58 resultados para Obesidade Mulheres


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XIX Colquio de Histria Militar - 100 anos de regime republicano: polticas, rupturas e continuidades

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RESUMO Nos pases industrializados observam-se elevadas prevalncias de pr- obesidade e obesidade em jovens e adolescentes, com consequncias negativas para a sade. A obesidade apontada como o distrbio nutricional mais frequente em crianas e adolescentes nos pases desenvolvidos e resultado da acumulao excessiva ou anormal de gordura no tecido adiposo. Segundo a I.O.T.F. considera- se que uma criana tem pr-obesidade quando o seu percentil de I.M.C. est entre o p88 e p99 para as raparigas e entre o p90 e o p99 para os rapazes. Considerase que tem obesidade quando o percentil de I.M.C. superior ao p99, para ambos os sexos. A prevalncia de pr-obesidade e obesidade em crianas e adolescentes tem vindo a aumentar a nvel mundial a um ritmo alarmante, sobretudo nos pases desenvolvidos e em alguns segmentos de pases em desenvolvimento. Estudos demonstram que a obesidade em crianas e adolescentes se encontra fortemente correlacionada com o aumento da morbilidade e mortalidade, reflectindo-se numa variedade de situaes patolgicas com risco de persistncia no adulto. Dada a sua extrema importncia em termos de Sade Pblica, as tendncias para a pr- obesidade e obesidade em crianas e adolescentes devem ser monitorizadas com especial ateno. Os hbitos alimentares e o gasto energtico so factores que influenciam a obesidade e o seu controlo. H estudos que concluem que existe uma associao directa entre estes factos e a presena de obesidade e outros apresentam concluses contrrias. Pretendeu-se determinar a prevalncia de excesso de peso (pr-obesidade e obesidade) infantojuvenil em Portugal e associ-la com os hbitos alimentares, actividade fsica e comportamentos sedentrios dos adolescentes. A populao em estudo todos os adolescentes, de ambos os sexos, que frequentam o ensino bsico (2 e 3 ciclos) e secundrio oficial de Portugal Continental (n=5708). Todos os elementos em estudos foram avaliados antropometricamente (peso e altura) e responderam a um questionrio de hbitos alimentares e frequncia alimentar, actividade fsica e comportamentos sedentrios. Como resultados do estudo verificou-se que a prevalncia de pr- obesidade infanto-juvenil em Portugal de 22,6% e a prevalncia de obesidade de 7,8%. Quer a obesidade quer a pr-obesidade apresentam indicadores superiores nos rapazes (p=0,01) e nos adolescentes mais jovens (p=0,00). Em relao aos hbitos alimentares estudados de referir que a frequncia de consumo de refeies fora de casa muito similar entre o grupo normoponderal e o grupo com excesso de peso sendo a refeio da ceia consumida por um nmero muito superior de adolescentes normoponderais comparativamente com os que apresentam excesso de peso (p=0,01). Em relao ingesto de determinados alimentos ou grupos alimentcios, verificou-se que, regra geral, o consumo de alimentos de caractersticas nutricionais de baixa qualidade (gordura saturada, sal e aucares simples) era superior no grupo normoponderal comparativamente ao grupo com excesso de peso (refrigerantes, snacks, fast-food, cereais aucarados, sobremesas doces) (p<0,05). Em relao actividade fsica, o nmero de horas semanais de actividade fsica diminui do grupo normoponderal para o grupo com excesso de peso. Dentro do grupo com excesso de peso, os obesos apresentam ainda uma mdia inferior em relao aos pr-obesos. Poderemos afirmar que quanto maior o ndice de actividade fsica menor o percentil de I.M.C., mostrando-se assim a actividade fsica como um factor protector de um peso saudvel (p<0,05). Quando solicitado que caracterizassem o estilo de vida e a habilidade desportiva, verificou-se que nos grupos com excesso de peso se caracterizavam em indicadores mais baixos do que os normoponderais (p<0,05). No que diz respeito aos comportamentos sedentrios, verifica-se que so mais prevalentes nos grupos com excesso de peso do que no grupo normoponderal (p<0,05). Em concluso, os resultados da prevalncia de obesidade obtidos assemelham-se aos resultados obtidos noutros estudos, constituindo um dado revelador de uma situao bastante preocupante em termos de Sade Pblica. Em relao aos hbitos alimentares as diferenas no so significativas entre os diferentes grupos (normoponderal, pr-obesidade e obesidade). A actividade fsica apresentou-se como um factor protector do aumento de peso com uma associao directa com o estado nutricional (I.M.C.). Verificou-se que os adolescentes em Portugal que apresentavam indicadores mais elevados de actividade fsica eram aqueles que se encontravam com peso normal. Os comportamentos sedentrios apresentaram-se como um factor propcio ao desenvolvimento do excesso de peso estando directamente relacionados com o percentil de I.M.C. Os comportamentos sedentrios mais frequentes so o visionamento televisivo e o computador/internet. Assim, poder-se- fundamentar a necessidade de medidas interventivas a este nvel com o intuito de controlar os indicadores encontrados. ABSTRACT In the industrialized countries high prevalences of pre-obesity and obesity are observed in youngsters and adolescents, with negative health consequences. Obesity is pointed as the most frequent nutritional disturbance in children and adolescents in developed countries and results from the excessive or abnormal accumulation of fat in the adipose tissue. According to the IOTF a child is pre-obese when the BMI percentile is between p88 and p99 for girls and between p90 and p99 for boys. Obesity is considered when the BMI percentile is above p99 for both sexes. The prevalence of pre-obesity and obesity in children and adolescents has been rising alarmingly worldwide, especially in developed countries and some segments of developing countries. Studies indicate that obesity in children and adolescents is strongly associated with increased morbidity and mortality resulting in a variety of pathological situations with risk of persistence in adulthood. Given its major Public Health importance, pre-obesity and obesity trends in children and adolescents should be monitored with special attention. Eating habits and energy expenditure are factors that influence obesity and its control. Some studies conclude that there is a direct association between these factors and the presence of obesity and others present opposite conclusions. It was intended to determine the prevalence of overweight (pre-obesity and obesity) in children and youth in Portugal and to associate it with eating habits, physical activity and sedentary behaviors of adolescents. The population in study is constituted by all adolescents of both sexes that attend basic (2nd and 3rd grade) and secondary official education of continental Portugal (n=5708). All participants in study were anthropometrically evaluated (weight and height) and answered a questionnaire of eating habits and food frequency, physical activity and sedentary behaviors. The study results indicate a prevalence of pre-obesity in children and youth in Portugal of 22.6% and a prevalence of obesity of 7.8%. Both obesity and pre-obesity present higher indicators in boys (p=0.01) and younger adolescents (p=0.00). In relation to the studied eating habits it should be noted that the frequency of consumption of meals away from home is very similar between the normal weight group and the overweight group. Moreover, the supper meal is consumed by a much larger number of normal weight adolescents as compared to the ones with overweight (p=0.01). Regarding the intake of certain foods or food groups, it was found that, in general, the consumption of foods with characteristics of low nutritional quality (saturated fat, salt and simple sugars) was higher in the normoponderal group compared with the overweight group (soft drinks, snacks, fast-food, sugary cereals, desserts) (p<0.05). In respect to physical activity, the number of weekly hours of physical activity decreases from the normoponderal group to the group with overweight. Within the group with overweight, obese subjects also present a lower average than pre-obese subjects. As we can affirm that the higher the physical activity index the lower the BMI percentile, physical activity appears as a protective factor for a healthy weight (p<0.05). When they were asked to characterize their lifestyle and sports ability, it was found that overweight groups characterized themselves with lower indicators than the normoponderal group (p<0.05). Regarding sedentary behaviors, it appears that they were more prevalent in groups with overweight than in the normoponderal group (p<0.05). In conclusion, the results of the obesity prevalence attained are similar to the results obtained in other studies, revealing a very worrying situation in terms of Public Health. In relation to the eating habits there were no significant differences between the groups (normoponderal, pre-obesity and obesity). Physical activity appears as a protective factor from weight gain with a direct association with nutritional status (BMI). It was found that young people in Portugal who had the highest indicators of physical activity were those who presented normal weight. The sedentary behaviors were presented as a factor conducive to the development of overweight being directly related to the BMI percentile. The most frequent sedentary behaviors were television viewing and computer/internet

