14 resultados para organizações trabalho saúde

em ReCiL - Repositório Científico Lusófona - Grupo Lusófona, Portugal


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O presente estudo, enquadrado na rea de gesto de recursos humanos, tem como principal objectivo identificar os factores motivacionais que orientam a adeso especializao, no grupo profissional dos enfermeiros. Trata-se de um estudo de natureza exploratria, transversal, descritivo, analtico, comparativo e quantitativo. A populao do estudo foi o grupo de enfermeiros portugueses, sendo a sua amostra composta por 150 enfermeiros. Este grupo foi seleccionado a partir de um processo de amostragem probabilstica estratificada, sem reposio. O instrumento de recolha de dados foi o inqurito por questionrio. Para o efeito usou-se o questionrio da motivao para a formao (QMF) de Carr (2001), tendo sido j adaptado para a populao portuguesa por Correia (2009). A formao contnua uma condio importante no desenvolvimento do indivduo, quer a nvel pessoal, quer a nvel profissional; assim como no desempenho da organizao onde o indivduo exerce a sua profisso. O presente trabalho pretende, assim, identificar os factores motivacionais na funo de enfermeiro, e que conduzem adeso da especializao, em particular ao Curso de Ps-Licenciatura em Enfermagem. Numa primeira parte, faz-se a definio e avaliao da funo, desenhando-se um mapa de competncias; identificando-se, em paralelo, os motivos/expectativas que levam estes profissionais da saúde especializao desta mesma escala. Decorrente dos resultados obtidos, o presente trabalho conclui que as duas principais motivaes dos enfermeiros para a frequncia do CPLEE so a motivao extrnseca Operacional Pessoal e a motivao extrnseca Operacional Profissional. Foi ainda possvel determinar que a idade, o gnero, o vnculo instituio e a situao financeira tambm tm um papel decisivo no que concerne motivao dos enfermeiros para a frequncia do CPLEE. Este estudo permitiu ainda consolidar o questionrio da motivao para a formao desenvolvido por Philippe Carr, aplicado populao portuguesa, de forma a analisar a motivao dos enfermeiros portugueses para a frequncia do CPLEE. Quanto s implicaes prticas, pretende-se contribuir para o desenvolvimento e melhoria das prticas de recursos humanos no sector da saúde. Balana-se aqui, consequentemente, um equilbrio entre o diagnstico organizacional, e a prescrio prtica. Potencialmente, poder servir de roadmap para reas como o recrutamento e seleco, gesto de carreiras, formao e desenvolvimento, desenho de trabalho e de funes; e, adicionalmente, para uma melhor gesto acadmica do ensino ps-graduado, na carreira da enfermagem.

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A Gesto, como arte e experincia, tem sido infelizmente pouco solicitada para participar activamente no crucial e urgente processo de regenerao e reverso do Sistema Nacional de Saúde em Portugal. Perante a prevalncia notria da perspectiva macroeconmica da economia da saúde, a gesto tem-se remetido quase ao servio mnimo de repositrio e subserviente cumpridor da norma emanada dos diversos e diversificados poderes da saúde, nomeadamente os poltico e burocrtico. Sem querer com isto pretender ter encontrado a panaceia para a interveno no processo, julga-se que sem um forte contributo da gesto jamais se atingir o objectivo pretendido de flexo no andamento notoriamente negativo dos ltimos anos. E isso passa por dois aspectos cruciais inerentes s organizações de saúde: acreditar verdadeiramente nas competncias detidas pelas suas lideranas intermdias e apostar na respectiva delegao de poder e deciso. A contrapartida para isso ser um srio, genuno, forte, diferenciado e negociado processo de contratualizao interna e avaliao de desempenho em excelncia das unidades, servios e centros nucleares da estrutura, em que de uma vez por todas se arrede a tradicional e j demonstradamente prejudicial posio negocial leonina dos diversos centralismos da saúde em Portugal.

