clculo do nmero de factores conjuntos nos grupos demogrficos e sociais mencionados; 2) clculo da razo entre as frequncias observadas e esperadas de cada factor, e suas combinaes; 3) clculo das Odds Ratio OR atravs de mtodos de regresso logstica. Para o estudo do impacte dos diferentes perfis de ocorrncia dos determinantes sobre indicadores do estado de sade e da utilizao de cuidados de sade foram calculadas as fraces etiolgicas do risco, na populao exposta e na populao total, visando a estimativa dos correspondentes ganhos potenciais mximos, em caso de interveno. Os resultados revelaram que os quatro determinantes ocorriam em nveis de risco de forma diferente em cada um dos sexos, bem como nos diferentes grupos de idade, escolaridade e estado civil. Ocorriam, tambm, de forma diferente nos grupos de ocupao e profisso, afectando de forma mais ntida, geralmente, os grupos menos favorecidos. O factor mais frequente era a actividade fsica em nvel insuficiente para gerar benefcios de sade, presente em 60% da populao (IC95%: 57,7%; 62,1%), seguido pelo consumo de tabaco (21,4%; IC95%: 20,0%; 22,9%), consumo de risco de bebidas alcolicas (9,2%; IC95%: 8,2%; 10,4%) e alimentao no saudvel (8,5%; IC95%: 7,5%; 9,5%). Mais de metade da populao revelava a presena de um daqueles factores em nveis de risco (51,8%; IC95%: 50,2%; 53,4%). Seguia-se 16,4% da populao com dois (IC95%: 15,2%; 17,7%); 3,4% com trs (IC95%: 2,8%; 4,0%); e 0,3% com quatro factores (IC95%: 0,2%; 0,6%). A prevalncia simultnea de dois ou trs factores era, geralmente, maior na populao masculina, excepto nos mais jovens (15 a 19 anos) e idosos (85 e mais anos). A ausncia dos quatro factores em nveis de risco, ou a presena de um deles, eram, geralmente, mais frequentes na populao feminina. A presena de um factor era mais elevada entre a populao viva, em especial masculina, (70,4%; IC95%: 59,3%; 79,5%), na populao feminina sem nvel de ensino (60,2%; IC95%: 55,2%; 65,0%), na populao reformada, nos grupos profissionais mais diferenciados, e no grupo dos trabalhadores por conta prpria e empregadores. A presena de dois, ou mais, factores era mais frequente na populao masculina, na populao separada, ou divorciada, na populao mais instruda, entre os desempregados, entre os grupos profissionais mais diferenciados e entre os trabalhadores por conta de outrem. A hierarquizao das combinaes possveis da presena dos quatro determinantes em nveis de risco, efectuada segundo a razo entre os seus valores observados (O) e esperados (E), revelou padres diferentes entre os sexos. Enquanto no sexo masculino o consumo de tabaco, lcool e a alimentao no saudvel surgiam com razes O/E elevadas, de forma isolada, no sexo feminino, estes factores ocorriam em conjunto mais frequentemente que o esperado (razes O/E superiores a 1,0). O consumo de tabaco estava associado de forma directa e significativa com o consumo de risco de bebidas alcolicas, e com a alimentao no saudvel, em ambos os sexos. A associao entre o consumo de risco de bebidas alcolicas e a actividade fsica insuficiente era inversa no conjunto da populao, assim como na masculina, mas no na feminina. O valor mais elevado de OR para as associaes entre os quatro determinantes de sade em nveis de risco observou-se na populao feminina, em que a possibilidade de se verificar consumo de risco de bebidas alcolicas era cerca de 2,9 vezes superior entre as mulheres fumadoras comparativamente s no fumadoras (OR = 2,89; IC95%: 1,98; 4,20). Esta associao era um pouco mais fraca na populao masculina, embora estatisticamente significativa (OR = 2,20; IC95%: 1,61; 3,01). Foi notria a ausncia de associaes estatisticamente significativas entre a actividade fsica insuficiente para gerar