24 resultados para Arapaçu Ecologia

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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Os compostos de tributilestanho (TBT) foram utilizados como biocidas em tintas antivegetativas (AV) e amplamente aplicados, durante dcadas, de forma a evitar a bioincrustao em superfcies submersas, principalmente em cascos de embarcaes. Os seus efeitos deletrios em organismos no-alvo tornaram-se evidentes aps o aparecimento de gastrpodes prosobrquios com imposex sobreposio de caracteres sexuais masculinos sobre o tracto reprodutivo das fmeas. Desde ento, a expresso do imposex em prosobrnquios tem sido amplamente utilizada como biomarcador da poluio por TBT. Um dos objectivos da presente tese avaliar se as mais recentes restries legais na utilizao das tintas AV com compostos organoestnicos (OTs) resultaram numa reduo da poluio pelos mesmos na costa continental Portuguesa. Para tal, foi levada a cabo a anlise da variao temporal do imposex como biomarcador dos nveis ambientais de TBT e a validao de procedimentos, de modo a seguir de forma precisa a evoluo da intensidade deste fenmeno ao longo do tempo. O trabalho de investigao teve incio no momento em que a ineficcia da legislao anterior (Directiva 89/677/CEE) na reduo da poluio por TBT no litoral Portugus era reportada na literatura e quando estavam j agendados instrumentos decisivos para a diminuio definitiva deste tipo de poluio: o Regulamento (CE) N. 782/2003 do Parlamento e do Conselho da Unio Europeia (UE) que bania as tintas AV baseadas em TBT na sua frota a partir de 1 de Julho de 2003; a "Conveno Internacional sobre o Controlo de Sistemas Antivegetativos Nocivos em Navios (Conveno AFS), adoptada em 2001 pela Organizao Martima Internacional (OMI), que procurava erradicar os OTs da frota mundial at 2008. Os nveis de imposex e as concentraes de OTs nos tecidos de fmeas de Nucella lapillus foram medidos em 17 locais de amostragem ao longo da costa Portuguesa em 2003, a fim de se avaliarem os impactos do TBT nas populaes desta espcie e de se criar uma base de dados para seguir a sua evoluo futura. O ndice da sequncia do vaso deferente (VDSI), o ndice do tamanho relativo do pnis (RPSI) e a percentagem de fmeas afectadas por imposex (%I) foram utilizados na medio da intensidade deste fenmeno em cada local de amostragem e os seus valores variaram entre 0,20-4,04, 0,0- 42,2% e 16,7-100,0%, respectivamente. Foram encontradas fmeas estreis em 3 locais de amostragem, com percentagens a variar entre 4,0 e 6,2%. As concentraes de TBT e dibutilestanho (DBT) nas fmeas variaram respectivamente entre 23-138 e <10-62 ng Sn.g-1 de peso seco, e o contedo em TBT nos tecidos revelou-se significativamente correlacionado com o imposex (nomeadamente com o RPSI e o VDSI). Os nveis de expresso do fenmeno e o contedo em OTs nos tecidos, foram superiores na proximidade de portos, confirmando as concluses obtidas anteriormente por outros autores de que os navios e a actividade dos estaleiros so as principais fontes destes compostos no litoral Portugus. As infra-estruturas associadas s principais fontes de OTs portos, estaleiros e marinas esto geralmente localizadas no interior de esturios, motivo pelo qual estas reas tm vindo a ser descritas como as mais afectadas por estes poluentes. Por esta razo, foi levado a cabo o estudo pormenorizado da poluio por TBT na Ria de Aveiro, como caso de estudo representativo da poluio por estes compostos num sistema estuarino em Portugal continental. N. lapillus foi usada como bioindicador para avaliar a tendncia temporal da poluio por TBT nesta rea entre 1997 e 2007. Foi registada uma diminuio da intensidade do imposex aps 2003, embora as melhorias mais evidentes tenham sido observadas entre 2005 e 2007, provavelmente devido implementao do Regulamento (CE) N. 782/2003 que proibiu a aplicao de tintas AV com TBT em navios com a bandeira da UE. Apesar desses progressos, as anlises ao contedo em OTs nos tecidos de fmeas de N. lapillus e em amostras de gua colhidas em 2006 indicaram contaminao recente por TBT na rea de estudo, evidenciando assim a permanncia de fontes de poluio. A utilizao de N. lapillus como bioindicador da poluio por TBT na Ria de Aveiro apresenta algumas limitaes uma vez que a espcie no ocorre nas reas mais interiores da Ria e no vive em contacto com sedimentos. Assim, a informao obtida a partir da sua utilizao como bioindicador fundamentalmente relativa aos nveis de TBT na coluna de gua. Foi ento necessrio recorrer a um bioindicador complementar Hydrobia ulvae para melhor avaliar a evoluo temporal da poluio por TBT no interior deste sistema estuarino e estudar a persistncia de TBT nos sedimentos. No foi registada uma diminuio dos nveis de imposex em H. ulvae na Ria de Aveiro entre 1998 e 2007, apesar da aplicao do Regulamento (CE) N. 782/2003. Pelo contrrio, houve um aumento global significativo da percentagem de fmeas afectadas por imposex e um ligeiro aumento do VDSI, contrastando com o que tem sido descrito para outros bioindicadores na Ria de Aveiro no mesmo perodo. Estes resultados mostram que a diferente biologia/ecologia das espcies indicadoras determina vias distintas de acumulao de TBT, apontando a importncia da escolha do bioindicador dependendo do compartimento a ser monitorizado (sedimento versus gua). A ingesto de sedimento como hbito alimentar em H. ulvae foi discutida como sendo a razo para a escolha da espcie como indicadora da contaminao dos sedimentos por TBT. Foram tambm estudados os mtodos mais fiveis para reduzir a influncia de variveis crticas na medio dos nveis de imposex em H. ulvae. As comparaes de parmetros do imposex baseados em medies do pnis devem ser sempre realizadas sob condies de narcotizao bem standardizadas uma vez que este procedimento provoca um aumento significativo do comprimento do pnis (PL) em ambos os sexos. O VDSI, a % e o PL em ambos os sexos revelaram ser fortemente influenciados pelo tamanho dos espcimes: a utilizao de fmeas mais pequenas conduz subestimao do VDSI, da %I e do PL, enquanto que diferenas no tamanho dos machos provocam variaes no ndice do comprimento relativo do pnis (RPLI), independentemente dos nveis de poluio por TBT. Existe, portanto, a necessidade de controlar algumas variveis envolvidas na anlise do imposex que mostraram afectar a fiabilidade dos resultados. Uma vez que N. lapillus o principal bioindicador dos efeitos biolgicos especficos do TBT para a rea da OSPAR, foi tambm estudada a influncia de algumas variveis na avaliao dos nveis de imposex nesta espcie, especificamente as relacionadas com o ciclo reprodutor e o tamanho dos espcimes. O estudo do ciclo reprodutor e a variao sazonal/espacial do comprimento do pnis do macho (MPL) incidiu num nico local no litoral Portugus (Areo regio de Aveiro) de forma a avaliar se o RPSI varia sazonal e espacialmente na mesma estao de amostragem e se tais variaes influenciam os resultados obtidos em programas de monitorizao do imposex. Nos meses de Dezembro de 2005 a Junho de 2007, foram encontrados espcimes de N. lapillus sexualmente maturos e potencialmente aptos para a reproduo. Contudo, foi tambm evidente um padro sazonal do ciclo reprodutor o estado de desenvolvimento da gametognese nas fmeas variou sazonalmente e ocorreu uma diminuio do volume da glndula da cpsula e do factor de condio no final do Vero / incio do Outono. Contrariamente, a gametognese nos machos no apresentou variao sazonal significativa, embora os valores mais baixos do factor de condio, do comprimento do pnis e dos volumes de esperma e da prstata tenham tambm sido registados no final do Vero / incio do Outono. Alm disso, o MPL mostrou variar, no mesmo local de amostragem, inversamente com a distncia aos ninhos de cpsulas ovgeras; um aumento dos valores do MPL foi tambm observado em espcimes de maior tamanho. Todas estas variaes no MPL introduzem desvios nos resultados da avaliao do imposex quando usado o RPSI. A magnitude do erro envolvido foi quantificada e revelou-se superior em locais com nveis mais elevados de poluio por TBT. Apesar do RPSI ser um ndice que fornece informao importante sobre os nveis de poluio por TBT, a sua interpretao deve ser cuidadosa e realizada complementarmente com os outros ndices, destacando-se o VDSI como ndice mais fivel e com significado biolgico mais expressivo. Novas campanhas de monitorizao do imposex em N. lapillus foram realizadas ao longo da costa Portuguesa em 2006 e 2008, e os resultados subsequentemente comparados com a base de dados criada em 2003,de forma a avaliar a evoluo da poluio por TBT no litoral Portugus naquele perodo. Nestes estudos foram aplicados novos procedimentos na monitorizao e tratamento dos dados, de forma a minimizar a variao nos ndices de avaliao do imposex induzida pelos factores acima descritos, para seguir com maior consistncia a tendncia da poluio por TBT entre 2003 e 2008. Foi observado um declnio global significativo na intensidade de imposex na rea de estudo durante o referido perodo e a qualidade ecolgica da costa Portuguesa, segundo os termos definidos pela Comisso OSPAR, revelou melhorias notveis aps 2003 confirmando a eficcia do Regulamento (CE) N. 782/2003. No obstante, as populaes de N. lapillus revelaram-se ainda amplamente afectadas por imposex, tendo sido detectadas emisses de TBT na gua do mar ao longo da costa em 2006, apesar da restrio anteriormente referida. Estes inputs foram atribudos principalmente aos navios que data ainda circulavam com tintas AV com TBT aplicadas antes de 2003, uma vez que a sua utilizao nas embarcaes foi apenas proibida em 2008. Considerando que o Regulamento (CE) N. 782/2003 constitui uma antecipao da proibio global da OMI que entrou em vigor em Setembro de 2008, prev-se, por analogia, que haja uma rpida diminuio da poluio por TBT escala mundial num futuro prximo. Na sequncia desta previso, apresentada uma discusso terica preliminar relativamente s possveis estratgias usadas por N. lapillus na recolonizao de locais onde, no passado, as populaes tero aparentemente sido extintas devido a nveis extremamente elevados de TBT. Estes locais so tipicamente zonas abrigadas junto de infra-estruturas porturias, cuja recolonizao por esta espcie ser provavelmente muito lenta dada a mobilidade reduzida dos adultos e o ciclo de vida no apresentar fase larvar pelgica. Foram ento equacionadas duas hipotticas vias de recolonizao de zonas abrigadas por espcimes provenientes de populaes de costa aberta/exposta: a migrao de adultos e/ou a disperso de juvenis. No entanto, em ambos os casos, estaria implicada a transposio de um problema amplamente descrito na bibliografia: as populaes de N. lapillus de costa aberta podem apresentar um fentipo muito diferente das de zonas abrigadas, podendo inclusivamente variar no nmero de cromossomas. A recolonizao pode portanto no ter sucesso pelo simples facto dos novos recrutas no estarem bem adaptados aos locais a recolonizar. Para analisar este problema, foram estudados tanto a forma da concha de espcimes de N. lapillus ao longo da costa Portuguesa como o respectivo nmero de cromossomas. Embora a forma da concha tenha revelado diferenas, de acordo com o grau de hidrodinamismo entre as populaes de N. lapillus avaliadas, o caritipo 2n = 26, tpico de zonas expostas, foi registado em todos os locais amostrados. Por outro lado, foi tambm testada em laboratrio a possvel mortalidade de juvenis em disperso no interior menos salino dos esturios. Foi ento verificada a ocorrncia de mortalidade elevada de juvenis expostos a salinidades baixas (=100% aps 1 hora a salinidades 9 psu), o que tambm pode comprometer a recolonizao de zonas estuarinas menos salinas por esta via. Mesmo assim, os juvenis mostraram um comportamento de flutuao superfcie da gua em condies laboratoriais, que pode ser considerado um benefcio especfico na colonizao de reas mais internas dos esturios, se tal facto vier a ser confirmado em estudos de campo. As concluses deste estudo contribuem certamente para a descrio do final da histria do TBT dado que, uma vez controlados alguns factores determinantes no uso do imposex como biomarcador, a avaliao do declnio da poluio por estes compostos, agora esperado escala global, se torna mais rigorosa.

