8 resultados para Língua japonesa Análise do discurso

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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O nosso estudo debrua-se sobre o uso de estruturadores do discurso na interaco verbal, em contexto pedaggico. As nossas referncias tericas esto vinculadas Análise do Discurso, quer escola francesa (com origem na Lingustica), quer escola anglo-saxnica (com origem na Antropologia). Em relao rea da Lingustica, buscmos os pressupostos da Pragmtica, Sociolingustica e Psicolingustica; relativamente Antropologia, seguimos as abordagens etnogrficas, etnometodolgicas e interaccionistas. Nesta pesquisa participaram 15 professores e 778 alunos de cinco escolas do ensino secundrio/equiparado da cidade da Beira e da regio de Maputo (Moambique), que integravam, nomeadamente, as turmas do 1. e 2. ano do ramo comercial e 9. e 10. classe do ensino secundrio geral. Observmos 40 aulas, das quais foram transcritas e analisadas 10 aulas. A transcrio e a anotao foram realizadas com o auxlio do programa Transcriber. Usmos mtodos qualitativos e quantitativos e, predominantemente, procedimentos descritivos. Identificmos 4700 marcadores discursivos distribudos nas seguintes subcategorias: marcadores discursivos directivos, marcadores discursivos de confirmao, marcadores discursivos de natureza fctica e de concordncia e as interjeies como marcadores discursivos. Os resultados da nossa pesquisa permitiram-nos concluir que os marcadores discursivos e as disfluncias desempenham funes ligadas estruturao textual-interactiva. Estes fenmenos lingusticos, ao estruturarem o discurso de professores e alunos, contribuem para a produo/compreenso de sentido das frases.

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O trabalho que apresentamos, O Quadro Interativo no ensino do Portugus: dos recursos aos discursos, situa-se na rea do Multimdia em Educao e, mais especificamente, no domnio da tecnologia e pedagogia em sala de aula. Partimos de um projeto de implementao de quadros interativos em agrupamentos/escolas do interior do pas, associado a um Centro de Formao e procurmos evidenciar a forma como essa tecnologia levou introduo de recursos digitais de aprendizagem na unidade curricular de Portugus. Nesse mbito, fizemos uma análise sobre os tipos, funcionalidades e usos pelos professores e estudantes no processo de ensino e aprendizagem com os QIM. Analismos tambm algumas estratgias de utilizao no desenvolvimento de competncias essenciais da língua e a interao que proporcionaram no ambiente educativo. Para percebermos as razes e fundamentos que estiveram na base da investigao, procurmos, na primeira parte do nosso trabalho, partir de trs vertentes de uma conjuntura que fundamenta a aprendizagem no sculo XXI: a passagem de uma sociedade da informao para uma sociedade do conhecimento como um processo que radica numa comunicao em rede e na criao de conhecimento(s) atravs de recursos digitais; o desenvolvimento de competncias adequadas e que conduz os indivduos para ambientes de aprendizagem com as tecnologias; e numa Escola mais familiarizada com as tecnologias, onde o ato de educar cria novos desafios a todos os agentes educativos. Notmos que a capacidade de mobilizar a informao e o conhecimento na rede reclama atitudes dinmicas, flexveis e adaptadas multiculturalidade. Esta caracterstica favorece a construo de aprendizagens multifacetadas, a incluso progressiva do individuo na aldeia global, tornando-o tambm cada vez mais criativo e produtivo. A promoo de espaos interativos de aprendizagem facilita esse processo e o conhecimento desenvolve-se numa interao social mediada por tecnologias que nos fazem participar nessa multiculturalidade, diversidade do universo e nas histrias pessoais e coletivas. Num ambiente com estas caractersticas, torna-se necessrio passar de um conceito de ensino declarado nos saberes bsicos ou em conhecimentos factuais para uma estratgia de aprendizagem que incida sobre o desenvolvimento e aquisio de outras habilidades. A aquisio de saberes no mbito da leitura, da oralidade e da escrita tornamse importantes para os indivduos porquanto esses saberes transformam-se em competncias transversais para outros domnios e literacias. Tentmos mostrar que a escola do futuro ter de ser um espao educativo que implique ambientes de aprendizagem onde vo confluir vrias ferramentas