33 resultados para Psicolinguística Método de casos

em RUN (Repositório da Universidade Nova de Lisboa) - FCT (Faculdade de Cienecias e Technologia), Universidade Nova de Lisboa (UNL), Portugal


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Esta tese aborda as prticas e as representaes de mulheres em idade frtil, que vivem em contextos sociais de pobreza. As prticas sobre o acesso e as formas de utilizao dos cuidados de sade reprodutiva. As representaes das mulheres relativamente maternidade e/ou fecundidade, verificando de que forma estas influenciam a utilizao de cuidados de sade reprodutiva (sade materna e planeamento familiar). E as representaes dos profissionais de sade e tcnicos de servio social sobre os comportamentos de fecundidade e as formas como as mulheres (pobres e no pobres) utilizam os cuidados de sade reprodutiva. Devido natureza do objecto de estudo e complexidade inerente, optou-se por utilizar uma combinao de métodos qualitativos e quantitativos e respectivas tcnicas de recolha e anlise de dados, num mesmo desenho de estudo, tendo em vista a triangulao metodolgica, que ajudou compreenso mais profunda da realidade em estudo. Como tal dividiu-se a investigao em trs estudos: 1) o estudo exploratrio; que apoiou nas decises, nomeadamente na delimitao do objecto de estudo, dos objectivos gerais e especficos, das hipteses centrais de investigao e dos aspectos metodolgicos relacionados com o estudo de caso-controlo e o estudo qualitativo; 2) o estudo de caso-controlo (quantitativo); 3) o estudo qualitativo. Estudo de caso-controlo O estudo de caso-controlo foi realizado com mulheres em idade frtil, em que os casos so mulheres consideradas muito pobres, havendo dois controlos para cada caso: os controlos 1, que so mulheres consideradas pobres e os controlos 2, que so mulheres consideradas no pobres. Este estudo foi planeado com uma amostra de 1513 mulheres em idade frtil, com 499 casos seleccionados segundo um esquema de amostragem estratificada proporcional (de mulheres consideradas muito pobres) seleccionados da base de dados de beneficirios de RSI, da SCML. E 1014 controlos (de mulheres no consideradas como muito pobres): os controlos 1 foram seleccionados tambm segundo um esquema de amostragem estratificada proporcional dos restantes beneficirios da SCML; os controlos 2 foram seleccionados de forma bi-etpica, primeiro procedeu-se a uma amostragem aleatria simples de quatro Centros de Sade e de seguida optou-se por uma regra sistemtica de seleco das utentes desses Centros de Sade, mediante a aplicao de um formulrio de critrios de incluso. Os dados foram recolhidos atravs de um questionrio semi-quantitativo aplicado por entrevista. Responderam ao questionrio um total de 1054 mulheres, sendo que o total de respondentes distribui-se pelos grupos em estudo, isto , 304 referentes aos casos (muito pobres), e 750 respeitantes aos controlos [293 pertencentes ao grupo de controlos 1 (pobres) e 457 provenientes do grupo de controlos 2 (no pobres)]. Os dados foram analisados utilizando tcnicas estatsticas bivariadas e multivariadas. Concretamente, comeou-se pela anlise descritiva (frequncias absolutas e relativas; medidas de tendncia central: moda, mdia, mediana, mdia aparada a 5%) das variveis demogrficas e das variveis de fecundidade (representaes, tenses, prticas e controlo de fecundidade) em funo das variveis de condio social (gradientes de pobreza segundo os grupos em estudo). Seguiu-se a anlise de comparao e associao - o teste de Qui-quadrado para testar a homogeneidade e para testar a homogeneidade de varincias aplicou-se o teste de Levene e a normalidade da varivel quantitativa, nos grupos em estudo, foi testada atravs do teste de Kolmogorov Smirnov e o teste de Shapiro-Wilk. Sempre que as condies de aplicao da ANOVA no se verificaram, aplicou-se a alternativa no paramtrica: o teste de Kruskal-Wallis. O clculo do odds ratio da varivel ter gravidez e filhos foi efectuado de acordo com o proposto por Mantel-Haenszel aplicado nas situaes em que existem dois controlos por caso. Foram ainda utilizados modelos de regresso logstica (pelo método Forward: LR) para avaliar a probabilidade de ser do grupo de casos (muito pobre), relativamente a ser do grupo de controlos 1 (pobre) e ser do grupo de controlos 2 (no pobre). E dois modelos de regresso logstica multinomial para estudar a relao entre uma varivel dependente de resposta qualitativa no binria [no presente estudo com trs classes - os trs grupos em estudo: casos (muito pobres), controlos 1 (pobres) e controlos 2 (no pobres)] e um conjunto de variveis explicativas (predictor variables), que podem ser de vrios tipos. A anlise efectuada confirma a existncia de gradientes de pobreza e a sua associao a gradientes de fertilidade, que se reflectem em termos de acesso sade e nos padres de utilizao de cuidados de sade reprodutiva. O facto de as mulheres terem tido filhos (varivel ter gravidez e filhos) aumenta a probabilidade (OR=1,17; p<0,001; IC = 1,08 1,26) de serem muito pobres, comparativamente a serem pobres e no pobres. Isto , a maternidade configura-se como um factor explicativo da pertena social das mulheres, sobretudo quando interligado com outros factores. Concretamente, verifica-se atravs da anlise dos modelos de regresso logstica que existe uma interligao entre a condio social das mulheres e um conjunto de caractersticas sciodemogrficas, que se configuram como factores de risco de pobreza, como sejam o baixo rendimento dos agregados, a dimenso dos agregados familiares, a baixa escolaridade e as pertenas tnicas. Quanto ao acesso econmico, constata-se que as mulheres muito pobres apresentam incapacidades financeiras para comportar custos com a compra de medicamentos muito superiores s restantes, constituindo-se esta como uma caracterstica forte para explicar a sua condio social actual. Em termos de utilizao de cuidados de sade reprodutiva percebe-se que as mulheres muito pobres so caracterizadas por baixa frequncia das consultas de reviso do parto, com todas as eventuais implicaes no seu estado de sade. Um aspecto pertinente prende-se com a sistemtica aproximao das mulheres pobres s muito pobres, distanciando-se em quase tudo das mulheres no pobres. Ou seja, existe um nmero considervel da nossa populao mdia com vulnerabilidades, que deveriam merecer uma ateno prioritria em termos de polticas sociais (nomeadamente, na rea da sade, do trabalho e do apoio social). Assim, de enfatizar a importncia de haver uma adequao das polticas de sade no sentido de assegurar que as populaes mais vulnerveis consigam utilizar de forma apropriada os cuidados de sade reprodutiva. Estudo Qualitativo Foi efectuado um estudo qualitativo, atravs de realizao de entrevistas e grupos focais. Concretamente, foram feitas oito entrevistas e dois grupos focais a mulheres provenientes de diferentes contextos socioeconmicos (pobreza e no pobreza), num total de 18 indivduos. Foram conduzidos dois grupos focais a profissionais de sade (enfermeiros e mdicos), num total de 15 participantes. E realizados quatro grupos de discusso a tcnicos de servio social, num total de 36 participantes. Todas as entrevistas e grupos focais foram gravados, seguindo-se a sua transcrio integral. Os dados foram analisados com base nos procedimentos de anlise de contedo habituais no mbito de abordagens qualitativas. No que diz respeito aos grupos focais, procedeu-se a uma anlise categorial temtica. Atravs da anlise das representaes de fecundidade percebe-se que para as mulheres, independentemente do grupo socioeconmico a que pertencem, o melhor e o pior dos filhos, envolve trs nveis: os sentimentos, o desempenho das funes parentais e as privaes. E a maioria das mulheres assume que foi atravs de amigos, dos media e/ou de vizinhos que obteve as primeiras informaes sobre os métodos contraceptivos. Revelando ainda a inexistncia de influncia familiar, especialmente