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Desde a descoberta em 1999 do primeiro vulco de lama no Golfo de Cdis, cerca de 40 locais, de profundidade varivel entre os 200 e os 3900 m, com diferentes graus de emisso de hidrocarbonetos foram localizados e amostrados dentro do programa IOC-UNESCO Training Through Research (TTR) e mais recentemente dentro do projecto europeu HERMES. Neste estudo investigamos as comunidades da macrofauna dos vulces de lama do Golfo de Cdis utilizando uma diversidade de equipamento de amostragem quantitativo e no quantitativo. Mais de 14550 espcimes foram examinados e includos nos diferentes grupos taxonmicos, sendo fornecida uma lista taxonmica detalhada com o menor nvel taxonmico possvel. A biodiversidade, distribuio dos principais taxa, as espcies quimiossintticas e a biodiversidade regional e substituio de espcies so apresentados e discutidos. Dentro da macrofauna, os bivalves (nomeadamente super-familia Thyasiroidea, espcies quimisimbiticos e comunidade de bivalves) e os ofiurideos so estudados em pormenor. Os Thyasiroidea colhidos nos vulces de lama do Golfo de Cdis so revistos. Das sete espcies identificadas, apenas uma Thyasira vulcolutre. sp. nov se encontra associada a um ambiente quimiossinttico. Esta espcie restrita a locais activos, mas no se verificam padres de distribuio para as outras espcies. Os bivalves quimiosimbiticos amostrados so revistos. Das 10 espcies fortemente associadas a ambientes quimiossintticos duas Solemyidae, Petrasma elarraichensis sp. nov. e Acharax gadirae sp. nov., uma Lucinidae, Lucinoma asapheus sp. nov., e uma Vesicomyidae, Isorropodon megadesmus sp. nov. so descritas e comparadas com similares das respectivas famlias. As comunidades de bivalves foram analisadas em detalhe e do estudo de 759 espcimes (49 espcies em 21 familias) descreve-se a diversidade e padres de distribuio. Os Ophiuroidea amostrados nos vulces de lama e ambientes batiais adjacentes so revistos. Treze espcies so includas em 4 famlias, Ophiacanthidae, Ophiactidae, Amphiuridae e Ophiuridae e so identificadas, tendo sido descrita uma nova espcie Ophiopristis cadiza sp. nov. Rcios isotpicos (13C, 15N, 34S) foram determinados em vrias espcies no intuito de investigar a ecologia trfica das comunidades bnticas dos vulces do Golfo de Cdis. Os valores de 13C para os bivalves Solemyidae, Lucinidae e Thyasiridae esto de acordo com os valores para outros bivalves conhecidos por possurem simbiontes tiotrficos. Por outro lado os valores de 13C e 34S para Bathymodiolus mauritanicus sugerem a ocorrncia de metanotrofia. A anlise da fauna heterotrfica indica igualmente que as espcies habitantes da cratera dos vulces de lama derivam a sua nutrio de fontes quimiossintticas. A indicao pela anlise isotpica que as bactrias autotrficas contribuem substancialmente para a nutrio dos bivalves hospedeiros, levou-nos a investigar os endossimbiontes e as suas relaes filogenticas relativamente a outros bivalves atravs da anlise comparativa de anlises de sequncias de 16S ribossomal RNS. Anlises moleculares PCR-DGGE (Denaturing Gradient Gel Electrophoresis) e clonagem de genes de bacterias 16S rRNA confirmaram a presena de simbiontes oxidantes de enxofre e colocam a possibilidade de uma simbiose dupla para o B. mauritanicus. A diversidade microbiana dentro dos Frenulata foi igualmente estudada recorrendo a mtodos moleculares e revelou a no existncia de padro entre espcies, vulces, profundidade e idade do animal sugerindo assim a no procura de simbiontes especficos.