tecnolgicas, que arrastam consigo outros recursos e outras possibilidades de acesso informao e construo de conhecimento. Para isso, a escola est obrigada a mudar alguns conceitos e estratgias e a focar-se no desenvolvimento de competncias para a vida. A definio de recurso educativo ou recurso de aprendizagem e a aceo do quadro interativo como um recurso tecnolgico, que envolve outros recursos, digitais e multimdia, levou-nos a concluir sobre as potenciais mais-valias deste equipamento. Para alm da apresentao da informao, da orientao da ateno e das aprendizagens para o grupo - turma, abre-se a possibilidade de relacionar e organizar contedos digitais multimdia, criar conhecimento e desenvolver competncias de acordo com os interesses dos pblicos em fase de escolarizao. Reclama-se um padro de qualidade nos recursos, avaliados e estruturados em funo dos contedos, objetivos, desempenhos e currculos de aprendizagem dos aprendentes. Definimos o paradigma digital e as dinmicas de comunicao e interao proporcionadas pelo quadro interativo. Conclumos que o QIM produz efeitos positivos sobre a participao dos estudantes, evidenciada por um comportamento mais positivo face s tarefas a realizar em sala de aula. Contudo, o papel desta ferramenta e dos recursos utilizados requerem dos professores e dos ambientes educativos novas prticas e modelos de comunicao mais interativos. A informao e o conhecimento tornam-se mais fluidos, diversos e atuais. Fluxos variados de informao em vrios suportes e formatos ou pesquisas em tempo real podem ser facilmente incorporados, acedidos e manipulados durante as aulas. A partilha de materiais e recursos retroalimenta uma rede de informao e troca de conhecimentos, amplia a aprendizagem e cria comunidades de prtica com as tecnologias. A incluso do QIM, no contexto do ensino e aprendizagem do Portugus, promoveu a literacia digital; o desenvolvimento de recursos digitais de aprendizagem; criou ambientes educativos modernos, mais apelativos, criativos e inovadores. Conduziu a uma mudana de prticas, que se querem mais ajustadas s necessidades e expectativas dos estudantes, aos desafios dos novos tempos e aos objetivos de uma educao que refora o papel e autonomia dos indivduos no processo de aprendizagem. Por isso, a lgica de projeto ou as dinmicas de trabalho em projeto devem conduzir a dinmicas de escola que elevem os comportamentos dos professores para se familiarizarem com a tecnologia, mas tambm para desenvolverem competncias tecnolgicas e profissionais coadunadas com contextos educativos atuais. Os resultados disponveis mostram um quadro predominantemente positivo das possibilidades educativas dos QIM no ensino do Portugus. O QIM apresenta um conjunto de potencialidades pedaggicas; incentiva ao uso de recursos digitais em vrios formatos e com vrias finalidades; propicia estratgicas de construo e reconstruo dos percursos de aprendizagem que levam ao desenvolvimento de competncias essenciais da língua. Porm, h ainda alguns aspetos que necessitam de ser revistos para tornar os QIM ainda mais eficazes como ferramenta de ensino e aprendizagem em sala de aula. Assim: i. A introduo de recursos digitais de aprendizagem na sala de aula deve ser um processo bem refletido que conduza e valorize a aproximao do professor e dos estudantes, visto que ambos esto perante uma nova realidade de conceitos, representaes e formatos que carecem de habilidades, capacidades, comportamentos e literacias prprias; ii. A transformao do ensino, no que respeita a uma aprendizagem mais autnoma e individualizada, no est generalizada com a introduo dos QIM nos contextos de aprendizagem observados. Parece haver um incentivo para abordagens tradicionais centradas no professor e nos contedos, uma vez que a aquisio de conhecimentos est tambm condicionada por um sistema educativo que considera esses contedos estritamente necessrios para o desempenho de determinadas tarefas; iii. Pelos vrios nveis de análise do discurso pedaggico que se institui com os QIM, o tipo que melhor o define ainda o tipo unidirecional. O discurso interativo, to badalado pelos modelos comunicacionais modernos e pelos conceitos inerentes s tecnologias interativas, parece ainda no ter sido bem compreendido e explorado nos benefcios que os QIM, os recursos digitais interativos e as tecnologias em geral podem trazer ao processo de ensino e aprendizagem do Portugus no 3 CEB.