das mes, na transmisso desses conhecimentos e informaes sobre contracepo, em todos os grupos socioeconmicos. Alis, a percepo generalizada de que o sexo foi um assunto tabu na educao destas mulheres. Muitas das mulheres no estudo descrevem uma preparao inadequada para o sexo e contracepo na primeira gravidez, acontecendo esta como resultado de impreparao e no de planeamento. Encontram-se semelhanas entre as mulheres provenientes de diferentes gradientes sociais, mas tambm se encontram diferenas, nomeadamente, acerca do papel do parceiro masculino no planeamento familiar e no planeamento das gravidezes. Existe uma diferena entre mulheres provenientes de grupos socioeconmicos distintos (muito pobres e pobres vs. no pobres) relativamente ao papel do parceiro na contracepo: no utilizao do preservativo porque companheiros no aceitam vs. as mulheres que assumem que as decises quanto contracepo so e foram sempre da sua responsabilidade. Os resultados vm mostrar a importncia atribuda ao sexo do mdico e a vergonha envolvida na utilizao dos cuidados de sade materna, cujas consequncias se revelaram impeditivas de realizao das consultas ps-parto. Vrios estudos j apontaram o desconforto durante o encontro biomdico nos cuidados pr-natais resultando de uma incapacidade da mulher para lidar com certas caractersticas do profissional de sade, que podem incluir idade, gnero e linguagem (cfr. nomeadamente, Whiteford e Szelag, 2000). Um outro aspecto em que h diferenas entre grupos socioeconmicos nos resultados do estudo de caso-controlo, e que vem ser ainda mais aprofundado atravs do estudo qualitativo, est relacionado com os apoios recebidos quando os filhos nascem e quando existe uma situao de doena. As mais pobres encontram-se numa posio de vulnerabilidade acrescida, porque no podem colmatar a falta de apoios, por exemplo com amas para tomar conta dos filhos, como admitido, por exemplo, por uma mulher de etnia cigana. Mas emerge uma semelhana entre as mulheres dos diferentes grupos socioeconmicos, quando reivindicam a necessidade de existir mais apoio, nomeadamente uma rede de creches. Os profissionais (sade e social) demonstram nas suas representaes as influncias do modelo biomdico de sade. Quanto s mulheres, consoante o seu contexto cultural, elas tendem a integrar num modelo prprio a sua relao com os cuidados de sade, especificamente com os cuidados pr-natais. Modelo esse que no exclui o uso dos servios biomdicos durante a gravidez, o que acontece que as mulheres conservam as suas crenas e algumas prticas tradicionais em face de novas. Deixando em aberto a possibilidade de negociao e transmisso de conhecimentos por parte dos profissionais de sade, processo facilitado com existncia de dilogo e abertura dos profissionais de sade para as especificidades culturais (cfr. outros estudos, nomeadamente, Atkinson e Farias, 1995; Whiteford e Szelag, 2000). Os profissionais atribuem ao pobre uma caracterstica-tipo: o imediatismo. Este condiciona a actuao dos indivduos pobres nas prticas de planeamento familiar e nas formas de utilizao de cuidados de sade reprodutiva. Por exemplo, para os profissionais de sade e tcnicos de servio social a utilizao correcta da contracepo depender do nvel educacional da mulher. Mas no se comprova tal facto nos estudos, havendo mesmo indcio de uma certa transversalidade nas falhas de utilizao, por exemplo da plula. Atravs do estudo de caso-controlo comprovase que a plula era o contraceptivo mais usado no momento em que as mulheres engravidaram do ltimo filho, sendo que aparentemente algo ter falhado (dosagem, esquecimento, toma simultnea de antibitico), no existindo diferenas entre os grupos socioeconmicos. A anlise reflecte a existncia de representaes nem sempre coincidentes entre mulheres e profissionais de sade, no que diz respeito maternidade, gravidez e fecundidade, mas tambm s necessidades e formas de utilizao dos cuidados de sade reprodutiva (sade materna e planeamento familiar). Chama-se a ateno para a importncia dos decisores terem estes factos em ateno de forma a adequar as polticas de sade s expectativas e percepes de necessidade por parte das populaes vulnerveis, procurando atingir o objectivo de utilizao adequada de cuidados de sade reprodutiva e, em ltima anlise, promover a equidade em sade. Concluses Gerais Esta investigao insere-se numa lgica de perceber as caractersticas associadas no continuum de pobreza, procurando-se os factores que explicam a posio relativa dos grupos nesse mesmo continuum. Em termos de sade, contata-se existir uma associao entre a no realizao de consultas de reviso do parto e as chances superiores de pertencer a um grupo socioeconmico mais pobre. Haver aqui lugar a um cuidado acrescido em termos de organizao de cuidados de sade para que estas mulheres, com vulnerabilidades de vria ordem, sejam devidamente acompanhadas, orientadas, apoiadas para a realizao deste tipo de consultas, envolvendo uma sensibilizao para gostar de si prpria, de valorizao individual, mesmo depois do nascimento dos filhos. As redes de sociabilidade so distintas consoante a posio que a mulher ocupa em termos de gradiente social, sendo que a posio mais vulnervel para as mulheres muito pobres e pobres, quer em situao de doena, quer em situao de apoio para os filhos e ainda em termos de privao material existe um efeito em termos de diluio das sociabilidades para grupos j to fragilizados a outros nveis. Ao descrever, analisar e caracterizar os gradientes de pobreza e privao mltipla entre os grupos de mulheres em estudo posso concluir que existem aspectos diferenciadores das mulheres pobres relativamente s mulheres no pobres.Mas elas manifestam sobretudo caractersticas que as aproximam das mulheres muito pobres. Ou seja, este grupo de pessoas est particularmente envolta numa multiplicidade de riscos sociais, uma vez que so mulheres que tm filhos, trabalham, tm redes de sociabilidade enfraquecidas e no podem contar com a ajuda do Estado em termos de medidas de apoio social, no sendo elegveis, por exemplo, para o RSI. Urge rever as condies de atribuio de medidas, no necessariamente com a configurao actual, mas que tenham em ateno este conjunto populacional. A actividade sexual comea muito cedo nas vidas das jovens, independentemente da provenincia socioeconmica, pelo que esse um aspecto que, penso, dever continuar a ser considerado em termos de sade sexual e reprodutiva por parte das diferentes entidades no que se refere educao e promoo para a sade. As questes relacionadas com a incapacidade para comportar custos de sade - deixar de comprar medicamentos, sobretudo, para as prprias mulheres, no poder pagar consultas em mdicos especialistas e dentistas - revelam-se srias, na medida em que fazem emergir as diferenas em termos de grupos socioeconmicos, constituindo-se como um factor associado com as iniquidades em sade ainda existentes em Portugal. Como sabido pelos estudos realizados, estas so tambm causas de pobreza. Assim, esta uma das reas a merecer actuao prioritria no sentido de contribuir para que caminhemos para uma sociedade com mais equidade. A existncia de diferenas na acessibilidade e no acesso geogrfico e econmico, marcada pelas diferenas em termos de gradientes sociais, deixa em aberto a necessidade de actuar no sentido de que o sistema de sade tenha polticas de promoo da equidade, nomeadamente a equidade de acesso econmico, na investigao desenvolvida sobre sistemas de sade. Parece que fica evidente a necessidade de monitorizar quais as interaces entre as polticas, de sade e sociais, e a variabilidade nas desigualdades sociais ao longo do tempo, ou seja, a importncia de monitorizar os efeitos das polticas nos grupos vulnerveis. S avaliando poderemos saber se as medidas devem continuar com contedo e formas de implementao actuais ou se, pelo contrrio, devero acontecer mudanas nas medidas de apoio para melhorar as condies sociais e de sade das populaes.

