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em ReCiL - Repositório Científico Lusófona - Grupo Lusófona, Portugal


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Que a linguagem consista num dos modos essenciais para conhecer o homem e o mundo um dos fundamentos da conscincia europeia. Ao mesmo nvel encontramos a convico de que a linguagem fornece uma ponte (talvez a ponte por excelncia) para estabelecer comunicao. Nalguns perodos de histria literria, deparamo-nos com um certo cepticismo em relao a este simples pressuposto: ao longo do romantismo, por exemplo, diversos autores exprimiram os limites da linguagem. Durante a grande crise europenne, o romance A Carta de Lord Chandos revelou, provavelmente, o cepticismo mais profundo quanto capacidade da linguagem abrir caminho ao conhecimento do mundo e do sujeito. Um crise semelhante manifesta-se em Austerlitz de Wolfgang Sebald, um romance representativo da psmodernidade. Num determinado momento, o protagonista perde a linguagem e, por conseguinte, a segurana de uma identidade pessoal consolidada. De forma menos afirmativa mas igualmente clara, surge ainda um momento similar em Moon Palace de Paul Auster, outro cone ps-moderno. Uma anlise destes dois romances pode ajudar-nos a compreender uma questo de extrema relevncia: at que ponto que a linguagem abre caminho ao auto-conhecimento e comunicao?