2 resultados para child protection practice

em B-Digital - Universidade Fernando Pessoa - Portugal


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A literatura tem vindo a comprovar que determinados indivíduos conseguem integrar-se ou ajustar-se de forma positiva e normativa nas sociedades em que vivem, apesar das vivências altamente adversas ocorridas, ainda numa idade precoce, poderem potenciar um percurso significativamente diferente. O presente estudo, de índole qualitativo, tem como objetivo geral analisar e caracterizar o percurso de vida de adultos, que precocemente vivenciaram formas de vitimação em contexto familiar, procurando identificar os fatores que contribuíram para o seu ajustamento psicossocial. Para tal, recorreu-se a uma entrevista semiestruturada, elaborada para o efeito, e a qual foi administrada a 10 participantes com idades entre 19 e 41 anos (M=26.1; DP=8), selecionados a partir de informantes privilegiados e que os identificaram como sendo resilientes. O conteúdo das entrevistas foi analisado através da grounded analysis. Os resultados revelam que os participantes no decorrer do processo de vitimação desenvolveram características comportamentais semelhantes (e.g., isolamento, baixa autoestima, revolta, agressividade), identificando a retirada do meio familiar como elemento promotor da mudança ocorrida no seu percurso e autoconceito. De igual modo, identificaram a existência de sonhos, de objetivos de vida e a presença de pessoas significativas (e.g., irmãos, parceiros, amigos) como sendo determinantes na construção do seu percurso resiliente. A retirada do contexto familiar foi identificada pelos participantes como uma medida de intervenção relevante na proteção da criança e subsequente ajustamento psicossocial. Os resultados do presente estudo permitem evidenciar a importância dos fatores protetivos no ajustamento psicossocial, algo que deve ser considerado na intervenção psicoterapêutica com crianças em risco.

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O presente trabalho tem como principal objetivo caraterizar o acompanhamento processual realizado até à aplicação de medida de acolhimento residencial em crianças/jovens com processo de promoção e proteção em Almada. Para tal, através da elaboração de uma grelha de análise, composta por dados sociodemográficos e aspetos referentes à situação de perigo das crianças/jovens, procedeu-se à consulta de 82 processos na CPCJ de Almada. Os resultados obtidos indicam que há uma predominância de rapazes aos quais foi aplicada tal medida, sendo que na totalidade da amostra a maioria iniciou o processo de promoção e proteção em vigor entre os 10 e os 13 anos, seguindo-se a faixa etária entre os 14 e os 17 de idade. Quanto às tipologias de perigo, encontramos a negligência como a mais comum, tendo as situações de perigo sido sinalizadas maioritariamente por familiares próximos. No que diz respeito ao contexto familiar, verificamos que estas crianças/jovens estavam inseridas predominantemente num agregado monoparental feminino, tendencialmente caraterizado por conflitos relacionais e ausência de suporte familiar, factos que constituíram fatores de decisão para aplicação da medida de acolhimento residencial. No que diz respeito ao acompanhamento dos processos, constatamos que a CPCJ de Almada realizou várias diligências envolvendo vários dos intervenientes participantes na situação de perigo em que a criança/jovem se encontrava, assim como cooperações frequentes com as entidades que conhecem a família. Sugere-se, futuramente, o estudo do impacto da aplicação e execução da medida de acolhimento residencial e do consequente processo de institucionalização de tais crianças/jovens.