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O presente trabalho tem como objectivo contribuir para o aprofundamento de estudos vocacionados para a evoluo do mundo material enquanto factor determinante para o futuro do Planeta, do Homem e dos seus artifcios. Sendo o tema central da investigao o Design Industrial enquanto mediador incontornvel dessa relao, os conceitos de Design Binico, de Design Natural, de Biodesign e de Design Simbitico, assim como as metodologias a si inerentes, assumem-se como protagonistas do estudo desenvolvido. A tese composta por um primeiro captulo introdutrio onde se define o seu objecto de estudo e se apresentam as linhas condutoras da investigao. O segundo captulo dedicado ao enquadramento terico dos temas a abordar, nomeadamente o conceito de artifcio considerando os seus tradicionais e novos significados e aplicaes e a Histria do Design Industrial numa perspectiva que considera a evoluo da indstria e da disciplina nesse contexto. No terceiro captulo desenvolve-se a anlise das propostas conceptuais e metodolgicas dos designers Victor Papanek, Luigi Colani e Paulo Parra, por recurso especfico, respectivamente, aos pressupostos inscritos em Design Binico, Design Natural, Biodesign e Design Simbitico, perseguindo-se como objectivo a sua sistematizao em contedos passveis de contriburem para novas investigaes/aplicaes, nomeadamente no mbito daquilo que a autora designa como Inovao Tecnolgica na Concepo e EcoBio-Inovao.

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O presente trabalho prope estudar alguns aspectos da modelao ecolgica na Costa Portuguesa, nomeadamente o efeito fsico na distribuio de nutrientes e biomassa fitoplanctnica. O principal propsito foi implementar e validar um modelo acoplado tridimensional fsico e ecolgico, para a costa portuguesa, e aplic-lo numa rea limitada, a norte, por Vila do Conde e a sul pela Figueira da Foz centrada na regio de Aveiro, para estudar a distribuio, vertical e horizontal, de temperatura, nutrientes e biomassa fitoplanctnica. A regio em estudo est situada na costa oeste da Pennsula Ibrica e faz parte da Regio de Afloramento do Atlntico Norte. caracterizada por condies meteorolgicas onde a predominncia e prevalncia, durante uma grande parte do ano, de ventos de norte/noroeste, constitui um dos principais elementos foradores do transporte para o largo das guas costeiras e consequente subida das guas mais frias e profundas, ricas em nutrientes. A estas condies juntam-se as boas condies de luminosidade e temperatura essenciais ao desenvolvimento fitoplanctnico, que servir de alimento s espcies marinhas. Este facto, torna esta regio, uma zona de elevada riqueza biolgica favorvel ao desenvolvimento de vrias espcies marinhas, transformando este local num ecossistema de forte produtividade. O modelo foi calibrado e validado para a rea em estudo e simulou com sucesso, a resposta do sistema situao de ventos favorveis ao afloramento costeiro para a regio em estudo. Quando comparada com dados observados, os resultados mostram que o modelo capaz de prever satisfatoriamente as distribuies superficiais e na coluna de gua: da temperatura, dos nutrientes, do oxignio e da clorofila-a. Os resultados evidenciam o crucial papel desempenhado pelos processos fsicos no aumento de fitoplncton que ocorre ao longo de uma estreita rea da costa norte portuguesa, mostrando a estreita ligao entre a distribuio costeira de fitoplncton e a distribuio costeira de temperatura, superfcie. A produtividade do fitoplncton que ocorre nas guas costeiras no s atribuda disponibilidade de nutrientes mas tambm intensidade luminosa. A luz e a intensidade dos ventos de norte/noroeste so os factores chave no controlo dos blooms de fitoplncton observados nesta regio de afloramento, sobretudo no Vero, nomeadamente na camada de mistura pouco profunda e junto nutriclina. Deste modo os modelos numricos em associao com dados in situ e imagens de satlite podero ser considerados uma excelente ferramenta para a anlise e previso de cenrios, presentes e futuros, de aces praticadas sobre o meio ambiente.