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Realismo e Lirismo em Terra Sonmbula e Chuva Braba um trabalho de leitura que reflecte a nossa percepo em relao a dois mundos particulares que se constroem a partir das obras dos dois escritores africanos. Com efeito, optamos por uma estrutura pragmtica do estudo, centrando a nossa ateno na leitura e interpretao dos romances, sem incluirmos um captulo especfico de referncias tericas. Tal estratgia permitiu cruzar o quadro conceptual com as informaes textuais resultantes do processo de análise e interpretao do corpus do trabalho. As duas obras estabelecem pontos de interseco no domnio lingustico e cultural como consequncia de partilha de um passado histrico, poltico e social. A localizao geogrfica de Cabo Verde, a fome prolongada, por um lado, e a guerra catastrfica que abalou Moambique entre 1976 e 1992, por outro, permitiram extrapolar recorrncias temticas inspiradas em impresses e experincias dos autores, relacionadas com prticas e vivncias que, no trato literrio, ganharam uma dimenso lrico-realista de grande valor hermenutico. A insularidade e a continentalidade que opem Cabo Verde e Moambique, assim como a fome e a guerra que os caracterizam respectivamente, a procura de um espao literrio a partir das marcas de crioulidade e moambicanidade compem um conjunto de valores estticos que configuram o imaginrio cultural dos dois pases africanos de língua portuguesa. Esta tese pesquisa as imagens e os aspectos fundamentais nsitos nos dois romances, procurando mostrar at que ponto, a partir de temticas de fome e guerra se pode construir narrativas lrico-realistas. O estudo permitiu observar que as imagens de sofrimento, desolao e desassossego constituem, geralmente, o paradigma esttico da escrita lrica e realista de Mia Couto e Manuel Lopes.

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A difuso das tecnologias da informao e comunicao fomenta mudanas qualitativas nas prticas pedaggicas, proporcionando a criao de comunidades de aprendizagem entre aprendentes de diferentes pontos do mundo. Tendo como referncia a pedagogia crtica para a emancipao (Freire, 1997; Giroux, 1997), este estudo analisou de que forma aprendentes de diferentes provenincias lingustico-culturais desenvolvem a sua conscincia cultural crtica (Byram, 1997), quando colocados em situao de trabalho colaborativo on-line, formando uma comunidade de aprendizagem, atravs do recurso a uma plataforma especialmente concebida para o efeito, a 2ndschool.eu, na qual foram levados a desenvolver um trabalho de natureza interdisciplinar. Pretendamos que esta plataforma fomentasse questionamentos por parte dos seus membros. Como tal, integrmos diferentes instrumentos de comunicao eletrnica (chat, fruns e e-mail), atravs dos quais se promoveu a interao entre os participantes no projeto, alunos e professores (de diversas reas disciplinares) do Ensino Secundrio belga, blgaro, grego, polaco, portugus e sueco, com vista realizao de uma tarefa comum: a edio de um trabalho de projeto de análise crtica de reportagens, artigos de opinio e fotos de jornais acerca de tpicos da atualidade nacional e/ou internacional. Tivemos em conta uma metodologia de investigao mais orientada para o estudo de caso e análise do discurso. Para tal, recorremos a dois tipos de instrumentos de recolha de dados: as impresses das discusses estabelecidas atravs de chat, fruns, blogs e wikis e os resultados de trs questionrios sobre o perfil sociolingustico e cultural dos participantes, a avaliao da plataforma virtual e o inventrio de estratgias mais eficazes na negociao de saberes estabelecida. Conclumos que os alunos (re)constroem saberes, pois revelam representaes que tm acerca de situaes-problema, refletem acerca das mesmas e, posteriormente, disseminam ativamente pontos de vista crticos atravs de ferramentas Web 2.0, como forma de as resolver. Enquanto verdadeiros pronetrios, foram capazes de recorrer a estratgias de comunicao que fomentam a busca de entendimento com o Outro, num caminho oscilante entre o concordar e o discordar, entre o ajudar e o solicitar ajuda, entre o opinar e o escutar, entre o avaliar e o ser avaliado e entre o corrigir e o ser corrigido. Identificmos como principais limitaes do nosso estudo a dificuldade de análise das prticas interdisciplinares dos interlocutores internacionais, a desmotivao de alguns aprendentes nas tarefas e ainda o reduzido recurso ao videochat, pelo desconforto no seu uso. Por isso, consideramos que futuras investigaes devero debruar-se nestas questes.