benefcios de sade e as diferentes combinaes de outros determinantes, embora as estimativas pontuais dessas associaes se revelassem positivas. O consumo de tabaco e a alimentao no saudvel revelaram as associaes mais fortes com as diferentes combinaes dos outros determinantes, sendo o valor mais elevado o da associao entre o consumo de tabaco e a presena conjunta dos outros trs determinantes (OR = 4,28; IC95%: 1,85; 9,88), situao idntica verificada no caso do consumo de risco de bebidas alcolicas (OR = 2,30; IC95%: 1,26; 4,19) e no caso da alimentao no saudvel (OR = 2,52; IC95%: 1,33; 4,78). O nmero mdio de dias de incapacidade nas duas semanas anteriores no diferia significativamente entre os grupos da populao com diferente nmero de determinantes, globalmente, e em cada um dos sexos. O nmero mdio de consultas mdicas nos trs meses anteriores era significativamente maior na populao com um ou mais factores em nveis de risco (2,19 consultas; IC95%: 2,10; 2,28), comparativamente populao sem estes determinantes em nveis de risco (1,97 consultas; IC95%: 1,86; 2,08). Esta diferena verificava-se, tambm, na populao feminina, mas no na masculina. Da anlise do risco atribuvel, assumindo a causalidade dos determinantes, pode afirmarse que se o nmero de factores em nveis de risco fosse totalmente controlado, (isto se a prevalncia das pessoas com esses factores passasse a ser nula), poder-se-ia, no mximo, evitar que cerca de 32,4% das pessoas com trs ou mais determinantes em nveis de risco sofressem incapacidade de curta durao em nvel superior mdia populacional nas duas semanas anteriores. Este ganho era maior no sexo masculino, em que a reduo mais elevada se estimou em 76,0%, no caso dos homens com dois determinantes (Fraco Atribuvel nos Expostos = 76,0%; IC95%:70,4%; 81,6%). Considerando a prevalncia de conjuntos de determinantes na populao total, era igualmente entre os homens com dois factores que se observava o potencial mximo de reduo do nmero de dias de incapacidade (Fraco Atribuvel na Populao = 8,4%; IC95%: 6,3%; 10,5%). Em relao utilizao de cuidados de sade, a interveno sobre o grupo da populao exposto a um determinante ofereceria uma reduo potencial mxima de 41,9% do nmero de pessoas que reportaram quatro ou mais consultas mdicas, reduzindo o volume destes utilizadores muito frequentes consultas mdicas (Fraco Atribuvel nos Expostos = 41,9%; IC95%: 39,9%; 43,9%). Este potencial mximo de prevenção revelou o valor mais elevado na populao feminina com presena conjunta de dois determinantes (Fraco Atribuvel nos Expostos = 54,3%; IC95%: 52,8%; 55,8%). Considerando a populao total, o potencial mximo de reduo na utilizao muito frequente de consultas mdicas observou-se na populao feminina com um determinante em nvel de risco (Fraco Atribuvel na Populao = 33,5%; IC95%: 31,9%; 35,1%), sendo menor na populao de ambos os sexos (Fraco Etiolgica na Populao = 27,7%; IC95%: 26,5%; 28,8%). A origem auto referida dos dados analisados pode ter enviesado os resultados, no sentido da subestimao das frequncias obtidas. A paucidade de dados epidemiolgicos com base em marcadores biolgicos ou biomtricos que permitam caracterizar esses factores na populao no permite a validao destes dados. A presena, em nveis de risco, de pelo menos um determinante de sade relacionado com comportamentos em mais de metade da populao portuguesa, assim como a distribuio da presena conjunta de dois, trs e quatro desses determinantes respectivamente em cerca de 16,4%, 3,4% e 0,3% da populao, est de acordo com padres observados noutros pases, e evidencia a pertinncia deste primeiro estudo, assim como a necessidade de integrao do conhecimento sobre a epidemiologia da ocorrncia conjunta de determinantes de sade prevenveis