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O sector da saúde a nvel nacional e internacional atravessa uma fase de digitalizao de processos. As organizações de saúde tm por isso sido confrontadas com a realizao de projectos de sistemas de informao. Sendo a sua rea de actuao sensvel, essencial diminuir o impacto da mudana provocada pela implementao de sistemas de informao para a saúde, maximizando a eficincia dos sistemas de informao e minimizando o impacto negativo na prestao de cuidados de saúde. Um dos principais problemas de um processo de mudana o impacto nos profissionais, que exercem resistncia, podendo inviabilizar o projecto de sistemas de informao. Neste mbito, surge a gesto da mudana, que pretende suportar a mudana organizacional. Tendo em conta a importncia dos sistemas de informao para a actividade das organizações de saúde, pretende-se estudar o comportamento dos profissionais e da organizao durante o processo, ou seja, as caractersticas dos processos da gesto de mudana em projectos de sistemas de informao de saúde. A metodologia de investigao utilizada seguiu um mtodo qualitativo interpretativo com base num estudo de caso. A instituio escolhida foi o Centro Hospitalar de S. Francisco, Leiria. Procurou-se ainda uma confrontao dos principais resultados obtidos atravs da realizao de um inqurito alargado a profissionais de outras organizações de saúde. Com os resultados obtidos espera-se poder auxiliar as organizações na definio de estratgias para maximizar a aceitao dos sistemas de informao e minimizar a resistncia dos profissionais. Os resultados do estudo indiciam j uma tendncia das organizações de saúde na aplicao de estratgias para minimizar o impacto dos processos de mudana nos projectos de sistemas de informao.

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A promoo de aes e/ou programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) vem se tornando a maneira pela qual possvel se desenvolver e manter a motivao e o comprometimento dos colaboradores, resultando em inmeros benefcios. Contudo, cada programa deve ter um direcionamento, uma vez que cada empresa tem a sua especificidade. O presente estudo teve como objetivo expor possveis aes e programas de promoo da QVT com o propsito de melhorar a saúdedo trabalhador e o ganho das empresas. Realizou-se um estudo de reviso narrativa do conhecimento disponvel na literatura, com consulta s seguintes bases de dados: DEDALUS, LILACS, MEDLINE e Scielo, tendo como base os perodos de 1995-2008. Conclui-se que, ainda hoje, existem poucas aes que visam melhora da qualidade de vida no trabalho. Deve-se diminuir a distncia entre o discurso e a prtica, para que aes e/ou programas de QVT no sejam apenas mais um modismo e no venha a desaparecer diante da primeira dificuldade a ser enfrentada.

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A medida de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) vemsurgindo no meio cientfico como instrumento importante para a investigao e avaliao da saúde ocupacional dos indivduos, de forma holstica. Os instrumentosde medida so desenvolvidos para as mais diversas finalidades e indicaes, sendo realizadas atravs de escalas genricas do estado de saúde e escalas especficas a uma determinada situao. As- sim, o objetivo do presente estudo levantar alguns aspectos importantes relacionados QVT , buscando apresent-los sistematizadamente sob a forma de conceitos, indicadores e instrumentos de medida utilizados, e validados no Brasil. Realizou-se um estudo de reviso narrativa do conhecimento disponvel na literatura, com consulta s seguintes bases de dados: DEDALUS, LILACS, MEDLINE e Scielo, tendo como base os perodos de 1995-2008. Conclui-se que apesar de serem instrumentos reconhecidos nacional e internacionalmente, ainda so necessrios mais estudos de aplicao, para melhor assegurar as suaspropriedades psicomtricas, aplicabilidade, melhor forma de administrao e as possveis interferncias interexaminadores.

