2 resultados para Família Saúde e higiene
em B-Digital - Universidade Fernando Pessoa - Portugal
Resumo:
O autismo uma condio que faz parte de um grupo de perturbaes do desenvolvimento global das funes cerebrais e que, por regra, diagnosticada no incio da infncia. A dificuldade na linguagem e comunicao, o dfice na interao social, as esteriotipias e os interesses especficos e comportamentos repetitivos caracterizam os indivduos portadores desta patologia. A saúde oral das crianas autistas geralmente precria e as necessidades de tratamento dentrio elevadas. No entanto, os problemas comportamentais destes doentes fazem com que os pais no recorram s consultas de medicina dentria, outras vezes quando recorrem consulta as dificuldades de colaborao impedem a prestao de cuidados de saúde oral adequados a estas crianas. Pretendeu-se assim, com este trabalho, realizar uma reviso sistemtica de literatura cientfica, publicada nos ltimos 15 anos, acerca dos problemas orais que atingem os pacientes autistas, e simultaneamente, compilar diretrizes de atuao clnica para orientar o mdico dentista no atendimento destes doentes. Para isto, durante os meses de Outubro de 2014 a Outubro de 2015, procedeu-se a uma pesquisa bibliogrfica nas bases de dados PubMed e B-on, sendo consultados tambm outros bancos de dados como LILACS BIREME, SciELO, utilizando as seguintes palavras-chave: autism, pediatric dentistry, Asperger Syndrome, Rett Syndrome, Childhood Disintegrative Disorder, prevalence, neurobiology, etiology, diagnosis, diagnostic criteria, comorbidity, oral health, dental caries, periodontal disease, oral habits, bruxism, self-injury, dental trauma, dental injury, malocclusion, behavior management techniques separadas ou associadas pelo operador de pesquisa booleano AND. Na pesquisa foram empregues os seguintes limites: artigos publicados nos ltimos 15 anos, abstract disponvel, estudos em humanos e artigos e lngua inglesa, francesa, portuguesa e espanhola. Desta pesquisa resultou um total de 150 artigos que foram selecionados primeiramente pelos ttulos, seguidamente pela leitura dos abstracts e, finalmente, do artigo por inteiro, obtendo-se assim 95 artigos, para reviso. Foram ainda considerados artigos de referncia publicados em anos anteriores, livros de texto mdicos e publicaes portuguesas com dados epidemiolgicos sobre as Perturbaes do Espetro do Autismo em Portugal. As doenas orais encontradas nas crianas autistas so semelhantes s das crianas sem qualquer perturbao mental, contudo a preferncia por alimentos cariognicos, a diminuio do fluxo salivar induzida pelos frmacos, associadas a uma pobre higiene oral, justificam uma maior prevalncia de crie. As doenas periodontais, tambm muito prevalentes neste grupo, desenvolvem-se em virtude da combinao da falta de hbitos de higiene oral, com os efeitos secundrios de frmacos administrados a estes doentes, como os anticonvulsivantes. No seu atendimento na consulta dentria recorre-se s mesmas estratgias de orientao de comportamento aplicadas nas crianas saudveis, para contornar os sentimentos de medo, ansiedade, desconfiana e a incapacidade de interao social, e assim evitar comportamentos de recusa durante a consulta dentria. no entanto de salientar que os distrbios comportamentais, o dfice da comunicao e a falta de capacidades de interao social, caratersticas do autismo impossibilitam a eficcia das tcnicas de controlo do comportamento comunicativas, obrigando, muitas vezes, ao uso de tcnicas de controlo de comportamento avanadas para prestao de cuidados de saúde oral com eficcia e em segurana. importante uma grande motivao de pais/responsveis para a saúde e higiene oral das crianas com Perturbaes do Espetro do Autismo, e que todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado destes doentes contribuam para a aprendizagem de comportamentos que promovam a saúde oral destes doentes.
Resumo:
Introduo: A cavidade oral de um doente que esteja internado num servio hospitalar apresenta uma flora diferente das pessoas saudveis. Ao fim de 48 horas de internamento, a flora apresenta um maior nmero de microrganismos que rapidamente podem ser responsveis por aparecimento de infees secundrias, tais como pneumonias, resultante proliferao bactrias que lhe est associada. Este risco ainda superior em doentes crticos. Nesta populao torna-se fundamental a implementao de um efetivo protocolo de higiene oral, procurando controlar ao mximo o desenvolvimento do biofilme oral. Objetivo: Avaliar o ndice de biofilme oral dos doentes na admisso a um servio de Cuidados Intensivos, procedendo sua reavaliao aps 7 dias de internamento e, procurando deste modo avaliar a eficcia de higienizao oral efetuada no Servio. Materiais e Mtodos: Estudo prospetivo, institucional, descritivo, analtico e observacional realizado no Servio de Cuidados Intensivos do CHP. Foram envolvidos no estudo doentes com mais de 18 anos, e com um tempo de internamento igual ou superior a 7 dias. Procedeu-se colheita de dados demogrficos, motivo de admisso, tempo de internamento, medicao prescrita, tipo de alimentao efetuada no servio, necessidade ou no de suporte respiratrio e qual o tipo de higiene realizada no servio. Foi avaliado o ndice de higiene oral simplificado de Greene & Vermillion (IHO-S) nas primeiras 24h e 7 dias aps a 1 avaliao. O IHO-S um indicador composto que avalia 2 componentes, a componente de resduos e a componente de clculo, sendo cada componente avaliada numa escala de 0 a 3. So avaliadas 6 faces dentrias que so divididas em 3 pores clnicas (poro gengival, tero mdio e poro oclusal). No final de cada avaliao calculado o somatrio do valor encontrado para cada face, sendo este total dividido pelo n de faces analisadas. O clculo do IHO-S por indivduo corresponde soma das componentes. Resultados: Foram avaliados 74 doentes, tendo-se excludo 42 por no terem a dentio mnima exigida. Os 32 doentes que completaram o estudo apresentaram uma idade mdia de 60,53 14,44 anos, 53,1% eram do gnero masculino, e na sua maioria pertenciam a pacientes do foro mdico e cirrgico (37,5,5%). Os doentes envolvidos no estudo tiveram uma demora mdia de 15,696,69 dias de internamento, tendo-se verificado que 17 dos pacientes (53,1%) estiveram internados mais de 14 dias no Servio de Cuidados Intensivos 1. Relativamente s caractersticas particulares da amostra verificou-se que durante o perodo de avaliao a maioria dos doentes estiveram sedados (75%), sob suporte ventilatrio (81,3%) e a fazer suporte nutricional por via entrica por sonda nasogstrica (62,6%). O IHO-S inicial foi de 0,670,45tendo-se verificado um agravamento significativo ao fim de sete dias de internamento 1,040.51 (p<0,05).Este agravamento parece estar fundamentalmente dependente dos maus cuidados orais prestados aos doentes, no se tendo observado qualquer diferena significativa resultante dos aspetos particulares avaliados, com exceo para a nutrio entrica versus a soroterapia. Discusso e Concluso: Apesar de vrios estudos evidenciarem a necessidade de um boa higiene oral para evitar a proliferao bacteriana e o risco de infeo nosocomial, muitas das instituies de saúde continuam a no valorizar esta prtica. Neste estudo observa-se que os doentes na admisso apresentam um bom ndice de higiene oral tendo-se contudo observado um agravamento significativo ao fim de uma semana de internamento. Embora este agravamento possa no ser importante para o doente com uma semana de internamento ele poder ser indicativo de um risco acrescido para infees nosocomiais em doentes com internamentos mais prolongados, necessitando estes doentes de uma higiene oral mais eficaz.