40 resultados para JORNALISMO INVESTIGATIVO
em ReCiL - Repositório Científico Lusófona - Grupo Lusófona, Portugal
Resumo:
O texto reflecte, a partir do caso «Lula e o New York Times», os limites e as imposições do processo de enunciação dos discursos. Chama atenção para a importância que tem o âmbito da linguagem para a produção da actualidade jornalística, enfatizando que seu estatuto não se situa excludentemente no âmbito da cultura e dos valores relativos à produção da noticiabilidade. Os processos de produção de sentido são proferidos por estratégias discursivas em vários campos sociais. Mostra que o campo jornalístico é actor e paciente e finalmente, diz que o texto jornalístico além de condensar vários textos, é a instância quem controla os fluxos de sentidos uma vez que é quem profere o sentencimento da questão. Isso significa afirmar que apesar das manifestações de outros campos, subsiste a sentença jornalística que no seu próprio «fórum» faz permanecer as referências de suas convicções.
Resumo:
Afinal, por que é cidadão o jornalista cidadão? Foi esta a pergunta que desencadeou todo um esforço de pesquisa no sentido de identificar práticas comuns nas diferentes experiências de jornalismo cidadão. Para desenvolver e tentar ampliar o conceito trabalhado, a opção foi de analisar o espectro da comunicação comunitária, sobretudo em veículos que tiveram origem na área da Maré, no Rio de Janeiro, nas últimas três décadas. Assim, mapeando algumas dessas experiências e selecionando casos entre os que chamaram mais atenção pela propriedade com que trabalham os aspectos relacionados ao jornalismo cidadão, esta dissertação se detém sobre o significado da cidadania para o cidadão-jornalista e a contribuição à identidade local prestada pela comunicação comunitária. Minha idéia é demonstrar como experiências deste gênero são capazes de não apenas de pautar meios tradicionais de mídia, mas sobretudo de ajudar a estabelecer dentro da própria comunidade uma cultura de mídia e uma esfera pública local, desenvolvendo uma reapropriação da identidade da favela e de seus moradores e contribuindo para a busca e/ou exercício da cidadania.(Dissertação Mestrado Museologia, Fundação Getúlio Vargas RJ)
Resumo:
A presente investigação trata um tema muito discutido hoje em dia nos meios da comunicação social em Portugal, mas que se relaciona com uma problemática mais ampla de comunicação nas organizações: a integração dos estagiários de jornalismo nas estruturas redactoriais. Vários autores como Sara Meireles Graça, Paulo Faustino e José Luís Garcia têm-se debruçado sobre o problema do “corrupio” de jornalistas estagiários nas redacções e sobre outro tema muito controverso, directamente relacionado, que é o “trabalho escravo” no jornalismo (Garcia et. al., 2009, p. 147). Pretendemos aprofundar estas questões, averiguando a sua dimensão e qual o interesse das empresas neste e noutros processos de recrutamento e integração organizacional, assim como o que pensam sobre tudo isto os estagiários e outros intervenientes. O estudo terá como objecto as três estações generalistas de televisão em Portugal. A pesquisa empírica desenvolveu-se nestas três estações de televisão que, salvaguardando as suas particularidades, foram tomadas como organizações-exemplo para a análise dos processos de integração e socialização organizacional. Realizámos um estudo longitudinal com base numa metodologia de cariz qualitativo a partir do olhar, nomeadamente, dos responsáveis pelos estágios nas redacções e dos estagiários, que são os principais atores neste processo. Os resultados apontam para a existência em algumas televisões, de estagiários curriculares a desempenhar funções como se de jornalistas profissionais se tratassem. Em relação a este tema, também existem divergências de opinião entre as entidades que regulam a profissão e as que representam as televisões. Quanto às tácticas de socialização, as televisões conseguem formar profissionais autónomos, apesar da existência de alguns casos de insatisfação e desinvestimento por parte de estagiários.
Resumo:
O Jornalismo faz hoje parte de uma poderosa indústria de conteúdos. Integrando esse vasto mundo da comunicação, a informação compete com outros géneros discursivos – como o entretenimento, a publicidade ou o marketing – pela atenção e preferência das audiências. O Jornalismo tem revelado, neste processo, uma extraordinária capacidade de adaptação. Entre os primórdios da profissão e os múltiplos produtos prêt-à-porter que hoje são oferecidos, houve um desvirtuamento ou apenas uma evolução natural? Como se articula o ensino do jornalismo nas universidades com a prática efectiva das redacções? Este texto lança várias interrogações sobre o presente e o futuro do Jornalismo, a partir de um “momento de ouro” ou uma “oportunidade perdida” na sua istória: quando, em Chicago, nas primeiras décadas do século XIX, Jornalismo e Sociologia andaram quase de mãos dadas.
Resumo:
Defende-se, neste texto, que o 11 de Setembro põe em causa os parâmetros de definição tradicional de «acontecimento mediático», revelando uma função simultaneamente integradora e desagregadora. Ao mesmo tempo que serviu para consolidar um comunitarismo ocidental definido em relação a uma alteridade islâmica ameaçadora, também enfatizou a existência de fissuras numa globalização não homogénea, deixando em aberto divisões acentuadas entre centro e periferia. A especificidade do 11 de Setembro prende-se ainda com o facto desse acontecimento ter sido produzido para os media por aqueles que pretendiam desafiar o sistema de globalização de que os media fazem parte. Assim, este mega acontecimento adquire conotações particularmente perversas, pois o ritual ao qual deu origem foi, em parte, ditado pelo ‘outro’, com o intuito de utilizar os media como espaço público de contestação, combate e confronto em tempo real.