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RESUMO A Leptospirose uma zoonose re-emergente causada por espiroquetdeos patognicos do gnero Leptospira. Em Portugal, reconhecida, desde 1931, como uma importante doena infecciosa humana, cuja notificao obrigatria desde 1986 para todos os serovares. Porm, devido ao acentuado polimorfismo clnico e dificuldade de um diagnstico laboratorial especializado, esta patologia nem sempre confirmada. Com efeito, o isolamento do agente difcil e o método convencional de diagnstico, baseado no teste serolgico de referncia TAM (Teste de Aglutinao Microscpica), no muito sensvel na primeira semana da doena. Assim, foram trs os principais objectivos desta dissertao: actualizar o padro epidemiolgico da Leptospirose, aps uma extensa reviso bibliogrfica da doena (Captulos 1 e 2); esclarecer os aspectos imunolgicos relacionados com os marcadores antignicos que mais influenciam a regulao da resposta humoral na infeco humana, em particular, em rea endmica (Captulo 3); e, por ltimo, promover a identificao molecular de alguns isolados de Leptospira, avaliar o respectivo poder patognico no modelo murino e contribuir para o diagnstico precoce da doena humana (Captulo 4). O primeiro dos temas investigados, com base no estudo retrospectivo de uma larga srie de 4.618 doentes sintomticos analisados representa uma caracterizao nica da epidemiologia da Leptospirose, em particular, na Regio Centro do Pas, e nas ilhas de So Miguel e Terceira (Aores), nos ltimos 18 e 12 anos, respectivamente. Foram confirmados 1.024 (22%) casos, com uma distribuio mdia de 57 casos/ano, sendo a maior frequncia no sexo masculino (67%). As reas analisadas corresponderam maioria das notificaes em Portugal, com uma taxa de incidncia mdia anual nas ilhas muito superior registada no continente (11,1 vs 1,7/100.000 habitantes, respectivamente). Os adultos em idade activa (25-54 anos) foram os mais afectados, nos meses de Dezembro e Janeiro. A doena foi causada por serovares de nove serogrupos presuntivos de Leptospira interrogans sensu lato, com predomnio de Icterohaemorrhagiae, Pomona e Ballum, em cerca de 66% dos casos. A seropositividade da Leptospirose esteve associada s formas anictrica e ictrica da doena, sendo evidente uma elevada sub-notificao ( 20 casos/ano). Foram detectados e analisados os diversos factores de risco, verificando-se um risco elevado de transmisso em reas geogrficas onde a circulao dos agentes zoonticos se processa em ciclos silvticos e/ou domsticos bem estabelecidos. Este estudo confirma que a incidncia da Leptospirose em Portugal tem aumentado nos ltimos anos, particularmente, nos Aores, onde a seropositividade elevada e a ocorrncia de casos fatais confirmam esta patologia como um problema emergente de Sade Pblica. No mbito do Captulo 3, investigaram-se os aspectos imunolgicos da Leptospirose humana na Aspectos da caracterizao antignica e molecular da Leptospirose em reas endmicas Regio Centro e nas ilhas de So Miguel e Terceira, caracterizando as protenas e os lipopolissacridos (LPS) envolvidos durante as fases aguda (estdio nico) e tardia da doena (trs estdios), atravs do follow-up serolgico de 240 doentes com confirmao clnica e laboratorial de Leptospirose. Foram includos no estudo 463 soros, 320 (69%) dos quais, obtidos durante a fase de convalescena (at 6 anos aps o incio dos sintomas). Soros de dadores de sangue (n=200) e de doentes com outras patologias infecciosas (n=60) foram usados como controlos. As amostras foram testadas pela tcnica de Western Blot com lisados de oito estirpes patognicas pertencentes aos serogrupos mais prevalentes. O reconhecimento dos antignios leptospricos, nos quatro estdios evolutivos, resultou da deteco de reactividade especfica anti-IgM e anti IgG, nos diferentes immunoblots. Detectaram-se cinco protenas major (45, 35, 32, 25 e 22 kDa) comuns a todos os serovares. Os soros estudados com as estirpes dos serogrupos homlogos, previamente identificados pela TAM, reagiram contra as protenas de 45, 32 e 22 kDa, conhecidas como LipL45, LipL32 e LpL21, respectivamente, sendo estes, os antignios imunodominantes durante o perodo estudado, nas duas regies geogrficas. Os doentes aorianos mostraram, ainda, uma reactividade elevada contra os LPS, cujo significado discutido face aos resultados negativos dos soros controlo para os marcadores referidos. Esta investigao indica, pela primeira vez, uma forte persistncia da resposta humoral e o importante papel protector da LipL45, Lip32 e LipL21, anos aps o incio dos sintomas. Por ltimo, procedeu-se identificao de estirpes Portuguesas, isoladas de murinos e de um caso humano fatal (L. inadai), numa perspectiva polifsica de interveno. Utilizaram-se trs testes fenotpicos (testes de crescimento sob diferentes temperaturas e na presena de 8-azaguanina, a par de um teste de alterao morfolgica induzida pela adio de NaCl 1M). Paralelamente, efectuaram-se ensaios de amplificao do gene rrs (16S ARNr) de Leptospira spp por PCR (Polymerase Chain Reaction), utilizando um par de primers universais (331 pb) e um segundo par, que apenas amplifica o gene secY (285 pb) de estirpes patognicas, para definio da identidade dos isolados em estudo. Da integrao dos resultados obtidos, confirmou-se que estes ocupam uma posio taxonmica intermdia entre as leptospiras saprfitas e as patognicas. Desenvolveu-se, ainda, uma investigao (complementar) in vivo do carcter taxonmico intermdio do referido isolado humano, por cultura e amplificao do respectivo ADN de tecidos de hamsters inoculados para o efeito. Esta metodologia molecular foi posteriormente utilizada, com sucesso, no diagnstico precoce de doentes com Leptospirose, sendo uma mais-valia na confirmao laboratorial de infeco por Leptospira, na ausncia de anticorpos especficos na fase inicial da doena.