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A famlia Nephtyidae uma das mais frequentes em habitats costeiros e marinhos de todo o mundo. So organismos errantes tpicos de sedimentos arenosos e lodosos, ocorrendo frequentemente no domnio costeiro at 100 m de profundidade, e mais raramente em profundidades batiais e abissais. As primeiras espcies descritas foram o Nephtys caeca (Fabricius, 1780) e o N. ciliata (O. F. Mller, 1789), ambas atribudas inicialmente ao gnero Nereis e posteriormente transferidas para o gnero Nephtys por Savigny, em 1818. A famlia Nephtyidae foi criada em 1851 por Grube para o gnero Nephtys Cuvier, 1817. No mbito desta tese feito um estudo taxonmico e filogentico da famlia Nephtyidae. O estudo filogentico inclui dados morfolgicos e moleculares de 24 taxa representantes dos cinco gneros da famlia, Nephtys Cuvier, 1817, Aglaophamus Kinberg, 1866, Micronephthys (Friedrich, 1939), Inermonephtys Fauchald, 1967 e Dentinephtys Imajima e Takeda, 1987. A anlise evidenciou dois grandes grupos correspondentes aos dois principais gneros, Aglaophamus e Nephtys. Duas espcies do gnero Nephtys (N. pulchra e N. australiensis) so transferidas para o gnero Aglaophamus, e consequentemente so propostas novas diagnoses para os gneros. O gnero Dentinephtys sinonimizado com Nephtys e um novo gnero, Bipalponephtys, descrito para acomodar as espcies Nephtys cornuta, N. danida e Micronephthys neotena. As relaes filogenticas entre os gneros so discutidas. Do estudo taxonmico resultou a reviso da famlia Nephtyidae para o Sul da Europa (entre o Canal da Mancha e o Mediterrneo), com a descrio de uma nova espcie, Inermonephtys foretmontardoi. A espcie Micronephthys maryae sinonimizada com M. stammeri. Para cada espcie so includas notas sobre a sua ecologia bem como a distribuio geogrfica e batimtrica. So propostas novas diagnoses para os gneros do Sul da Europa bem como uma chave de identificao taxonmica para as espcies desta regio. Aps uma exaustiva reviso bibliogrfica da famlia, e da observao de material museolgico relativo a 44 espcies, foi compilada uma lista completa para a famlia de 128 espcies, distribudas por cinco gneros (57 Nephtys, 53 Aglaophamus, sete Micronephthys, oito Inermonephtys e trs Bipalponephtys), na qual so includas sinonmias e consideraes taxonmicas para cada espcie. A espcie Nephtys serrata sinonimizada com N. serratifolia. So apresentados as distribuies geogrficas e batimtricas das diferentes espcies e notas sobre o seu habitat. So tambm includas tabelas de identificao com as principais caractersticas taxonmicas das espcies. O valor diagnstico dos caracteres morfolgicos discutido. Vrios problemas taxonmicos so realados, indicando a necessidade de revises adicionais para 23 espcies. Este trabalho reala a existncia de vrios problemas taxonmicos e filogenticos dentro da famlia Nephtyidae, podendo ser considerado como a base para estudos futuros. Anlises filogenticas adicionais incluindo dados morfolgicos e moleculares de um maior nmero de espcies vo certamente conduzir a uma melhor avaliao do estatuto e relaes entre os gneros dentro da famlia.

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As alteraes climticas favorecem a ocorrncia global de episdios de precipitao e seca extremas, colocando em risco a qualidade da gua em sistemas aquticos usados consumo humano ou recreao. O fenmeno de seca, em particular, ser mais frequente e severo, alterando toda a hidrodinmica dos sistemas aquticos e, consequentemente, a ecologia das comunidades aquticas. A ocorrncia de blooms de cianobactrias intensificarse- sob este novo cenrio climtico. Em Portugal, estudos parcelares em rios e barragens tm sido realizados com enfoque em cianobactrias txicas e outras bactrias patognicas, mas no h trabalhos publicados acerca da composio da comunidade bacteriana (CCB). O presente trabalho pretende colmatar esta falha, com particular ateno para a ocorrncia de blooms cianobacterianos, em vrios sistemas aquticos portugueses lticos e lnticos. Este objectivo foi alcanado utilizando metodologias moleculares, como a tcnica rDNA 16S-DGGE (Denaturing Gradient Gel Electrophoresis), independente do cultivo, e a sequenciao. Dados ambientais foram tambm determinados para correlacionar com as variaes sazonais ou espaciais da diversidade da CCB. O impacto da seca na distribuio espacial da CCB foi tambm investigado. A lagoa da Vela um caso de estudo especial, devido vasta documentao sobre a ocorrncia de blooms de cianobactrias durante os ltimos anos, e vrias estirpes isoladas de blooms foram estudadas em mais detalhe. Os resultados mostraram, em geral, perfis de DGGE tpicos de vero vs. inverno nos sistemas aquticos estudados. Nos sistemas lnticos, os filtipos dominantes afiliaram com Cyanobacteria (formas unicelulares, coloniais e filamentosas), eucariotas fototrficos e Actinobacteria, enquanto nos rios, Bacteroidetes e Betaproteobacteria foram dominantes. Nos sistemas lnticos, os factores mais significativos para a sazonalidade da CCB incluram a temperatura da gua, a condutividade e a clorofila a, apesar da variao extrema dos nveis de precipitao, sugerindo que a BCC poder resistir a mudanas severas causadas pela seca. Nos rios, a sazonalidade da CCB foi principalmente definida pela temperatura e os nveis de amnia. No vero seco de 2005, as barragens do Alentejo (Sul de Portugal) mostraram similaridade na CCB, com filtipos comuns de Cyanobacteria, Actinobacteria e Alphaproteobacteria. No entanto, os perfis de DGGE sugerem filtipos ubquos em sistemas portugueses geograficamente distantes. Na Lagoa da Vela, a seca conduziu reduo drstica do nvel da gua e variao na diversidade espacial da CCB (e cianobactrias dominantes) e potencial txico, o que pode ter impacto directo nos utilizadores da lagoa. Os resultados tambm mostraram a presena de estirpes txicas de Microcystis na lagoa e um bloom no clonal de estirpes de Aphanizomenon aphanizomenoides, com diferentes morftipos, gentipos e ectipos.

