A difícil arte de "deslizar sobre o mundo" ou Montaigne, um político discreto ("De poupar a própria vontade" - III, 10)
Contribuinte(s) |
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO |
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Data(s) |
04/11/2013
04/11/2013
2012
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Resumo |
De 1581 a 1585, Montaigne foi prefeito de Bordeaux. Foi acusado por detratores de não se ter aplicado o bastante e de não ter feito nada de marcante durante seus dois mandatos. Ao responder às acusações no ensaio "De poupar a própria vontade" (III, 10), o autor encontra a ocasião para uma crítica das paixões em geral e, em particular, das que pertencem ao contexto político. Isto porque ele visava, com sua aparente falta de aplicação aos deveres de prefeito, evitar a paixão que tantas vezes se oculta por trás do engajamento - a ambição, desejo de honras, glória, renome. Sobretudo, esperava evitar um duplo perigo, ao mesmo tempo ético e político: comprometer a própria liberdade numa busca servil da glória e subordinar o bem coletivo ao interesse pessoal. No presente estudo, procuraremos reconstituir a trama argumentativa do ensaio em questão, acompanhando de perto os argumentos que sustentam a crítica montaigniana das paixões, bem como a terapia muito particular a que o ensaísta as submete, a qual lhe permite fazer do episódio da Mairie de Bordeaux um modelo de conciliação entre o cuidado de si e o cumprimento dos deveres políticos. |
Identificador |
Kriterion,v.53,n.126,p.509-525,2012 0100-512X http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/38628 10.1590/S0100-512X2012000200012 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0100-512X2012000200012&lng=en&nrm=iso&tlng=en |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG |
Relação |
Kriterion: Revista de Filosofia |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Paixão #Ambição #Servidão #Perturbação #Liberdade #Tranquilidade #Passion #Ambition #Servitude #Disturbance #Freedom #Calmness |
Tipo |
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