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Um dos objetivos centrais da escola atual o de desenvolver nos alunos competncias que lhes permitam adaptar-se sociedade em constante transformao e no apenas a veiculao de contedos acadmicos. No entanto, vrios estudos mostram que existem dificuldades na transferncia das aprendizagens da sala de aula para o mundo real. Uma das razes apontadas o facto de os conhecimentos de sala de aula no serem bem integrados com os conhecimentos anteriores do aluno. Para que ocorram aprendizagens significativas, torna-se, portanto, necessrio que o professor leve em considerao, no planeamento de estratgias de ensino, os conhecimentos anteriores e expectativas dos alunos, as suas questes e ideias. Para que tal acontea, essencial que os alunos interajam com o professor, agindo como parceiros no processo de ensino e de aprendizagem, exprimindo as suas ideias, dvidas e expectativas. Assim sendo, nesta investigao procurou-se aumentar a participao dos alunos atravs da criao de momentos que lhes permitissem explorar as suas ideias e escrever as suas questes. As produes orais e escritas dos alunos foram objeto de reflexo e análise pela professora-investigadora, e levadas em considerao no planeamento das aulas subsequentes. Os dados foram recolhidos atravs de observao participante e no-participante, de anotaes do investigador, de questes e respostas escritas pelos alunos, e da gravao udio das interaes orais das aulas. O mtodo de investigao adotado foi o estudo de caso, sendo a investigao de carcter qualitativo. Pese as limitaes do estudo no que diz respeito dimenso da amostra, os resultados apontam no sentido de que as estratgias aplicadas estimularam a participao dos alunos. A comparao entre o nmero de questes escritas pelos alunos e o nmero de intervenes orais em algumas das aulas lecionadas revelou que o nmero de alunos que escreveram questes foi superior ao nmero de alunos que intervieram oralmente. Constatou-se, ainda, que nas aulas em que no existiu um momento exclusivamente dedicado a esta atividade, o nmero de questes escritas pelos alunos foi menor do que o obtido nas aulas em que aquele tempo foi disponibilizado. Estes dados sugerem que a criao de momentos de escrita de questes permite aumentar a participao dos alunos, o que foi j anteriormente defendido por vrios autores. Tambm os momentos de trabalho em grupo constituram um espao importante para a explorao das ideias dos alunos, o que se tornou visvel pela grande atividade dentro dos grupos, com apresentao de argumentos, construo conjunta de conhecimentos e, sobretudo, pela variedade de propostas que surgiram como forma de dar resposta a questes idnticas das fichas de trabalho. De facto, constatou-se que um maior nmero de alunos participava nas discusses em turma, quando estas se seguiam aos momentos de trabalho em grupo, do que quando eram realizadas aps a exposio dos temas programticos. Em suma, o que estas constataes sugerem que a incluso de momentos de trabalho autnomo, com a possibilidade de trocar ideias com os colegas, pode contribuir para aumentar a motivao dos alunos para intervir na aula. A recolha de questes forneceu informao acerca de falhas no conhecimento e dvidas implcitas e explicitas na expresso escrita dos alunos, o que corrobora os resultados encontrados por outros estudos. Da mesma forma, a análise do discurso oral dos alunos e das suas respostas escritas constituiu uma fonte de informao importante relativamente queles aspetos. A reflexo sobre estas permitiu professora-investigadora fazer ajustes e planear estratgias adequadas melhoraria dos aspetos em que foram identificados problemas. O uso das produes escritas e orais dos alunos para discusso em aulas posteriores constituiu uma forma de promover interaes aluno-aluno, permitiu aceder s dvidas de outros alunos, que se identificaram com as ideias expressas nas questes escritas, respostas escritas e manifestaes orais dos seus colegas, e ajudou a integrar os alunos na gesto do processo de ensino e aprendizagem. No que diz respeito tentativa de estimular os alunos a reformularem as suas respostas, o pedido explcito de reformulao parece aumentar a predisposio dos alunos para fazerem alteraes, quando comparado com os casos em que esse pedido no existiu. Estes resultados sugerem que esta estratgia tem a potencialidade de favorecer a reflexo dos alunos sobre as suas prprias ideias. No final da dissertao, apresentam-se as limitaes deste estudo e propem-se sugestes para melhorar e aprofundar as estratgias implementadas.