no planeamento da sade em Portugal. Os diferentes padres de ocorrncia conjunta nos dois sexos aconselham a incluso de critrios de gnero na traduo e operacionalizao desse conhecimento em intervenes de Sade Pblica e na prossecuo da investigao do tema. As associaes directas entre o consumo de tabaco, o consumo de risco de bebidas alcolicas e a alimentao no saudvel reforam a pertinncia da abordagem por conjuntos de factores nas intervenes de Sade Pblica. Os elevados valores de associao entre consumo de tabaco, consumo de lcool em nveis de risco, alimentao no saudvel, e a presena conjunta dos restantes factores reforam esta concluso. A ausncia de associaes significativas entre a actividade fsica insuficiente e os outros trs factores pode ter sido condicionada pela dificuldade na medio vlida daquele factor atravs de inquritos por entrevista. A elevada e crescente prevalncia deste factor colocao, para mais, no topo de uma agenda de investigao em sade, a concretizar em Portugal. No caso da utilizao de cuidados, embora o impacte da reduo dos nveis de exposio a conjuntos de factores, em funo da sua prevalncia na populao, fosse menor do que o estimado apenas nos expostos, ele era, ainda assim, elevado, indicando a sua utilidade no desenho de estratgias de aumento da efectividade dos cuidados de sade e da administrao em Sade Pblica, atravs da interveno sobre grupos de determinantes.

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RESUMO - A obesidade um problema de sade pblica com dimenses alarmantes, motivo pelo qual foi classificada como uma das principais epidemias do sculo XXI. Estudos recentes demonstram que a prevalncia da obesidade tem vindo a aumentar, sendo Portugal um dos pases onde as taxas de prevalncia so mais elevadas. No caso da obesidade infantil a situao tambm muito preocupante. As crianas com excesso de peso ou obesas tm um risco acrescido de se tornarem adultos com doenas crnicas pelo que importa, desde cedo, desenvolver estratgias que permitam promover estilos de vida saudveis e prevenir as vrias doenas associadas. O desenvolvimento de intervenes durante a infncia considerado como uma das mais promissoras estratgias para a reduo do excesso de peso e obesidade. Por outro lado, a escola considerada como um dos locais mais atrativos e populares para se desenvolverem esses programas. Com este estudo pretendeu-se avaliar a interveno realizada no concelho de Faro e verificar a sua efetividade no cumprimento dos objetivos definidos. A interveno realizada em Faro, durante os anos letivos de 2007/2008 a 2010/2011, a 857 alunos do ensino bsico, com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos de idade, teve como objetivos: avaliar e estabilizar a prevalncia da obesidade infantil nas escolas do ensino bsico do concelho de Faro, no ano letivo de 2007/2008; avaliar a evoluo da prevalncia da obesidade infantil durante os anos letivos de 2007/2008 a 2010/2011; e desenvolver estratgias para a promoo, em meio escolar, de uma alimentao mais saudvel durante a interveno. Os resultados levam-nos a concluir que a prevalncia do excesso de peso e obesidade (15,2% e 10,5%, respetivamente) continua a nveis muito preocupantes nas crianas, tendo as raparigas apresentado uma prevalncia maior do que os rapazes. A avaliao dos alunos, acompanhados prospetivamente ao longo dos primeiros 3 anos de interveno, demonstrou uma diminuio da prevalncia da obesidade de 9,6% no ano inicial para 8,3% no 3. ano, e uma subida da taxa de prevalncia do excesso de peso de 12,9% para 21,0%. A avaliao deste tipo de intervenes, apesar de difcil realizao, importante para que se possam definir novas estratgias, novas metodologias e novos caminhos para combater a obesidade infantil.