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Resumo - As doenas crnicas no transmissveis so uma ameaa crescente Sade Pblica em Portugal. As principais causas de mortalidade e morbilidade so doenas relacionadas com os estilos de vida, hbitos alimentares e de actividade fsica. Os Cuidados de Sade Primrios esto na linha da frente para dar resposta a estas patologias. Os profissionais de sade, nomeadamente mdicos e enfermeiros, sentem dificuldades para as tratar, como a falta de tempo, de conhecimentos e de confiana para o fazer, bem como uma descrena na efectividade das suas intervenes no mbito da mudana comportamental destes pacientes. A dificuldade em referenciar estes pacientes a outros profissionais, especializados, como os nutricionistas e os fisiologistas do exerccio, implica dotar mdicos e enfermeiros com as competncias bsicas de aconselhamento alimentar e de actividade fsica, bem como serem capazes de assumirem uma atitude centrada no paciente e motivadora da mudana comportamental. O objectivo deste estudo avaliar os conhecimentos, atitudes e prticas no tratamento da obesidade e sua associao com o nvel de actividade fsica reportado por mdicos e enfermeiros. Este um estudo observacional, transversal, que recorre aplicao de um questionrio de resposta directa. --------Abstract - Non communicable chronic diseases are increasingly relevant public health threats. The main causes of mortality and morbidity in Portugal are lifestyle, food and exercise habits, related diseases. Primary health care services are in the front line to adress this pathologies. Health care professionals, namely physicians and nurses, face numerous barriers like reduced consultation time, knowledge and confidence to deal with this problems, as well as a disbelief in the efectiviness of their intervention in patients health behaviour change. The inhability to reference this patients to nutrition and exercise specialists, increases the need to give physicians and nurses the adequate nutrition and exercise basic counselling skills, as well as promoting a patient centred attitude that enables them to increase patients motivation to health behaviour change. The study sought to assess the nutrition knowledge, atittudes and practice and its associations with self - reported personal physical activity habits of primary health care professionals. This is a descriptive, cross- sectional stu

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A obesidade uma doena crnica e constitui um factor de risco para outras patologias, como a diabetes ou as doenas cardiovasculares, contribuindo para a diminuio da qualidade de vida de adultos, crianas e jovens, e para o aumento dos custos directos e ndirectos com a sade. Entre as suas mltiplas causas, destacam-se as mudanas comportamentais, nomeadamente as alteraes ao padro alimentar e a diminuio da actividade fsica, que resultam num balano energtico positivo. A pr-obesidade e obesidade so um grave problema de sade nos pases desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo consideradas como epidemia global e um dos maiores desafios da sade pblica do incio do sculo XXI. Verifica-se que a obesidade tem efeitos negativos imediatos na sade individual dos mais jovens, aumentando-lhes tambm o risco de obesidade e suas co-morbilidades na idade adulta. O crescimento do problema entre crianas e jovens, bem como uma maior facilidade na introduo de mudana aos seus comportamentos, est na base de recomendaes para que seja dada prioridade preveno e combate pr-obesidade e obesidade nestas faixas etrias. Em Portugal, diversos estudos indicam o agravar do problema entre a populao, sendo a prevalncia entre crianas e jovens uma das mais ao nvel europeu. Este facto, associado aos custos individuais, sociais e econmicos da doena, constitui um foco de interesse para quem estuda a evoluo dos sistemas de sade. Com esta investigao procurou-se compreender a evoluo das polticas e estratgias de preveno e combate pr-obesidade e obesidade infantil e dos jovens e como ela se projecta no futuro. Para tal, fez-se uso de uma metodologia qualitativa, atravs da anlise da semntica e contedos de um Corpus documental que incluiu, entre outros, a Estratgia de Sade para o Virar do Sculo (1998-2002), o Plano Nacional de Sade 2004-2010 e a verso preliminar do Plano Nacional de Sade 2011-2016. Os resultados mostram que o aumento de prevalncia de excesso de peso na populao portuguesa levou a que o problema ganhasse importncia nas preocupaes das autoridades de sade. Verifica-se no entanto que a preocupao com o aumento da prevalncia nas crianas e jovens se reflectiu mais tardiamente nos documentos estratgicos. Conclui-se ainda que a centralidade poltica da preveno e combate ao problema, em particular, nas idades infanto-juvenis, surge aps a aprovao da Carta Europeia de Luta Contra a Obesidade (WHO-Europe, 2006), de que Portugal signatrio. possvel estabelecer uma correspondncia entre os princpios da Carta e as orientaes estratgicas do PNS 2011-2016, recomendando-se o reforo deste alinhamento. PALAVRAS-CHAVE: Pr-obesidade, Obesidade, Portugal, Infantil, Crianas, Adolescentes, Jovens, Excesso de Peso, Plano Nacional de Sade, Sistemas de Sade, Planeamento em Sade, Carta Europeia de Luta contra a Obesidade, Planeamento Estratgico.

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Dissertao apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Cincias Musicais, variante de Musicologia Histrica

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Dissertao de Mestrado em Estudos sobre as Mulheres. As Mulheres na Sociedade e na Cultura.

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Este artigo surge na seqncia de uma pesquisa'^ que tem como preocupao a anlise da modemizao da sociedade portuguesa, atravs do estudo da discriminao do sexo na participao nos rgos de poder. Representando as mulheres mais de cinqenta por cento da populao portuguesa e tendo actualmente uma prevalncia maioritria nas universidades, pretende-se, em llma instncia, compreender quais os factores sociais e culturais que dificultam que tal proporo - entre homens e mulheres - se verifique na liderana dos centros de poder poltico e econmico e os que explicam os poucos casos de sucesso. Numa primeira abordagem do problema, possvel constatar que h um claro dfice de participao feminina nestes domnios. Todavia, para que se possa iniciar a constmo de um conhecimento rigoroso sobre o fenmeno, necessrio saber mais. Nomeadamente, qual a extenso e estrutura do fenmeno nos campos poltico e econmico? Qual a sua evoluo ao longo das trs dcadas? Quais as diferenas que existem entre a rea econmica e a poltica? S depois de respondermos a estas questes estaremos seriamente habilitados a, de um modo cientificamente rigoroso, procurar as variveis econmicas, polticas, sociais e culturais que permitiram tais dinmicas. Este artigo centra-se na anlise quantitativa de parte dos resultados referentes primeira etapa da pesquisa. A segunda etapa, em curso, permitir uma abordagem sociolgica mais fina, e qualitativa, sobre a importncia dos papis sociais de gnero e ser objecto de novo texto no futuro. De algum modo, e utilizando a metfora da floresta, o primeiro passo consiste na obteno de indicadores sobre a sua dimenso e possveis conjuntos que a estruturam; s em seguida se procurar analisar as particularidades de certos tipos de rvores e o modo como elas se desenvolveram. Os dados recolhidos apenas fazem uma separao entre homens e mulheres e, conhecendo bem a problemtica terica sobre a diferenciao de sexo e de gnero, o artigo centrar-se- somente sobre a primeira dimenso do fenmeno. Todavia, procurar-se- identificar pistas de reflexo sobre os papis de gnero subjacentes participao de homens e mulheres nos lugares de deciso.