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A Rede Natura 2000 (RN2000), uma rede de reas consideradas chave para a conservao da biodiversidade no territrio da Unio Europeia, tem-se deparado com um difcil processo de implementao e operacionalizao. Nos casos em que o cumprimento dos objectivos da RN2000 implica um reajustamento das polticas de uso do solo e de prticas sociais concretas, necessrio envolver um conjunto muito alargado de actores e instituies a vrias escalas numa rede de processos colaborativos. Ao mesmo tempo, a aplicao de procedimentos de avaliao ambiental central para a aprovao de certos projectos, programas ou planos em reas RN2000. Quando toma a forma de uma Avaliao de Impacte Ambiental ou da Avaliao Ambiental Estratgica, a avaliao ambiental contm necessariamente uma componente de participao pblica, potencialmente importante para tornar a governao ambiental mais inclusiva, isto , mais participada e negociada com as administraes e actores locais. No entanto, devido pluralidade de relaes entre indivduos, as respectivas comunidades e lugares especficos, resultantes da interaco histrica entre estes, os ambientes acumulam representaes mltiplas que conduzem a diferentes interpretaes acerca de intervenes concretas sobre o territrio e do que a sustentabilidade deste deve representar. As frequentes divergncias nas referidas interpretaes podem levar a conflitos e controvrsias que, por sua vez, criam dificuldades para mobilizar esforos colectivos, colocando, assim, poderosos obstculos efectiva proteco da biodiversidade. Nesta dissertao, a implementao da RN2000 no contexto da governao ambiental da Ria de Aveiro um complexo esturio semi-natural dividido em dez municpios e sob a tutela de vrias entidades com responsabilidades espaciais abordada atravs de uma explorao discursiva de um acervo composto por pareceres enviados no mbito da consulta pblica e institucional dos procedimentos de avaliao ambiental de seis projectos com potenciais implicaes para a respectiva Zona de Proteco Especial. Atravs da explorao das representaes que diferentes actores sociais evidenciam sobre ambientes especficos, das narrativas atravs das quais fazem sentido do seu lugar e papel nos respectivos ambientes sociais e ecolgicos, e ainda das formas como a linguagem estrategicamente utilizada em relao dialctica com as referidas representaes, esta análise do discurso pretende contribuir para melhorar a governao ambiental relativamente a aspectos especficos da participao pblica, resoluo de conflitos e elaborao e implementao de polticas no sentido de estas se tornarem mais inclusivas e contextualizadas. Nos pareceres submetidos, verificou-se que a problemtica da hidrodinmica tem ocupado um lugar central, sendo crescentemente evidente um retrato da situao actual em que a actividade porturia aparece como o principal responsvel por efeitos negativos sobre os ecossistemas locais e as actividades socioeconmicas tradicionais como a salicultura e a agricultura nas zonas ribeirinhas. Neste mbito, determinados temas discursivos sugerem fragilidades ao nvel da governao deste territrio e podero, simultaneamente, significar dificuldades para os interesses da biodiversidade local. Alm dos interesses divergentes dos diferentes actores sociais, do elevado grau de desconfiana nas instituies responsveis e na validade dos estudos que tm sido apresentados para justificar intervenes e da estria de marginalizao que vem sendo construda pelos actores que se percepcionam como mais afectados pelo avano da cunha salina aspectos que potencialmente dificultam dinmicas colaborativas , a convico largamente disseminada de que estes problemas ambientais so, atravs do conhecimento cientfico e da capacidade fsica de interveno, compatibilizveis num eventual equilbrio, poder constituir um entrave para a procura de solues efectivamente alternativas. Por outro lado, outros padres discursivos identificados podero facilitar o cumprimento dos objectivos da RN2000. Em particular, entre vrios intervenientes, parece estar em expanso o discurso de que o desenvolvimento dos municpios que envolvem a Ria de Aveiro deve voltar a virar-se para esta, isto , voltar s suas razes socioeconmicas ou a novas formas de explorar a Ria enquanto elemento generativo das identidades colectivas locais. A sua significncia afectiva, simblica, identitria e econmica parecem ser as razes que mais peso tm para os actores sociais da Ria quererem proteger os ecossistemas locais, e no tanto o facto de estes se encontrarem designados ao abrigo da RN2000, cujo estatuto parece ter servido sobretudo para reforar argumentos alimentados pelas preocupaes referidas. No entanto, uma figura legal como a RN2000, que pretende recuperar ou preservar a biodiversidade associada a um imaginrio com conotaes positivas, poder encontrar nestas pretenses uma importante fonte de capital simblico para se tornar mais presente no discurso (e no agir) das populaes da Ria de Aveiro.

