67 resultados para Abelhas Apis mellifera
Resumo:
A Mata Atlântica é um dos ambientes mais ricos e ameaçados do mundo, o que deveria ter estimulado em muito o estudo e a conservação do Bioma, mas a fauna de Hymenoptera permanece ainda relativamente pouco conhecida. Em especial, a fauna de abelhas da floresta ombrófila densa é pouco estudada em comparação à fauna das áreas abertas brasileiras. O projeto temático "Biodiversidade de Hymenoptera e Isoptera: riqueza e diversidade ao longo de um gradiente latitudinal na Mata Atlântica - a floresta úmida do leste do Brasil", integrante do Programa Biota-Fapesp, foi idealizado com o objetivo de catalogar térmitas, formigas e famílias selecionadas de vespas ao longo da Mata Atlântica, disponibilizando dados que permitam melhor embasar a conservação deste bioma. O protocolo de amostragem aplicada para a coleta de himenópteros (excluindo as formigas) empregou armadilhas Malaise, pratos-armadilha de cor amarela e esforço similar na varredura de vegetação ao longo de 17 localidades selecionadas, representando um gradiente de quase 20° de latitude na Mata Atlântica, dos Estados da Paraíba até Santa Catarina. Este protocolo foi definido para otimizar a coleta de vespas, sendo as abelhas um produto secundário da amostragem (levantamentos de abelhas em geral utilizam captura em flores ao longo das estações do ano). No entanto, devido à escala regional do projeto e ao grande esforço de amostragem, uma expressiva quantidade de abelhas foi coletada durante o projeto, incluindo novos registros de abelhas para a Mata Atlântica. Foi amostrado um total de 797 espécimes distribuídos em 105 espécies de abelhas; o grupo de abelhas mais rico e abundante foi Meliponina. Uma análise de correspondência "destendenciada" ('detrended correspondence analysis') aplicada à uma matriz de presença ou ausência de Meliponina revela a relativamente fraca influência do gradiente latitudinal na composição das assembléias de abelhas de Mata Atlântica. Uma listagem das espécies amostradas por localidade, com suas freqüências relativas, é apresentada e discutida.
Resumo:
Abelhas das orquídeas (Apini, Euglossina) apresentam distribuição principalmente Neotropical, com cerca de 200 espécies e cinco gêneros descritos. Muitos levantamentos locais de fauna estão disponíveis na literatura, mas estudos comparativos sobre a composição e distribuição dos Euglossina são ainda escassos. O objetivo deste estudo é analisar os dados disponíveis de 29 assembleias a fim de entender os padrões gerais de distribuição espacial nas áreas amostradas ao longo do Neotrópico. Métodos de ordenação (DCA e NMDS) foram utilizados para descrever os agrupamentos de assembleias de acordo com as ocorrências de abelhas das orquídeas. As localidades de florestas da América Central e da Amazônia formaram grupos coesos em ambas as análises, enquanto as localidades de Mata Atlântica ficaram mais dispersas nos gráficos. Localidades na margem leste da Amazônia aparecem como áreas de transição características entre esta sub-região e a Mata Atlântica. As análises de variância entre o primeiro eixo da DCA e variáveis selecionadas apresentaram valores significantes quanto à influência dos gradientes de latitude, longitude e precipitação, bem como das sub-regiões biogeográficas nos agrupamentos das assembleias. O padrão geral encontrado é congruente com os padrões biogeográficos previamente propostos para a região Neotropical. Os resultados do DCA auxiliam ainda a identificar, de forma independente, os elementos das faunas de cada uma das formações vegetais estudadas.
Resumo:
A assembléia de abelhas (Hymenoptera, Apidae) de uma área restrita de campos naturais do Parque Estadual de Vila Velha, Paraná e comparações com áreas de campos e cerrado. Foram realizadas coletas sistemáticas de abelhas em uma área restrita no Parque Estadual de Vila Velha, Paraná, no período de outubro de 2003 a setembro de 2004. Essa amostragem visou gerar subsídios para comparações entre áreas de campo dentro do Parque e com outras áreas de vegetação aberta brasileiras. A área de estudo possui cerca de quatro hectares e foi subdividida em quatro subáreas contínuas e com o mesmo perímetro. As abelhas em flores e em vôo foram capturadas com auxílio de rede entomológica. Foram coletados 1.459 espécimes pertencentes a 122 espécies de abelhas. Estas espécies estão distribuídas em 51 gêneros, 20 tribos e cinco subfamílias. As plantas visitadas correspondem a 93 espécies, pertencentes a 62 gêneros e 29 famílias. Neste estudo e em outro estudo realizado anteriormente em outra área do Parque foram coletadas 222 espécies sendo 74 espécies em comum as duas áreas e uma soma de 148 espécies restritas a uma ou outra área. Ainda, registros históricos de abelhas para Vila Velha elevam a riqueza conhecida para 261 espécies. O índice de similaridade de Morisita entre as áreas foi de 0,50 quando utilizadas as plantas como variáveis e 0,88 quando utilizados gêneros e espécies de abelhas, revelando uma notável heterogeneidade. Comparações entre as áreas do Parque Estadual de Vila Velha e áreas de campos e cerrado foram realizadas através do índice de similaridade e da análise de correspondência. Foram observados dois agrupamentos fortemente evidentes, referentes aos campos e ao cerrado. A análise de correspondência sugere que alguns gêneros podem ser relacionados a determinadas formações vegetais. Esse estudo indica que a fauna de abelhas de Vila Velha é composta principalmente por gêneros relacionados às áreas de campos, porém com presença de elementos de cerrado.