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No final do Crtilo , Scrates afirma temer que no "seja prprio de um homem assaz cordato entregar-se com toda a alma ao cuidado dos nomes, confiando neles e nos seus autores para afirmar como certo que sabe alguma coisa" . Ainda que correndo risco de insensatez, condio do linguista preocupar-se com esses mesmos nomes (e respectivos autores) para procurar "descobrir alguma coisa", sem se deixar cair na perplexidade do pobre Crtilo a quem, depois de arrasadora argumentao, Scrates desafia ironicamente, ao encerrar o dilogo:"se descobrires alguma coisa, comunica-a tambm a mim". Assim, o presente trabalho tem a finalidade de tentar identificar, atravs dos vocbulos constitutivos de um dado campo lexical, qual a representao do universo feminino quatrocentista que nos transmitida por um manuscrito do sc. XV intitulado O Livro das Tres Vertudes a Insinana das Damas. Antes de entrar na anlise do texto, gostar ia de sublinhar muito sucintamente a problemtica da representao na perspectiva do trabalho filolgico e de situar no seu contexto de produo a obra aqui considerada.

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A distino dicotmica entre cincias naturais e cincias sociais deixou de ter sentido e utilidade. Esta distino assenta numa concepo mecanicista da matria e da natureza a que contrape, com pressuposta evidncia, os conceitos de ser humano, cultura e sociedade. () No paradigma emergente o conhecimento total, tem como horizonte a totalidade universal de que fala Wigner ou a totalidade indivisa de que fala Bohm. Mas sendo total, tambm local. Constitui-se em redor de temas que em dado momento so adoptados por grupos sociais concretos como projectos de vida locais, sejam eles reconstituir a histria de um lugar, manter um espao verde, construir um computador adequado s necessidades locais, fazer baixar a taxa de mortalidade infantil, inventar um novo instrumento musical, erradicar uma doena, etc., etc.. A fragmentao ps-moderna no disciplinar e sim temtica. Os temas so galerias por onde os conhecimentos progridem ao encontro uns dos outros. Ao contrrio do que sucede no paradigma actual, o conhecimento avana medida que o seu objecto se amplia, ampliao que, como a da rvore, procede pela diferenciao e pelo alastramento das razes em busca de novas e mais variadas interfaces.

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Dissertao apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Sociologia

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As intervenientes no dilogo promovido na FCSH-UNL, na tarde de 12 de Janeiro de 2012, a fim de integrar a rubrica de ttulo homnimo na revista Faces de Eva so profissionais de renome cujos percursos testemunham terem sido chamadas a exercer o poder, em cargos de representatividade, que conquistaram por mrito. O tema proposto, Mulheres e Poder, serve de moldura para os trechos do dilogo estabelecido.

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RESUMO - A obesidade um problema de sade pblica com dimenses alarmantes, motivo pelo qual foi classificada como uma das principais epidemias do sculo XXI. Estudos recentes demonstram que a prevalncia da obesidade tem vindo a aumentar, sendo Portugal um dos pases onde as taxas de prevalncia so mais elevadas. No caso da obesidade infantil a situao tambm muito preocupante. As crianas com excesso de peso ou obesas tm um risco acrescido de se tornarem adultos com doenas crnicas pelo que importa, desde cedo, desenvolver estratgias que permitam promover estilos de vida saudveis e prevenir as vrias doenas associadas. O desenvolvimento de intervenes durante a infncia considerado como uma das mais promissoras estratgias para a reduo do excesso de peso e obesidade. Por outro lado, a escola considerada como um dos locais mais atrativos e populares para se desenvolverem esses programas. Com este estudo pretendeu-se avaliar a interveno realizada no concelho de Faro e verificar a sua efetividade no cumprimento dos objetivos definidos. A interveno realizada em Faro, durante os anos letivos de 2007/2008 a 2010/2011, a 857 alunos do ensino bsico, com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos de idade, teve como objetivos: avaliar e estabilizar a prevalncia da obesidade infantil nas escolas do ensino bsico do concelho de Faro, no ano letivo de 2007/2008; avaliar a evoluo da prevalncia da obesidade infantil durante os anos letivos de 2007/2008 a 2010/2011; e desenvolver estratgias para a promoo, em meio escolar, de uma alimentao mais saudvel durante a interveno. Os resultados levam-nos a concluir que a prevalncia do excesso de peso e obesidade (15,2% e 10,5%, respetivamente) continua a nveis muito preocupantes nas crianas, tendo as raparigas apresentado uma prevalncia maior do que os rapazes. A avaliao dos alunos, acompanhados prospetivamente ao longo dos primeiros 3 anos de interveno, demonstrou uma diminuio da prevalncia da obesidade de 9,6% no ano inicial para 8,3% no 3. ano, e uma subida da taxa de prevalncia do excesso de peso de 12,9% para 21,0%. A avaliao deste tipo de intervenes, apesar de difcil realizao, importante para que se possam definir novas estratgias, novas metodologias e novos caminhos para combater a obesidade infantil.