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A emergncia de uma nova Sociedade baseada na Informao e no Conhecimento despoletou transformaes pedaggicas profundas nas instituies de Ensino Superior. Esta agenda para a inovao, no sentido de um ensino mais centrado nos alunos e no desenvolvimento de competncias, tem exigido um esforo acrescido de toda a comunidade acadmica e, sobretudo, por parte dos professores universitrios. Num contexto de recetividade para a mudana, mas com dificuldade de operacionalizao da mesma, este estudo visa contribuir para a compreenso e superao de fatores que parecem dificultar a transposio da inovao para as prticas de ensino-aprendizagem correntes, atravs de duas frentes investigativas: i) caracterizar os docentes na sua dimenso conceptual, o que pensam e o que os motiva, e na sua dimenso prtica, isto , as estratgias didticas que adotam e adaptam; e ainda, ii) criar oportunidades de concretizao de inovao atravs do desenho de estratgias promotoras de questionamento dos alunos, e tambm dos docentes. A formulao de questes, e a procura de respostas, reconhecida como sendo fundamental no desenvolvimento e na aplicao de competncias centrais, tais como o pensamento crtico e reflexivo, sendo igualmente importante na resoluo de problemas. Assim, numa articulao dinmica entre conhecer, compreender e agir, a investigao envolveu uma colaborao prxima com um grupo de quatro docentes universitrios, ao longo de dois anos letivos consecutivos (2009/2010 e 2010/2011), na conceptualizao e implementao de diversas estratgias didticas impulsionadoras do questionamento dos alunos, promovendo-se igualmente o questionamento reflexivo nos docentes. O trabalho foi desenvolvido no contexto de duas unidades curriculares semestrais (Microbiologia e Temas e Laboratrios em Biologia), destinadas sobretudo a alunos do primeiro ano. Enquanto estudo longitudinal de casos mltiplos, com caractersticas etnogrficas e de investigao-ao, o trabalho de campo envolveu a combinao de diversos mtodos de recolha de dados. Realizaram-se vrias observaes de aulas, assim como entrevistas semi-estruturadas, aos quatro professores colaboradores, e a alguns dos seus alunos. Aplicou-se ainda, em momentos especficos da investigao, uma verso portuguesa do Approaches to Teaching Inventory ATI (Trigwell, Prosser, & Ginns, 2005) aos docentes. Recolheram-se tambm todos os documentos escritos produzidos pelos alunos e pelos professores no mbito da investigao. Todo o desenho investigativo, assim como a análise dos dados, nomeadamente análise de contedo e análise documental, encontra-se fundamentado na literatura terico-emprica de trs reas da especialidade: estudo do questionamento, análise do discurso oral em contexto de aulas de cincias e estudo das concees e prticas de ensino dos docentes universitrios, destacando-se nesta ltima a linha investigativa das Abordagens ao Ensino. Os resultados obtidos, assim como a reflexo sobre o percurso investigativo, possibilitaram a obteno de contributos inovadores e teis no sentido da promoo de um Ensino Superior de qualidade. Por um lado, so de salientar as evidncias recolhidas com os quatro casos (docentes) que apontam para uma natureza integrativa das conceptualizaes de ensino, constituindo um contributo terico relevante para o debate acadmico desta rea. Por outro, foi possvel aceder a dinmicas associadas formulao de questes por docentes universitrios em contexto de aulas terico-prticas e prticas, atravs do desenvolvimento e aplicao de um modelo de categorizao de questionamento. Por fim, a conjugao de evidncias do campo das teorias de ensino (observao indireta) com as prticas de ensino (observao direta) dos docentes possibilitou a identificao e caracterizao de uma possvel relao entre Prticas de Questionamento e Abordagens ao Ensino de professores universitrios, ampliando desta forma o modelo conceptual de Keith Trigwell e colaboradores (Trigwell, Prosser, & Taylor, 1994). Enquanto investigao hbrida que se orientou por princpios do paradigma interpretativo-naturalista, e, tambm, do paradigma scio-crtico, foi igualmente possvel identificar um conjunto de recomendaes especficas para a inovao e para a reflexividade, no sentido de estimular a comunidade acadmica, e os professores universitrios em particular, a agirem como promotores de estratgias didticas centradas no desenvolvimento de competncias.