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Foram objetivos do presente estudo proceder anlise das relaes entre Valores de trabalho, Satisfao no trabalho e Satisfao com a vida em profissionais do sector da saúde e perceber se dimenses como antiguidade na empresa, os anos de experincia e o nmero de organizações, funo, definio de objetivos, avaliao do desempenho, idade, escolaridade, sexo e estado civil tinham um papel nas dimenses principais do estudo. Foi recolhida uma amostra de 214 profissionais da saúde, sendo 24% do sexo masculino e com idades entre 21 e 71 anos (M=40.06; DP=10.93). Foram utilizados os instrumentos WVS (Schwartz, 1994), QSGT (Hackman & Oldham, 1975) e SWLS (Diener, 1984). Os resultados mostraram que existe uma relao positiva entre a satisfao na vida e a satisfao no trabalho; que quanto mais elevados eram os valores de trabalho Poder, Realizao, Hedonismo, Estimulao, Auto direo, Benevolncia, Conformismo e Segurana, maior era a Satisfao no trabalho; que quanto mais elevados so os valores de trabalho Poder, Realizao, Hedonismo, Estimulao, Auto direo, Universalismo, Benevolncia, Tradio, Conformismo e Segurana maior era a Satisfao com a vida; e que existem diferenas entre sexos, idade, estado civil e escolaridade ao nvel dos valores de trabalho. Contudo, apesar da satisfao com a vida ser influenciada pela satisfao no trabalho e pelos valores de trabalho, estas dimenses, por si s, no explicam fortemente a satisfao com a vida.

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Neste estudo sintetizam-se achados epidemiolgicos de morbi- mortalidade decorrentes de acidentes de trabalho napopulao brasileira. O objetivo do estudo descrever o perfil dos acidentes de trabalho no Brasil entre 2004 e 2007. Trata-se de um estudo descritivoexploratrio utilizando como fonte de dados a estatstica anual de acidentes do trabalho da Previdncia Social. Foram notificados 465.700 mil acidentesem 2004 e 653.090 em 2007, mostrando uma tendncia ascendente nos acidentes com trabalhadores formais no Brasil. Evidenciou-se que o estado de residncia com maior acidentabilidade foi Santa Catarina com uma mdia de 577,3 acidentes para cada 100.000 trabalhadores. O aumento da participao feminina nos acidentes de trabalho se manteve estvel comparado a pesquisas realizadas anteriormente. A maior parte dos acidentes, independente do sexo, ocorreu com trabalhadores entre 20 e 39 anos. Os acidentes tpicos continuam superando os casos com 83,8% dos acidentes de trabalho no Brasil. Em relao aos setores de atividade econmica, a maior proporo de acidentes encontrou-se no setor de Servios (50,1%), seguido do setor Transformao (36,4%). Os acidentes liquidados por incapacidade temporria perfez 32,8% e o nmero anual de morte por acidentes de trabalho foi de 2.800 trabalhadores. Esses dados chamam a ateno para a necessidade de divulgao permanente dessas informaes, a fim de sensibilizar as organizações pblicas e privadas envolvidas na rea da saúde ocupacional.

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A presente dissertao tem como objectivo estudar a percepo dos colaboradores a respeito da Responsabilidade Social da Organizao exercida pela organizao onde trabalham e a relao desta com a Satisfao no Trabalho. Cento e sete colaboradores de um call center responderam a um questionrio que inclua as escalas de Percepo de Responsabilidade Social, Satisfao no Trabalho e a escala de Call Center construda para este estudo. As hipteses so, duas, verificar se quando maior a percepo de prticas socialmente responsveis nas diferentes dimenses (colaboradores, ambiente e comunidade e econmica) maior a satisfao com o trabalho e se as condies de trabalho na organizao apresentarem nveis elevados, maior a Satisfao no Trabalho. Dos resultados obtidos, concluiu-se uma associao positiva entre as trs dimenses da Responsabilidade Social com a Satisfao no Trabalho, em particular uma associao mais elevada com a dimenso Percepo da Responsabilidade Social - Ambiente e Comunidade. Destaca-se tambm que a Satisfao no Trabalho est mais associada com a percepo do reconhecimento profissional do que com as condies de trabalho no call center.

