Morphological evidence of neurotoxicity in retina after methylmercury exposure

The visual system is particularly sensitive to methylmercury (MeHg) exposure and, therefore, provides a useful model for investigating the fundamental mechanisms that direct toxic effects. During a period of 70 days, adult of a freshwater fish species Hoplias malabaricus were fed with fish prey previously labeled with two different doses of methylmercury (0.075 and 0.75 mu g g(-1)) to determine the mercury distribution and morphological changes in the retina. Mercury deposits were found in the photoreceptor layer, in the inner plexiform layer and in the outer plexiform layer, demonstrating a dose-dependent bioaccumulation. The ultrastructure analysis of retina revealed a cellular deterioration in the photoreceptor layer, morphological changes in the inner and outer segments of rods, structural changes in the plasma membrane of rods and double cones, changes in the process of removal of membranous discs and a structural discontinuity. These results lead to the conclusion that methylmercury is able to cross the blood-retina barrier, accumulate in the cells and layers of retina and induce changes in photoreceptors of H. malabaricus even under subchronic exposure. (c) 2012 Elsevier Inc. All rights reserved.

A difícil arte de "deslizar sobre o mundo" ou Montaigne, um político discreto ("De poupar a própria vontade" - III, 10)

De 1581 a 1585, Montaigne foi prefeito de Bordeaux. Foi acusado por detratores de não se ter aplicado o bastante e de não ter feito nada de marcante durante seus dois mandatos. Ao responder às acusações no ensaio "De poupar a própria vontade" (III, 10), o autor encontra a ocasião para uma crítica das paixões em geral e, em particular, das que pertencem ao contexto político. Isto porque ele visava, com sua aparente falta de aplicação aos deveres de prefeito, evitar a paixão que tantas vezes se oculta por trás do engajamento - a ambição, desejo de honras, glória, renome. Sobretudo, esperava evitar um duplo perigo, ao mesmo tempo ético e político: comprometer a própria liberdade numa busca servil da glória e subordinar o bem coletivo ao interesse pessoal. No presente estudo, procuraremos reconstituir a trama argumentativa do ensaio em questão, acompanhando de perto os argumentos que sustentam a crítica montaigniana das paixões, bem como a terapia muito particular a que o ensaísta as submete, a qual lhe permite fazer do episódio da Mairie de Bordeaux um modelo de conciliação entre o cuidado de si e o cumprimento dos deveres políticos.