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RESUMO- Introduo: A obesidade e a Sndrome Metablica (SM) so atualmente um importante problema de sade pblica, com prevalncias crescentes, que se acompanham tambm por aumento da prevalncia de Diabetes Mellitus (DM).Estudos prvios demonstram associao destas entidades com o aumento de risco de eventos cardiovasculares, em particular a DM. A SM tem sido uma entidade muito debatida nos ltimos anos, com aparecimento de diversas definies, contribuindo para resultados dspares no que diz respeito influncia da SM nas doenas cardiovasculares. Tambm tm sido descritas variaes tnicas e regionais. Para alm de alguns estudos epidemiolgicos na populao geral, a informao relativamente sua influncia na presena de doena cardiovascular desconhecida em Portugal, em particular em populaes com suspeita de doena coronria. Objetivos - Esclarecimento de questes relacionadas com a prevalncia de SM e a sua influncia na evoluo de doena ateroclertica arterial por avaliao de uma populao com suspeita de doena coronria. Populao e Mtodos - Estudo observacional, transversal, com incluso prospetiva de indivduos admitidos letivamente para realizao de angiografia coronria por suspeita de doena coronria, tendo sido tambm efetuadas anlises laboratoriais e ecografia carotidea para avaliao da espessura intima-mdia carotidea (EIMc) e da presena de placas carotdeas. Efetuou-se avaliao dos parmetros demogrficos, antropomtricos, determinao do perfil lipdico, glicmia e insulinmia. Os exames angiogrficos foram analisados por anlise quantitativa semi-automtica. Foram excludos indivduos com antecedentes conhecidos de doena cardaca. Resultados - Incluram-se 300 doentes, com idade mdia de 64 9 anos, 59% do gnero masculino. A prevalncia de SM de acordo com a definio da AHA/NHLBI foi 48,4% (ajustada para idade e gnero da populao portuguesa) e a prevalncia de DM foi 14,8% (ajustada). A concordncia global das trs definies mais recentes de SM foi de apenas 43%. A prevalncia de SM aumenta com a idade e tambm mais elevada no gnero feminino. O componente mais frequente foi a hipertenso arterial, seguido pela obesidade abdominal, a elevao da glicmia e por fim as alteraes dos triglicridos e do colesterol HDL. Por outro lado, a presena de doena coronria significativa (leses 50%) ocorreu em apenas 51,3% dos doentes, sendo ainda mais baixa no gnero feminino. Demonstrou-se tambm uma baixa capacidade preditiva para doena coronria dos testes no invasivos clssicos, em particular no gnero feminino. A prevalncia de doena coronria significativa foi idntica nos indivduos com SM comparativamente com indivduos sem alteraes metablicas (46,3% vs. 48,2%, respectivamente), sendo mais elevado nos diabticos (65,2%). Os fatores predizentes independentes de doena coronria significativa foram a idade, o gnero masculino, a elevao da glicmia e dos triglicridos. Pelo contrrio, o ndice de Massa Corporal (IMC) mostrou uma associao protetora relativamente presena de doena coronria. A SM no fator predizente de doena coronria. Relativamente s dimenses dos vasos coronrios, o IMC correlaciona-se positivamente e a glicmia / DM correlacionam-se negativamente. A EIMc aumenta com o aumento da idade e no gnero masculino. A EIMc foi intermdia nos doentes com SM (0,88 0,31 mm) comparativamente com os doentes diabticos (0,97 0,34 mm) e os indivduos Normais (0,85 0,34 mm). Os fatores predizentes independentes de EIMc foram a idade, o gnero masculino, o colesterol HDL e a insulinmia. A EIMc permite predizer com uma acuidade moderada a presena de doena coronria significativa (AUC 0,638), em particular no gnero feminino, sendo um fator predizente independente de presena de doena coronria (OR 2,35, IC 95% 1,04-5,33. p=0,04). Apesar de no se correlacionar com o nmero de vasos coronrios com doena, correlacionou-se com a gravidade da doena (pelo score de Gensini). A insulinmia e o ndice HOMA aumentam diretamente com a idade e com o IMC, sendo contudo sobreponveis em ambos os gneros. Os fatores predizentes de ndice HOMA (resistncia insulina) foram o IMC, bem como os restantes componentes de SM, estando o ndice HOMA relacionado com a presena de SM e o nmero dos seus componentes presentes. O limiar para resistncia insulina foi de 2,66 e para SM foi 2,41. Ao contrrio das restantes definies de SM, a definio da AHA/NHLBI no predizente da presena de DM no gnero masculino. A associao da resistncia insulina com doena coronria foi limiar (OR 1,13, IC 95% 1,00-1,28, p=0,045). Concluses - Numa populao com suspeita de doena coronria, a prevalncia de SM muito elevada (superior a 50%), sendo a prevalncia de DM de 23%. Tambm a obesidade e o excesso de peso foram extremamente prevalentes nesta populao. A concordncia entre definies de SM baixa. A hipertenso arterial e a obesidade abdominal so os componentes mais frequentes de SM, sendo menos prevalentes as alteraes lipdicas. Pelo contrrio, a presena de doena coronria significativa foi muito baixa, em particular nas mulheres. A SM no se associou presena de doena coronria significativa, estando esta mais dependente das alteraes do metabolismo glicdico e dos triglicridos, bem como de outros fatores de risco no modificveis, nomeadamente a idade e o gnero. A EIMc da cartida comum e a presena de placas carotdeas mais elevada nos indivduos diabticos, estando tambm ligeiramente aumentada nos doentes com SM, sendo os fatores predizentes de EIMc apenas a idade, o gnero, a hiperinsulinmia bem como os nveis baixos de colesterol HDL. A utilizao da avaliao da EIMc na estratificao de risco pr-angiografia coronria, poder ser til no gnero feminino. A hiperinsulinmia e o ndice HOMA (ndice de resistncia insulina), esto relacionados com o IMC e consequentemente com a presena de obesidade, embora tambm se correlacione de forma independente com os outros componentes de SM. A resistncia insulina associou-se presena de SM. Relativamente capacidade preditiva da coexistncia com DM, verificou-se associao com a definio da NCEP-ATP III e da IDF, contudo, a definio da AHA/NHLBI s foi predizente de DMnas mulheres. -------------ABSTRACT - Introduction: Obesity and Metabolic Syndrome (MS) are a major public health problem, with increasing prevalence, that follows the increase in diabetes prevalence. Previous studies showed an association of both entities with increased cardiovascular risk, particularly diabetes. MS has been debated in the last few years, with several definitions and different results when analysed the influence of MS on cardiovascular diseases. There are also some regional and ethnical variations. Beyond general population epidemiological studies, information about the influence on cardiovascular disease in Portugal is unknown, particularly in patients with suspected coronary disease. Objectives- To clarify several questions regarding the prevalence of MS and the influence in arterial atherosclerotic disease by evaluation of a population with suspected coronary artery disease. Population and Methods- Observational, cross-sectional study with prospective inclusion of individuals admitted electively for coronary angiography with suspicion of coronary artery disease. All individuals also performed laboratorial evaluation and carotid ultrasound to evaluate carotid intima-media thickness (cIMT) and carotid plaques. We also evaluated demographic, anthropometric parameters, lipid profile, blood glucose and blood insulin. Angiographic data was obtained by semi-automated quantitation. Individuals with previously known cardiac history were excluded from the study. Results- We included 300 individuals with a mean age of 64 9 years, 59% males. MS prevalence according to AHA/NHLBI definition was 48.4% (adjusted for age and gender of the Portuguese population) and the adjusted prevalence of diabetes was 14.8%. Global agreement between the more recent three definitions of MS was only 43%. MS prevalence increases with age and is also higher in women. The most frequent components were hypertension and abdominal obesity, followed by elevated glucose and triglicerides and low HDL-cholesterol. Significant coronary artery disease (stenosis 50%) was present in only 51.3% of patients, being lower in females. Non-invasive tests also had a low predictive capacity, particularly in females. The prevalence of significant coronary disease was identical in patients with MS compared with normal metabolism individuals (46.3% vs. 48.2%, respectively), being higher in diabetics (65.2%). Independent predictive factors for coronary disease were age, male gender, high blood glucose and triglycerides. On the contrary, Body Mass Index (BMI) was a protective factor for coronary disease. MS wasnt a predictor of coronary disease. BMI showed a positive correlation with coronary vessel diameter and glucose /diabetes had a negative correlation. CIMT increased with age and was higher in males. CIMT was intermediate in patients with MS (0.88 0.31 mm) when compared to diabetic patients (0.97 0.34 mm) and Normal individuals (0.85 0.34 mm). Independent predictors for cIMT were age, male gender, HDL-cholesterol and insulin. CIMT had a moderate predictive accuracy for coronary disease (AUC 0,638), particularly in females and is an independent predictor of the presence of significant coronary disease (OR 2.35, 95% CI 1.04-5.33. p=0.04). Although it did not correlate with the number of diseased coronary arteries, it correlated with coronary disease severity by the Gensini score. Insulin and HOMA index increase directly with age and BMI, but were identical in both genders. Predictive factors for HOMA index (insulin resistance) were BMI as well as the other MS components. HOMA index is related to MS and the number of its components. The cut-off for insulin resistance was 2.66 and for MS 2.41. Unlike other MS definitions, AHA/NHLBI definition is not a predictor of diabetes in males. There was a borderline association between insulin resistance and coronary disease (OR 1.13, 95% CI 1.00-1.28, p=0.045). Conclusions - In a population of patients with suspected coronary disease, MS prevalence is extremely high (above 50%) with a diabetes prevalence of 23%. Also obesity and overweight are very prevalent in this population. Global agreement between MS definitions is however low. Hypertension and abdominal obesity are the most frequent components, with a lower prevalence of lipid abnormalities. Coronary disease prevalence was low, particularly in women. MS wasnt associated with coronary disease. Coronary disease was related to glucose and triglycerides, as well as with other non-modifiable factors such as age and gender. CIMT and carotid plaques are increased in diabetic patients, and also slightly elevated in patients with MS, but cIMT independent predictors were age, male gender, insulin and HDLcholesterol. CIMT can be useful in risk stratification before coronary angiography particularly in women. Elevated insulin and HOMA index (an insulin resistance index) are related with BMI and consequently with obesity, and it was also correlated with other MS components. Insulin resistance was associated with MS. The presence of diabetes was associated with the presence of MS by NCEP-ATP III and IDF definitions; however, AHA/NHLBI definition was only predictive of diabetes in females.