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RESUMO - A morbilidade associada s leses msculo-esquelticas da coluna lombar estimada em 0,8 milhes de DALYS em todo o mundo, constituindo-se a maior causa de absentismo ao trabalho, o que induz uma enorme perda econmica. Os profissionais de sade so um grupo vulnervel a ocorrncia de leses-msculo-esquelticas ligadas ao trabalho (LMELT), nomeadamente aqueles que mobilizam os doentes no seu dia-a-dia. Perante a frequente perspetiva da imutabilidade da situao de trabalho, a presso organizacional na prestao de cuidados e o reduzido nmero de recursos humanos, subsiste a implementao de programas centrados na formao dos profissionais de sade sobre tcnicas e mobilizao de doentes, com o intuito de prevenir as LMELT inerentes a esta atividade. O objetivo do estudo analisar as principais intervenes descritas na bibliografia no que respeita ao impacto da formao dos profissionais de sade sobre mobilizao de doentes, nomeadamente enfermeiros, de modo a contribuir para a prevenção de LMELT ao nvel da coluna vertebral. Realizou-se uma reviso sistemtica segundo a metodologia do Prisma Statement nas bases de dados PubMed, Web of Science, B-On, JSTOR, Science, Nature, Scielo e IndeX, no perodo de 1998-2011, em Portugus, Ingls e Francs. Foram identificados 79 artigos. Aps triagem e avaliao da qualidade dos estudos foram selecionados 11. Verificou-se que no existe evidncia cientfica que suporte o investimento em programas centrados na formao/informao dos profissionais de sade acerca das tcnicas de mobilizao de doentes com o intuito de prevenir as leses msculo-esquelticas da coluna lombar. Constatou-se que os programas de interveno multifatorial, apoiados na componente sistmica e integrada, permitem compreender as relaes entre o trabalhador, o trabalho e os efeitos sobre a sade, de forma a implementar medidas eficazes para a prevenção de LMELT.

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RESUMO - A legionella em meio hospitalar tem sido alvo de preocupao e de vrias discusses, sendo esta uma bactria patognica que coloniza vrios tipos de ambientes aquticos (naturais e artificiais). Estas bactrias tm a particularidade de se desenvolver em meio aqutico mas a infeo apenas transmitida atravs de aerossis de gua contaminada, ou seja, por via area. No se transmitindo de pessoa para pessoa. Pelas suas caractersticas os sistemas de arrefecimento de ar, nomeadamente as torres de arrefecimento, condensadores evaporativos, humidificadores e sistemas de ar condicionado, so fontes importantes de disseminao da legionella. Assim surge a necessidade da existncia de programas de prevenção, que devero ter em conta uma adequada manuteno, limpeza e desinfeo. Dada a quantidade de frequentadores assim como da especificidade dos mesmos, em meio hospitalar particularmente importante a eficcia destes sistemas. Ou seja, os sistemas de arrefecimento em hospitais devem, para alm de garantir o conforto trmico, ser responsveis por manter a qualidade do ar e reduzir os riscos existentes a ele associados. O presente estudo pretende conhecer a verdadeira eficcia dos programas de manuteno e vigilncia da Legionella, apenas nos sistemas de arrefecimento. Trata-se ento de um estudo exploratrio, descritivo recolha desta informao in-loco dos sistemas em estudo, de X hospitais da cidade de Lisboa. Na metodologia sero utilizadas grelhas de observao e resultados de colheita de gua dos locais de maior risco. A realizao deste estudo visa obter um retrato do panorama existente e contribuir para o incio de novos estudos epidemiolgicos.