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RESUMO A Leptospirose uma zoonose re-emergente causada por espiroquetdeos patognicos do gnero Leptospira. Em Portugal, reconhecida, desde 1931, como uma importante doena infecciosa humana, cuja notificao obrigatria desde 1986 para todos os serovares. Porm, devido ao acentuado polimorfismo clnico e dificuldade de um diagnstico laboratorial especializado, esta patologia nem sempre confirmada. Com efeito, o isolamento do agente difcil e o método convencional de diagnstico, baseado no teste serolgico de referncia TAM (Teste de Aglutinao Microscpica), no muito sensvel na primeira semana da doena. Assim, foram trs os principais objectivos desta dissertao: actualizar o padro epidemiolgico da Leptospirose, aps uma extensa reviso bibliogrfica da doena (Captulos 1 e 2); esclarecer os aspectos imunolgicos relacionados com os marcadores antignicos que mais influenciam a regulao da resposta humoral na infeco humana, em particular, em rea endmica (Captulo 3); e, por ltimo, promover a identificao molecular de alguns isolados de Leptospira, avaliar o respectivo poder patognico no modelo murino e contribuir para o diagnstico precoce da doena humana (Captulo 4). O primeiro dos temas investigados, com base no estudo retrospectivo de uma larga srie de 4.618 doentes sintomticos analisados representa uma caracterizao nica da epidemiologia da Leptospirose, em particular, na Regio Centro do Pas, e nas ilhas de So Miguel e Terceira (Aores), nos ltimos 18 e 12 anos, respectivamente. Foram confirmados 1.024 (22%) casos, com uma distribuio mdia de 57 casos/ano, sendo a maior frequncia no sexo masculino (67%). As reas analisadas corresponderam maioria das notificaes em Portugal, com uma taxa de incidncia mdia anual nas ilhas muito superior registada no continente (11,1 vs 1,7/100.000 habitantes, respectivamente). Os adultos em idade activa (25-54 anos) foram os mais afectados, nos meses de Dezembro e Janeiro. A doena foi causada por serovares de nove serogrupos presuntivos de Leptospira interrogans sensu lato, com predomnio de Icterohaemorrhagiae, Pomona e Ballum, em cerca de 66% dos casos. A seropositividade da Leptospirose esteve associada s formas anictrica e ictrica da doena, sendo evidente uma elevada sub-notificao ( 20 casos/ano). Foram detectados e analisados os diversos factores de risco, verificando-se um risco elevado de transmisso em reas geogrficas onde a circulao dos agentes zoonticos se processa em ciclos silvticos e/ou domsticos bem estabelecidos. Este estudo confirma que a incidncia da Leptospirose em Portugal tem aumentado nos ltimos anos, particularmente, nos Aores, onde a seropositividade elevada e a ocorrncia de casos fatais confirmam esta patologia como um problema emergente de Sade Pblica. No mbito do Captulo 3, investigaram-se os aspectos imunolgicos da Leptospirose humana na Aspectos da caracterizao antignica e molecular da Leptospirose em reas endmicas Regio Centro e nas ilhas de So Miguel e Terceira, caracterizando as protenas e os lipopolissacridos (LPS) envolvidos durante as fases aguda (estdio nico) e tardia da doena (trs estdios), atravs do follow-up serolgico de 240 doentes com confirmao clnica e laboratorial de Leptospirose. Foram includos no estudo 463 soros, 320 (69%) dos quais, obtidos durante a fase de convalescena (at 6 anos aps o incio dos sintomas). Soros de dadores de sangue (n=200) e de doentes com outras patologias infecciosas (n=60) foram usados como controlos. As amostras foram testadas pela tcnica de Western Blot com lisados de oito estirpes patognicas pertencentes aos serogrupos mais prevalentes. O reconhecimento dos antignios leptospricos, nos quatro estdios evolutivos, resultou da deteco de reactividade especfica anti-IgM e anti IgG, nos diferentes immunoblots. Detectaram-se cinco protenas major (45, 35, 32, 25 e 22 kDa) comuns a todos os serovares. Os soros estudados com as estirpes dos serogrupos homlogos, previamente identificados pela TAM, reagiram contra as protenas de 45, 32 e 22 kDa, conhecidas como LipL45, LipL32 e LpL21, respectivamente, sendo estes, os antignios imunodominantes durante o perodo estudado, nas duas regies geogrficas. Os doentes aorianos mostraram, ainda, uma reactividade elevada contra os LPS, cujo significado discutido face aos resultados negativos dos soros controlo para os marcadores referidos. Esta investigao indica, pela primeira vez, uma forte persistncia da resposta humoral e o importante papel protector da LipL45, Lip32 e LipL21, anos aps o incio dos sintomas. Por ltimo, procedeu-se identificao de estirpes Portuguesas, isoladas de murinos e de um caso humano fatal (L. inadai), numa perspectiva polifsica de interveno. Utilizaram-se trs testes fenotpicos (testes de crescimento sob diferentes temperaturas e na presena de 8-azaguanina, a par de um teste de alterao morfolgica induzida pela adio de NaCl 1M). Paralelamente, efectuaram-se ensaios de amplificao do gene rrs (16S ARNr) de Leptospira spp por PCR (Polymerase Chain Reaction), utilizando um par de primers universais (331 pb) e um segundo par, que apenas amplifica o gene secY (285 pb) de estirpes patognicas, para definio da identidade dos isolados em estudo. Da integrao dos resultados obtidos, confirmou-se que estes ocupam uma posio taxonmica intermdia entre as leptospiras saprfitas e as patognicas. Desenvolveu-se, ainda, uma investigao (complementar) in vivo do carcter taxonmico intermdio do referido isolado humano, por cultura e amplificao do respectivo ADN de tecidos de hamsters inoculados para o efeito. Esta metodologia molecular foi posteriormente utilizada, com sucesso, no diagnstico precoce de doentes com Leptospirose, sendo uma mais-valia na confirmao laboratorial de infeco por Leptospira, na ausncia de anticorpos especficos na fase inicial da doena.