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INTRODUO Os profissionais dos cuidados de sade so essenciais ao desempenho de excelncia dos sistemas de sade pelo que devem ser capazes de funcionar em plenitude. A sade um activo para esse pleno funcionamento. Os enfermeiros representam o grupo profissional mais numeroso dos profissionais dos cuidados de sade. Como tal, tm um importante papel a desempenhar no sistema de sade e na determinao da sade da populao. O desempenho dos enfermeiros, mas tambm as condies em que trabalham e o impacto destas na sua sade, devem, assim, ser estudados. Tem sido sugerido que os enfermeiros tm um perfil de sade diferente do da restante populao, com problemas de sade especficos. So vrios os factores que influenciam a sade: caractersticas e comportamentos dos indivduos, ambiente econmico e social e ambiente fsico. A sade entedida como um activo para a vida social e laboral plena e eficiente. Compreende-se que mais do que o somatrio das diferentes dimenses, a sade a interaco e simbiose entre sade fsica e mental, auto-percepo do estado de sade e qualidade de vida e bem estar. A sade dos enfermeiros determinada pelo sistema de sade onde trabalham e, em ltima anlise, pelos problemas e desafios que este enfrenta. O impacto destes desafios pode resultar no aumento do trabalho em tempo parcial, para alm do tempo integral, do duplo emprego e insegurana laboral. Concomitantemente, os enfermeiros esto expostos a uma variedade de riscos ocupacionais que podem resultar numa srie de problemas de sade agudos e crnicos. Trabalhar em ambientes particularmente stressantes, em equipas com manifestas insuficincias, com pouco controlo e muita responsabilidade, muitas horas seguidas, com conflitos entre os diferentes papis sociais, parece contribuir para o aumento da morbilidade dos enfermeiros. A relao com o outro, e o servir-se dessa relao para ajudar, coloca uma forte presso emocional nos enfermeiros. A presente investigao tem como objectivo contribuir para a compreenso do perfil de sade dos enfermeiros e do papel que o trabalho de enfermagem, e no sector de sade, tm no perfil de sade. A inteligibilidade desse contributo faz-se por analogia com os outros profissionais dos cuidados de sade e com os outros profissionais e/ou populao em geral.Inclui uma reviso sistemtica da literatura onde se revem as evidncias existentes sobre a sade dos enfermeiros, o estudo dos Inquritos Nacionais de Sade de 1998/1999 e 2005/2006 e um estudo de mortalidade proporcional. Nestes dois ltimos estudos faz-se a comparao entre enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de sade e outros profissionais, utilizando a Classificao Nacional das Profisses na sua verso de 1994. HIPTESES E OBJECTIVOS GERAIS Foram enunciadas 7 hipteses de estudo que versaram sobre o conhecimento cientfico sobre o perfil de sade dos enfermeiros, o estudo do perfil de sade (percepo do estado de sade, morbilidade, consumo de medicamentos, utilizao dos servios de sade e despesas com a sade e comportamentos ligados sade) e as causas de morte dos enfermeiros portugueses: H1: As evidncias cientficas, baseadas em estudos experimentais e observacionais, demonstram que os enfermeiros possuem um perfil de sade diferente do da restante populao e dos restantes profissionais cuidados de sade. H2: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de sade e os outros profissionais percepcionam o seu estado de sade de forma diferente; H3: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de sade e os outros profissionais tm perfis de morbilidade diferentes; H4: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de sade e os outros profissionais utilizam os servios de sade de formas diferentes e tm diferentes despesas com a sade; H5: Os comportamentos relacionados com a sade dos enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de sade e outros profissionais so diferentes. H6: A exposio ao trabalho no sector da sade causa determinadas doenas que levam a que, proporcionalmente, existam mais mortes por essas doenas nos outros PCS do que nos outros profissionais; H7: A exposio ao trabalho de enfermagem causa determinadas doenas que levam a que, proporcionalmente, existam mais mortes por essas doenas nos enfermeiros do que nos outros PCS e do que nos outros profissionais. Definiram-se os seguintes objectivos gerais: 1. Rever a evidncia existente, publicada e no publicada, sobre a sade dos enfermeiros (nas vertentes de sade fsica, mental, auto-percepo do estado de sade, estilos de vida e comportamentos ligados sade) e sua comparao com a dos outros profissionais dos cuidados de sade e a da restante populao. 2. Compreender se existem diferenas entre enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de sade e outros profissionais relativamente auto-percepo do estado de sade, morbilidade, utilizao dos servios de sade e despesas com a sade e comportamentos relacionados com a sade; 3. Compreender se existe excesso de mortes por causas especficas nos enfermeiros falecidos entre Junho e Setembro de 2003, em Portugal, quando comparados com os outros PCS e os outros profissionais. MATERIAL, POPULAO E MTODOS Reviso sistemtica da literatura Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Identificaram-se as bases de dados a pesquisar tendo em conta o assunto em estudo, o tipo de documentos pretendidos e o intervalo de tempo da RSL. Convencionou-se que, em todas, deveria ser possvel fazer a pesquisa on-line. Ao todo, foram pesquisadas 43 bases de dados, utilizando palavraschave em portugus e ingls (incluindo termos DeCS). A pesquisa limitou-se a documentos em ingls, francs, portugus, espanhol e italiano. No foi estabelecido limite temporal e no foi feita pesquisa manual de bibliografia ou de referncias. Identificaram-se 2 692 documentos a cujos resumos se aplicaram trs critrios de elegibilidade (teste de relevncia). Dos 2 692 documentos, 204 (7,6%) foram excludos por no terem resumo e 1 428 (57,4%) por no cumprirem pelo menos um dos critrios de elegibilidade para esta fase. Passaram fase de avaliao do texto integral um total de 1 060 documentos. Destes 76 eram duplicados pelo que foram excludos. A fiabilidade da aplicao do teste de relevncia foi avaliada por um segundo revisor que aplicou os 3 critrios de elegibilidade a uma amostra aleatria simples dos documentos seleccionados a partir das bases de dados (coeficiente de Kappa=0,9; erro padro=0,05; p<0,01). Aplicou-se um formulrio de colheita de dados aos documentos seleccionados para avaliao do texto integral que continha uma srie de critrios de elegibilidade baseados no STROBE e CONSORT statement e numa extensa reviso de literatura. Dos 984 documentos vrios foram sendo excludos por no se cumprirem critrios de elegibilidade do teste de relevncia e metodolgicos, acabando-se com 187 estudos sobre os quais foram colhidos dados sobre o local, contexto, participantes, resultados,interveno, exposio, efeito e condio de interesse. Os estudos foram avaliados quanto validade interna e externa. Na anlise dos dados utilizou-se a sntese narrativa. No foi feita meta-anlise dada a heterogeneidade encontrada. Como sistema de classificao das evidncias utilizou-se o Scotish Intercollegiate Guidelines Network. Estudo dos Inquritos Nacionais de Sade de 1998/1999 e 2005/2006: Auto-percepo do estado de sade, morbilidade, utilizao dos servios de sade e despesas com a sade e comportamentos relacionados com a sade dos enfermeiros. Estudo observacional, transversal e analtico Utilizaram-se como fontes de dados o 3 e o 4 Inqurito Nacional de Sade. Definiram-se variveis dependentes, independentes e de potencial