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Na maioria das area protegidas nacionais existe uma considervel falta de informao cientfica relativa aos mamferos carnvoros. A Reserva Natural da Serra da Malcata, localizada no centro-este de Portugal, tem vindo a desenvolver, desde os ltimos 20 anos, estudos de ecologia e esta tese pretende dar seguimento a esse esforo de monitorizao, atravs do desenvolvimento de mtodos simples e eficientes, de monitorizao de carnvoros, que possam servir como percursores de trabalhos a longo-prazo em reas relevantes para a conservao. Atravs do uso de armadilhagem fotogrfica, foram estudadas relaes espcies-habitats para 5 espcies: gato-bravo (Felis silvestris), fuinha (Martes foina), raposa (Vulpes vulpes), gineta (Genetta genetta), e sacarrabos (Herpestes ichneumon). Foram desenvolvidos mtodos para se determinar a densidade absoluta de raposa e gineta e a populao de gato-bravo foi estudada em detalhe. As principais concluses do estudo foram: 1) a ocupao de raposas uniforme e parece ser independente de variveis ambientais; 2) a ocupao de fuinha encontra-se relacionada com variveis de habitat, estrutura paisagstica e presas; 3) a ocupao de gineta est relacionada com a cobertura de folhosas e distribuio de presas; 4) para o sacarrabos verificase que a ocupao influenciada pelas extenses de habitat arbustivos, 5) a populao de gato-bravo sofreu um forte declnio durante o trabalho e requer urgentes medidas de conservao. Metodologicamente foi demonstrada a importncia da modelao das probabilidades de deteco para espcies para as quais este parmetros apresenta valores baixos ou muito varivel. Esta tese tambm demonstrou a grande importncia da Serra da Malcata para a conservao de carnvoros e a necessidade do desenvolvimento de tcnicas de monitorizao padronizadas para uma correcta gesto adaptativa das reas protegidas.

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Os sistemas compartimentais so frequentemente usados na modelao de diversos processos em vrias reas, tais como a biomedicina, ecologia, farmacocintica, entre outras. Na maioria das aplicaes prticas, nomeadamente, aquelas que dizem respeito administrao de drogas a pacientes sujeitos a cirurgia, por exemplo, a presena de incertezas nos parmetros do sistema ou no estado do sistema muito comum. Ao longo dos ltimos anos, a anlise de sistemas compartimentais tem sido bastante desenvolvida na literatura. No entanto, a anlise da sensibilidade da estabilidade destes sistemas na presena de incertezas tem recebido muito menos ateno. Nesta tese, consideramos uma lei de controlo por realimentao do estado com restries de positividade e analisamos a sua robustez quando aplicada a sistemas compartimentais lineares e invariantes no tempo com incertezas nos parmetros. Alm disso, para sistemas lineares e invariantes no tempo com estado inicial desconhecido, combinamos esta lei de controlo com um observador do estado e a robustez da lei de controlo resultante tambm analisada. O controlo do bloqueio neuromuscular por meio da infuso contnua de um relaxante muscular pode ser modelado como um sistema compartimental de trs compartimentos e tem sido objecto de estudo por diversos grupos de investigao. Nesta tese, os nossos resultados so aplicados a este problema de controlo e so fornecidas estratgias para melhorar os resultados obtidos.

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A conservao da biodiversidade nunca foi uma assunto to popular como nas ltimas dcadas, mas esta popularidade crescente devida pior das razes: o passo acelerado da extino de espcies e habitats. Os ecossistemas tropicais so, ao mesmo tempo, os mais diversos e os mais ameaados, em parte porque muitos pases destas regies emergem ainda de situaes de instabilidade social, econmica e poltica. O Brasil o maior pas Neotropical, onde se encontram alguns dos biomas com maior diversidade e mais ameaados do planeta. Actualmente, tambm um pas lder ao nvel da planificao e implementao de medidas de conservao da biodiversidade. Vrios dos biomas tropicais mais diversos e ameaados encontram-se em territrio brasileiro. Dois destes biomas, a Amaznia e o Cerrado, convergem numa regio ecotonal sujeita a uma elevada presso humana, conhecida como o arco do desmatamento. O Araguaia, um dos maiores rios do Brasil, corre ao longo desta paisagem e os efeitos do desmatamento so j evidentes em toda a sua bacia. Por causa do acelerado ritmo de degradao deste ecossistema, torna-se urgente obter uma imagem clara da biodiversidade regional e compreender como e se a estratgia de conservao para esta regio capaz de lidar com as correntes ameaas e alcanar o seu objectivo a longo prazo: conservar a biota regional. Tendo a herpetofauna como grupo-alvo, os nossos objectivos principais foram: aumentar o conhecimento das comunidades de anfbios e rpteis squamata da regio do curso mdio do Rio Araguaia; compreender a importncia deste rio nos padres intraespecficos de estrutura e diversidade gentica para diferentes espcies com diferentes caractersticas ecolgicas; avaliar o potencial de diferentes metodologias para o estudo e monitorizao da herpetofauna regional. Os nossos resultados revelam que a amostragem continuada e o uso de diferentes tcnicas so essenciais para a obteno de uma imagem precisa da diversidade da herpetofauna local. As comunidades locais de anfbios e lagartos apresentaram maior riqueza especfica na rea de Proteco Ambiental Bananal/Canto (APABC), uma rea tampo, do no Parque Estadual do Canto (PEC), uma rea de conservao estrita. A APABC caracterizada por uma maior heterogeneidade de habitats e os nosso resultados corroboram a teoria da heterogeneidade espacial e resultados recentes que revelam uma maior diversidade de lagartos nas zonas interfluviais do Cerrado, do que nas matas de galeria. Os resultados aqui apresentados no corroboram a hiptese de que os ectonos apresentam maior diversidade do que os biomas em redor. Os nossos resultados revelaram ainda que o Rio Araguaia afecta de forma diferente a estrutura gentica de vrias espcies de anfbios e lagartos. Estas diferenas podero estar relacionadas com a ecologia das espcies, nomeadamente com o uso de diferentes habitats, a vagilidade, ou a estratgia alimentar. Sugerimos que a gesto integrao de diferentes unidades de conservao, com diferentes estatutos, podem ajudar a preservar melhor a biota regional.