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Resumo Objectivos: Avaliao da Tosse em doentes com Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica (DPOC). Identificar e determinar a relao dos factores preditivos que contribuem para a deteriorao da capacidade de tosse nestes indivduos. Tipo de estudo: Estudo observacional descritivo de natureza transversal. Definio dos casos: Os critrios de diagnstico da DPOC so o quadro clnico e o Gold standard para diagnstico da DPOC a espirometria. Populao-alvo: Todos os utentes com patologia primria de DPOC diagnosticada que se desloquem ao servio de funo respiratria do Hospital de Viseu, para realizar provas. Método de Amostragem: Foi utilizada uma amostra aleatria constituda por todos os indivduos, que cumpriram os critrios de incluso, conscientes e colaborantes, que aceitaram participar neste estudo. Dimenso da amostra: Uma amostra de 55 indivduos que se deslocaram ao servio de funo respiratria, entre Janeiro e Junho de 2009, para realizar provas de funo respiratria. Conduo do estudo: Os utentes que aceitaram participar neste estudo foram sujeitos a um questionrio de dados clnicos e realizaram 5 testes: ndice de massa corporal (IMC), estudo funcional respiratrio e gasometria arterial, avaliao da fora dos msculos respiratrios (PImax e PEmax) e avaliao do dbito mximo da tosse (Peak Cough Flow). Anlise estatstica: Foram obtidos dados caracterizadores da amostra em estudo, sendo posteriormente correlacionado o valor de dbito mximo da tosse (Peak Cough Flow) com os resultados obtidos para as avaliaes do IMC, estudo funcional respiratrio, PImax e PEmax, gasometria, avaliao da capacidade de Tosse e nmero de internamentos no ltimo ano por agudizao da DPOC. Tendo sido encontrados os valores de correlao entre o Peak Cough Flow e os restantes parmetros. Resultados: Aps anlise dos resultados, foram obtidos os valores de Peak Cough Flow para a populao com DPOC e verificou-se valores diminudos em comparao com os valores normais da populao, tendo-se verificado maiores valores de PCF em indivduos do sexo masculino, em comparao aos valores do sexo feminino. Foi analisada a relao entre o PCF e a idade, peso, altura e IMC, no tendo sido encontrada relao, dado que a tosse no apresenta uma variao segundo os valores antropomtricos, tal como a relao com os valores espiromtricos. Quanto aos parmetros funcionais respiratrios foram analisadas as relaes com o PCF. Verificou-se relaes significativas entre o PCF e o FEV1, a FVC, o PEF, apresentando uma relao positiva, onde maiores valores destes parmetros esto correlacionados com maiores picos de tosse. Quanto a RAW e RV, o PCF apresenta uma relao negativa, onde uma maior resistncia da via area ou doentes mais hiperinsuflados leva a menores valores de PCF. Por outro lado no foi encontrada relao entre o PCF e a FRC e o TLC. Quanto fora dos msculos respiratrios, verificou-se relao significativa com o PImax e a PEmax em que a fraqueza ao nvel dos msculos respiratrios contribuem para um menor valor de PCF. Relativamente aos valores da gasometria arterial, verificou-se relao entre o PCF e a PaO2 de forma positiva, em que doentes hipoxmicos apresentam menores valores de tosse, e a PaCO2, de forma negativa, em que os doentes hipercpnicos apresentam menores valores de PCF tendo sido verificada relao entre o PCF e o pH e sO2. Quanto relao entre o nmero de internamentos por agudizao da DPOC no ltimo ano e o PCF verificou-se uma relao significativa, onde um menor valor de PCF contribui para uma maior taxa de internamento por agudizao da DPOC. Concluso: Este conjunto de concluses corrobora a hiptese inicialmente formulada, de que o Peak Cough Flow se encontra diminudo nos indivduos com Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica onde a variao do PCF se encontra directamente relacionada com os parmetros funcionais respiratrios, com a fora dos msculos respiratrios e com os valores de gasometria arterial. ABSTRACT: Aims: Cough evaluation in Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) patients. Identify and determine the relation of the predictive factors that contribute to the cough capacity degradation in this type of patients. Type of study: Descriptive observational study of transversal nature. Case definition: The COPD diagnosis criteria are the clinical presentation and the gold standard to the COPD diagnosis- the Spirometry. Target Population: Every patients, with primary pathology of COPD diagnosed, who went to the respiratory function service of Viseu hospital to perform tests. Sampling Method: It was used a random sample constituted by all the, conscious and cooperating individuals, who complied with the inclusion criteria and who accepted to make part of this study. Sample size: A sample of 55 individuals that went to the respiratory function service between January and June 2009 to perform respiratory function tests. Study: The patients who accepted to make part of this study were submitted to a clinical data questionary and performed 5 tests: body mass index (BMI), respiratory functional study, arterial blood gas level, evaluation of respiratory muscles strength (maximal inspiratory pressure (MIP) and maximum expiratory pressure (MEP)), and Peak Cough Flow evaluation. Statistic Analysis: Were obtained characterizing data of the sample in study, and later correlated the value of the Peak Cough Flow with the results from the evaluation of the body mass index (BMI), the respiratory functional study the MIP and MEP, the arterial blood gas level and also with the ability to cough evaluation and the number of hospitalizations in the last year for COPD exacerbations. The values of correlation between the Peak Cough Flow and the other parameters were found. Results: After analyzing the results, were obtained the values of Peak Cough Flow for the population with COPD. There were decreased values compared with the population normal values, having been found higher values of PCF in males compared to female values. It was analyzed the relation between the PCF and the age, weight, height and BMI but no relation was found on account of the fact that the cough does not show a variation according to anthropometric parameters, such as the relation with spirometric values. As for the respiratory functional parameters were analyzed relations with the PCF. There were significant relations between the PCF and FEV1, the FVC, the PEF, presenting a positive relation, where higher values of these parameters are correlated with higher incidence of cough. Concerning the RAW and RV, the PCF has a negative relation, in which a higher airway resistance or in more hyperinflated patients, leads to lower values of PCF. On the other hand no correlation was found between the PCF and the FRC and TLC. Regarding the respiratory muscle strength, there was a significant relation with the MIP and MEP, in which the weakness at the level of respiratory muscles contribute to a lower value of PCF. For values of arterial blood gas level, there was no relation between the PCF and PaO2, in a positive way, in which patients with hypoxemia present lower values of cough, and PaCO2, in a negative way in which hypercapnic patients had lower values of PCF, having being founded a relation between the PCF and the pH and sO2. As for the relation between the number of hospitalizations for COPD exacerbation in the last year and the PCF was found a significant relation, in which a smaller value of PCF contributes to a higher rate of hospitalization for COPD exacerbation. Conclusion: This set of findings supports the hypothesis first formulated that Peak Cough Flow is decreased in individuals with Chronic Obstructive Pulmonary Disease, in which the variation of the PCF is directly related to the respiratory function parameters, the strength of respiratory muscles and the values of arterial blood gases.