confundimento. Os dados do 4 INS foram analisados pelo Instituto Nacional de Estatstica, aps redaco das sintaxes pela autora. Neste caso realizou-se, apenas, anlise estatstica descritiva dado no ter sido possvel aceder s variveis de clustering e de estratificao. Recorreu-se s frequncias relativas ponderadas (estimativas) para descrever as variveis de escala nominal e ordinal e mdia, mediana, amplitude do intervalo de variao e amplitude interquartlica para descrever as variveis numricas. Os dados do 3 INS foram analisados tendo em conta o efeito de clustering e a estratificao, para controlar o efeito do desenho do estudo e para evitar erros tipo II, respectivamente. Utilizaram-se contagens no ponderadas, estimativas das propores e mdias populacionais. Apresentaram-se, conjuntamente, os intervalos de confiana a 95%. Na anlise inferencial considerou-se o nvel de significncia a 95%. Consideraram-se, no processo de deciso estatstica, os intervalos de confiana a 95% para a diferena entre as estimativas de cada uma das sub-amostras. O teste Qui-quadrado de Pearson com correco de segunda ordem de Rao-Scott foi utilizado para testar diferenas entre variveis de escala nominal ou ordinal em cada uma das sub-amostras. Utilizou-se o odds ratio e respectivo intervalo de confiana para a tomada de deciso sobre eventuais relaes de dependncia e para avaliar a fora e direco da associao. O teste F corrigido para o efeito do desenho pela estatstica de Wald foi utilizado na anlise da diferena da distribuio de uma varivel de escala numrica e uma de escala nominal ou ordinal. Utilizou-se a anlise de regresso linear e logstica binria, multinominal e ordinal para avaliar a existncia de associao entre as variveis dependentes e independentes controlando para o efeito das variveis de potencial confundimento. Na anlise, os dados com omisso foram considerados eventos aleatrios. Mortalidade nos enfermeiros e outros PCS entre Junho e Setembro de 2003 Estudo observacional, transversal e analtico. A populao em estudo correspondeu populao residente em Portugal Continental e Ilhas dos Aores e da Madeira que faleceu entre 1 de Junho e 30 de Setembro de 2003 no tendo sido feita qualquer amostra. Utilizou-se a base de dados dos certificados de bitos ocorridos em territrio nacional entre 30 de Maio e 30 de Setembro de 2003, fornecida pela Direco Geral da Sade. O estudo dos dados omissos revelou que estes eram eventos aleatrios pelo que era possvel realizar a anlise recorrendo a tcnicas de dados completos. Na anlise das variveis qualitativas nominais foram usadas frequncias absolutas e relativas e moda. A varivel quantitativa numrica idade foi analisada recorrendo mdia e mediana, primeiro e terceiro quartil, amplitude interquartlica e total e desvio padro, coeficiente de assimetria e curtose. Realizou-se anlise de correspondncia mltipla de modo a definir perfis de mortalidade para os indivduos falecidos no perodo em estudo que no tinham dados com omisso para a profisso. Calcularam-se as propores de mortalidade e a razo de mortalidade proporcional de modo a comparar as propores de mortalidade observadas e esperadas por causa e grupo profissional. RESULTADOS Reviso sistemtica da literatura Existe evidncia de nvel 2+ de que as enfermeiras esto em maior risco de desenvolver cancro da mama quando comparadas com outras profissionais dos cuidados de sade; no tm maior risco de desenvolver doena de Hodgkin; no tm um excesso de risco de cancro (independentemente da localizao), cancro do estmago, clon, recto, pncreas, ovrio, rim, bexiga, crebro, tiride ou linfossarcoma. Existe evidncia de nvel 2- de que os enfermeiros: Os enfermeiros esto entre os grupos profissionais mais afectados por problemas msculoesquelticos; Os enfermeiros esto mais expostos a agentes patognicos sanguneos do que a restante populao; Os enfermeiros esto em maior risco de adquirir Tuberculose (TB) quando comparados com a populao em geral; Os enfermeiros, quando trabalham em enfermarias com doentes infectados com TB, tm maior risco de desenvolver TB comparativamente com os que no trabalham nestas enfermarias; As enfermeiras tm um excesso de mortalidade por cancro no geral, leucemia e cancro do pncreas quando comparadas com as outras mulheres trabalhadoras; Existe um excesso de mortalidade por suicdio nas enfermeiras e os enfermeiros sofrem mais acidentes de origem ocupacional que no com corto-perfurantes do que os restantes PCS (excepto internos) e outros grupos profissionais. Existe evidncia de nvel 3 de que os enfermeiros; Esto mais expostos ao vrus da hepatite B do que os mdicos, estudantes de enfermagem e administrativos; No tm nveis de burnout diferentes dos restantes PCS. No se encontraram evidncias sobre: Ocorrncia de infeco por CMV, hepatite A ou C; Risco de cancro da mama nas enfermeiras comparativamente com as outras mulheres no enfermeiras; Risco de melanoma cutneo, risco de cancro do fgado, pulmo, colo do tero, tero ou leucemia, ocorrncia de HTA nos enfermeiros; Excesso de mortalidade por hepatite viral, cancro do clon, crebro, sistema nervoso, quedas acidentais ou morte relacionada com drogas nas enfermeiras em comparao com as mulheres trabalhadoras; Diferenas nas taxas de mortalidade por diabetes mellitus das enfermeiras e das mulheres trabalhadoras de colarinho branco; Ocorrncia de alergias de origem ocupacional, obesidade, asma de origem ocupacional, problemas de sono e hbitos de sono, problemas cardiovasculares, sade mental dos enfermeiros; Ocorrncia de ansiedade, stress ou depresso nos enfermeiros; Ocorrncia de acidentes com corto-perfurantes nos enfermeiros, absentismo nos enfermeiros, abuso de substncias e ingesto de bebidas alcolicas pelos enfermeiros; Prtica de vacinao ou de exerccio fsico, auto-exame da mama, rastreio do cancro do colo do tero, hbitos tabgicos, consumo de medicamentos, hbitos alimentares, autopercepo do estado de sade ou qualidade de vida e bem-estar dos enfermeiros. Estudo dos Inquritos Nacionais de Sade de 1998/1999 e 2005/2006: auto-percepo do estado de sade, morbilidade, utilizao dos servios de sade e despesas com a sade e comportamentos relacionados com a sade dos enfermeiros. Os resultados obtidos em 1998/1999 e em 2005/2006 so bastante semelhantes. Em 1998/1999, no existia diferena na prevalncia de doena aguda, doena crnica, incapacidade de longa durao ou IMC entre os enfermeiros, os outros PCS e os outros profissionais, nada levando a supor que em 2005/2006 os resultados seriam diferentes. H, nos enfermeiros e nos outros PCS, um claro predomnio dos indivduos que percepcionam a sade como muito boa ou boa. Os dados de 1998/1999, demonstram que os outros profissionais, quando comparados com os PCS, tm 52% maior possibilidade de percepcionar o seu estado de sade como razovel relativamente a percepcion-lo como muito bom ou bom. Embora a pontuao mdia e a mediana da pontuao do Mental Health Index no sugira sofrimento psicolgico provvel, os enfermeiros so o grupo profissional com menor pontuao e, como tal, com sade mental mais pobre. Tal , de alguma forma, confirmado por uma maior prevalncia de doena mental nos enfermeiros, comparativamente com os restantes grupos profissionais. A realizao de consulta de sade oral nos 12 meses que antecederam o inqurito diferente entre enfermeiros e outros profissionais. Os enfermeiros tm menor possibilidade de ter feito uma consulta de sade oral nos 12 meses anteriores ao inqurito comparativamente com os no profissionais dos cuidados de sade. Esta diferena encontrada em 1998/1999 provavelmente j no se verifica em 2005/2006 j que, neste perodo, a prevalncia de consulta de sade oral aumentou consideravelmente nos