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Cycliophora um filo animal descrito recentemente que acomoda, apenas, duas espcies: Symbion pandora Funch e Kristensen, 1995 e S. americanus Obst, Funch e Kristensen, 2006. Este filo caracterizado por um ciclo de vida assaz complexo, cuja posio filogentica tem sido debatida desde a sua descoberta. Esta dissertao visa aprofundar o conhecimento geral existente acerca destes enigmticos e pouco explorados metazorios. Assim, vrios aspectos da morfologia e ecologia de cicliforos foram estudados atravs de observaes in vivo, tcnicas de microscopia e reconstruo tridimensional. A mioanatomia de vrias fases do ciclo de vida descrita para S. pandora e S. americanus. Os nossos resultados revelam uma similaridade contundente entre a musculatura das duas espcies. A mioanatomia geral de Symbion , ainda, comparada de outros metazorios. A expresso de algumas substncias imunorreactivas, como so exemplo a serotonina e as sinapsinas, investigada em vrias formas do ciclo de vida. Quando comparados com outros representantes de Spiralia, conclui-se que a neuroanatomia geral dos cicliforos se assemelha mais s formas larvares do que aos adultos. Apesar de possurem um plano corporal sofisticado, com extensas reas ciliadas e uma mioanatomia complexa, descobrimos que o macho de ambas as espcies Symbion composto por apenas algumas dezenas de clulas. Baseando-nos nestas observaes, inferimos que a complexidade dos metazorios no se relaciona com o tamanho corporal nem com o nmero de clulas de um organismo. Estudos sobre a ultra-estrutura da fmea revelaram, entre outras estruturas, um putativo poro genital, extenses citoplasmticas do ocito e glndulas posteriores. Morfologia e implicaes funcionais destas estruturas so aqui discutidas. A anatomia do protonefrdeo da larva cordide descrita. A arquitectura deste rgo diverge daquela presente noutros representantes de Nephrozoa, particularmente ao nvel da rea de filtrao da clula terminal. As nossas observaes so discutidas em termos filogenticos. A maturao sexual em cicliforos investigada. Os nossos resultados sugerem que a transio de reproduo assexual a sexual se relacione com a idade da forma sssil, a feeding stage. A presena da larva Prometeus assente no tronco desta tambm poder influenciar o processo, embora mais estudos sejam desejveis para o comprovar. Os nossos resultados so discutidos integrativa e comparativamente com o conhecimento prvio sobre Cycliophora. A cumulao deste conhecimento ser essencial para a compreenso da evoluo e filogenia deste enigmtico filo.

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Understanding the spatial distribution of organisms is a central topic in ecology. The European roe deer (Capreolus capreolus) population is in Portugal and Norway at the southwestern and northern edge of its distribution, respectively. Understanding the factors that act on these populations enlightens both local aspects concerning their conservation and wider scale aspects of the species bioclimatic envelope, which is crucial for being better able to predict the impacts of environmental change. The main aim of this thesis was to evaluate roe deer distribution in Portugal and Norway, two countries with contrasting landscapes, seasonality and with different anthropogenic pressure. The interspecific relationship with sympatric ungulates was also analysed. By using pellet group counts, we investigated habitat use of roe deer, identifying the major environmental descriptors, to understand the importance of forest structure, vegetation characteristics, landscape structure and human disturbance on their distribution. The analyses were based on presence absence data and were carried out at two spatial scales. The results showed that habitat use of roe deer was different across countries. In Portugal, at the local scale, roe deer distribution was positively associated with high density of shrubs, especially heather and brambles, while the presence of red deer had a negative effect on their distribution. At a broad scale, roe deer was negatively associated with spatial heterogeneity, namely mean shape index and made less use of areas close to agricultural fields. In Norway, at the local scale, roe deer made more use of areas with high cover of deciduous trees and patches containing juniper and Vaccinium sp.. At a broad scale, roe deer use patches near edges between fields and forest. In both countries, roe deer make use of areas further away from roads. While in Norway roe deer in both summer and winter are always close to houses, in Portugal they are either far (summer) or indifferent (winter). Anthropogenic disturbance is better tolerated in Norway, where the importance of the critical season seems to be higher. Human disturbance may contribute to roe deer habitat loss in Portugal, while roe deer are able to persist close to humans in managed landscapes in Norway. In fact, some of the differences observed could be more due to the indirect impacts of human exploitation (e.g. presence of free-ranging dogs and hunting regulation) rather than the actual human presence or land-use per se. I conclude that the methodology and tools developed here are readily expandable to address similar questions in different contexts. Wildlife management would benefit greatly from a more holistic/integrative approach and that should include human aspects, as human disturbance is expected to continue increasing.

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Understanding the biology of offshore species is hardened by the difficulties of sampling in the deep-sea environment. Additionally, due to the vastness of the open ocean, knowledge of early life histories of pelagic larvae is still relatively scarce. In decapod species with bentho-pelagic lifestyle, the transition from life in the seafloor to the water column not only is associated with drastic morphological metamorphosis, but also with changes in behavior and feeding ecology. The purpose of the present thesis was to investigate physiological, biochemical and behavioral adaptation occurring during early development of such species. The Norway lobster, Nephrops norvegicus, and the crab Monodaeus couchi were used as a model as these two species are encountered off the NE Atlantic shelf at depth greater than 300 m. Chapter 1 introduces the challenges faced by both adult and larvae inhabiting such remote habitats, including the effect of food availability on development and oceanographic processes on dispersal and recruitment. The thesis follows early life histories, starting with within-brood variability in the fatty acid (FA) profile displayed by developing N. norvegicus embryos. There were no differences in the FA composition of embryos sampled from both sides of the brooding chamber in most females. However, all females exhibited significant differences in the FA profiles of embryos sampled from different pleopods. Potential causes for the variations recorded may be differential female investment during oocyte production or shifts in FA catabolism during the incubation period promoted by embryos location within the brooding chamber. Next, feeding rates and digestive enzymes activity of the early stage larvae was investigated in N. norvegicus. Both stages were able to maximize food intake when larvae were scarce and showed increased feeding rate following periods of starvation. Amylase activity indicated that carbohydrates are not the primary energy reserve and that feeding may be required soon after hatching to trigger amylase activity. Protease activity indicated that protein reserves are catabolized under starvation. These results indicate that larvae may maximize prey ingestion in the presence of plankton patches with higher food abundance and minimize the deleterious effects induced by previous periods of intermittent starvation or unsuitable prey densities/types. Additionally, changes in enzymatic activity may allow newly hatched N. norvegicus larvae to metabolize protein reserves to overcome short-term starvation. Vertical migration behavior and the influence of oceanographic properties were studied next. All zoeal stages of M. couchi displayed reverse diel vertical migration. Abundance of early stages was correlated with chlorophyll a levels. An ontogenic shift in vertical distribution explained the results; earlier zoeal stages remain in the food-rich upper water column while later stages migrate to the bottom for settlement. This vertical migration behavior is likely to affect horizontal distribution of larvae. Indeed, global current patterns will result in low inter-annual variations in decapod larvae recruitment, but short term variations such as upwelling events will cause deviation from the expected dispersal pattern. Throughout development, from the embryo to metamorphosis into benthic juvenile, offshore decapods face many challenges. For the developing individual survivorship will depend heavily on food availability but also on the reserves passed on by the mother. Even though vertical migration behavior can allow the larvae to take advantage of depth varying currents for transport, the effect of general circulation pattern will superimpose local current and influence feeding conditions and affect dispersal and recruitment.