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O aquecimento do sistema climtico inequvoco e a influncia humana clara. A continuao da emisso de gases com efeito de estufa ir potenciar os impactes das alteraes climticas, representando um compromisso futuro que se perpetuar por vrios sculos. As alteraes climticas no proporcionam uma experincia sensorial direta, embora as variaes de temperatura e de precipitao e os extremos climticos de vrios tipos poderem ser experienciados. O cidado comum no se apercebe do que est a acontecer, a menos que ocorram mudanas significativas, no estado normal do tempo para uma determinada poca, na regio do mundo onde ele vive. Mesmo para os especialistas, o problema s cognoscvel atravs de uma vasta rede cientfica, tcnica e institucional. O conhecimento, portanto, transmitido ao pblico em geral maioritariamente atravs de representaes dos media sobre o discurso produzido pela comunidade cientfica. O principal objetivo deste trabalho averiguar a interligao entre o discurso cientfico, o discurso meditico e as percees da populao portuguesa na temtica das alteraes climticas. A metodologia utilizada, para a prossecuo do objetivo, num trabalho que cruza o domnio cientfico da engenharia do ambiente com o das cincias sociais, encontra-se dividida em 3 fases principais: (1) Uma primeira fase onde se realiza uma análise ao discurso cientfico de produo nacional, com uma análise de contedo aos resumos dos artigos cientficos, utilizando 884 resumos da base de dados Scopus de 1975 a 2013 com a palavra-chave Climate Change; (2) Uma segunda fase onde se analisa o contedo de notcias de meios de comunicao social portugueses, aplicando uma análise de contedo a 4340 notcias veiculadas por 4 rgos de comunicao social (Correio da Manh, Pblico, RTP e TSF) entre 2004 e 2013, utilizando os respetivos motores de busca online com a palavra-chave Alteraes Climticas; e, (3) uma terceira fase onde se compila a informao dos estudos existentes sobre a populao portuguesa, utilizando os dados dos Eurobarmetros que incluem o tema das alteraes climticas de 1982 a 2014. Seguindo uma linha condutora que inclui o discurso cientfico, o discurso meditico e as percees sociais, almejou-se uma abrangncia do tema das alteraes climticas, investigando a existncia do fenmeno e as respetivas causas, as consequncias com a análise dos impactes e dos riscos associados a esses impactes e as solues atravs de medidas de mitigao e de adaptao. Nos principais resultados emerge a evidncia de que a intensidade de crescimento da produo cientfica nacional no se traduz num crescimento consistente dos ndices de noticiabilidade dos rgos de comunicao social e desde 2010 que o nmero de dias por ano, sem notcias sobre alteraes climticas, ultrapassa dos 50%. Em consequncia, os nveis de informao da populao portuguesa sobre as alteraes climticas so sistematicamente inferiores mdia europeia. Em Portugal as taxas de pouco ou nulo conhecimento rondam os dois teros de inquiridos. No obstante o seu carter contnuo, para que as alteraes climticas se tornem alvo de interesse dos media necessrio que ocorram reunies polticas, encontros cientficos ou outros acontecimentos. A visibilidade alcanada pelos acontecimentos nacionais muito fraca e os acontecimentos meteorolgicos extremos, no so frequentemente relacionados com o fenmeno das alteraes climticas. No seio da comunidade cientfica portuguesa existe um claro consenso sobre a existncia das alteraes climticas e das suas causas antropognicas. No discurso meditico portugus no se verifica enviesamento da informao no sendo surpreendente os baixos nveis de ceticismo dos portugueses. A abordagem aos impactes das alteraes climticas, tanto no discurso cientfico como no discurso meditico, robusta e em 2014, cerca de sete em dez portugueses afirma que as alteraes climticas so um problema muito srio. Contudo, Portugal apresenta a proporo mais baixa da Europa de respondentes que percepcionam as alteraes climticas como o problema mais grave que o mundo enfrenta. Para estes resultados poder contribuir a baixa incluso de termos relacionados com o risco, tanto no discurso cientfico como no meditico, no ultrapassando os 20%. Tanto o discurso cientfico como o discurso meditico no esto direcionados para as solues (mencionando especificamente medidas de mitigao ou medidas de adaptao). A meno s medidas de mitigao e s medidas de adaptao no ultrapassam os 16% no discurso cientfico e apresentam valores ainda mais baixos no discurso meditico (13%). Em ambos os discursos existe uma clara preferncia pela meno s medidas de adaptao em detrimento das medidas de mitigao. Com valores to baixos na abordagem s solues das alteraes climticas no surpreendem os tambm diminutos nveis de responsabilidade que a populao portuguesa atribui a si prpria no combate s alteraes climticas.