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Os riscos de propagao de doenas com expresso epidmica ou pandmica, so, hoje, fenmenos que determinam insegurana na populao e que autoridades de saúde procuram analisar, reduzir e comunicar. De forma a monitorizar e gerir os mecanismos de controlo, tm vindo a ser desenvolvidas a nvel regional, nacional e continental infra-estruturas de gesto da Saúde Pblica. Tais infra-estruturas recorrem normalmente a pesquisas e anlises de dados alfanumricos, compilados e armazenados em arquivos locais e centrais por hospitais e outros servios de saúde, sendo a sua disponibilizao e tratamento muito limitados B rea geogrfica onde so registados. Com o crescimento dos servios disponveis na Internet aumentou tambm a capacidade de partilha de conhecimentos e de informao, possibilitando uma apreciao mais frequente e abrangente de situaes anmalas de Saúde Pblica. Paralelamente, a anlise e geso desses dados numa perspectiva espacial, atravs de Sistemas de Informao Geogrfica, tem vindo a ganhar consistncia em inmeras situaes como, por exemplo, a conteno da propagao de epidemias. Este trabalho apresenta esses novos dispositivos j ensaiados em Portugal.

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Neste estudo comearemos por avaliar as estruturas materiais e simblicas que facilitam ou dificultam as carreiras profissionais de mulheres nas organizações, como sejam o apadrinhamento individualizado (tutoria ou mentoring) ou, ainda, as redes masculinas de entreajuda e protectorado (homofilia). Esta , na verdade, uma questo que se coloca a ambos os sexos mas que nos parece mais delicada para as mulheres, pois so estas, mais do que os homens, que acabam por conhecer o verdadeiro sentido dos tectos de vidro, ou seja, os mltiplos constrangimentos, nem sempre bvios, que dificultam a sua mobilidade profissional. Recorreremos frequentemente a um estudo que realizmos em 2000 com agncias de viagens, um sector da indstria do turismo com forte impacto na economia, e no qual procurmos compreender por que so to acentuados os desequilbrios no acesso e desenvolvimento de carreiras profissionais, nomeadamente chefia de topo, por parte de mulheres.

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As histrias contadas nas organizações oferecem aos investigadores e aos especialistas de Desenvolvimento Organizacional um acesso privilegiado compreenso e interveno na(s) cultura(s) de uma organizao. Inspirando-se em perspectivas tericas como o construtivismo social, o simbolismo organizacional e a teoria crtica, esta nossa reviso examina alguns estudos fundamentais sobre as histrias das organizações (organizational stories) e o processo de contar histrias (storytelling), identifica fundamentos multidisciplinares e lana alguns desafios para que mais aplicaes do trabalho com histrias venham a ter lugar nas organizações.