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Os aneldeos poliquetas so elementos importantes em ambientes estuarinos e costeiros, pela sua elevada biodiversidade e abundncia e pelo papel que tm nas cadeias trficas. Algumas espcies so intensivamente exploradas para serem utilizadas como isco na pesca desportiva e profissional, como o caso de Diopatra neapolitana. Apesar da importncia econmica, existem poucos estudos sobre a sua biologia e ecologia. No decorrer deste estudo foram identificadas duas outras espcies do gnero Diopatra em Portugal: D. marocensis, inicialmente descrita para a costa de Marrocos e cuja distribuio actual se sabe estender-se a toda a costa Portuguesa e Norte de Espanha e, D. micrura, espcie nova para a cincia. O presente estudo tem como objectivos principais estudar a diversidade e reproduo do gnero Diopatra, bem como a capacidade de regenerao da espcie D. neapolitana. Este trabalho aborda a distribuio espacial de D. marocensis ao longo da costa Portuguesa e descreve a espcie D. micrura, uma nova espcie do gnero Diopatra Audouin and Milne Edwards, 1833. As trs espcies coabitam em guas transicionais, onde as espcies D. micrura e D. marocensis facilmente se confundem com juvenis de D. neapolitana. Foi realizada uma comparao morfolgica e gentica entre as trs espcies. A espcie D. neapolitana coexiste em algumas reas da Ria de Aveiro com a D. marocensis. Apesar destas duas espcies apresentarem padres reprodutivos muito diferentes, Maio a Agosto o perodo principal para a reproduo de ambas as espcies. D. neapolitana apresenta um desenvolvimento larvar planctnico, e os ocitos presentes na cavidade celmica so esverdeados e apresentam um dimetro de 40-240 m (mdia = 164.3940.79 m) e as fmeas contm no celoma milhares de ocitos. Contrariamente, a espcie D. marocensis reproduz-se por desenvolvimento directo no interior do tubo parental. Os ocitos observados no celoma so amarelos com um dimetro entre 180 e 740 m (mdia = 497.65 31.38 m) e o seu nmero varia entre 44 e 624 (276.85 161.54). Por seu turno, o nmero de ovos observados no interior dos tubos varia entre 75 e 298, com um dimetro entre 600 e 660 m, e o nmero de larvas entre 60 e 194. A proporo machos: fmeas foi de 1:1 para a populao de D. neapolitana e entre 1:2 e 1:4 para a populao de D. marocensis, em que as fmeas dominam a populao durante todo o ano. O estudo da capacidade de regenerao da espcie D. neapolitana, avaliada a partir de experincias de laboratrio, revelou que esta espcie capaz de sobreviver perda de alguns setgeros. Durante a captura de D. neapolitana para vender como isco so normalmente cortados mais de 20 setgeros e de acordo com os nossos resultados a extremidade posterior que fica no tubo no capaz de regenerar a extremidade anterior; a espcie consegue no entanto recuperar de ataques por predadores.