enfermeiros, passando a ser superior verificada nos outros PCS. Os enfermeiros tm menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses anteriores ao inqurito quando comparados com os outros profissionais. Os outros PCS tm, tambm, menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses que antecederam o inqurito quando comparados com os outros profissionais. Os enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no so diferentes no que concerne aos gastos com consultas de urgncia ou outras, gastos com medicamentos ou outros gastos com a sade nas duas semanas anteriores ao inqurito. Conclui-se, tambm, que os enfermeiros, os outros PCS e os outros profissionais no diferem no consumo de medicamentos para dormir, no nmero de dias de toma destes medicamentos ou nos anos de toma. Ser enfermeiro comparativamente com ter outra profisso que no dos cuidados de sade diminui as chances de ser ex-fumador relativamente a nunca ter fumado em 42%. Ser outro PCS que no enfermeiro, e comparativamente com os outros profissionais, aumenta as chances de ter consumido bebidas alcolicas na semana anterior ao inqurito. Quer os enfermeiros quer os outros PCS tendem a no beber sozinhos, sendo mais frequente beberem em estabelecimentos comerciais. A percentagem de enfermeiros e outros PCS que ingeria bebidas alcolicas antes de conduzir era menos de metade da dos outros profissionais. Os enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no diferiam relativamente realizao de actividade fsica pelo menos uma vez por semana. A grande maioria dos enfermeiros estava a fazer algum mtodo contraceptivo. A menor percentagem de indivduos a fazer contracepo verificava-se nos outros PCS. A vacinao contra a gripe era mais frequente nos enfermeiros. Por seu lado, a realizao de pelo menos uma citologia era mais frequente nos outros PCS e bastante superior nos enfermeiros e outros PCS do que nos outros profissionais. O mesmo acontecia relativamente avaliao da tenso arterial. Mortalidade nos enfermeiros e outros PCS entre Junho e Setembro de 2003 Entre Junho e Setembro de 2003 tinham ocorrido mais bitos em mulheres enfermeiras do que nos homens com a mesma profisso. J nos PCS como um todo, ou naqueles que no eram enfermeiros, existia maior proporo de mortes de indivduos do sexo masculino. Os PCS, considerados como um todo ou separadamente em enfermeiros e outros PCS, faleciam mais tarde do que os restantes profissionais. No entanto, para todos os grupos profissionais estudados a maior proporo de bitos ocorria depois dos 74 anos de idade. O mais frequente, em todos os grupos profissionais, era os bitos de causa natural, no domiclio. As duas principais causas de morte no diferiam entre PCS (todos, enfermeiros ou outros PCS) e outros profissionais, embora se verificassem alteraes na posio (primeira ou segunda) de acordo com o grupo profissional. J a terceira principal causa de morte variava entre os grupos estudados: nos PCS (e nos outros PCS) era as doenas do aparelho respiratrio, nos enfermeiros as doenas do sistema nervoso e nos outros profissionais as doenas do aparelho circulatrio, tumores, sintomas, sinais e resultados anormais de exames clnicos e de laboratrio, no classificados em outra parte. A anlise de correspondncias mltiplas veio, em parte, confirmar esta similitude. Permitiu identificar quatro perfis de mortalidade: dois determinados pelo tipo de bito, o grupo etrio e a causa de morte e dois definidos tambm pelo grupo etrio, causa de morte, estado civil e profisso (sem que, contudo, existisse um poder discriminatrio das profisses dos cuidados de sade). Os PCS, comparativamente com os outros profissionais, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho geniturinrio. Os enfermeiros, por seu lado, quando comparados com os outros profissionais, tinham um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho respiratrio e por sintomas, sinais e resultados anormais de exames clnicos e de laboratrio, no especificados em outra parte. Ao comparar a proporo de mortalidade por causa especfica dos enfermeiros com a dos outros PCS verificou-se existir um excesso de mortalidade por algumas doenas infecciosas e parasitrias, doenas endcrinas, nutricionais e metablicas, doenas do sistema nervoso e causas externas de morbilidade e de mortalidade. Verificou-se, tambm, um dfice de mortalidade por doenas do aparelho respiratrio. Os outros PCS, quando comparados com os outros profissionais, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e por doenas do aparelho respiratrio e um dfice de mortalidade por causas externas de morbilidade e de mortalidade. DISCUSSO E RECOMENDAES Das opes metodolgicas A reviso sistemtica da literatura revelou-se um importante instrumento metodolgico, til e adequado no desiderato de responder questo de investigao. Tornou-se bvio que a avaliao da qualidade do estudo essencial para que, no final, se possa discernir sobre as evidncias encontradas. A inexistncia de gold standards para os estudos observacionais levou a que se tivessem de estabelecer padres especficos para esta reviso que se revelaram adequados ao problema em estudo e que permitiram, no final, estabelecer o nvel das evidncias encontradas. A opo pelo sistema SIGN de classificao das evidncias mostrou-se adequada aos objectivos da reviso. A anlise dos 3 e 4 INS colocou vrios desafios que resultaram do facto de ambos utilizarem um desenho amostral multietpico com probabilidades diferenciais das unidades amostrais que englobou estratificao, clustering e ponderao. Este tipo de amostragem implicou uma anlise complexa que contemplou o efeito do desenho da amostra que s foi possvel no caso dos dados do 3 INS. Apesar das limitaes que um estudo de mortalidade proporcional pode apresentar considera-se que, no presente caso, as vantagens superaram as desvantagens. Para alm disso, foi possvel, atravs dos resultados obtidos, discernir acerca das hipteses estipuladas e, assim, contribuir para futuras linhas de investigao. Da sade dos enfermeiros Determinantes Em 1998/1999 ser enfermeiro, comparativamente com outra profisso que no dos cuidados de sade diminua a possibilidade de ser ex-fumador relativamente a nunca ter fumado o que pode reflectir a contribuio do conhecimento sobre os efeitos nocivos do tabaco para a tendncia para no fumar. Os outros PCS, comparativamente com os no PCS, tm maior possibilidade de terem consumido bebidas alcolicas na semana anterior ao inqurito mas o padro de consumo no diferia. Os enfermeiros e os outros PCS consumiam menos bebidas ao almoo e ao jantar do que os outros profissionais. Por outro lado, tambm tendiam a beber menos sozinhos optando por beber em estabelecimentos comerciais (mas em menor percentagem do que os outros profissionais) ou em eventos desportivos. A percentagem de enfermeiros e de outros PCS que tinham ingerido bebidas alcolicas antes de conduzir era cerca de metade da verificada nos outros profissionais. De acordo com a RSL realizada, no existiam evidncias sobre o consumo de medicamentos pelos enfermeiros. A anlise dos INS revelou, igualmente, no existirem diferenas entre enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no consumo de medicamentos para dormir, mesmo relativamente ao nmero de dias, nas 2 semanas anteriores ao inqurito ou o nmero de anos de toma. De acordo com os dados do 4INS, os enfermeiros e os outros PCS tinham tomado mais medicamentos receitados nas duas semanas anteriores ao inqurito, sendo que nos enfermeiros a percentagem era cerca de 10% superior dos outros PCS. Os resultados parecem indiciar um provvel acesso privilegiado dos PCS a medicamentos para os quais necessrio receita mdica. Por