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As organizações so responsveis por uma significativa fatia das nossas experincias de vida e constituem um invlucro que raramente nos abandona, que atravessamos diariamente e nos deixa marcas, umas mais benvolas e gratificantes,outras aterradoras ou estigmatizantes. As organizações so tudo isto e ainda veculos, talvez dos mais importantes, que crimos para cooperar e, paradoxalmente, nos magnificarmos individual ou colectivamente. Neste nosso estudo procurmos descrever e interpretar o funcionamento das organizações, concentrando-nos em processos que consideramos hoje particularmente crticos: as institucionalizaes de sentido. A nossa hiptese de partida levou-nos a sustentar que os processos de institucionalizao e de auto-institucionalizao desempenham um papel central nas sociedades actuais, submetidas mais do que nunca a brutais oscilaes entre o orgnico e o inorgnico. A centralidade destes processos de auto-institucionalizao tentada e, em alguns casos, consumada decorre do facto de se assistir a uma crescente impregnao do social e do pessoal pelo institucional como condio para uma maior eficcia quer dos indivduos, quer das organizações. Institucionalizar significa encurvar a linha do tempo para fazer existir algo, criar um tempo prprio para que um nome, uma imagem, um valor, uma rotina, um produto, enfim, um edifcio de sentido possa perdurar. Trata-se de um jogo que consiste em procurar as melhores oportunidades para os nossos projectos e ambies (alis, no caso da nossa prpria auto-institucionalizao como se dissssemos: suspenda-se o tempo linear para que esta representao ou verso mtica de mim possa existir e vingar). De forma mais dramtica ou mais ldica, tal tipo de jogo generalizou-se e tem como palco privilegiado, mas no exclusivo, os media. Em resumo: institucionalizar sempre ralentir son histoire (Michel Serres), introduzir uma temporalidade mtica no tempo histrico da comunicao e ocupar um lugar numa estrutura institucionalizada de memria, retirando da considerveis vantagens simblicas e materiais. No restringimos, pois, estas observaes esfera organizacional. A compulso generalizada a tudo tornar instituio arrasta-nos a ns prprios enquanto indivduos, traindo um intenso desejo de permanecer, de resistir volatilidade social, ao anonimato, de tal modo que podemos falar hoje em instituies-sujeito e em sujeitos-que-se-modelam-como-instituies. Pela sua prpria auto-institucionalizao os indivduos procuram criar um campo de influncia, estabelecer uma cotao ou uma reputao, fundar um valor pelo qual possam ser avaliados numa bolsa de opinio pblica ou privada. Qual o pano de fundo de tudo isto? O anonimato, causador de to terrveis e secretos sofrimentos. Alguns breves exemplos: a panteonizao ou, alis, a vontade de panteo de Andr Malraux; o processo de auto-santificao de Joo Paulo II, como que a pr-ordenar em vida o percurso da sua prpria beatificao; o gnio cannico dos poetas fortes, teorizado por Harold Bloom; o mpeto fundacional que se manifesta na intrigante multiplicao no nosso pas de fundaes particulares civis criadas por indivduos ainda vivos; ou, mais simplesmente, a criao de um museu dedicado vida e carreira musical da teen-diva Britney Spears, antes mesmo de completar vinte anos. Mas, afinal, o que fizeram desde sempre os homens quando institucionalizavam actividades, prticas ou smbolos? Repetiam um sentido e,repetindo-o, distinguiam-no de outros sentidos, conferindo-lhe um valor que devia ser protegido. A ritualizao, ou, se se quiser, um processo de institucionalizao, envolve, entre outros aspectos, a proteco desse valor estimvel para um indivduo, uma faco, um agrupamento ou uma comunidade. Processos de institucionalizao, e mesmo de auto-institucionalizao, sempre os houve. No encontraremos aqui grande novidade. Os gregos fizeram-no com os seus deuses, institucionalizando no Olimpo vcios e virtudes bem humanas. Quanto s vulnerabilidades e aos colapsos da nossa existncia fsica e moral, as tragdias e as comdias helnicas tornaram-nos a sua verdadeira matria prima. A novidade reside sobretudo nos meios que hoje concebemos para realizar a institucionalizao ou a auto-institucionalizao, bem como na escala em que o fazemos. A nossa actual condio digital, por mais que a incensemos, no muda grande coisa questo de base, isto , que as projeces de eternidade permanecero enquanto o inorgnico continuar a ser o desafio que ciclicamente reduz a nada o que somos e nos faz desejar, por isso mesmo, ostentar uma mscara de durao. Defendemos tambm neste estudo a ideia de que as narrativas, sendo explcita ou implicitamente o contedo do institudo, so simultaneamente o meio ou o operador da institucionalizao de sentido (no o nico, certamente, mas um dos mais importantes). O acto de instituir consubstancial do acto narrativo. Instituir algo relatar, com pretenso legitimidade, quem , o que e a que privilgios e deveres fica submetido esse institudo, trate-se de uma ideia, valor, smbolo, organizao ou pessoa. Mesmo quando a complexidade do discurso jurdico parece querer significar que se instituem apenas normas ou leis, bem como o respectivo regime sancionatrio, o que, na verdade, se institui ou edifica (o que ganha lugar, volume, extenso material e simblica) so sempre redes de relaes e redes de sentido, isto , narrativas, histrias exemplares. A institucionalizao o mecanismo pelo qual respondemos, narrativamente, disperso dos sentidos, a uma deficiente focagem da ateno social ou da memria, e procuramos estabilizar favoravelmente mundos de sentido, sejam eles reais ou imaginados. Apresentemos, muito sumariamente, algunspontos que nos propusemos ainda desenvolver: Num balanceamento permanente entre orgnico e inorgnico (pois os tempos so de disperso do simblico, de des-legitimao, de incerteza e de complexidade), as organizações erguem edifcios de sentido, sejam eles a cultura empresarial, a comunicao global, as marcas, a imagem ou a excelncia. Neste contexto, a mera comunicao regulada, estratgica, j no cumpre eficazmente a sua misso. A institucionalizao um dos meios para realizar a durao, a estabilizao de projectos organizacionais e de trajectos individuais. Mas nem os prprios processos de institucionalizao se opem sempre eficazmente s bolsas de inorgnico, potencialmente desestruturantes,que existem dentro e em torno da organizao. Os processos de institucionalizao no constituem uma barragem contra o Pacfico. A eroso e o colapso espreitam-nos, ameaando a organizao, como ameaam igualmente as ambies dos indivduos na esfera pblica ou mesmo privada. Uma das respostas preventivas e, em alguns casos, tambm reparadoras de vulnerabilidades, eroses e colapsos (seja de estruturas,de projectos ou de representaes) a auditoria. As auditorias de comunicao, alis como as de outro tipo, so prticas de desconstruo que implicam fazer o percurso ao invs, isto , regressar do institudo anlise dos processos de institucionalizao. O trabalho de auditoria para avaliar desempenhos, aferindo o seu sucesso ou insucesso, comea a ser progressivamente requisitado pelas organizações. Tivemos, alis, a oportunidade de apresentar uma abordagem narrativa-estratgica de auditoria de comunicao, recorrendo, para o efeito, a algumas intervenes que acompanhmos em diversas empresas e instituies, as quais, em vrios momentos, se comportaram como verdadeiras organizações cerimoniais, retricas. Assim, comemos por destacar as dificuldades que uma jovem empresa pode sentir quando procura institucionalizar, num mercado emergente, novos conceitos como os de produto tecnolgico e fbrica de produtos tecnolgicos. Vimos, em seguida, como uma agncia de publicidade ensaiou a institucionalizao de um conceito de agncia portuguesa independente, ambicionando alcanar o patamar das dez maiores do mercado publicitrio nacional. Uma instituio financeira deu-nos a oportunidade de observar posicionamentos de mercado e prticas de comunicao paradoxais a que chammos bicfalos. Por fim, e reportando-nos a um grande operador portugus de comunicaes, apresentmos alguns episdios erosivos que afectaram a institucionalizao do uso de vesturio de empresa pelos seus empregados. Haver um conhecimento rigoroso das condies em que funcionam hoje as organizações enquanto sistemas de edificao e de interpretao de sentido? No o podemos afirmar. Pela nossa parte, inventarimos filiaes tericas, passmos em revista figuraes, prticas e operatrias. Analismos as condies em que se institucionalizam, vulnerabilizam, colapsam e reparam estruturas de sentido, seja nas organizações seja em muitas outras esferas sociais e mesmo pessoais. Um glossrio mnimo com conceptualizaes por ns prprios criadas ou afinadas podia contemplar as seguintes entra das, entre muitas outras possveis: quadro projectado, quadro literal, mapa de intrigas, capacidade de intriga, tela narrativa, narrao orgnica e fabuladora, narrativa cannica, edifcio de sentido, estrutura institucionalizada de memria, memria disputada, cotao social, processo de institucionalizao e de auto-institucionalizao,institucionalizao sob a forma tentada, actividade padronizada, trabalho de reparao de sentido. Diramos, a terminar, que a comunicao, tal como a entendemos neste estudo, o processo pelo qual os indivduos e as organizações realizam a institucionalizao, isto , disputam, mantm viva e activa uma memria e, ao mesmo tempo, previnem, combatem ou adiam as eroses e os colapsos de sentido que sempre acabam por vir dos seus ambientes interiores ou exteriores. A comunicao est hoje, claramente, ao servio da vontade de instituir que se apoderou dos indivduos, dos grupos e das organizações,e pela qual enfrentam e respondem aos inmeros rostos do inorgnico, a comear, como tantas vezes referimos, pelo anonimato. No estranharemos, ento, que seja por uma comunicao com vocao institucionalizadora que marcamos e ritualizamos (fazemos repetir, regressar ou reparar) o que, para ns, indivduos ou organizações, encerra um valor a preservar e que julgamos encerrar um valor tambm para os outros.