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O papel ecolgico das gorgnias (Octocorallia: Alcyonacea) nos fundos marinhos rochosos mundialmente reconhecido. Contudo, a informao acerca da ecologia e biologia das espcies de gorgnias nas zonas temperadas do NE Atlntico manifestamente escassa, especialmente tendo em considerao as actuais perturbaes globais, regionais e locais. Nos fundos rochosos da costa algarvia at aos 30 m, verificouse que vrias espcies de gorgnias so abundantes e frequentes, nomeadamente Eunicella labiata, Eunicella gazella, Eunicella verrucosa, Leptogorgia lusitanica e Leptogorgia sarmentosa. As populaes de gorgnias so co-dominadas por diferentes espcies que apresentaram elevados ndices de associao, indicando reduzidos nveis de competio entre elas. Em todo o caso, a estrutura dos povoamentos diferiu com as condies locais. Todas as espcies evidenciaram padres de distribuio semelhantes ao longo do gradiente de profundidade, i.e. a abundncia aumenta significamente com a profundidade aps os 15 m. A profundidades mais baixas (at aos 15 m), a distribuio das gorgnias parece ser condicionada por factores abiticos e pela competio com algas. Com efeito, os padres de distribuio espacial das espcies de gorgnias na costa algarvia so determinados pela interaco de presses naturais e antropognicas (ex. pesca). Ainda que as colnias de maior tamanho no tenham sido restritas a reas menos pescadas, em reas mais perturbadas pela pesca, a distribuio dos tamanhos das colnias estava maioritariamente desviada para tamanhos mais pequenos. Os efeitos das perturbaes naturais nas populaes de gorgnias foram evidenciados pela ocorrncia de padres demogrficos distintos em reas vizinhas sujeitas a nveis semelhantes de presses antropognicas. Estes estudos demonstraram, ainda, que os efeitos na distribuio de frequncias de tamanho das colnias so dependentes das espcies de gorgnias em causa: Eunicella labiata no parece ser afectada; Leptogorgia sarmentosa tendencialmente afectada por presses antropognicas; Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica aparentam ser afectadas, quer por presses naturais, quer por presses antropognicas. Os efeitos verificados nos padres da distribuio de frequncias de tamanho, particularmente a tendncia para o desvio destas frequncias para tamanhos mais pequenos em reas sujeitas a perturbaes, podero ter consequncias para a biodiversidade dos fundos sublitorais rochosos na costa algarvia. Com efeito, o presente estudo apoia o paradigma geral de que os corais so habitats que suportam comunidades de elevada biodiversidade e abundncia. Num dos poucos estudos que examinam a relao entre as gorgnias e as suas comunidades de invertebrados epibentnicos, foi verificado que as gorgnias (Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica) sustentam comunidades ricas (11 phyla, 181 taxa) e abundantes (7284 indivduos). Estas comunidades so dominadas por anfpodes, mas os poliquetas tiveram um grande contributo para os nveis elevados de biodiversidade. Verificou-se, igualmente, que o tamanho da colnia desempenha um papel fundamental na biodiversidade, na medida em que as colnias de menor tamanho apresentaram um contributo mais baixo, comparativamente s mdias e grandes. Ainda que ambas as gorgnias partilhem a maioria das espcies amostradas, 11 e 18 taxa foram exclusivos de Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica, respectivamente (excluindo indivduos com presenas nicas). No entanto, a maioria destes taxa eram ou pouco abundantes ou pouco frequentes. A excepo foi a presena de planrias (Turbellaria) de colorao branca nas colnias de Eunicella gazella, provavelmente beneficiando do efeito de camuflagem proporcionado pelos ramos com a mesma colorao. Com efeito, a complementaridade entre as comunidades epibentnicas associadas a ambas as gorgnias diminuiu quando usados os dados de presena/ausncia, sugerindo que os padres de biodiversidade so mais afectados pelas alteraes na abundncia relativa das espcies dominantes do que pela composio faunstica. As comunidades de epifauna bentnica associadas a estas gorgnias no s apresentaram valores elevados de -diversidade, como de - diversidade, resultantes de padres intrincados de variabilidade na sua composio e estrutura. Ainda que o conjunto de espcies disponveis para colonizao seja, na generalidade, o mesmo para ambos os locais, cada colnia apresenta uma parte deste conjunto. Na sua totalidade, as colnias de gorgnias podero funcionar como uma metacomunidade, mas a estrutura das comunidades associadas a cada colnia (ex. nmero total de espcies e abundncia) parecem depender dos atributos da colnia, nomeadamente superfcie disponvel para colonizao (altura, largura e rea), complexidade e heterogeneidade (dimenso fractal e lacunaridade, respectivamente) e cobertura epibentnica colonial (ex. fauna colonial e algas macroscpicas; CEC). Numa primeira tentativa para quantificar a relao entre as gorgnias e os invertebrados epibentnicos a elas associados (em termos de abundncia e riqueza especfica), verificou-se que a natureza e a intensidade destas relaes dependem da espcie hospedeira e variam para os grupos taxonmicos principais. No entanto, independentemente do grupo taxonmico, a riqueza especfica e a abundncia esto significativamente correlacionadas com a CEC. Com efeito, a CEC provavelmente devido a um efeito trfico (aumento da disponibilidade alimentar directo ou indirecto), combinado com a superfcie disponvel para colonizao (efeito espcies-rea) foram as variveis mais relacionadas com os padres de abundncia e riqueza especfica. Por outro lado, ainda que a complexidade estrutural seja frequentemente indicada como um dos factores responsveis pela elevada diversidade e abundncia das comunidades bentnicas associadas a corais, a dimenso fractal e a lacunaridade apenas foram relevantes nas comunidades associadas a Leptogorgia lusitanica. A validade do paradigma que defende que a complexidade estrutural promove a biodiversidade poder ser, ento, dependente da escala a que se realizam os estudos. No caso das gorgnias, o efeito da complexidade ao nvel dos agregados de gorgnias poder ser muito mais relevante do que ao nvel da colnia individual, reforando a importncia da sua conservao como um todo, por forma a preservar a diversidade de espcies hospedeiras, o seu tamanho e estrutura. Actividades antropognicas como a pesca, podem, ainda, ter efeitos negativos ao nvel da reproduo de espcies marinhas. Analogamente ao verificado para os padres de distribuio espacial das populaes de gorgnias na costa algarvia, a informao relativa sua reproduo igualmente escassa. Os estudos realizados em populaes de Eunicella gazella a 16m de profundidade, demonstraram que o desenvolvimento anual das estruturas reprodutivas altamente sincronizado entre os sexos. A razo entre sexos na populao foi de 1.09 (F:M), encontrando-se perto da paridade. A espermatognese estende-se por 6 a 8 meses, enquanto que a oognese mais demorada, levando mais de um ano para que os ocitos se desenvolvam at estarem maduros. Antes da libertao dos gmetas, foi observada uma elevada fecundidade nas fmeas (27.3013.24 ocitos plipo1) e nos machos (49.3031.14 sacos espermticos plipo1). Estes valores encontram-se entre os mais elevados reportados data para zonas temperadas. A libertao dos gmetas (no h evidncia de desenvolvimento larvar, nem superfcie da colnia, nem no seu interior) occorre em Setembro/ Outubro, aps um perodo de elevada temperatura da gua do mar. As fmeas emitem ocitos maduros de elevadas dimenses, retendo, todavia, os ocitos imaturos que se desenvolvem apenas na poca seguinte. Ainda que o efeito da pesca nas populaes de gorgnias da costa do Algarve seja perceptvel, s taxas actuais, o mergulho recreativo no aparenta afectar seriamente estas populaes. Contudo, sendo uma indstria em expanso e conhecendo-se a preferncia de mergulhadores por reas rochosas naturais ricas em espcies bentnicas, futuramente poder vir a afectar estes habitats. A monitorizao de mergulhadores na costa algarvia mostrou que a sua maioria (88.6 %) apresenta comportamentos que podem impactar o habitat, com uma taxa mdia de contactos de 0.3400.028 contactos min1. Esta taxa foi mais elevada em mergulhadores com moderada experincia e na fase inicial do mergulho (010 min). Os contactos com as barbatanas e mos foram comuns, resultando, maioritariamente, na resuspenso do sedimento, mas geralmente apresentando um impacto reduzido. Todavia, a fauna tambm foi afectada, quer por danos fsicos, quer pela interaco com os mergulhadores, e num cenrio de expanso significativa desta actividade, os impactos na fauna local podero aumentar, com consequncias para os ecossistemas de fundos rochosos da costa sul de Portugal. Na sua globalidade, a informao recolhida nos estudos que contemplam esta tese, por ser em grande parte totalmente nova para a regio, espera-se que contribua para a gesto da zona costeira do Algarve.

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A Natureza composta por estruturas, formas, sistemas, cores e at padres que podem proporcionar ao design referncias teis e precisas, para que este consiga tornar os seus produtos e processos ecologicamente sustentveis, indo de encontro com as necessidades ambientais que a sociedade humana atualmente se depara. A disciplina que utiliza estes fundamentos define-se pelo nome de Biomimtica, temtica escolhida para abordagem deste estudo. Partindo da regio de Aveiro, e em especfico a escolha da Ria, este espao apresenta-se como um pretexto para a criao de uma embarcao Biomimtica que funcione atravs do esforo fsico do utilizador, revelando-se na hiptese de investigao proposta por este trabalho. O estudo incide sobre conceitos e definies em relao Biomimtica, bem como a ecologia, sustentabilidade, ergonomia e mercado, abordando uma base terica fundamental para o estudo do tema proposto. A esse nvel aprofundou-se questes relacionadas construo de uma embarcao tendo em conta trs pilares que se considera fundamentais: a inspirao das formas de diversos animais, e ainda a sua propulso, o movimento mais adequado para este produto; finalizando com o estudo do mercado na pesquisa de referncias reais na procura da forma. O resultado deste estudo culmina na realizao de um prottipo escala real em fibra de vidro, com o intuito de demonstrar o seu funcionamento, constatando a viabilidade na sua forma de deslocao.