outro lado, a baixa diferena na toma de medicamentos no receitados sugere que no existe uma padro muito marcado de auto-medicao o que seria de esperar num grupo profissional com um conhecimento teraputico privilegiado. A RSL demonstrou no existirem evidncias sobre a prtica de vacinao nos enfermeiros. A anlise descritiva do 4 INS permitiu verificar que a percentagem de enfermeiros que j tinha, alguma vez, vacinado contra a gripe era superior dos outros PCS ainda que fosse inferior dos outros profissionais. Estes dados podem indicar um padro diferente de vacinao contra a gripe nos enfermeiros. A diferena encontrada na realizao de pelo menos uma mamografia durante a vida entre as PCS e as outras profissionais pode, eventualmente, ser explicada pela diferena na idade das primeiras (mais novas) e das segundas. Na RSL no existiam evidncias sobre a prtica de mamografia. A percentagem de mulheres PCS que j tinha feito pelo menos um rastreio do cancro do colo do tero era superior verificada nas outras profissionais. Vrios estudos demonstraram que os PCS parecem vigiar mais amide a sua sade reprodutiva, nomeadamente, realizando rastreios do cancro do colo do tero e da mama mais frequentemente. Os enfermeiros eram os que apresentavam maior percentagem de indivduos a fazerem um mtodo contraceptivo, seguiam-se os outros PCS e os outros profissionais. Poder-se- colocar a hiptese que as diferenas observadas derivam da diferena de idade entre os grupos profissionais. A contracepo no foi estudada na RSL. A percentagem de outros PCS e de outros profissionais que tinham avaliado a TA nos 3 meses anteriores ao 4 INS era inferior dos enfermeiros. Achado idnticos aos descritos por outros autores. Esta diferena poder ser explicada pelo facto de a avaliao da TA ser uma actividade habitualmente realizada pelos enfermeiros (e por outros PCS) o que lhes facilitaria o acesso mesma e lhes permitiria a auto-avaliao. Em 1998/1999 os enfermeiros tinham menor possibilidade de ter feito uma consulta de sade oral do que os outros PCS. No entanto, e mesmo tendo em conta as limitaes de anlise dos dados de 2005/2006, esta tendncia parecia ter-se alterado. Os enfermeiros tinham menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses anteriores ao INS comparativamente com os outros profissionais. Tal pode indicar uma utilizao de corredor dos servios de sade decorrente da proximidade com o mdico e que se efectivaria em consultas informais. Morbilidade Com a anlise dos INS, verificou-se que o perfil de morbilidade dos enfermeiros, outros PCS e outros profissionais, nas dimenses consideradas, no era diferente. A inexistncia de diferenas entre os grupos profissionais, encontrada a partir dos dados do INS, pode ser explicada por se ter agregado todas as doenas crnicas (diabetes, asma ou bronquite crnica, alergia, hipertenso arterial e lombalgias) numa s varivel (doena crnica). Esta categorizao pode ter mascarado prevalncias superiores de doenas que se sabem estar associadas ao trabalho de enfermagem, como o caso das lombalgias. No se verificaram diferenas entre os grupos profissionais relativamente ao valor mdio de IMC aps controlar para o efeito de potenciais confundimentos. Resultados semelhantes foram descritos por vrios autores. Os enfermeiros aparentavam ter estados mais pobres de sade mental que os outros PCS mas melhores que os outros profissionais. Pode-se postular que a eventual diferena entre enfermeiros e outros PCS deriva da singularidade do cuidar em enfermagem, da ateno especial que o caracteriza. Pode ser reflexo da complexidade emocional do trabalho em enfermagem. Auto-percepo do estado de sade Verificou-se que os PCS, considerados como um todo, ou separadamente em enfermeiros e outros PCS, tendiam a percepcionar a sade de forma mais positiva que os outros profissionais. Vrios autores referem como determinantes da auto-percepo do estado de sade, o estado fsico, a doena crnica, o estatuto scio-econmico e os estilos de vida. No estudo da auto-percepo do estado de sade controlaram-se os efeitos destes determinantes. Contudo, as diferenas entre os grupos profissionais mantinham-se. A disponibilidade de servios de sade um importante determinante da percepo do estado de sade. Este factor no foi tido em conta o que poder, eventualmente, explicar a variao obtida. Outro factor no medido foi a sade mental e outros factores psico-sociais como o apoio emocional, o stress e a auto-estima que influenciam, igualmente, a auto-percepo do estado de sade. Mortalidade Trs aspectos caracterizavam a mortalidade dos PCS: morriam mais tarde do que os no profissionais de sade, tinham um dfice de mortalidade na maioria das causas consideradas at aos 54 anos de idade, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho geniturinrio. Na base do dfice de mortalidade podem estar diversos factores. Os PCS podem beneficiar dos seus prprios conhecimentos e, assim, terem estilos de vida mais saudveis e comportamentos relacionados com a sade que lhes permita viver mais tempo. O trabalho no sector da sade, e mais precisamente o trabalho dos PCS (enfermeiros e outros) era relativamente estvel, seguro e no existia desemprego, nos restantes grupos profissionais existiriam profisses para as quais tal no se verificava. Assim, em algumas delas, os indivduos podero ter sido vtimas de desemprego ou de condies precrias de trabalho (subemprego) que, cumulativamente com outras desvantagens adquiridas ao longo da vida, podem ter influenciado fortemente a sade do indivduo e consequentemente, a sua morte. O excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso nos PCS foi j descrito noutros estudos. Uma das possveis explicaes pode advir dos PCS terem falecido mais tarde do que os indivduos com outras profisses e, como tal, terem desenvolvido estas patologias devido a um processo natural de envelhecimento. Outra das explicaes, e, neste caso especificamente para os enfermeiros, pode ter a ver com a elevada prevalncia do sexo feminino. Na presente investigao, detectou-se, tambm, um excesso de mortalidade por tumores nas mulheres PCS quando comparadas com as mulheres dos outros grupos profissionais. Este padro mantinha-se quando se comparavam as enfermeiras ou as outras PCS com as restantes mulheres. O excesso de mortalidade por tumores mantinha-se nas enfermeiras quando se utilizava, como grupo de comparao, as outras PCS. O conhecimento actual que existe sobre a etiologia dos tumores malignos est condicionado pela noo desta complexa teia de causalidade e pelos mtodos epidemiolgicos que so utilizados para a estudar. Os profissionais dos cuidados de sade, durante o seu exerccio profissional so expostos a uma srie de substncias qumicas entre as quais se encontram frmacos, gases anestsicos, agentes de limpeza e de esterilizao, solventes, sabes e reagentes com potenciais efeitos mutagnicos, carcinognicos e teratognicos. Os resultados obtidos com a presente investigao no justificam recomendaes sobre intervenes. O conhecimento sobre a sade dos enfermeiros e a influncia que o trabalho de enfermagem tem sobre esta , ainda, lacunar. Assim, recomenda-se: O desenvolvimento de programas de vigilncia de sade dos enfermeiros e dos outros profissionais dos cuidados de sade; A melhoria da declarao e codificao da profisso nos certificados de bito; A anlise sistemtica das causas de bito por grupo profissional; A criao de mecanismos de acesso aos dados dos Inquritos Nacionais de Sade que, sem colocar em causa o anonimato dos respondentes, permita a anlise de dados exaustiva e inferencial.

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Trabalho de projecto de mestrado em Artes Cnicas