Resumo:
Stingless bees collect plant resins and make it into propolis, although they have a wider range of use for this material than do honey bees (Apis spp.). Plebeia spp. workers employ propolis mixed with wax (cerumen) for constructing and sealing nest structures, while they use viscous (sticky) propolis for defense by applying it onto their enemies. Isolated viscous propolis deposits are permanently maintained at the interior of their colonies, as also seen in other Meliponini species. Newly-emerged Plebeia emerina (Friese) workers were observed stuck to and unable to escape these viscous propolis stores. We examined the division of labor involved in propolis manipulation, by observing marked bees of known age in four colonies of P. emerina from southern Brazil. Activities on brood combs, the nest involucrum and food pots were observed from the first day of life of the marked bees. However, work on viscous propolis deposits did not begin until the 13th day of age and continued until the 56th day (maximum lifespan in our sample). Although worker bees begin to manipulate cerumen early, they seem to be unable to handle viscous propolis till they become older.
Resumo:
It is reported for the first time oil collecting by bees of the genus Caenonomada on flowers of Plantaginaceae. Females of Caenonomada unicalcarata were observed collecting oil on flowers of Angelonia cornigera, and males and females of Caenonomada bruneri and C. aff. unicalcarata were observed on flowers of Angelonia and Monopera (Plantaginaceae). The record of Caenonomada on Plantaginaceae suggests the use of trichomatic oil glands as a primitive condition in the tribe Tapinotaspidini.
Resumo:
Propolis possesses various biological activities such as antibacterial, antifungal, anti-inflammatory, anesthetic and antioxidant properties. A topically applied product based on Brazilian green propolis was developed for the treatment of burns. For such substance to be used more safely in future clinical applications, the present study evaluated the mutagenic potential of topical formulations supplemented with green propolis extract (1.2, 2.4 and 3.6%) based on the analysis of chromosomal aberrations and of micronuclei. In the in vitro studies, 3-h pulse (G(1) phase of the cell cycle) and continuous (20 h) treatments were performed. In the in vivo assessment, the animals were injured on the back and then submitted to acute (24 h), subacute (7 days) and subchronic (30 days) treatments consisting of daily dermal applications of gels containing different concentrations of propolis. Similar frequencies of chromosomal aberrations were observed for cultures submitted to 3-h pulse and continuous treatment with gels containing different propolis concentrations and cultures not submitted to any treatment. However, in the continuous treatment cultures treated with the 3.6% propolis gel presented significantly lower mitotic indices than the negative control. No statistically significant differences in the frequencies of micronuclei were observed between animals treated with gels containing different concentrations of propolis and the negative control for the three treatment times. Under the present conditions, topical formulations containing different concentrations of green propolis used for the treatment of burns showed no mutagenic effect in either test system, but 3.6% propolis gel was found to be cytotoxic in the in vitro test.
Resumo:
Stingless bees (Meliponini) constitute a diverse group of highly eusocial insects that occur throughout tropical regions around the world. The meliponine genus Melipona is restricted to the New World tropics and has over 50 described species. Melipona, like Apis, possesses the remarkable ability to use representational communication to indicate the location of foraging patches. Although Melipona has been the subject of numerous behavioral, ecological, and genetic studies, the evolutionary history of this genus remains largely unexplored. Here, we implement a multigene phylogenetic approach based on nuclear, mitochondrial, and ribosomal loci, coupled with molecular clock methods, to elucidate the phylogenetic relationships and antiquity of subgenera and species of Melipona. Our phylogenetic analysis resolves the relationship among subgenera and tends to agree with morphology-based classification hypotheses. Our molecular clock analysis indicates that the genus Melipona shared a most recent common ancestor at least similar to 14-17 million years (My) ago. These results provide the groundwork for future comparative analyses aimed at understanding the evolution of complex communication mechanisms in eusocial Apidae. (C) 2010 Elsevier Inc. All rights reserved.