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A infeco pelo VIH/SIDA constitui um dos principais problemas de sade no Mundo e em frica. A frica Sub-sahariana detm actualmente 67% das infeces a nvel global. Angola, localizada na sub-regio central de frica (OMS) tem uma prevalncia actual mdia estimada em 2.4%, estando rodeada a Sul e Leste por pases de prevalncias mais elevadas. Em Angola, predomina o VIH-1. Os dados publicados sobre a epidemiologia molecular do VIH em Angola mostram uma grande diversidade de subtipos e formas recombinantes circulantes (CRF), recombinantes circulantes nicas (URF) e amostras no tipificadas. A motivao para o estudo presente foi o conhecimento ainda limitado sobre a infeo por VIH em Angola, desde a epidemiologia molecular s caractersticas clnicas, imunolgicas, virolgicas, resposta teraputica anti-retrovrica combinada (TARVc) e perfil de resistncia do VIH TARVc. Foi estudado um coorte de 300 doentes adultos, com infeco por VIH, de 15 de Junho de 2006 a 15 de Junho de 2010. Predomina o gnero feminino, 65% (194/300) e o grupo etrio dos 25 aos 39 anos, 62% (186/300). A mediana de idades 33 anos, residem em Luanda 98% (295/300), 94% so angolanos, sendo os estrangeiros de S. Tom e RDC. A Classificao CDC de 1993 na linha de base mostrou um predomnio de doentes da categoria clnica C, 53% (160/300), com uma ou duas doenas definidoras; 34% (101/300) dos doentes eram da Categoria C3 do CDC e 49% (147/300) tinham linfcitos T CD4+ abaixo das 200 cel/l. A doena definidora mais frequente foi a Tuberculose, em 39% dos doentes (117/300). A mediana de linfcitos T CD4+ na linha de base foi de 195 cel/l [1-1076]. Apenas 12,2% dos doentes (37/302) tinha T CD4+ de base superior a 500 clulas/l. Determinou-se a carga vrica na linha de base, em 213 dos doentes (71%), verificando-se que 46% destes doentes (97/213) tinham cargas vircas superiores a 100.000 cp/ml, 32% (69/213) entre 10001 e 100000, 21% (45/213) entre 400 e 10000, 0,9% (2/213) abaixo de 400 cp/ml. Iniciaram teraputica anti-retrovrica no perodo de estudo 206 doentes (69%) com esquemas teraputicos baseados em NNRTI, sendo 131 (64%) medicados com a associao d4t+3TC+ NVP. Ao fim de 4 anos, em Junho de 2010, havia 126 doentes monitorizados com contagem de linfcitos T CD4+ e CV, estando 62% dos doentes com CV indetectvel (79/126). Os doentes em falncia virolgica corresponderam a 16% (20/126), 9% (11/126) tinham resultados discordantes (boa resposta imunolgica mas carga viral detectvel) e 13% (16/126) foram inconclusivos. Foi mudada a teraputica para esquema de 2 linha em 5 doentes, 4 dos 5 doentes com critrios de falncia virolgica e 1 sem critrios de falncia virolgica, por toxicidade ao EFV. Os doentes com critrios de falncia imunolgica ou virolgica segundo a OMS e os doentes com dados inconclusivos foram seleccionados para testes genotpicos de resistncia aos anti-retrovricos (TR). Foram realizados TR e subtipagem em 37 doentes. Nos doentes que realizaram TR sob TARVc, as mutaes de resistncia mais frequentemente encontradas foram a M184V, em 16 doentes, a K103N em 12 doentes e a Y181C em 7 doentes. O subtipo C, foi o subtipo predominante em 30% (11/37) dos casos. Para avaliar a adeso TARVc, foram estudados 63 doentes, faltosos a consultas ou demonstrado sinais de falncia clnica, imunolgica ou virolgica. O método realizado foi o auto-relato por entrevista. Verificou-se uma adeso TARVc de 100% em 33% (21/63), adeso entre 100% e 90% em 7% (4/63), de 50 a 90% em 7% (4/63) e inferior a 50% em 54% (34/63). Como factores de no-adeso, predominavam a mobilidade no emprego Opes de utilizao sequencial de anti-retrovricos em doentes com falncia teraputica em Angola X e factores familiares e sociais, apontados como razo para a falta s consultas que davam acesso aos medicamentos ARV. Fazendo corresponder os resultados dos testes de resistncia realizados adeso de todos os doentes entrevistados, verifica-se que o grupo de 34 doentes com menos de 50% de adeso, 19 realizaram TR e desses, 13 mostraram mutaes de resistncia, sendo 10 resistentes a 2 classes de ARV, NITR e NNITR, 2 a NNITR e 1 a NITR. Os restantes 6 doentes deste grupo eram aparentemente susceptveis s 3 classes de ARV. Actualmente, esto em seguimento 58% dos doentes (176/300), 26 % (77/300) perderam-se no seguimento e 16% (47/300) faleceram. O estudo realizado salienta a fase tardia da chegada aos cuidados mdicos; mostra a tuberculose como doena indicadora mais frequente e mostra que a maioria dos doentes foi medicada com D4T+3TC+NVP. Os critrios de sucesso teraputico descem ao longo do estudo de 71% para 62%. Indica a necessidade de aces urgentes para acesso mais precoce aos cuidados de sade e interveno social para ultrapassar as limitaes adeso TARVc e tornar esta mais eficaz. As opes de segunda linha j disponveis so muito reduzidas (tenofovir, lopinavir potenciado com ritonavir e saquinavir), havendo necessidade de continuar estes estudos para uma avaliao mais profunda da eficcia destas teraputicas.

