2 resultados para Escribir para aprender historia

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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O actual paradigma inclusivo associado a um enquadramento sociocultural da investigação em Didáctica reposiciona a escrita por iniciativa própria num referencial mais amplo, no qual o aprender a escrever se cruza com a relação com o (saber) escrever de todos os alunos. Neste enquadramento, torna-se possível conjugar a centralidade que a escrita ocupa (i) nos percursos escolares dos alunos, (ii) na definição das opções metodológicas dos professores e (iii) nas orientações programáticas estabelecidas para todo o ensino básico, confrontando-a com as características dos suportes de escrita utilizados em contexto escolar. Tais suportes são elementos essenciais porque constituem uma memória que viabiliza a partilha, a reformulação e a reflexão. É também nesse sentido que interpretamos o Programa de Língua Portuguesa para o 1.º Ciclo Ensino Básico quando propõe que cada aluno tenha «um caderno onde possa fazer tentativas de escrita, escrever como souber, o que quiser, quando quiser». Daí, a nossa opção por realizar uma investigação de cariz interpretativo centrada nas opções metodológicas do(s) professor(es) e na relação com a escrita subjacente às produções dos alunos, questionando os sentidos e as práticas perceptíveis na utilização de cadernos individuais de escrita no 1.º Ciclo do Ensino Básico. Os resultados obtidos junto de três turmas, ao longo do terceiro e quarto anos de escolaridade, destacam a diversidade de dinâmicas passíveis de serem estabelecidas em cada grupo e a expansão da gama de géneros de textos que, claramente, surge associada a uma crescente afirmação intencional do lugar dos alunos enquanto sujeitos que querem e sabem dizer de si, reflectindo acerca do seu próprio agir, entre pares.

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Partindo da importância de que se reveste a escrita para construção e explicitação do conhecimento, e da necessidade de os professores fazerem uma mediação da aprendizagem desta vertente da escrita, procurámos analisar e perceber de que modo as práticas de escrita que os professores implementam influenciam a qualidade dos textos que os alunos produzem. No sentido de dar resposta à questão enunciada, definimos um objetivo geral: avaliar se um dispositivo didático, o MDG, construído com base no conhecimento das propriedades dos géneros e dos textos, implementado de forma explícita e intencional pelos professores, pode refletir-se, e a que níveis, na qualidade dos textos que os alunos produzem. O estudo foi realizado no contexto de um programa de formação que envolveu 14 professores dos três ciclos do ensino básico, para o qual definimos três fases distintas: (i) caracterização das práticas de escrita dos professores dos três ciclos do ensino básico antes da planificação do MDG; ii) caracterização das práticas de escrita dos alunos de uma turma do 4.º ano de escolaridade antes da implementação do MDG, e (iii) avaliação das práticas de escrita dos alunos depois de implementado o MDG pelos professores. Os dados foram recolhidos através da análise qualitativa e quantitativa das planificações dos professores e dos textos dos alunos. Os resultados evidenciam que nas fases prévias à implementação do MDG há a ausência de critérios específicos de avaliação dos textos e a utilização de instruções de escrita demasiado vagas, pouco orientadoras da produção do texto do género por parte dos alunos. Por sua vez, estes revelaram dificuldades quer na seleção de informação, ao nível da escolha dos conteúdos pertinentes, quer na produção do género pedido, já que o texto final configura uma colagem de partes de textos lidos, sem qualquer configuração adaptada ao género. Já na fase 3, e depois de planificado e implementado o MDG, os alunos demonstraram um melhor desempenho na seleção de informação e na escrita do texto. No entanto, foi também possível identificar alguns aspetos em que não apresentaram mudança ou que essa mudança não foi significativa.