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RESUMO: Este trabalho realizado com o objectivo de contribuir para uma melhor compreenso da Esquizofrenia e a sua relao com a criminalidade e a melhor forma de intervir psicolgica e socialmente com o intuito de reabilitar o doente mental e reinseri-lo na sociedade, evitando fenmenos de estigma e excluso social. Sendo este tema muito abrangente e complexo, o que se pretende, de forma descritiva, abordar noes, segundo uma perspectiva psicolgica forense, que permitam a reflexo sobre o estatuto de inimputvel e a medida a aplicar a estes sujeitos (criminosos ou doentes mentais?) com caractersticas muito peculiares. Torna-se evidente a necessidade de desenvolver esforos no sentido de prevenir e reabilitar clnica e socialmente os indivduos que sofrem de doena mental e que por razo desta cometeram um crime, nomeadamente atravs da criao de programas de interveno adequados casustica. Nesse sentido, neste trabalho proposto um modelo de interveno psicossocial, aqui elaborado sob a forma de programa de interveno comunitrio, tendo como principais objectivos, a reabilitao clnica e a reinsero social do utente na comunidade local, a preveno da recidiva da doena e a reincidncia no crime, a reduo do estigma e excluso social associado doena mental e a promoo do acesso aos direitos e igualdade de oportunidades.