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RESUMO - Objectivo: As leses msculo-esquelticas ligadas ao trabalho (LMELT) so doenas profissionais frequentes. Neste estudo ensaiou-se uma estratgia de diagnstico do risco e de vigilncia da sade dos trabalhadores numa empresa de abate e desmancha de carne. Métodos: Utilizou-se uma estratgia de obteno de informao em todos os postos de trabalho e trabalhadores da empresa. Utilizaram-se: (i) adaptao do Questionrio Nrdico Msculo-Esqueltico, incluindo caracterizao da exposio biomecnica; (ii) protocolo de avaliao clnica de LMELT; (iii) filtro RSI e método Strain Index; (iv) instrumentao, como electrogoniometria e sensores de fora em postos de risco elevado. Resultados: Identificou-se a presena de sintomas e sinais de LMELT principalmente nos punhos/mos (n=27) e regio lombo-sagrada (n=32), uma importante prevalncia de casos relacionados com a actividade de trabalho (30%) e nveis de risco elevados com base nas classificaes do Strain Index (n=26 MSDto e n=7 MSEsq). A utilizao da instrumentao permitiu obter detalhes da repetitividade, das posturas e dos momentos de aplicao de fora, teis para a interveno. Concluses: A preveno s possvel atravs da aplicao de programas/estratgias integradas de diagnstico e gesto do risco de LMELT que sejam eficazes no sentido da interveno sobre a actividade e as condies de trabalho.--------------------------ABSTRACT Background: Work-related Musculoskeletal Disorders (WRMSD) are common occupational diseases. The present study aims at examining an integrated perspective of risk assessment and health surveillance at a meatpacking plant. Methods: The strategy adopted was of obtaining information about WRMSDs awareness at all workstations and from all their workers. This was based on: (i) questionnaire application - an adaptation of the Nordic musculoskeletal questionnaire, including a biomechanical item, (ii) WRMSDs clinical protocol (iii) RSI risk filter and Strain Index application, (iv) instrumentation with electrogoniometry and force sensors at previously classified as high risk workstations. Results: WRMSDs signs and symptoms mainly in wrist/hands (n=27) and in lumbar region (n=32) were identified. Results revealed an important prevalence of WRULMSDs associated to meatpacking industry activities (30%) and high risk scores based on Strain Index (n=26 Right UL; n=7 Left UL). Instrumentation showed details of recurrency, of postures and of force, which can be used for intervention. Conclusions: Its necessary to develop ergonomic strategies and approaches on WRMSDs prevention (risk assessment and manage

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Os flavivrus so vrus pertencentes famlia Flaviviridae, gnero Flavivirus. Estes formam um grande grupo caraterizado pela sua ampla distribuio e diversidade gentica. Os flavivrus so, na sua maioria, transmitidos por artrpodes vectores inclundo agentes patognicos para humanos e animais que podem potencialmente provocar grandes epidemias e causar elevadas taxas de mortalidade e morbidade. Nos ltimos anos, tem-se registado uma grande expanso a nvel da distribuio geogrfica dos flavivirus e diversidade dos seus hospedeiros. O vrus do Nilo Ocidental tem sido continuamente detectado em toda a Europa recentemente, e tambm isolado de mosquitos colhidos no Sul de Portugal, onde j foram registados casos humanos e animais. O principal objectivo deste trabalho o rastreio de flavivrus em mosquitos colhidos em duas regies do Sul de Portugal, onde os mesmos foram anteriormente detectados. As colheitas de mosquitos foram realizadas em 24 locais em zonas hmidas nos districtos de Faro e Setbal, atravs de armadilhas luminosas tipo CDC com CO2 e aspiradores mecnicos manuais para colheita de mosquitos em repouso em abrigos de animais. Os mosquitos colhidos foram agrupados por lotes contendo aproximadamente 50 espcimens cada, e rastreados para a presena de flavivrus por heminested RT-PCR, direccionado amplificao de um pequeno fragmento do gene NS5 usando oligonucletidos degenerados especficos para flavivrus. Entre Abril e Outubro de 2009 e 2010 foram colhidos no total 36273 mosquitos pertencentes s seguintes espcies: Anopheles algeriensis, An.atroparvus, Aedes berlandi, Ae.caspius, Ae.detritus, Coquillettidia richiardii, Culex laticinctus, Cx.pipiens, Cx.theileri, Cx.univittatus, Culiseta annulata, Cs.longiareolata, Cs.subochrea, e Uranotaenia unguiculata. As espcies mais abundantes foram Ae.caspius, Cx.theileri e Cx.pipiens, respectivamente. Contudo, as densidades de mosquitos foram variveis de acordo com o método de colheita e rea de amostragem. As densidades de mosquitos colhidos em 2010 foram quatro vezes superior s registadas no ano anterior. No total foram analisados 745 lotes dos quais 31% testaram positivos para a presena de sequncias de flavivirus. As espcies que apresentaram taxas de positividade mais elevadas foram: An.algeriensis com uma Taxa Mnima de Infeco (TMI) de 56/1000 no Algarve em 2009, Cs.annulata TMI =22/1000 no Algarve em 2010, Cx.theileri e Cx.pipiens em Setbal em 2010, TMI =20/1000. An. atroparvus, Ae. caspius, Ae. detritus e Cx. univittatus tambm produziram lotes positives. No geral, a positividade foi maior no Algarve. Anlise das sequncias virais obtidas revelou homologia das nossas sequncias virais com sequncias de referncia de flavivrus especficos de mosquitos depositadas em bases de dados de acesso livre. A anlise filogentica reflectiu a variabilidade gentica dos flavivrus e revelou a relao gentica das nossas sequncias com as de outros flavivrus, especialmente os especficos de insectos. Tendo em considerao os anteriores isolamentos do vrus do Nilo Ocidental, o aumento acentuado nas densidades de mosquitos, o aumento de temperaturas que se tem vindo a registar, os casos recentes de transmisso de flavivrus por toda a Europa e o padro desconhecido e imprevisvel dos surtos destes vrus, os programas contnuos de vigilncia epidemiolgica tm-se revelado uma ferramenta indispensvel para a Sade Pblica.