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RESUMO - O consumo de tabaco foi responsvel por 100 milhes de mortes no sculo XX. Apesar dos grandes avanos alcanados no controlo deste problema a nvel mundial, sob os auspcios da OMS, no contexto da Conveno-Quadro para o Controlo do Tabaco da OMS, se no forem adoptadas medidas consistentes e efectivas de sade pblica, a morbi-mortalidade que lhe est associada continuar a aumentar durante o presente sculo. A promoo da cessao tabgica constitui a estratgia populacional que permitir obter ganhos em sade a mais curto prazo. Embora a larga maioria dos fumadores faa, ao longo da vida, vrias tentativas para parar de fumar sem apoio, apenas uma pequena minoria consegue manter-se abstinente a longo prazo. Os mdicos de Medicina Geral e Familiar so, de entre todos os profissionais de sade, os que podem intervir de modo mais consistente e efectivo neste mbito e que melhores resultados obtm na cessao tabgica dos pacientes fumadores, dado o vnculo teraputico e a interaco frequente e continuada que com eles estabelecem ao longo do seu ciclo de vida. O aconselhamento breve, tendo por base a adopo de um estilo de comunicao motivacional centrado no paciente, adaptado aos estdios de mudana comportamental, tem-se revelado efectivo no apoio mudana de comportamentos relacionados com a sade e resoluo da ambivalncia que caracteriza este processo. A reviso de literatura evidenciou o facto de os mdicos nem sempre intervirem nas reas preventivas e de promoo da sade, em particular na rea da cessao tabgica, com o investimento e a continuidade desejveis. Por outro lado, muitos pacientes fumadores referem nunca ter sido aconselhados pelo seu mdico a deixar de fumar.. No so conhecidos estudos de mbito nacional que permitam conhecer esta realidade, bem como os factores associados s melhores prticas de interveno ou as barreiras sentidas pelos mdicos de MGF actuao nesta rea. O presente trabalho teve como objectivos: (i) avaliar a hiptese de que os mdicos que disseram adoptar o mtodo clnico centrado no paciente teriam atitudes mais favorveis relativamente cessao tabgica e uma maior probabilidade de aconselhar os seus pacientes a parar de fumar; (ii) estudar a relao entre as atitudes, a percepo de auto-eficcia, a expectativa de efectividade e as prticas de aconselhamento sobre cessao tabgica, auto-referidas pelos mdicos; (iii) Identificar as variveis preditivas da adopo de intervenes breves de aconselhamento adaptadas ao estdio de mudana comportamental dos pacientes fumadores; (iv) identificar as barreiras e os incentivos adopo de boas prticas de aconselhamento nesta rea. A populao de estudo foi constituda pelo total de mdicos de medicina geral e familiar inscritos na Associao Portuguesa de Mdicos de Clnica Geral, residentes em Portugal. Para recolha de informao, foi utilizado um questionrio de resposta annima, de autopreenchimento, aplicado por via postal a 2942 mdicos, em duas sries de envio. O questionrio integrou perguntas fechadas, semifechadas, escalas de tipo Likert e escalas de tipo visual analgico. Para avaliao da adopo do mtodo clnico centrado no paciente, foi usada a Patient Practitioner Orientation Scale (PPOS). O tratamento estatstico dos dados foi efectuado com o Programa PASW Statistics (ex-SPSS), verso 18. Foram utilizados: o ndice de de Cronbach, diversos testes no paramtricos e a anlise de regresso logstica binria. Foi obtida uma taxa de resposta de 22,4%. Foram analisadas 639 respostas (67,4% de mulheres e 32,6% de homens). Referiram ser fumadores 23% dos homens e 14% das mulheres. Foi identificada uma grande carncia formativa em cessao tabgica, tendo apenas 4% dos mdicos afirmado no necessitar de formao nesta rea. Responderam necessitar de formao em entrevista motivacional 66%, em prevenção da recada 59%, de treino numa consulta de apoio intensivo 55%, em interveno breve 54% e em teraputica farmacolgica 55%. Cerca de 92% dos respondentes consideraram que o aconselhamento para a cessao tabgica uma tarefa que faz parte das suas atribuies, mas apenas 76% concordaram totalmente com a realizao de uma abordagem oportunstica deste assunto em todos os contactos com os seus pacientes. Como prtica mais frequente, perante um paciente em preparao para parar, 85% dos mdicos disseram tomar a iniciativa de aconselhar, 79% avaliar a motivao, 67% avaliar o grau de dependncia, 60% marcar o dia D e 50% propor teraputica farmacolgica. Apenas 21% assumiram realizar com frequncia uma interveno breve com pacientes em preparao (5 s); 13% uma interveno motivacional com pacientes no motivados para mudar (5 Rs) e 20% uma interveno segundo os princpios da entrevista motivacional, relativamente