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RESUMO: A presente investigao incide no estudo da influncia das dimenses do controlo do acesso Internet, propostas por Hackman e Oldham (1975), e das facetas da satisfao com o trabalho, propostas por Spector (1985) num contexto organizacional. Os dados foram obtidos atravs da aplicao de trs escalas avaliativas: o "Job Diagnostic Survey" (JDS), o "Job Satisfaction Survey" (JSS), e uma escala criada para avaliar as dimenses do controlo do acesso Internet. O estudo incidiu numa amostra de convenincia, constituda por 135 colaboradores pertencentes a trs organizações. Os resultados obtidos demonstraram que apenas trs dimenses revelaram relaes de antecedncia com as dimenses da satisfao com o trabalho: no bloqueio a pginas e aplicaes foram identificadas relaes de antecedncia com a da satisfao com os benefcios adicionais e com a promoo. Quanto voz nas polticas da organizao foram identificadas relaes com a satisfao com os colegas, e com a natureza do trabalho. E na legislao foram identificadas relaes com a satisfao com as recompensas contingenciais, com as condies operantes e com a comunicao. Os resultados levaram no confirmao do modelo em anlise, por no estar em linha com o quadro terico estabelecido. Foram discutidas algumas das implicaes dos resultados obtidos. ABSTRACT: The current research focus in the study of influence between the Internet Access control dimensions, proposed in this study, and the global Job satisfaction, proposed by Hackman e Oldham (1975) and the job satisfaction facets proposed by Spector (1985) in a organizationsl context. The data eas obtained through the application of three scales: num contexto organizacional. "Job Diagnostic Survey" (JDS), the "Job Satisfaction Survey" (JSS),and a scale that was created to evaluate the internet Access control. The study focused on a convenience sample, constituted by 135 participants from three organizations. The results show that only three dimensions revealed to have an antecedent relationship with the job satisfaction dimensions: in the websites and applications blocking, it was identified as having an antecedent relationship with the satisfaction with fringe benefits and promotion. Voice in the organizational policies was verified as an antecedent to the dimensions of the satisfaction with the coworkers and with the nature of work. And finally, the legislation was confirmed as an antecedent in the relationship with the dimensions satisfaction with contingent rewards, operating conditions and communication. The results led to the non confirmation of the studied theoretical model. Some of these results implications were discussed.