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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Mecnica

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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Civil perfil Construo

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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Mecnica

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RESUMO - Os eventos adversos (EA) hospitalares constituem um problema srio dos cuidados de sade com consequncias clnicas, econmicas e sociais para a Sade Pblica. Nas ltimas dcadas foram realizados diversos estudos com o objetivo de conhecer de forma mais pormenorizada esta realidade, nomeadamente no que diz respeito frequncia, tipologia, evitabilidade e impacte dos EA. De entre as diferentes metodologias que tm sido utilizadas parece existir algum consenso em torno da anlise retrospetiva de processos clnicos como a que oferece maior garantia de fiabilidade e reprodutibilidade, no obstante as limitaes conhecidas. Assim, propusemo-nos com este trabalho, analisar as vantagens e desvantagens dos métodos mais comummente utilizados para caraterizar a ocorrncia de EA e, concomitantemente elaborar uma reviso sistemtica (RS) dos estudos que aplicaram o método de reviso retrospetiva de processos clnicos na caraterizao e avaliao dos EA em contexto hospitalar. Para definir a nossa amostra, realizmos uma pesquisa formal nas bases de dados MEDLINE e Web of Knowledge, e foi realizado um cruzamento manual de referncias dos artigos elegveis para identificar estudos adicionais relevantes. Os artigos selecionados foram revistos independentemente no que diz respeito metodologia, aos critrios de elegibilidade e aos objetivos. Durante a fase de reviso e aplicao dos critrios de incluso e excluso foram selecionados os artigos que abordassem a frequncia/incidncia e a percentagem de evitabilidade dos EA hospitalares, atravs da aplicao do método de reviso retrospetiva de processos clnicos. Aps a fase de pesquisa e reviso dos artigos, foram selecionados para a nossa amostra oito estudos que incluram um total de 28.862 processos clnicos revistos. De entre os principais resultados encontrados destaca-se: i) A mediana de incidncia de EA hospitalares de 9.5%; Universidade Nova de Lisboa Escola Nacional de Sade Pblica ii) O valor de mediana de EA considerados evitveis de 45.5%; iii) No que se refere ao impacte clnico dos EA, mais de metade dos doentes (56.3%) no experienciou incapacidade ou experienciou incapacidade menor; iv) Em 8% dos casos de EA ocorreu a morte dos doentes. v) Quanto ao impacte econmico evidencia-se o facto de, nos doentes em que se confirmou EA, o perodo de internamento se ter prolongado, em mdia, por 7.1 dias com consequentes e previsveis custos adicionais. Tendo em considerao as vantagens e desvantagens de cada método, os sistemas de informao existentes em Portugal e a realidade das instituies de sade, parece-nos plausvel destacar o método de reviso dos processos clnicos como o que melhor se adapta para caraterizar os EA no contexto hospitalar portugus.

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RESUMO - Introduo: Actualmente 11,3 milhes de indivduos esto co-infectados pela Tuberculose/Vrus Imunodeficincia Humana (TB/VIH), uma das principais causas de incapacidade e morte no mundo. determinada pela exposio dos indivduos aos factores de risco e condies/determinantes sociais de sade. Vrias so as medidas criadas a nvel nacional e internacional na luta contra TB e a infeco VIH. Objectivo: Caracterizar e comparar os casos de TB entre os indivduos no infectados com VIH e os infectados com VIH, considerando as caractersticas scio-demogrficas, o tratamento, patologias associadas e factores de risco. Método: Estudo descritivo, quantitativo e observacional. A informao foi obtida a partir da base de dados do Sistema Nacional de Vigilncia Epidemiolgica da Tuberculose dos casos de TB notificados entre 1 de Janeiro de 2008 a 31 de Dezembro de 2009. Para tratamento e anlise estatstica (descritiva e inferencial) o programa usado foi o SPSS verso 18,0. Resultados: 12,8% dos indivduos estavam co-infectados com TB/VIH e 87,2% no estavam co-infectados. A presena de VIH nos casos de tuberculose apresenta evidncia de relao com quase todas variveis em estudo (p<0,00) excepto a presena de insuficincia renal (p<0,307). Apresentam maior probalidade de risco da co-infeco TB/VIH os homens, a faixa etria [35;44[, os estrangeiros, os desempregados, estar em retratamento e fumar. Os indivduos com Doena Heptica (OR= 5,238; IC95%: 3,706;7,403; ORA = 3,104; IC95%: 2,164;4,454), patologias associadas (OR=13,199; IC95%: 11,246; 15,491; ORA=21,348; IC95%:17,569; 25,940) e factores de risco (OR=3,237; IC95%: 2,968; 3,531; ORA=2,644; IC95%: 2,414; 2,985) tem maior probalidade da co-infeco TB/VIH. O ajustamento para o sexo e a idade interferiu em todas variveis em estudo. Concluso: Os homens, da faixa etria [35;44 [, desempregados, estrangeiros, em retratamento, fumadores apresentam maior probalidade de risco de estar co-infectado com TB/VIH.

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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Mestrado Integrado em Engenharia Mecnica

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Dissertao apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Museologia

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Trabalho de Projecto apresentado para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Culturas Visuais