a pacientes ambivalentes em relao mudana. A anlise multivariada de regresso logstica permitiu concluir que as variveis com maior influncia na deciso de aconselhar os pacientes sobre cessao tabgica foram a percepo de auto-eficcia, o nvel de atitudes negativas, a adopo habitual do Programa-tipo de cessao tabgica da DGS, a posse de formao especfica nesta rea e a no identificao de barreiras ao aconselhamento, em particular organizacionais ou ligadas ao processo de comunicao na consulta. Embora se tenha confirmado a existncia de associao entre a adopo do mtodo clnico centrado no paciente e as atitudes face cessao tabgica, no foi possvel confirmar plenamente a associao entre a adopo deste mtodo e as prticas autoreferidas de aconselhamento. Os mdicos que manifestaram um nvel baixo ou moderado de atitudes negativas, uma percepo elevada de auto-eficcia, que nunca fumaram, que referiram adoptar o Programa-tipo de cessao tabgica e que no identificaram barreiras organizacionais apresentaram uma maior probabilidade de realizar uma interveno breve (5 s) de aconselhamento de pacientes fumadores em preparao para parar de fumar. Nunca ter fumado apresentou-se associado a uma probabilidade de realizar uma interveno breve (5 s) com frequncia, superior verificada entre os mdicos que referiram ser fumadores (Odds-ratio ajustado = 2,6; IC a 95%: 1,1; 5,7). Os mdicos com o nvel de auto-eficcia no aconselhamento mais elevado apresentaram uma probabilidade superior encontrada entre os mdicos com o menor nvel de auto-eficcia de realizar com frequncia uma interveno breve de aconselhamento, integrando as cinco vertentes dos 5 s (Odds ratio ajustado = 2,6; IC a 95%: 1,3; 5,3); de realizar uma interveno motivacional breve com fumadores renitentes a parar de fumar (Odds ratio ajustado = 3,1; IC a 95%: 1,4; 6,5) ou de realizar com frequncia uma interveno motivacional com pacientes em estdio de ambivalncia (Odds ratio = 8,8; IC a 95%: 3,8; 19,9). A falta de tempo, a falta de formao especfica e a falta de equipa de apoio foram as barreiras ao aconselhamento mais citadas. Como factores facilitadores de um maior investimento nesta rea, cerca de 60% dos mdicos referiram a realizao de um estgio prtico de formao; 57% a possibilidade de dispor do apoio de outros profissionais; cerca de metade a melhoria da sua formao terica. Cerca de 25% dos mdicos investiria mais em cessao tabgica se dispusesse de um incentivo financeiro e 20% se os pacientes demonstrassem maior interesse em discutir o assunto ou existisse uma maior valorizao desta rea por parte dos colegas e dos rgos de gesto. As limitaes de representatividade da amostra, decorrentes da taxa de resposta obtida, impem reservas possibilidade de extrapolao destes resultados para a populao de estudo, sendo de admitir que os respondentes possam corresponder aos mdicos mais interessados por este tema e que optam por no fumar. Outra importante limitao advm do facto de no ter sido estudada a vertente relativa aos pacientes, no que se refere s suas atitudes, percepes e expectativas quanto actuao do mdico neste campo. Pesem embora estas limitaes, os resultados obtidos revelaram uma grande perda de oportunidades de prevenção da doena e de promoo da sade. Parece ter ficado demonstrada a importante influncia que as atitudes, em especial as negativas, e as percepes, em particular a percepo de auto-eficcia, podem exercer sobre as prticas de aconselhamento auto-referidas. Todavia, ser necessrio aprofundar os resultados agora encontrados com estudos de natureza qualitativa, que permitam compreender melhor, por um lado, as percepes, expectativas e necessidades dos pacientes, por outro, as estratgias de comunicao que devero ser adoptadas pelo mdico, atendendo complexidade do problema e ao tempo disponvel na consulta, tendo em vista aumentar a literacia dos pacientes para uma melhor autogesto da sua sade. Parece ter ficado igualmente patente a grande carncia formativa neste domnio. A adopo do modelo biomdico como paradigma da formao mdica pr e ps-graduada, proposto, h precisamente cem anos, por Flexner, tem contribudo para a desvalorizao das componentes psicoemocionais e sociais dos fenmenos de sade e de doena, assim como para criar clivagens entre cuidados curativos e preventivos e entre medicina geral e familiar e sade pblica. Porm, o actual padro de sade/doena prprio das sociedades desenvolvidas, caracterizado por pandemias de doenas crnicas e incapacitantes, determinadas por factores de natureza sociocultural e comportamental, ir obrigar certamente reviso daquele paradigma e necessidade de se (re)adoptarem os grandes princpios Hipocrticos de compreenso dos processos de sade/doena e do papel da medicina.

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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Mecnica

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A avaliao de projectos na rea do VIH permite gerar informao pertinente para que os gestores consigam adaptar as intervenes ao tipo de populao-alvo. Organizaes internacionais como a ONUSIDA e a OMS tm trabalhado na elaborao de documentos de referncia que orientem os processos de avaliao, mas continua a existir escassez de estudos sobre os efeitos e impacto das intervenes no mbito do VIH. semelhana de muitos pases europeus, em Portugal tem-se registado um aumento da proporo de casos de infeco pelo VIH na comunidade de HSH. Este panorama alerta para a necessidade de se investir na interveno, nomeadamente no acesso informao, prevenção da doena e ao acesso aos cuidados de sade. O presente trabalho teve como principal objectivo realizar um estudo de avaliabilidade do projecto europeu Investigao epidemiolgica e prevenção do VIH/ISTs entre Homens que tm Sexo com Homens SIALON II. Para a elaborao deste estudo recorreu-se a uma abordagem de estudo de caso, uma vez que o tipo de estudo mais indicado na pesquisa qualitativa para a elaborao de avaliaes em sade. A recolha de dados para a realizao da anlise de contexto, construo do modelo lgico do projecto e respectiva validao foi feita atravs da anlise de dados secundrios recolhidos na fase de pesquisa formativa do projecto, de anlise documental e da realizao de entrevistas a informadores-chave. Da anlise de contexto foi possvel verificar que as associaes da comunidade local tm tido um papel activo na participao em projectos que proporcionaram, nos ltimos anos, a recolha de dados bio-comportamentais e na organizao de campanhas de prevenção junto da comunidade HSH. A par do contexto legislativo nacional alguns estudos desenvolvidos na temtica da discriminao e estigma indicam que ainda existem problemas desta ndole contra a comunidade LGBT em Portugal. A construo do modelo lgico e a respectiva validao junto de informadores-chave representou a coerncia lgica entre os recursos, as actividades, os produtos e os resultados intermdios e finais do projecto europeu. Os recursos financeiros so escassos e apesar da sobrecarga de trabalho os recursos humanos encontram-se motivados. O ponto forte do projecto a oportunidade de se conhecer melhor a populao HSH, enquanto as fragilidades passam pela questo do financiamento e dos problemas de estigma e preconceito face homossexualidade e ao VIH. O principal factor do contexto apresentado que podia influenciar a implementao do projecto na rea de estudo foi a questo da mentalidade e da pouca abertura por parte da comunidade em falar da sua sade sexual. Com a implementao do projecto espera-se que a populao HSH se sinta sensibilizada para esta problemtica e que o teste ao VIH comece a fazer parte de uma rotina de controlo e acompanhamento regular. Recomenda-se o estudo da no aceitao em participar no projecto por parte dos proprietrios dos locais de encontro gay; a introduo de avaliao contnua no ciclo de vida dos projectos; a promoo do envolvimento da comunidade na avaliao de impacto das intervenes em sade; e a reavaliao da alocao de recursos para a sustentabilidade da participao das organizaes da comunidade nos projectos. Palavras-chave: VIH, Estudo de avaliabilidade, Anlise de Contexto, Anlise Lgica, Modelo Lgico.